Estante do Persona – Julho de 2022

Arte retangular de cor lilás escuro. Ao centro há uma estante branca com três prateleiras. A primeira prateleira é dividida ao meio, a segunda prateleira é dividida em três e a terceira prateleira é dividida em três. Na parte superior lê-se em preto 'estante’, na primeira prateleira lê-se em preto 'do persona', à direita nessa prateleira está a logo do Persona, um olho com íris roxa. Na segunda prateleira, ao meio, está a capa do livro “O Acontecimento” ao lado de 8 lombadas brancas. Na terceira prateleira, à direita, está o troféu com a logo do persona. Na parte inferior lê-se em branco ‘julho de 2022'
Em Julho, o Clube do Livro do Persona se infiltrou na narrativa intimista de Annie Ernaux e seu O Acontecimento (Foto: Fósforo Editora/Arte: Nathália Mendes/Texto de Abertura: Bruno Andrade)

“Um livro deve ser o machado que partirá os mares congelados dentro de nossa alma.”

— Franz Kafka

Julho foi o mês do Persona se infiltrar ainda mais nos entremeios literários: dos dias 2 ao 10, membros da nossa Editoria cobriram a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que ocorreu no Expo Center Norte. Dentre os destaques, a Homenagem a José Saramago – que completaria 100 anos em 2022 –, feita por Andréa Del Fuego, José Luís Peixoto e Jeferson Tenório, e a presença de Paulina Chiziane e Valter Hugo Mãe, marcaram a última edição do festival.

Neste ano, o evento teve dupla celebração: além do centenário do único escritor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura, 2022 também marca o bicentenário da Independência do Brasil. Assim, a celebração se deu na forma de reconhecimento da identidade linguística, que une continentes através do idioma em comum. O evento contou também com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

Contudo, Julho também foi um período de indigestas – porém necessárias – reflexões. Após a repercussão nacional dos absurdos que envolveram o direito ao aborto legal de uma menina de 11 anos em Santa Catarina, a questão ganhou ainda mais enfoque quando, ao final de Junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou a decisão judicial de 1973 que garantia a legalidade do aborto em todo o território nacional. As discussões se nortearam no aspecto de direitos fundamentais que, a princípio, pareciam resguardados, mas que, a bem da verdade, precisam de constante vigilância. 

É nesse contexto que o filme dirigido por Audrey Diwan, com a mesma temática, chegou aos cinemas brasileiros integrando o Festival Varilux de Cinema Francês, em uma adaptação cinematográfica do marcante relato da francesa Annie Ernaux. Assim, não foi difícil escolher para o Clube do Livro do Persona a obra O Acontecimento.

Baseado em um episódio biográfico, o livro conta a história de uma jovem de 23 anos que engravida e, sem poder contar com o apoio do namorado ou da própria família, precisa fazer um aborto. Ilegal na França da época, ela vive praticamente sozinha o acontecimento que, quarenta anos depois, revive no livro.

Refletindo sobre a onipresença da lei e seu imperativo sobre os corpos femininos, Ernaux mostra uma faceta literária que mistura a ficção com a não-ficção. Agora, para fechar – ou ampliar – um importante momento de reflexões, deixamos as indicações de mais um Estante do Persona.

Continue lendo “Estante do Persona – Julho de 2022”

A festa e a fúria travesti no parque das irmãs magníficas

Arte quadrada com bordas verdes claras. No quadrado interior, há um recorte da capa do livro O Parque das Irmãs Magníficas que mostra duas pernas femininas vestindo calçados pink de pontas finas, meias brancas e saia laranja. Uma mão está arrumando diversas flores coloridas que estão dentro das meias de ambas as pernas. O chão é cinza, o fundo é preto e a saia laranja se mistura com pétalas que voam, saindo das flores. Dentro do quadrado interno, no lado direiro, foi adicionado o logo do Persona, um olho com a íris na mesma cor da borda da arte. No canto inferior esquerdo do quadrado interno foi adicionado o texto "A festa e a fúria travesti no parque das irmãs magníficas” em letras brancas e fundo retangular de cor preta. Logo abaixo foi adicionado o texto "POR ENZO CARAMORI", em letras brancas e fundo retangular de cor verde clara. No canto superior esquerdo está um quadrado preto em que está escrito "clube do livro persona" com letras vazadas, dando continuidade a imagem do fundo.
A leitura escolhida para o mês de Junho no Clube do Livro do Persona, em celebração do Mês do Orgulho, é um relato brutal das redefinições de maternidade, amor, violência e vida pelas lentes da identidade travesti (Foto: Editorial Planeta/Arte: Ana Clara Abbate)

Enzo Caramori

‘‘Soy un amasamiento, sou um ato de juntar e unir que não apenas produz uma criatura tanto da luz como da escuridão, mas também uma criatura que questiona as definições de luz e de escuro e dá-lhes novos significados’’ – Gloria Anzaldúa

Um bando de lobas. Uma rota de amazonas de saltos altos, que sobem e descem um afunilado inferno dantesco, envolvidas por árvores ao mesmo tempo ferozes e acolhedoras a essas travessias noturnas nos labirintos do Parque Sarmiento. As entidades do mundo travesti de O parque das irmãs magníficas (2021) são putas, fadas, mães, demônias, santas e pássaras, numa Córdoba que não está nos mapas nem nos guias turísticos. Tanto nelas quanto no texto coexistem todas as contradições temidas por aqueles que separam o mundo em binarismos: fantasia e realismo; autobiografia e ficção; homem e mulher.

Continue lendo “A festa e a fúria travesti no parque das irmãs magníficas”

Cuidado! Rock escorregadio e Bon Jovi malicioso: 36 anos de Slippery When Wet

Imagem da arte de capa do disco Slippery When Wet do Bon Jovi. A arte consiste na fotografia de um saco de lixo preto molhado em que o título do álbum pode ser lido. Na parte superior, em letras vermelhas com bordas brancas está o nome da banda de rock.
Lançado no ano anterior, Slippery When Wet foi o disco mais vendido de 1987 (Foto: Mark Weiss)

Nathalia Tetzner

O ano era 1986 e Bon Jovi se deixava escorregar por lugares ainda não explorados com Slippery When Wet, o terceiro projeto em estúdio da banda. Marcadas pela sonoridade do hard rock, as 10 faixas transitam com malícia pela euforia e provocam a sensação de congelar o tempo, atos que explicam as 12 milhões de cópias certificadas pela Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA) e a presença na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall Of Fame. Em 2022, 36 anos desde o seu lançamento, o disco prova a sua atemporalidade com as composições que se tornaram clássicas.

Continue lendo “Cuidado! Rock escorregadio e Bon Jovi malicioso: 36 anos de Slippery When Wet”

Entre o moderno e o tradicional, não foi dessa vez que Persuasão ganhou uma adaptação à altura

Imagem do filme Persuasão no formato retangular. A paisagem é formada por um céu azul e um campo coberto de uma vegetação rasa. Ao centro da imagem está um casal sentado na grama se abraçando. Do lado esquerdo está a personagem Anne Elliot, uma mulher branca, de cabelos pretos e lisos, amarrados em um coque. Ela veste um vestido branco, comprido e de mangas longas. Do lado direito está o personagem Frederick Wentworth, um homem branco, de cabelos pretos e cacheados em um penteado estilo topete. Ele usa um grande casaco azul com botões dourados.
Muito distante de Anastasia Steele, de 50 Tons de Cinza, Dakota Johnson vive agora a heroína Anne Elliot de Jane Austen (Foto: Netflix)

Isabella Lima 

“Austen nos dá a fantasia histórica e ainda fornece uma dura ridicularização daqueles que são muito esnobes em suas distinções de classe” é o que escreve Linda Troost e Sayre Greenfield no livro Jane Austen in Hollywood. Publicado entre os anos 1990 e 2000, as autoras acompanharam o auge das adaptações audiovisuais das obras literárias de Jane Austen. De fato, todos esses elementos, juntos da narrativa romântica, encantam os entusiastas da escritora inglesa e foram bem incorporados em  Orgulho e Preconceito (2005), Emma (2020), ou até mesmo em As Patricinhas de Beverly Hills (1995), uma adaptação mais reconstruída e modernizada. Ao contrário desses títulos, Persuasão, a nova aposta da Netflix  inspirada no livro homônimo de Jane Austen, não conseguiu proporcionar uma experiência capaz de estabelecer conexão com a tradição, nem com a reinvenção da direção inaugural de Carrie Cracknell, nome já conhecido no teatro britânico. 

Continue lendo “Entre o moderno e o tradicional, não foi dessa vez que Persuasão ganhou uma adaptação à altura”

The Offer: uma oferta honesta e competente, mas não tão irrecusável como O Poderoso Chefão

Imagem de divulgação da série The Offer. Da esquerda para a direita, temos a atriz Juno Temple, uma mulher loira branca, utilizando cabelo preso com um arco formando um rabo de cavalo, uma camisa laranja estampada, saia bege e botas de cano alto pretas. Ao seu lado, o ator Miles Teller, um homem branco, alto, de cabelos pretos, terno marrom claro, camisa social branca, calça e sapatos pretos. Ao seu lado, o ator Dan Fogler é um homem branco de óculos, cabelos e barba pretos, camisa social branca listrada, colete marrom escuro, calça e sapatos pretos. Os três estão sentados em um sofá laranja. À direita, temos o ator Patrick Gallo, um homem branco e baixo de óculos, com uma camisa polo branca e terno marrom escuro. Ele está sentado em uma poltrona de couro também marrom escura. À sua frente, temos disposta uma mesa verde clara com vinho, taças e um prato com salames e comidas italianas típicas. A cena acontece em uma sala durante a tarde.
A dinâmica do time que levou O Poderoso Chefão para os cinemas é um dos grandes destaques de The Offer (Foto: Paramount+)

Nathan Nunes 

Poucos momentos na história do Cinema podem ser considerados verdadeiros milagres. Um deles foi a estreia de O Poderoso Chefão, em março de 1972. A produção do filme foi um verdadeiro caos, indo de um estúdio que não queria aceitar um jovem Al Pacino como protagonista e que estava, a todo momento, pronto para demitir o diretor Francis Ford Coppola, até um boicote de figurões como Frank Sinatra e o envolvimento da máfia por debaixo dos panos na produção, entre diversos outros perrengues. Por sorte, sabemos como essa história terminou muito bem para todos os envolvidos e pavimentou o caminho de muitos artistas estreantes na indústria cinematográfica. Agora, 50 anos depois da obra-prima familiar de Coppola ter conquistado o público, a minissérie The Offer estreou no Paramount+, contando os bastidores do longa pelo ponto de vista do produtor Al Ruddy (Miles Teller). 

Continue lendo “The Offer: uma oferta honesta e competente, mas não tão irrecusável como O Poderoso Chefão”

20 anos depois, Minority Report continua assustadoramente parecido com a realidade

Cena do filme Minority Report. No centro da imagem, temos o ator Tom Cruise, um homem branco de cabelos pretos escuros. Ele está vestindo uma blusa preta com gola levemente aberta perto do pescoço, e está com a mão direita vestida com uma luva preta com uma luz saindo de seu dedo levantada e apontada para frente. Ao seu redor, temos projeções de imagens aleatórias como a de um homem de terno à sua esquerda, uma mulher de camisola branca à sua direita e uma reta numérica à sua frente. A cena acontece em uma sala escura.
“Todo mundo corre”, tagline principal do marketing de Minority Report, condiz perfeitamente com Tom Cruise, o maior corredor de Hollywood (Foto: 20th Century Studios)

Nathan Nunes

Vinte anos distanciam o atual estado da sociedade do lançamento de Minority Report: A Nova Lei no longínquo ano de 2002. Já em comparação com o futuro retratado no filme de Steven Spielberg, são trinta e dois anos de separação. Seja olhando para frente ou para trás na linha do tempo, é interessante notar que essa obra, como toda boa ficção científica, é cada vez mais parecida com a realidade, em níveis bastante alarmantes e assustadores. 

Continue lendo “20 anos depois, Minority Report continua assustadoramente parecido com a realidade”

5 anos de Dua Lipa: com quanta ousadia se faz Música pop?

A imagem mostra a cantora Dua Lipa, uma mulher branca e jovem. Seus cabelos longos e castanhos estão soltos e molhados. Ela usa batom rosa suave nos lábios e veste uma jaqueta preta, estampada com escamas e de colarinho recortado. A mão esquerda de Dua segura a parte frontal da roupa, enquanto seu braço direito se apoia inteiramente em seu queixo. Ela olha fixamente para o foco da fotografia. No canto inferior central da imagem, está escrito “DUA LIPA” com letras vazadas e de cor branca. Ao fundo, um degradê que varia entre roxo e azul.
Terceiro álbum mais transmitido da história do Spotify, o debut da britânica é o primeiro trabalho de uma artista feminina a contabilizar 9 bilhões de streams (Foto: Warner Bros. Records/Rankin)

Vitória Vulcano

O ano de 2017 foi marcado pelo início da mais recente reviravolta a atingir o berço de Lady Gaga em cheio. Dialogando com uma crise de identidade, ou surfando na onda de reinvenções prostradas, o gênero que aprendeu a fazer história dominando o topo das paradas vivia uma representação insossa, desmedidamente guiada pelo instantâneo e fragilmente centrada no sucesso de personalidades masculinas. Então, quando o rap assumidamente superou o pop, todos sabiam que não era questão de longevidade; mas, sim, de poder popular.

Manifestada como frescor musical, Dua Lipa foi um dos dezenas de nomes designados para aguar o tal deserto criativo. Os primeiros singles da inglesa já agitavam as rádios europeias um ano antes, investindo em experimentações que uniam metáfora à melodia. Só que mudar – ainda que minimamente – as rédeas da derrocada do ritmo chiclete exigia se colocar para jogo além do compromisso de nivelar sua estreia na indústria sonora. A típica exploração visual e lírica do pertencimento, responsável por estruturar personas novatas nos acordes, dependia da precisão tomada no processo. Curiosamente, entre formas e testemunhas, a caloura Lipa decidiu pela coragem de se autointitular a nova via do pop.

Continue lendo “5 anos de Dua Lipa: com quanta ousadia se faz Música pop?”

O Enigma de Outro Mundo: os 40 anos do clássico de John Carpenter

Cena do filme O Enigma de Outro Mundo. Tem uma pessoa na imagem que aparece do joelho pra cima. No centro da foto tem MacReady, um homem branco, ele tem cabelo comprido castanho e cacheado, ele tem uma barba castanha e olhos azuis. Ele usa uma jaqueta de couro marrom, luvas pretas e calça. Na sua mão esquerda tem um lampião e na sua mão direita tem uma escopeta. No fundo tem um galpão tomado pelo gelo e neve.
Uma das melhoras obras de Carpenter, O Enigma de Outro Mundo completa 40 anos em 2022 (Foto: Universal Studios)

Nathan Sampaio 

O que faz um filme se tornar clássico? No caso de …E o Vento Levou (1939) foi sua popularidade e bilheteria. Já Titanic (1997), além dos fatores anteriores, conta com vitórias em importantes premiações. Por fim, há aqueles que revolucionaram o Cinema, como fez Cidadão Kane (1941). O Enigma de Outro Mundo não se encaixa em nenhuma dessas categorias, mas se estabelece como um clássico por ser o retrato exemplar do gênero de Horror e por se manter influente na cultura pop mesmo após 40 anos do seu lançamento, em 1982. 

Continue lendo “O Enigma de Outro Mundo: os 40 anos do clássico de John Carpenter”

Harry‘s House faz qualquer um se sentir em casa

Capa do álbum Harry 's House. É vista uma sala de estar simples e retrô de cabeça para baixo, são predominantes os tons de bege e marrom claro. No centro da parte inferior da imagem há um pequeno lustre de luz branca aceso e, ao seu lado direito está Harry, um homem branco e com cabelo castanho, próximo aos trinta anos. Harry tem sua mão esquerda na cintura e a direita no queixo; veste uma blusa branca, com três listras horizontais na cor rosa e mangas bufantes; também veste uma calça jeans escura e larga, e sapatilhas brancas. Ao lado esquerdo de Harry há uma janela aberta e, acima de si, uma cadeira com assento simples bege e braços de ferro. Seguindo a sequência da cadeira, da esquerda para a direita estão: um vaso de tulipas cor de rosa, um sofá marrom claro de dois lugares e com braços de ferro, e uma pequena mesa marrom escura com pés de ferro. Sobre a mesa estão um abajur redondo amarelo claro e um prato branco. Na parede oposta à janela, há uma porta bege com formato de arco, e, à sua esquerda, um pequeno quadro quadrado.
Deixando a Gucci de lado por um instante, Harry usa na capa do álbum um dos looks da última coleção de verão da designer inglesa Molly Goddard (Foto: Columbia Records)

Gabrielli Natividade da Silva 

Não é segredo que Harry Styles sabe fazer uma boa Música. Já tendo acumulado mais de cinco anos de carreira solo e alguns grandes prêmios (incluindo um Grammy), o cantor lançou, no dia 20 de maio, seu novo álbum, Harry’s House, formando sua santíssima trindade perfeita. Se Harry Styles narra um amor trágico e Fine Line é um equilíbrio entre quedas e acertos, o caçula é revigorante como a trilha sonora de um clássico filme romântico. São treze novas faixas muito empolgantes e aconchegantes que refletem otimamente que o britânico está em sua melhor fase, cada vez mais seguro de si, de sua vida e, claro, de sua Música. 

Continue lendo “Harry‘s House faz qualquer um se sentir em casa”

10 anos de Valente: a escolha pelo nosso destino só depende de nós

Cena do filme de animação Valente. No centro em destaque há Merida, uma mulher branca, jovem, de estatura média, quadril largo, de longos cabelos ruivos cacheados e bagunçados, ela está vestindo um vestido verde escuro, com pequenos detalhes e um tecido branco bufante nas mangas, preso em um cinto de couro marrom em sua cintura há um suporte com algumas flechas. Ela está em pé e segura uma espada prateada com as duas mãos, seu corpo está movimentando como se jogasse a espada para a esquerda do corpo, e o tecido de seu vestido e seu cabelo acompanham o movimento. Sua feição é de desafio ao proteger o urso preto atrás dela, que é sua mãe Elinor, e está com o corpo rente ao chão presa por cordas grossas, olhando pedindo ajuda para Merida. Ao fundo, à esquerda da imagem, segurando as cordas e algumas armas, há alguns homens, em destaque está Lorde Dingwall, um homem branco, gordo, de braços finos, baixo, de cabelos brancos espetados, ele veste um kilt em tons de verde, ele está em pé, parado olhando Merida. Atrás dele há um homem branco, magro, de estatura média, cabelos castanhos, e usa um kilt vermelho e marrom, ele segura uma das cordas. Ao lado quase saindo da imagem há um homem grande, alto e forte, de pele levemente bronzeada, que usa um kilt e está sem camisa, ele segura uma lança e tem três espadas penduradas nas costas. Todos os personagens estão dentro de um círculo de pedras verticais, mas apenas duas aparecem na imagem, o chão é formado por uma grama baixa e ao fundo há o céu quase noturno e cinzento, com a silhueta de árvores altas, com muito galhos e uma quantidade média de folhas. Tanto Merida quanto o cenário ao fundo são iluminados por chamas amarelas que não aparecem na imagem
“Dizem que nosso destino está ligado à nossa terra. Que ela faz parte de nós, assim como fazemos dela” (Foto: Pixar Animation Studios)

“Nosso destino vive dentro de nós. Você só tem que ser valente o suficiente para vê-lo.”

Júlia Caroline Fonte

Qualquer criança nas últimas décadas, com certeza, em algum momento, sonhou em viver em um castelo e encontrar um príncipe encantado, mas hoje sabemos que as coisas não são bem assim. Há 10 anos, a primeira e única princesa dos estúdios Pixar veio para mostrar isso: Merida (Kelly Macdonald), a corajosa protagonista de Valente, protagoniza uma história empoderadora sobre liberdade e amadurecimento, que mergulha em uma aventura mística e afetiva.

Continue lendo “10 anos de Valente: a escolha pelo nosso destino só depende de nós”