Com Xuxa, nova adaptação de Uma Fada Veio Me Visitar tenta evitar um resultado decepcionante nos cinemas

A apresentadora Xuxa Meneghel aparece nos bastidores do filme Uma Fada Veio Me Visitar, caracterizada como a Fada Tatu. Ela veste um vestido azul esvoaçante, usa uma peruca colorida com tons de loiro, rosa e azul, e segura uma varinha ao lado do rosto, exibindo um sorriso radiante.
De volta aos cinemas depois de 14 anos, a Rainha dos Baixinhos tenta conquistar o público infantil com lição de moral sobre cancelamento na internet (Foto: Blad Meneghel)

Matheus Santos

A última aparição de Xuxa como protagonista em filmes infantis foi há 14 anos, na adaptação do livro O Fantástico Mistério de Feiurinha, escrito pelo renomado autor de literatura infanto-juvenil Pedro Bandeira. Na época, o longa-metragem, cheio de falhas de roteiro e clichês, foi responsável por levar aos cinemas pouco mais de 1.300.000 espectadores, número relativamente baixo se levarmos em consideração que Lua de Cristal foi o título brasileiro de maior bilheteria dos anos 1990.

Depois do fiasco de É Fada! (2016), a primeira versão para o audiovisual do best-seller de Thalita Rebouças, Uma Fada Veio Me Visitar, estrelada pela sensação do YouTube e atriz Kéfera Buchmann, foi a vez da Rainha dos Baixinhos interpretar a fada Tatu. Ambas as produções apostaram na presença de influenciadores digitais para chamar a atenção do público. Na montagem mais recente, por exemplo, a também youtuber Camila Loures aparece em cenas relativamente curtas e mal roteirizadas.

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Renaissance: o verdadeiro renascimento da expansão da narrativa criativa de Beyoncé

Cena do filme Renaissance: a film by Beyoncé. Na cena vemos a cantora norte-americana Beyoncé, mulher negra de olhos castanhos claros, ao centro da imagem tocando a lente da câmera que está fotografando-a. Ela usa um capacete feito de metal e um adereço similar a um piercing em seu lábio inferior da   boca. Ao fundo, é possível ver uma espécie de arco com estrutura de metal posicionado ao centro. O ambiente está escuro e a imagem está em preto e branco.
Renaissance World Tour foi uma das turnês lucrativas de 2023 (Foto: Parkwood)

Vitória Borges

Desde o início da carreira, Beyoncé elevou não apenas o padrão da música pop, mas também redefiniu os limites de versatilidade e transição entre os gêneros musicais. Dito isso, é inegável dizer que a artista não é uma das cantoras mais bem consolidadas no mundo da Música. Em seu mais recente trabalho, o documentário Renaissance: A Film by Beyoncé, a performer mergulha nas profundezas da criatividade e da expressão artística, e revela uma jornada única conduzida por ela mesma. O longa acompanha o trajeto da Renaissance World Tour desde o primeiro show em Estocolmo (Suécia), até o último ato em Kansas City (Estados Unidos), expondo os altos e baixos dos bastidores da produção de uma das turnês femininas mais lucrativas da história.

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E o prêmio vai para… quem pagou a quantia mais alta!

Foto da atriz Gwyneth Paltrow, atriz branca com cabelos loiros. Ela está em um palco, segurando a estatueta dourada e comemorando a sua vitória. Ela usa um vestido rosa, um colar e brincos.
Em entrevista para a revista Vogue, Gwyneth Paltrow revelou que, hoje em dia, usa a estatueta que ganhou em 1999 como apoio à porta de casa (Foto: Timothy A. Clary/AFP via Getty Images)

Guilherme Machado Leal

Quando assistimos a uma premiação, sempre vem aquela dúvida na cabeça: será que o ganhador realmente é o melhor? O merecimento vence o favoritismo? Infelizmente, em muitos dos casos, não. O clássico que vem à memória é a edição do Oscar de 1999. Naquele ano concorriam cinco atrizes: Cate Blanchett, Emily Watson, Fernanda Montenegro, Gwyneth Paltrow e Meryl Streep. A vencedora da estatueta foi ninguém menos que Paltrow. Chocando os presentes e aqueles que viam de casa, a injustiça cometida é lembrada anualmente pelos amantes da Sétima Arte. E com essa lembrança, surge a palavra lobby.

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No Oscar do cachorro, ainda falta humanidade

Arte que faz menção a 96ª edição do Oscar. Nlea, vemos, da esquerda para a direita e recortados: Christopher Nolan, um homem branco de cabelos loiros e que veste smoking e camiseta branca; Da'vine Joy Randolph, uma mulher negra, de cabelos loiros e que veste um vestido azul claro; Messi, um border collie de pelos brancos e pretos e que veste uma gravata borboleta preta; Emma Stone, uma mulher branca de cabelos ruivos e que veste um vestido branco e colar prateado; Mahito e a Garça da animação O Menino e a Garça. Ryan Gosling, um homem branco de cabelos loiros que veste smoking, camisa e calça rosa e Cillian Murphy, um homem branco de cabelos pretos e olhos azuis que veste smoking preto, camisa branca e gravata preta. Ao fundo, a imagem é laranja com alguns detalhes em roxo. No canto direito, a logo de um olho na cor laranja e um play na cor preta e no canto superior esquerda os escritos "Persona faz" seguido por "Artigo Oscar 2024" logo abaixo.
A busca por identidade da premiação já demora (e incomoda) demais [Arte: Aryadne Xavier]
Guilherme Veiga

É a principal premiação da temporada, a mais popular, mais glamourosa, que mais dá o que falar e a mais emblemática. Com todos os holofotes voltados para meados de Março, é natural pensar que são essas as razões que fazem com que o Oscar seja a passagem de ciclo entre as temporadas de premiação. O pensamento faz total sentido, mas a própria indústria não o leva em consideração e ano após ano prova esse descaso.

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Os Curta-metragens do Oscar 2024

Assim como os longas, os curtas do Oscar 2024 esbarram nos debates sobre os conflitos mundiais (Arte: Aryadne Xavier)

Muitos dos que se propõem a maratonar a lista dos indicados ao Oscar se esquecem dos curtas-metragens. O desinteresse pela categoria as impede de experienciar histórias valiosas e marcantes em diferentes temáticas e formatos – animação, live-action ou documentário. Os curtas são capazes de explorar qualquer assunto em um tempo limitado sem parecer superficial, te fazem rir, chorar, se inspirar, apaixonar e, às vezes, tudo isso ao mesmo tempo. 

Na ficção, as produções selecionadas pela Academia para a 96ª edição da premiação abordam desde temas coletivos como aborto, abuso infantil e o holocausto, até questões subjetivas e individuais como o luto e memórias da infância. Na categoria documental, as obras retratam, além da vida pacata de duas senhoras e do impacto da música no desenvolvimento de estudantes, denúncias sociais sobre a proibição de livros em escolas, a disparidade econômica-racial e questões diplomáticas. Mesmo que de forma breve, não falham em se aprofundar em temáticas complexas.

Os curtas não ficam para trás dos longas-metragens, nem em qualidade da história, relevância ou impacto emocional. Apesar de serem desvalorizados em relação aos principais prêmios da noite, você só tem a ganhar dando uma chance para essas narrativas. O Cineclube de curtas do Persona vem com essa finalidade: valorizar as produções indicadas e, quem sabe, te incentivar a conhecer um pouco mais sobre essas histórias. – Amabile Zioli e Giovanna Freisinger

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NYAD nada contra a corrente

Inspirado na história real da nadadora Diana Nyad, NYAD encontra abrigo em vencer à contragosto (Foto: Netflix)

Jamily Rigonatto 

Uma travessia de 180 km, Annette Bening e Jodie Foster, a soma equaliza uma das maiores produções inspiradas em histórias da vida real dos últimos anos: NYAD. A trama lançada pela Netflix em 2023 traz um combo de veracidade, suspense e uma atuação de primeira, com um equilíbrio bastante acertado. Dirigido por Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, o longa-metragem mixa tons de persistência e uma ousadia quase negligente.  

O filme conta a história da nadadora Diana Nyad (Annette Bening) que, aos 60 anos, vai em busca de refazer um feito que tentou aos 28: atravessar o oceano de Cuba até a Flórida nadando. O sonho que já parecia completamente insano na juventude, quando a protagonista persistiu por 42 horas no trajeto com uma gaiola de tubarão, mas não conseguiu aguentar, agora soa impossível. No entanto, quebrar as regras do lógico é uma das características desta história.

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Ficção Americana traz drama familiar com uma comédia crítica e ácida

Cena do filme Ficção Americana. Na imagem, o personagem Monk aparece no centro, segurando livros coloridos de sua autoria. Ele usa uma camiseta polo preta, e óculos de grau marrons. Ele está em uma livraria, cercado por prateleiras cheias de livros.
Uma das surpresas do Oscar 2024, Ficção Americana marca o primeiro trabalho de Cord Jefferson na grande tela (Foto: Amazon MGM Studios)

Rafael Gomes

Ficção Americana é a história de Thelonious Ellison – também conhecido como Monk –, um escritor que não lança um livro há anos e que está cansado de como histórias de pessoas negras são tratadas na cultura americana. O filme se divide em dois: a primeira metade é sobre sua família excêntrica e disfuncional, que conta com uma irmã afetuosa (Tracee Ellis Ross), um irmão rebelde (Sterling K.Brown, que rouba a cena) e sua mãe adoecida (Leslie Uggams), que ele visita em Boston. A segunda parte é sobre o livro fictício My Pafology, uma história sobre traficantes armados, tráfico de drogas e pais ausentes, escrito sob a alcunha de Stagg R Leigh e enviado ao seu agente. Monk esperava que a Indústria entendesse a sátira e os estereótipos colocados sobre autores negros, ao forçá-los cada vez mais a escreverem esse tipo de história. Porém, o efeito foi o contrário: o livro se tornou um best-seller e vira o maior sucesso do protagonista.

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Trem caindo, batalhas, robôs, um guaxinim e um kaiju: quem vai vencer o Oscar de efeitos visuais?

Vencedor em 2023, o time de Avatar: O Caminho da Água provavelmente voltará para a disputa com a terceira parte da saga de James Cameron, que será lançada em 2025 (Foto: ABC)

Nathan Nunes

Há um ano, quando o mundo se preparava para o Oscar 2023, duas apostas já eram tidas como certas: Avatar: O Caminho da Água venceria a categoria de Melhores Efeitos Visuais daquela cerimônia e Duna: Parte 2 venceria a da próxima. Naquela época, a segunda parte da adaptação de Denis Villeneuve ainda estava programada para estrear em Novembro e, consequentemente, prevista para angariar uma série de vitórias técnicas, como fez o seu antecessor na temporada de 2021. 

No entanto, em Agosto, essas previsões sofreram um baque, quando a Warner Bros. anunciou o adiamento do longa para Março. A decisão ocorreu devido à greve do Sindicato dos Atores (SAG), cuja uma das regras proibia as aparições dos intérpretes nos circuitos de divulgação dos projetos. Repentinamente, a categoria que tinha seu campeão garantido se viu diante de uma série de possibilidades, tornando-se uma das mais imprevisíveis da temporada. 

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Zona de Interesse: o mal mora ao lado

Cena de Zona de Interesse.
Além da indicação à Palma de Ouro, Zona de Interesse saiu vencedor do Grande Prêmio no Festival de Cannes (Foto: Diamond Films)

Vitória Gomez

Uma tela preta com um som grave ao fundo inicia e encerra Zona de Interesse. A introdução subversiva dá o tom provocante da obra de Jonathan Glazer, que, ao invés de filmar os horrores dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial, aposta no senso ético dos espectadores para interpretar a dissonância entre o que se vê e o que se escuta. Curiosamente, a melhor aposta para o longa-metragem no Oscar, no qual foi indicado em cinco categorias, não é Melhor Som.

Nesse ponto, a aparição de The Zone of Interest escancara algo ainda mais perturbador. Junto de outras produções nomeadas este ano, como o iminente vencedor Oppenheimer (também sobre a Segunda Guerra) e o merecedor Assassinos da Lua das Flores, a premiação parece ter uma predileção por passar a limpo tragédias movidas pelo dedo humano (coincidentemente, em que o dedo é estadunidense). No entanto, a preferência é seletiva: enquanto homenageia documentários propagandísticos, como aconteceu no ano passado com Navalny e pode se repetir esse ano com o manipulador 20 Dias em Mariupol (sobre a guerra na Ucrânia), o país berço do Oscar não só nega um genocídio em andamento, como o financia.

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