Vida de Inseto: como combater a opressão e o conservadorismo

Gabriel Jaquer

Quando assistimos a um filme na infância, não dá para perceber toda a complexidade presente na obra, e é sempre uma surpresa agradável rever os queridinhos do passado sob um olhar mais maduro e perceber que ainda são relevantes para nossas vidas (como em Shrek, onde as piadas de insinuações adultas só são percebidas depois que assistimos com mais idade, e pelos pais – ou não – que assistiram na época). Vida de Inseto, a segunda animação da Pixar (lançada 3 anos depois de Toy Story) que completa agora seus 20 anos, aposta nessas entrelinhas e consegue agradar todas as idades.

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Com Amor, Simon acerta em dar e pedir amor ao seu público

“Todo mundo merece uma grande história de amor”

Guilherme Luis

Representatividade, diversidade, inclusão e aceitação são palavras que têm tomado a cultura pop por completo. “Call Me By Your Name” surgiu como o representante LGBT+ no último Oscar, sendo até bem cotado ao prêmio principal devido ao vencedor “Moonlight” do ano anterior, também com um protagonista gay. Esses dois exemplos, contudo, fazem parte de um nicho do cinema mais conceitual, o típico “filme de Oscar” que, no geral, não chega ao grande público. Nesse 5 de abril as coisas mudam drasticamente com a chegada aos cinemas brasileiros de “Com Amor, Simon”, uma rara grande produção de estúdio sobre um romance gay.

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Melhores Discos de Março/2018

Marina Diamandis, FKA twigs, Florence Welch e Lana del Rey: o squad reunido (Reprodução)

Gabriel Leite Ferreira, Leonardo Teixeira e Nilo Vieira

Março repetiu a tendência dos meses passados: o underground dominou, enquanto o mainstream marcou presenças pontuais. Do metal mais fúnebre ao r&b dor de cotovelo, enfim, tem pra todos os gostos! Confira:

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Os Beatles quebrando a cebola de vidro

Gabriel Rodrigues de Mello e Maria Carolina Gonzalez

Em 22 de março de 1963, o mundo passaria a conhecer a potência e a ambição do famoso quarteto de Liverpool em apenas 32 minutos. Apesar da pouca duração, o impacto que Please Please Me trouxe para o rock e para a evolução da indústria musical ainda é modelo para várias gerações.

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The Legend Of Zelda: 20 anos de ocarina e mais!

No ano de 2018, quatro jogos de uma das maiores sagas de jogos já vistas fazem aniversários importantes: os títulos de The Legend of Zelda, criada por Shigeru Miyamoto e lançada pela Nintendo. Completando 25, 20, 15 e 5 anos (!) temos Link’s Awakening, Ocarina of Time, Wind Waker e A Link Between Worlds. Neste texto abordaremos dois desses títulos. Acompanhe a seguir!

Shigeru Miyamoto, criador de Zelda e outros jogos de sucesso

Raul Galhego

Quando todos passaram a saber o que é uma ocarina

Lançado em novembro de 1998 no Japão e nas Américas e em dezembro na Europa, Ocarina of Time completa seus 20 anos. Sucesso de críticas e arrebatador de muitos prêmios importantes – incluindo o título de Jogo do Ano no 2º Prêmio anual Interactive Achievement Awards e duas vezes considerado pelo Guinness o jogo mais bem avaliado – é o primeiro da saga em 3D, trazendo novos aspectos de jogabilidade e gráficos não vistos em nenhum outro jogo da época. Continue lendo “The Legend Of Zelda: 20 anos de ocarina e mais!”

PAESE Corp., Mitolorgia e a periferia na cena cultural

Logo da PAESE (Foto: Divulgação/PAESE)

Egberto Santana Nunes

Há 21 anos, o grupo de rap RZO lançava o clássico single O Trem, cujo seguinte trecho “Pegar o trem é arriscado, Trabalhador não tem escolha, Então enfrenta aquele trem lotado”  iria grudar nas mentes do público, chegando até a virar sample da banda de hardcore paulistana Discarga. Quando o problema nos trens descrito na letra se agrava, a Companhia de Transportes Metropolitano (CPTM) invoca a PAESE – Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência. Além disso, é também o nome pensando entre quatro amigos para designar a mais nova produtora musical independente da Zona Leste.

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Aniquilação e o papel do “eu” num mundo repleto de cópias

Dirigido por Alex Garland, ficção científica traz Natalie Portman comandando um elenco de respeito (Foto: Netflix)

Vitor Evangelista

A fusão entre ficção científica e filosofia está presente na Sétima Arte desde muito antes dos filmes de Stanley Kubrick ou James Cameron. A maneira como essa arte apresenta aspectos íntimos do ser humano e os debate em ambientes místicos e distantes da realidade vivida pelo homem ecoa na mente do espectador, brindando a ele obras-primas e filmes com muito significado a ser discutido.

Aniquilação, distribuído pela Netflix, dirigido por Alex Garland e protagonizado por Natalie Portman, faz jus ao gênero cientifico-filosófico ao narrar a história de um grupo de cientistas que partem numa missão secreta. Essa que acaba por culminar num território vivo que desafia as leis de natureza e oferece perigos ao mundo.

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Com Lenine, público definitivamente não saiu só

Nada de solidão: Lenine cantou para todos (Foto: Heloísa Manduca)

Esbanjando bom humor, Lenine trouxe fusão entre ótimo repertório e crítica social

Guilherme Hansen e Heloísa Manduca

Enquanto a cidade de São Paulo viveu o festival de música Lollapalooza, Bauru não ficou de fora do agito. Aconteceu no último sábado, 24, no ginásio do Sesc, o show do cantor pernambucano-carioca Lenine. Com uma retrospectiva ao longo da sua carreira e menção em defesa do caso Marielle Franco, Lenine trouxe música boa para quem sabe ouvir.

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O prazer sombrio do Roxy Music

Estileira completamente foda: imagem do gatefold original de For Your Pleasure (Reprodução)

autor

O grupo britânico Roxy Music quiçá seja a encarnação máxima do glam rock. David Bowie pode ter surgido antes, mas a trupe comandada pelo vocalista Bryan Ferry elevou os arranjos coloridos e roupas chavosas do estilo a outro patamar na década de setenta. Interessante notar, porém, que sua obra-prima utiliza dessa estética sob perspectiva sombria, às vezes beirando o desconfortável.

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