Lady Gaga debate saúde mental através de um sonho conceitual em 911

Gaga começa o curta no meio do deserto cercada por romãs (Foto: Interscope Records)

Gabriel Gatti

Não falta conceito para a era Chromatica e para Lady Gaga. Lançada em fevereiro de 2020, a primeira faixa divulgada do novo álbum da cantora foi Stupid Love, na qual os fãs foram convidados a entrarem em um mundo criado pela Mother Monster. O clipe, entretanto, falhou na hora de entregar a ideia. O excesso de chroma key e os looks toscos comprometeram o conteúdo do vídeo. Com Rain On Me não foi muito diferente: a parceria com Ariana Grande resultou em um hit aclamado pelos fãs, porém deixou a desejar ao focar demasiadamente na coreografia e não pensar na construção de uma narrativa. No entanto, o mesmo erro não ocorreu no curta-metragem de 911. Dirigido por Tarsem Singh (Dublê de Anjo, 2006), o vídeo traz história, figurinos bem produzidos e muito conceito.

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Chromatica é um divã na pista de dança

Capa da versão deluxe (Foto: Norbert Schoerner/Interscope Records)

Jho Brunhara

Lady Gaga é uma ótima contadora de histórias. Desde seu primeiro projeto, quando sua persona foi construída através de uma imagem bizarra, instigante e quase mística, a nova-iorquina não estava ali só pelas músicas. Estava pelos visuais, conceitos pretensiosos que funcionam, e principalmente, sua narrativa. Uma jovem seduzida e engolida pelo monstro da fama; depois uma alien-mãe lutando pela liberdade de seus monstrinhos; um híbrido metade-Warhol metade-Gaga nascido de um ovo azul botado por Jeff Koons; uma grande homenagem póstuma meio country; e agora, Chromatica

Nem sempre é possível entender exatamente o que a artista quer contar em todos os universos que cria, como no controverso ARTPOP, mas dessa vez a mensagem chega clara ao ouvido deste planeta: Chromatica soa como uma celebração. O primeiro disco de Gaga sem nenhuma balada para desacelerar o caminho de suas 16 faixas incorpora o house e o dance dos anos 90, luta pelo seu espaço nas pistas de dança do presente, e relembra o mundo que às vezes você só precisa dançar, mesmo que sozinho em seu quarto, e tudo vai ficar bem. 

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