A celebração do passado e do presente de Beyoncé em Renaissance

Na imagem, vemos Beyoncé, uma mulher negra, adulta, ao centro, vestindo uma roupa prateada com brilhantes, um chapéu branco e sapatos de salto. Ela está com a postura ereta e observa a câmera que a fotografa. Seu rosto possui uma maquiagem na qual o destaque está para seus lábios, com um batom escuro. Ela está sentada sobre um cavalo prateado que reluz e, ao fundo, tem um grande quadro.
Em seu sétimo álbum, Beyoncé confirma a superstição popular: sete é realmente o número da perfeição (Foto: Carlijn Jacobs)

Aryadne Xavier

Que Beyoncé se consolidou como uma das mais importantes figuras do cenário pop nas últimas duas décadas, todo mundo já sabe. Citar o nome da cantora é a porta de entrada para conversas sobre singles que marcaram épocas e provaram como a Música pode ir além de qualquer fronteira física, se espalhando pelo globo. Seu trabalho artístico, que começou com o grupo Destiny’s Child e progrediu para uma carreira solo no início dos anos 2000, evoluiu a cada novo lançamento, criando a expectativa da mídia e dos fãs ao redor de todo novo passo da vocalista. Em Renaissance, Beyoncé alcança o seu próprio renascimento, provando como uma artista que vivenciou todas as mudanças da indústria fonográfica nos últimos 30 anos consegue se manter relevante, atual e soar ainda mais potente em suas criações.

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O santo e o profano de Kanye West em Donda

Capa do CD Donda, do cantor Kanye West. Imagem quadrada, inteiramente preta.
Não, não é o seu navegador que não carregou a imagem, esta é a capa de Donda: preto, apenas preto (Foto: Def Jam/UMG Recordings)

Enrico Souto

Em discussões sobre Kanye West, normalmente encontram-se dois tipos de pessoas: aquelas que o consideram um gênio e visionário incompreendido, quase uma figura divina, e que suas atitudes questionáveis são na realidade apenas parte de sua eterna performance artística; e aquelas que acham sua arte irrelevante, superestimada, e que ele não passa de uma pessoa abominável que depende de suas ações reprováveis para se manter em alta. Nenhum dos dois discursos são verdadeiros, ao mesmo tempo que também o são. De todo modo, o cenário que rodeia o artista é bem mais complexo do que categorizações reducionistas.

Seu talento e o valor artístico de sua obra são inquestionáveis, e o jeito com que ele transformou a produção musical no rap e em gêneros derivados prova que ele é, de fato, um dos maiores e mais importantes artistas contemporâneos. Além de também ser uma das figuras cruciais para como a cultura pop se moldou no século XXI. O que não legitima seu endeusamento e a constante banalização de suas atitudes extra-música por fãs. Discutir sobre Kanye West é discutir sobre indústria musical, racismo, saúde mental, a função social de celebridades e a responsabilidade que ela carrega. E Donda trouxe intensamente todos esses temas à tona, de uma só vez.

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Black is King traz ao mundo a luz de um continente um dia esquecido

A imagem é uma foto do filme Black Is King. Nela, a cantora Beyoncé está sentada em cima de um carro com estampa de oncinha. Beyoncé é uma mulher negra, com cabelos longos em tranças, ela veste uma calça, blusa de manga comprida e um salto de estampa de oncinha e usa um óculos escuro no rosto. Ao redor do carro, estão vários homens negros com terno e calça de estampa de oncinha.
Black is King estreou no Disney+ no dia 31 de julho de 2020 e nos mostra Beyoncé como a artista multifacetada que é; com figurinos deslumbrantes e um roteiro de tirar o fôlego, ela nos leva a uma viagem ao continente-mãe da humanidade (Foto: Reprodução)

Felipe Bascope

Em 2016, Beyoncé lançou o álbum visual Lemonade, trazendo para o topo grandes discussões sobre questões raciais, e revolucionando a indústria da música de muitas formas. Em sua nova obra visual, Black is King, ela cria uma linda ponte entre a cultura pop e o continente africano, entre as gerações anteriores e as novas. E mostra um lado do continente antes desconhecido, cheio de cores, vida, bem vibrante, como podemos ver nos primeiros minutos do filme, onde são mostradas diversas regiões da África. A narrativa de O Rei Leão serviu como inspiração para uma linda e repaginada história tão marcante em nossas vidas.

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