Halloween de 2018 é uma celebração ao clássico que originou a franquia

O confronto atemporal de Michael Myers e Laurie Strode ainda encanta os fãs da franquia (Foto: Blumhouse)

Ma Ferreira

Assistir ao Halloween lançado em 2018 é como revisitar o clássico de 1978, Halloween – A Noite do Terror. Apesar das dez continuações existentes , podemos considerar a narrativa mais recente como uma continuação direta ao icônico filme de John Carpenter. Nesta trama, sob direção de David Gordon Green, após quarenta anos dos assassinatos, Myers escapa de uma transferência entre unidades psiquiátricas e vai atrás de sua principal obsessão: Laurie Strode. Com cenas que remetem a gênese desse confronto, vemos como foi o desenrolar da vida desses dois personagens nesse período e da preparação deles para este reencontro.

A importância da franquia é retomada neste filme que não pretende ser somente mais uma continuação, mas sim reviver o espírito e a importância que Myers tem como um grande vilão da cultura pop. Pretende, ainda, homenagear Jamie Lee Curtis que deu a vida a Laurie, sendo uma das primeiras final girls a cativar o público, se mostrando sagaz, inteligente e não se expondo em cenas de nudez desnecessárias como eram corriqueiras nos slashers dos anos 1970 e 1980. Nesta produção, o papel de mulheres fortes se intensifica pela união de Laurie, sua filha e sua neta em torno de um objetivo comum: acabar com o “bicho-papão”.

A trama do retorno do mal se inicia quando dois repórteres investigativos vão tentar entender o caso e, para isso, decidem falar com o próprio Myers. De modo irresponsável, seu atual psiquiatra, o Dr. Sartain (Haluk Bilginer), deixa que o casal de jornalistas instigue o assassino, repetindo falas sobre Laurie e exibindo a máscara que representa sua real personalidade. Esses momentos servem de gatilho para que Myers vá à busca do que o completa, a caçada por Laurie Strode, mas o que ele não espera é que todos estes anos serviram para que ela estivesse pronta para esse reencontro.

Michael Myers continua sendo um dos vilões mais icônicos do Terror (Foto: Blumhouse)

Todos esses anos só serviram para piorar as paranoias de Laurie a respeito de Myers. Sempre alerta a possibilidade de uma nova ameaça, ela acabou sendo rechaçada por sua família. Passou por dois divórcios, perdeu a guarda e o diálogo com sua filha, Karen (Judy Greer). Apesar de todos os efeitos traumáticos que Laurie enfrentou, sua neta, Allyson (Andi Matichak), foi a única que durante toda a jornada de recuperação da avó a deu credibilidade e tentou aproximar as familiares. Entretanto, o que une novamente essas personagens de modo efetivo é o que as separou inicialmente, ou seja, a perseguição de Michael Myers.

Halloween (2018) traz várias cenas de referência ao original, algumas considerações do próprio John Carpenter no roteiro e, obviamente, a querida heroína Laurie, vivida por Jamie Lee Curtis. Esses elementos provavelmente contribuíram para que o filme seja considerado um sucesso entre os fãs da franquia, uma grande homenagem a Curtis e principalmente um retorno digno a Myers, que já conta com duas sequências, Halloween Kills, lançado neste mês de outubro e Halloween Ends, com previsão para 2022, sendo o último filme da trilogia.

David Gordon Green garantiu, assim, que Myers continue saindo às vésperas do Dia das Bruxas, com sua máscara assustadora, para apavorar os jovens. Pelo menos podemos ficar tranquilos, tendo a certeza que sempre existirá o bem através de protagonistas femininas fortes que estão dispostas a tudo para enfrentá-lo. Não só contribuiu para que uma franquia que revolucionou o Terror continuasse a existir, como o assassino que sempre renasce das cinzas, mas serviu aos fãs do gênero a digna homenagem que esta obra cinematográfica merecia. Nos resta agora revisitar esses slashers e aguardar o retorno do assassino de babás neste mês.

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