30 anos de Barney e Seus Amigos: um dinossauro magenta é capaz de criar laços de amizade?

Foto do elenco do programa infantil Barney e Seus Amigos. Da esquerda para a direita na imagem: uma garota negra de olhos e cabelo escuros está sentada de lado em uma mureta, ela veste uma camiseta xadrez verde e calça e sapatos beges; uma garota branca de olhos e cabelo claros está apoiada com uma mão na corrente de um balanço, ela veste uma camiseta de manga longa azul e uma calça preta; um garoto branco de olhos e cabelo escuros está sentado no gramado com uma bola vermelha em uma de suas mãos, ele usa óculos de grau, veste uma camiseta xadrez azul, uma bermuda azul e calça um tênis preto com meias brancas; uma garota branca de olhos e cabelo escuros está sentada em um balanço ao lado de outra garota, ela veste uma camiseta branca coberta por uma peça rosa; a garota que divide o balanço é branca de olhos e cabelo claros, ela veste uma camiseta azul de botões, uma bermuda cinza e um tênis branco; atrás do balanço onde estão as duas meninas está Baby Bop, uma triceratops verde; um garoto branco de olhos e cabelo claros apoia uma mão na corrente do balanço enquanto segura uma bola de futebol com a outra, ele veste uma camiseta listrada preta e amarela, uma calça jeans azul e um tênis preto e branco; Demi Lovato, pele branca de olhos e cabelos escuros está sentade em uma bola azul, elu usa óculos de grau, veste uma camiseta listrada branca e azul, uma calça e tênis brancos; Barney, um tiranossauro rex magenta está ao lado de Lovato; Selena Gomez, uma garota branca de olhos e cabelo escuros está sentada em uma bola amarela, ela veste uma regata listrada vermelha e branca, uma bermuda jeans, um tênis cinza e meias brancas; B.J, um protoceratops amarelo está atrás de Gomez; um garoto branco de olhos e cabelo escuros está sentado na escada, ele veste uma camiseta de manga longa cinza, uma bermuda branca, um tênis vinho e meias brancas; o último garoto da direita está em pé na escada, ele é branco de olhos e cabelo claros, ele veste uma camiseta azul, uma bermuda marrom, um tênis cinza e meias brancas. O ambiente é um parque de tom marrom e gramado verde
Os trinta minutos de cada episódio de Barney & Friends provaram ser suficientes para fidelizar o laço de amizade com a audiência (Foto: Denis Full)

Nathalia Tetzner

O que é ser amigo? É brincar depois da escola? Ou ser uma família feliz? Não existe uma única resposta correta para a pergunta. Quando pensamos em amizade, é natural que a nossa mente nos teletransporte para a infância, momento em que os primeiros laços são criados. E não há nada que marque os primeiros anos de vida de alguém na mesma intensidade que um bom programa infantil com um personagem super carismático. Há 30 anos, Barney e Seus Amigos provaram que a amizade pode ser carregada de infinitos significados, pode acontecer de diversas maneiras e pode, até mesmo, ser feita entre crianças e dinossauros.

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Billie Eilish nos deixou mais felizes do que nunca

Capa do álbum Happier Than Ever. Nela, a cantora Billie Eilish está com os braços ao redor do seu corpo e o olhar voltado para cima, o fundo possui tom creme. Billie é uma jovem branca, loira, de cabelos lisos e compridos, ela veste uma blusa branca de mangas compridas, e está com os ombros aparentes. No seu rosto, lágrimas escorrem em suas bochechas. Ao lado direito, um pouco acima de sua cabeça, está escrito Happier Than Ever em letra cursiva branca.
Não surpreendendo ninguém, Billie Eilish vem com força no Grammy 2022, com 7 indicações ao todo (Foto: Darkroom)

Vitória Silva

O céu não é o limite para Billie Eilish. Aos 20 anos, a jovem californiana já coleciona 7 gramofones dourados, incluindo o da almejada categoria de Álbum do Ano, por seu disco de estreia. Mais recentemente, ainda celebrou um prêmio da Academia para a sua prateleira, sendo a primeira artista nascida nos anos 2000 a conseguir esse feito. No show business desde 2016, tudo que Billie Eilish Pirate Baird O’Connell toca vira ouro – e não é nem brincadeira. Sua grande máquina de sucessos, movimentada em conjunto com seu irmão FINNEAS, foi a responsável por lhe render a aclamação de WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?. 

Após percorrer o lado mais sombrio de seus próprios pensamentos e sonhos perturbadores, Billie finalmente aterrissa em terra firme. Se emancipando dos delírios da juventude e a pose irreverente da adolescência, a cantora de fato assimilou a entrada da vida adulta em Happier Than Ever. E o ponto de partida do novo disco já apresenta essa comprovação: “Estou ficando mais velha, acho que estou bem/Gostaria que alguém tivesse me dito que estaria fazendo isso sozinha”

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Ame ou Odeie: pela quinta vez, Big Mouth provou que não tem limites

Cena da série em desenho animado Big Mouth. Na imagem, Missy e Nick apoiam as suas costas um no outro enquanto trocam olhares maliciosos. Missy, uma menina negra de cabelo e olhos escuros, veste uma camisa curta amarela e uma calça azul. Nick, um menino branco de olhos azuis e cabelo castanho, veste uma camiseta branca por cima de uma peça azul, enquanto as suas pernas são cobertas por uma calça de tom roxo e o seu nariz está enfaixado. Ao lado dos personagens há uma bicicleta posicionada em um bicicletário. Apoiadas ao meio de locomoção estão duas minhocas do ódio, uma nas cores laranja e vermelha e outra nas cores amarela e roxa. Elas se entreolham e a minhoca laranja usa um óculos de grau. Ao fundo, há uma parede no tom roxo do meio para cima e no tom cinza do meio para baixo, duas janelas completam a cena.
Atenção: Missy e Nick feriram vários direitos humanos na 5ª temporada de Big Mouth (Foto: Netflix)

Nathalia Tetzner 

Amor e ódio são dois extremos, incoerentemente, próximos. Prova disso é o enredo da 5ª temporada de Big Mouth, que mostrou como o caminho entre esses sentimentos tão opostos pode ser curto. Instigados por Jessi Glaser (Jessi Klein) e suas atitudes egoístas, Missy Foreman-Greenwald (Ayo Edebiri), uma de suas melhores amigas, e Nick Birch (Nick Kroll), seu admirador apaixonado, se converteram do amor ao ódio e rapidamente viraram os maiores inimigos da adolescente. Cegos de raiva, eles também roubaram o protagonismo e se tornaram a dupla que os fãs não sabiam que precisavam. 

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Zoey’s Extraordinary Christmas acende pisca-pisca no coração de todos

Cena do especial O Natal Extraordinário de Zoey. Imagem estática. A cena é ambientada ao ar livre, numa loja de pinheiros. Na direita está Maggie, personagem de Mary Steenburgen. É uma mulher branca de cabelos castanhos soltos. Utiliza uma blusa marrom e um casaco vinho por cima. Ao lado dela está Zoey, interpretada por Jane Levy. É uma mulher branca de cabelo ruivo liso e solto. Veste um casaco vermelho e um cachecol estampado. Ao lado de Zoe está Max, personagem de Skylar Astin. É um homem branco de barba e cabelos castanhos. Utiliza uma camiseta preta e uma jaqueta cor chumbo por cima. Mais no fundo da imagem está Emily, interpretada por Alice Lee. É uma mulher asiática de cabelo preto e liso. Veste um casaco preto e empurra um carrinho de bebê. Ao lado dela está David, personagem de Andrew Leeds. É um homem banco de cabelo e barba castanho.
Atenção: essa crítica contém spoilers das duas primeiras temporadas de Zoey e a sua Fantástica Playlist, leia por sua conta e risco (Foto: Roku)

Andreza Santos

“É a época mais maravilhosa do ano” é assim que o Especial de Natal derivado da série Zoey e a sua Fantástica Playlist toma forma, trazendo como cenário de fundo o clima natalino. Apesar desta ser considerada a época mais feliz do ano, para Zoey Clarke – interpretada pela irretocável Jane Levy (de Suburgatory) – se torna algo muito pessoal devido ao recente falecimento de seu pai, Mitch (Peter Gallagher, de Grace and Frankie). Em Zoey’s Extraordinary Christmas vemos a primeira data festiva em que ela passa longe dele, tentando recriar as boas memórias natalinas junto do restante de sua família.

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star-crossed: a feliz tragédia de Kacey Musgraves

As míseras duas indicações ao Grammy 2022 colocam o novo disco de Kacey Musgraves num lugar não tão reluzente quanto o de seu antecessor, mas para a história da artista, é uma obra perfeitamente acertada (Foto: Jasmine Safaeian)

Raquel Dutra

O brilho dourado da juventude, do amor e do sucesso era o que reluzia em Kacey Musgraves desde 2018. Em seu quarto disco, a artista country se aproximou do pop para louvar o auge de sua vida e oportunamente nomeou o momento de Golden Hour. Superando seu nicho e os tabus de seu gênero, a glória da paixão plena e da ascensão da carreira a levou aos lugares de mais prestígio da Música, onde ela superou todas as adversidades e se consagrou como a detentora do Álbum do Ano no Grammy 2019. Mas nos anos seguintes, acabou-se o que era doce. O seu relacionamento com o também cantor country Ruston Kelly chegou ao fim em 2020 e a opulência de seu auge tão aclamado havia se desfeito na volatilidade da Indústria da Música. E agora, Kacey? Perguntaram-se as palavras da própria compositora, que ao fim de sua festa em 2021, assumiu para o mundo, ansioso pelo sucessor de seu melhor disco, tudo o que poderia entregar naquele momento: a sua era desafortunada. 

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Bella Ciao!: La Casa de Papel dá adeus com uma última guerra e muitas emoções

cena de La Casa de Papel. No centro da imagem está o Professor, um homem alto, com barba e cabelos longos e lisos (ambos castanhos), usa óculos de grau de armação preta e tem algumas marcas de expressão em seu rosto. Ele veste roupas sociais: uma camisa cinza suja e rasgada, dobrada até os cotovelos, uma gravata preta também desgastada, e uma calça com cinto, também pretos. Formando um corredor ao seu lado estão alguns militares, todos com o uniforme padrão completo e com armas de grande porte em suas mãos. Todas as pessoas na imagem estão sérias. Ao fundo, vê-se prédios e o céu azul.
Entrando oficialmente no assalto de cabeça erguida, o Professor tenta uma última jogada para salvar seus companheiros (Foto: Netflix)

Gabrielli Natividade da Silva 

O primeiro episódio de La Casa de Papel veio ao ar em 2017, e agora, 5 anos depois, uma das séries mais conhecidas e adoradas da Netflix chega ao fim. A quinta temporada foi dividida em dois volumes (o primeiro lançado no dia 3 de setembro, e o segundo exatos três meses depois), e seguiu a narrativa deixada pela anterior: a gangue ainda estava no Banco da Espanha, depois do assassinato de Nairóbi e da chegada conturbada de Lisboa ao assalto, enquanto o Professor lutava com a fúria da inspetora Sierra e do coronel Tamayo. Só a menção desses pequenos fatos leva à conclusão de que coisas grandes estariam prestes a acontecer para finalizar a produção com chave de ouro e, de fato, aconteceram.

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Freaks ensina: quem vê cara, não vê coração

Cena em branco e preto do filme freaks apresenta um grupo de dez artistas de circo. Com exceção da mulher branca e loira, que usa um longo vestido branco e apresenta um olhar sério, todos os outros apresentam expressões de descontração.
Ao longo de pouco mais de uma hora de filme, Freaks provoca angústia, revolta e empatia (Foto: Metro-Goldwyn-Mayer)

Gabriel Gatti

A padronização da beleza é um fenômeno muito comum e normalizado na sociedade. Ao longo das décadas, o rótulo daquilo que é bonito ou feio vai se alterando, mas sempre continua vigente para julgar quem vai aparecer diante das telas. Se esse cenário já é tão presente nos dias de hoje, imagine ir ao cinema há 90 anos e, ao invés de ver pessoas como o rosto entupido de pó de arroz, se deparar com um grupo de artistas com deficiência. Esse é justamente o caso de Freaks, um clássico de Tod Browning, que estreou em 1932 com muita polêmica.

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Calambre sonoriza a revolução que Nathy Peluso incorpora

Capa do álbum Calambre. Nathy Peluso, uma mulher branca de cabelos castanhos e longos, está centralizada na imagem. Ela salta em posição de espacate enquanto segura, com os dois braços acima de sua cabeça, um fio branco com tomada em uma das extremidades. Nathy ainda veste bandagens em várias partes do corpo. Ao fundo, uma parede branca com a sombra da cantora.
“Sou eu quem pega o plugue e causa o choque – de paixão, alegria, o que quer que seja. Quero agitar a coragem das pessoas de tal forma que elas não consigam se conter” (Foto: JP Bonino)

Vitória Vulcano

Inúmeros são os prismas musicais de origem latina que despontam na indústria atual. A efervescência emergida de tantos ritmos vira elixir não somente rompendo com a hegemonia maçante da língua inglesa nos centros de visibilidade, como também investindo em criar, revisitar e renovar leituras artísticas. No entanto, mesmo ascendida nesse cenário difusor de novidades, Nathy Peluso surpreende no mínimo e no estrondoso desde o início de sua carreira. 

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O Batman de Matt Reeves se vinga dos filmes de super-heróis

Cena do filme Batman. O Batman (Robert Pattinson) olha através de um vidro molhado, para frente. A metade superior de seu rosto é coberta por um capacete preto que mostra apenas os olhos. Ele usa uma capa preta com um colarinho alto. Ele é um homem caucasiano, de olhos azuis. Uma luz amarela vem detrás dele, iluminando as gotas no vidro, fora de foco. Está de noite e tons escuros e amarelos aparecem atrás dele, também fora de foco.
O novo Batman pertence aos bissexuais emos que só usam couro (Foto: Warner Bros. Pictures)

Gabriel Oliveira F. Arruda

O anúncio de Robert Pattinson como o novo vigilante noturno da DC Comics provocou intensas reações entre os entusiastas mais fanáticos, desinteressados em separar o currículo extenso e impressionante do ator de seu papel como galã da saga Crepúsculo. No entanto, para aqueles de nós maduros o suficiente para não se importar com tal associação (o que é um morcego para quem já foi vampiro?), a expectativa para o novo longa só aumentou: afinal de contas, o que seria o Batman de Pattinson?

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Drive My Car: nada dói mais do que a verdade não dita

Cena do filme Drive My Car. Nela estão Yûsuke e Misaki sentados no banco da frente de um carro vermelho, em ordem. Yûsuke é um homem nipônico de meia-idade com cabelo curto preto. Misaki é uma jovem nipônica com cabelos pretos. O carro está andando sobre uma estrada. No fundo estão montanhas e postes de sinalização.
Destaque do círculo de críticos de Cinema em 2021, Drive My Car teve estreia mundial no Festival de Cannes 2021, tornando-se a primeira produção nipônica a disputar o prêmio de Melhor Filme no Oscar, além de ser o filme japonês com mais indicações na história da cerimônia (Foto: C&I Entertainment/MUBI)

Ayra Mori

Desde a vitória histórica da produção sul-coreana de Bong Joon-Ho, Parasita, na categoria de Melhor Filme no Oscar 2020, a Academia tem-se tornado, ainda que bastante acanhadamente, aberta para a quebra dos paradigmas além-Hollywood. Em 2021 vimos a segunda diretora e primeira mulher não-branca, Chloé Zhao, a levar a estatueta de Melhor Direção, e em 2022, parece ser a vez de Drive My Car (do original Doraibu mai kâ, sem título traduzido no Brasil), submissão oficial do Japão indicada a quatro categorias na premiação desse ano, incluindo Melhor Filme, Melhor Filme Internacional, Melhor Direção para Ryûsuke Hamaguchi e Melhor Roteiro Adaptado, co-escrito pelo diretor com Takamasa Oe. Mas não se engane, Drive My Car não é o novo Parasita (!).

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