Em meio a lutas épicas, a busca por uma cura desconhecida e a construção de amizades improváveis, Tanjiro Kamado tece sua história repleta de coragem, bravura e sensibilidade. Assim, se cria Demon Slayer (originalmente: Kimetsu No Yaiba), anime que segue seus conterrâneos Attack on Titan e Naruto, que trabalham com narrativas recheadas de sentimentalismo fraternal e batalhas sangrentas, tudo em um só combo. O resultado é uma mistura que conquistou não só o público asiático, mas rompeu barreiras e alcançou o ocidente.
Mais um ciclo chega ao fim, um que foi forçado a terminar antes da hora. Nós sabemos que uma hora tudo vai acabar, mas é sempre mais triste quando precisamos nos despedir mais cedo. E assim, The Owl House – A Casa da Coruja, em português – se encerra, antes da hora e deixando saudades, mas mostrando como uma animação tem capacidade de tocar profundamente seu público.
Pluto, anime distribuído pela Netflix e produzido pelo Studio M2, é a adaptação do mangá homônimo escrito e ilustrado por Naoki Urasawa, mangaká responsável também por outros sucessos, como Monstere 20th Century Boys. O mangá e sua adaptação escolhem recontar The Greatest Robot On Earth, uma das várias histórias de Astro Boy, escrita e publicada pelo lendário Osamu Tezuka em 1965. No anime, nós acompanhamos Gesicht, um robô detetive que passa a investigar assassinatos de robôs e cientistas que, de alguma forma, estão interligados a um conflito geopolítico global ocorrido anos antes.
Rachel Weisz nunca pode ser demais e Gêmeas – Mórbida Semelhança sabe disso. Com a atriz britânica na pele das gêmeas Beverly e Elliot Mantle, a releitura do filme (quase) homônimo de David Cronenberg vira do avesso para explorar o outro lado da moeda: o longa original se torna uma minissérie e os irmãos, irmãs. No entanto, a obsessão e a relação doentia um pelo outro se mantém e a produção leva os limites médicos ao extremo, ao mesmo tempo que lida com duas figuras opostas presas em uma só.
Na série, Beverly e Elliot são médicas obstetras insatisfeitas com a maneira como o sistema de saúde lida com mulheres grávidas. Juntas, elas buscam investimento para abrir seu próprio centro de maternidade. A perfeita harmonia das duas beira a insanidade, mas a simbiose funciona no âmbito profissional e pessoal – até a chegada de Genevieve (Britne Oldford). Quando a atriz se envolve com uma das irmãs e elas se veem obrigadas a não mais viver uma para outra, o desequilíbrio leva desde a convivência doméstica até os bastidores da medicina ao extremo.
Em 1997, ao lançar o álbum Sobrevivendo no Inferno, os Racionais MC’s propuseram, pela primeira vez na grande mídia, uma reflexão acerca das dificuldades enfrentadas pelas pessoas na periferia, além de questionar o que leva certos indivíduos neste contexto ao dilacerante sistema carcerário. Embora seja incerto o número de participantes de facções dentro de presídios, certamente é algo a ser discutido. O Primeiro Comando da Capital, popularmente conhecido como PCC, tem uma presença enorme dentro e fora das prisões, mas continua-se a ignorar este fato, uma vez que é de extrema delicadeza debater sobre como são tratados indivíduos periféricos num contexto prisional e seus efeitos na sociedade civil.
“A cadeia é um moedor de ser humano”. A frase dita pelo ex-agente penitenciário Diorgeres Victorio é o ponto de partida que a direção de PCC: Poder Secreto – exibida pela Max, antiga HBO Max – evidencia durante os quatro capítulos da obra. Entre Carandiru, Pedro Juan Caballero, Taubaté e Presidente Venceslau, os presídios são idênticos – não há nenhuma atividade de ressocialização; há somente o trancafiamento. E é a partir daí que começamos a entender o surgimento da facção.
Já faz alguns anos que, no histórico duelo de lançamentos entre Marvel e DC, as fórmulas odisseicas perdem o borogodó, a perfuração do espaço-tempo vira argamassa criativa e poucas narrativas se sustentam com fôlego e eficiência. Só que, enquanto a crise tenta trancar a porta do sucesso, The Boys vem, estilhaça uma janela e instala uma anarquia para tirar sarro do mito dos heróis. Depois de três recheadas temporadas cuidando do cerne aparentemente adulto da questão, o universo se abre para receber as doses de tesão e rebeldia de Gen V, spin-off centrado em uma trupe de jovens que, aos poucos, percebe o quão traiçoeira é a selva do capitalismo para quem carrega poderes sobre-humanos e hormônios à flor da pele.
Ambientada em uma visão extremamente colorida do ensino médio, Sex Education sempre ancorou sua narrativa em um ditado simples, mas poderoso: o sexo e toda a ansiedade que o envolve são fundamentais para o senso de identidade de cada adolescente. Ao abraçar sem pudores o potencial didático de sua premissa, cumprindo a promessa provocativa do título em cada um de seus episódios, a quarta e última temporada da série encerra organicamente o ciclo e enfatiza que seu espaço no topo foi conquistado desde o início, o que muitos já sabiam.
2023 foi um ano e tanto para a Televisão. Com grandes estreias e adaptações que eclodiram, títulos importantes também nos deixaram com seus últimos episódios. No que diz respeito às premiações, o ano atípico ganhou mais uma reviravolta: o adiamento das cerimônias e produções em prol da justa greve que parou Hollywood. Tradicionalmente, o Persona preparou um compilado com as melhores séries.
Entre as 51 séries selecionadas, Succession lidera o número de menções (8) em primeiro lugar. Logo depois, o apocalipse de The Last Of Us(4) e a cozinha caótica de The Bear (3) aparecem como destaque em meio às favoritas. Na batalha entre streamings, a Netflix assume a liderança absoluta com 16 aparições. Em sequência: Max (7), Amazon Prime Video(6), AppleTV+, Globoplay e Disney+(3), eParamount+(2).
A grande parte das produções são dos Estados Unidos, porém, alguns seriados brasileiros deram a cara por aqui com novelas e minisséries. Dentre elas, Cangaço Novo, Elas Por Elas e Vai Na Fé. Nós sempre acompanhamos as principais premiações da Televisão, o que explica 19 dos títulos escolhidos terem sido indicados ao Emmy de 2023 como The Other Two, Jury Duty e Dead Ringers.
Os realities roubaram a cena em 2023, seja tratando de moda, esporte, namoro ou sobrevivência. Next In Fashion, Casamento às Cegas: Brasil, A Batalha dos 100 e RuPaul’s Drag Race são alguns dos nomes bastante citados. Spin-Offs também marcaram presença forte, como os derivados de Bridgerton e Hora de Aventura: Rainha Charlotte e Fionna & Cake.
A nossa seleção conta com os mais diversos gêneros, com séries para a família toda como o heroísmo de Minhas Aventuras com o Superman e outras um tanto quanto explícitas à la Sex Education. Para além do adeus à família Roy, Maravilhosa Sra. Maisel, Ted Lasso e Barryvão deixar saudade. Abaixo você confere a lista mais que especial das melhores séries de 2023, escolhidas a dedo pela nossa Editoria e colaboradores.
Ahsoka Tano é uma personagem criada por George Lucas e Dave Filoni em 2008 para ser a Padawan do cavaleiro Jedi Anakin Skywalker, no primeiro e único filme animado de Star Wars até hoje. Em seguida, ela também se tornou protagonista do ótimo Star Wars: The Clone Wars, ganhando o carinho dos fãs e se tornando uma das figuras mais populares desse universo ao longo das sete temporadas da série animada.
Ahsoka e Filoni têm muito em comum. O atual diretor-executivo criativo da Lucasfilm foi convocado diretamente por Lucas para, primeiramente, comandar o departamento de animações da empresa. Foi nesse posto e nas suas diversas conversas com o produtor que ele foi evoluindo como roteirista e diretor, se estabelecendo como a principal mente criativa da franquia atualmente. Então, quem melhor do que Dave Filoni para comandar a série live-action de Ahsoka e nos contar uma história sobre mestres e aprendizes?
Nas séries centradas em adolescentes, as primeiras experiências são o ponto de partida para que a história se desenrole. A partir delas, sentimentos amorosos, dificuldades do Ensino Médio e o crescimento inerente dessa fase participam do processo de formação de um indivíduo. Em Com Carinho, Kitty, spin-off da trilogia de livros Para Todos Os Garotos Que Já Amei – adaptados pela Netflix -, a autora Jenny Han utiliza o formato televisivo para contar a jornada de Kitty (Anna Cathcart) em busca das suas raízes coreanas.