“Eles estão queimando todas as bruxas, mesmo que você não seja uma” (Foto: Mert and Marcus)
Ana Laura Ferreira
“O mundo gira, outro dia, outro drama” é apenas uma das frases do single de abertura da era reputationque, há 5 anos, revolucionou tudo que sabíamos – ou pensamos saber – sobre Taylor Swift. E ela não poderia ser mais franca. Drama é uma palavra recorrente na vida da cantora, mas que ganhou novos fins ao ser transformado em um dos maiores álbuns pop de todos os tempos. A fama de reputation foi um tanto tardia, com a crítica especializada da época defendendo que ela poderia ter feito mais. Mas como qualquer grande obra de arte, foi apenas depois de anos que nos encontramos maduros o suficiente para apreciar sua grandeza.
FEELS, primeiro álbum da cantora Snoh Aalegra, foi lançado em outubro de 2017 (Foto: Joseph McDermott)
Isabela D’Avila
Quando Prince te convida para comer donuts, mesmo que seja às quatro da manhã em uma cidade totalmente desconhecida, você vai. Essa foi a primeira das muitas outras experiências inesperadas vividas por Snoh Aalegra com o artista, que decidiu por espontânea vontade orientar a cantora, depois de se apaixonar por sua voz. Assim como ele, talvez depois de ler esse texto e ouvir algumas músicas de Aalegra, você também se apaixone por uma das vozes mais envolventes da cena do R&B atual.
Lançado no ano anterior, Slippery When Wet foi o disco mais vendido de 1987 (Foto: Mark Weiss)
Nathalia Tetzner
O ano era 1986 e Bon Jovi se deixava escorregar por lugares ainda não explorados com Slippery When Wet, o terceiro projeto em estúdio da banda. Marcadas pela sonoridade do hard rock, as 10 faixas transitam com malícia pela euforia e provocam a sensação de congelar o tempo, atos que explicam as 12 milhões de cópias certificadas pela Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA) e a presença na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall Of Fame. Em 2022, 36 anos desde o seu lançamento, o disco prova a sua atemporalidade com as composições que se tornaram clássicas.
Terceiro álbum mais transmitido da história do Spotify, o debut da britânica é o primeiro trabalho de uma artista feminina a contabilizar 9 bilhões de streams (Foto: Warner Bros. Records/Rankin)
Vitória Vulcano
O ano de 2017 foi marcado pelo início da mais recente reviravolta a atingir o berço de Lady Gaga em cheio. Dialogando com uma crise de identidade, ou surfando na onda de reinvenções prostradas, o gênero que aprendeu a fazer história dominando o topo das paradas vivia uma representação insossa, desmedidamente guiada pelo instantâneo e fragilmente centrada no sucesso de personalidades masculinas. Então, quando o rap assumidamente superou o pop, todos sabiam que não era questão de longevidade; mas, sim, de poder popular.
Manifestada como frescor musical, Dua Lipa foi um dos dezenas de nomes designados para aguar o tal deserto criativo. Os primeiros singlesda inglesa já agitavam as rádios europeias um ano antes, investindo em experimentações que uniam metáfora à melodia. Só que mudar – ainda que minimamente – as rédeas da derrocada do ritmo chiclete exigia se colocar para jogo além do compromisso de nivelar sua estreia na indústria sonora. A típica exploração visual e lírica do pertencimento, responsável por estruturar personas novatas nos acordes, dependia da precisão tomada no processo. Curiosamente, entre formas e testemunhas, a caloura Lipa decidiu pela coragem de se autointitular a nova via do pop.
Deixando a Gucci de lado por um instante, Harry usa na capa do álbum um dos looks da última coleção de verão da designer inglesa Molly Goddard (Foto: Columbia Records)
Gabrielli Natividade da Silva
Não é segredo que Harry Styles sabe fazer uma boa Música. Já tendo acumulado mais de cinco anos de carreira solo e alguns grandes prêmios (incluindo um Grammy), o cantor lançou, no dia 20 de maio, seu novo álbum, Harry’s House, formando sua santíssima trindade perfeita. Se Harry Styles narra um amor trágico e Fine Line é um equilíbrio entre quedas e acertos, o caçula é revigorante como a trilha sonora de um clássico filme romântico. São treze novas faixas muito empolgantes e aconchegantes que refletem otimamente que o britânico está em sua melhor fase, cada vez mais seguro de si, de sua vida e, claro, de sua Música.
Destaques de Junho de 2022: Trixie Mattel, Ludmilla, Johnny Hooker e MUNA (Foto: Reprodução/Arte: Henrique Marinhos)
Entre fogueiras e bandeirolas de São João, o universo do pop em junho recebeu visitas quentes. Depois de muito tempo distante dos holofotes, foi a vez de Beyoncé hastear suas bandeiras e renascer. No singleBREAK MY SOUL,de seu tão esperado futuro álbum, intitulado Renaissance, a texana quer a emancipação pela dança e pela liberdade do movimento que apenas a Música house faz florescer. Ao se debruçar sobre as sonoridades das pistas de dança, a cantora está distante de abandonar o político; ainda mais quando retoma, na canção, as potências negras e queer do Disco, da bounce music, reverenciada na sample de Big Freedia, uma de suas maiores representantes.
Nome por trás do fabuloso e singular AGROPOC, o cantor fala sobre as origens de sua Música, parcerias dos sonhos e o papel do sertanejo no mundo de hoje
Em mais um conteúdo especial do Mês do Orgulho LGBTQIA+, o Persona recebe o cantor Gabeu, em nossa primeira entrevista no campo da Música (Foto: Gabeu/Arte: Vitória Vulcano)
Raquel Dutra e Vitor Evangelista
Dono de um dos Melhores Discos de 2021, Gabeu tomou conta do ano passado no cenário do queernejo. Como parte do Especial do Mês do Orgulho, o Persona retoma o quadro de entrevistas e inaugura a editoria de conversas musicais para receber a estrela em ascensão, em um papo que viaja de suas raízes no gênero musical até as mais diversas influências que fizeram de AGROPOC, seu trabalho de estreia, um dos destaques musicais mais instigantes e criativos da cena atual.
Depois de um atraso de 2 anos por conta da pandemia, a LTWT passou pelo Brasil entre os dias 27 e 29 de maio, com 3 shows esgotados no Rio de Janeiro e em São Paulo (Foto: Joshua Halling)
Ana Laura Ferreira
Depois de quase dois anos completos em casa, aos poucos estamos voltando a vida normal, tendo a possibilidade de reencontrar amigos, família e até mesmo nossos ídolos. Com uma espera de oito anos sem pisar em terras brasileiras, e uma demora agravada pela pandemia, o fandom do cantor Louis Tomlinson finalmente pôde desfrutar dos vocais perfeitos e da presença de palco impecável do britânico em sua primeira turnê solo. Intitulada Louis Tomlinson World Tour (LTWT), a sequência de shows que vem rodando o mundo desde fevereiro de 2022 mostra o poder que o ex-One Direction tem para cativar, apaixonar e esgotar milhares de ingressos por onde quer que passe.
Destaques de Maio de 2022: Kendrick Lamar, Florence + the Machine, Ethel Cain e MC Dricka (Foto: Reprodução/Arte: Ana Clara Abbate)
Seguindo nossas publicações mensais, o quinto mês de 2022 trouxe muitas novidades, selecionadas a dedo pela Redação do Persona. As celebrações no mundo da Música vão da turnê de despedida de Milton Nascimento, passando pelo reconhecimento da obra de Taylor Swift pela New York University (NYU), atravessando o mais recente ressurgimento comercial do clássico de Kate Bush, devido ao sucesso da nova temporada de Stranger Things, acordando o Pedrinho com o novo hit brasileiro e desembocando nos prolixos novos álbuns de The Smile e Kendrick Lamar. Preparem os ouvidos para a nossa playlist, pois o Nota Musical de Maio chegou.
Ctrl, primeiro álbum da cantora SZA, foi lançado em junho de 2017 (Foto: RCA Records)
Isabela D’Avila
Apesar de cedo já ter aberto espaço no mundo da Música com suas composições e seus vocais encantadores, ninguém tinha ideia do impacto que o primeiro álbum de Solána Rowe, ou, como é conhecida mundialmente, SZA,faria na indústria musical. Nem mesmo ela imaginava o que a esperava depois da estreia de Ctrl, disco lançado em 9 de junho de 2017. Disponibilizado pela RCA Records e Top Dawg Entertainment, gravadora de Kendrick Lamar, na qual a cantora foi a primeira mulher a entrar, o CD recebeu aclamação da crítica e estreou em terceiro lugar na Billboard 200.