Vingadores: a realização do sonho nerd

A primeira aparição da equipe super heróis no cinema completa 6 anos em 2018

O filme foi responsável por reunir um dos maiores grupos de herói da Marvel. (Foto: Wikipedia.com)

Pedro Fonseca

Há 6 anos, os estúdios Marvel concretizaram um dos projetos mais ambiciosos do cinema nos últimos tempos. Com a estreia do filme Vingadores (2012), seu universo compartilhado, que já marcava quatro anos de existência ao longo de cinco filmes, finalmente tomou forma e estabeleceu uma base para as inúmeras produções que o estúdio lançaria nos anos seguintes, assim como para o ápice de toda essa história, que ocorrerá em “Vingadores: Guerra Infinita”.

O filme, recheado de estrelas, marcou o primeiro encontro da grande trindade da “Casa das Ideias” nos cinemas, formada por Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans) e Thor (Chris Heamsworth). A produção também restabeleceu a figura de outro herói, o Incrível Hulk, antes interpretado por Edward Norton, vivido agora por Mark Ruffalo. Os atores Samuel L. Jackson, Scarlett Johanson e Jeremy Renner também retornariam para reprisar seus papéis anteriores e para integrar a equipe de heróis.

 

Um elenco desses, bixo (Foto: facebook/reprodução)

Seguindo os eventos dos primeiros filmes do universo, a Terra passa a ser ameaçada após o retorno de Loki, que rouba para si o artefato conhecido como Tesseract. Agora, enquanto o vilão planeja um ataque contra a humanidade, cabe aos heróis mais poderosos da Terra se unirem para salvar o mundo.

O filme trata com uma dinâmica bem humorada e movimentada o encontro dos super heróis, que, apesar de possuírem o mesmo desejo de defender a Terra, não possuem muita coisa em comum. No começo, o encontro entre eles pode muito bem ser comparado a uma versão super poderosa dos personagens de Clube dos Cinco. E é justamente essa contraposição entre as mais diversas personalidades que permite ao filme explorar o potencial de uma equipe de super seres e demonstrar as posições de cada um dentro do grupo.

Com a ajuda das grandes interpretações de Robert Downey Jr. e Chris Evans, podemos estabelecer o principal confronto moral dentro da equipe, que se dá entre as figuras dos dois grandes pilares do grupo. Questionamentos e trocas de farpas constantes entre um e outro provam mais uma vez que essa equipe, mesmo que composta por seres fantásticos e sobre-humanos, ainda sofre com os mesmos problemas de qualquer outra equipe comum. Ao longo da história, os personagens se tornam mais humanos e complexos para que, então, possam se encontrar uns nos outros. No entanto, as personalidades dessas figuras não foram os únicos elementos que permitiram que esse projeto tão esperado finalmente se concretizasse. Outras duas pessoas foram indispensáveis para colocar tudo isso em prática.

O filme trouxe todo o embate entre os personagens que podemos ver nos quadrinhos.(Foto: reprodução)

Amado pelo público, o ator Tom Hiddleston também retornou ao papel do trapaceiro e ex-príncipe de Asgard, Loki. Tudo isso para mostrar que nenhuma história de super herói é realmente boa sem a presença de um vilão à altura. Foi interpretando mais uma vez com maestria a figura manipulativa de Loki que Hiddleston convenceu o público de que era o único vilão até o momento páreo para os heróis. Também foi nesse filme que ele se sagrou como uma das principais personalidades da Marvel e um dos atores mais queridos do público.

O grande mérito, também, vai para Joss Whedon, que recebeu a grande responsabilidade de dirigir o longa e tornar plausível o encontro de todos esses personagens. Whedon já havia trabalhado com  outras obras de ficção, como Buffy – A Caça Vampiros e Firefly, mas foi em Vingadores que ele se estabeleceu como um dos principais nomes no nicho de super-heróis. Ele trabalha perfeitamente com o conceito caótico que essa equipe de desajustados apresenta e toma essa premissa como base para desenvolver a obra.

Os personagens recebem um tempo de tela perfeito, que se complementa com as interações que eles têm entre si. Soma-se a isso a decisão de trabalhar as cenas de ação interligando o ponto de vista dos personagens para que então alcancem um clímax no momento em que todos se unem, dividindo a tela ao mesmo tempo. A velha fórmula Marvel também não ficou de fora desse processo; a química entre os atores permitiu vários momentos de descontração que conquistaram o público e encheram a internet com mais dos famosos memes.

Um dos momentos mais épicos da Marvel no cinema. (Foto: Marvel)

Para traduzir toda essa ação foram necessários os esforços técnicos de uma das maiores empresas de efeitos visuais do mundo, a Industrial Light & Magic. O processo de filmagem trabalhou com um cenário montado no México e muito trabalho de efeitos visuais para que, ao fim, os personagens estivessem presentes no “mundo real”.

Também foi necessário remodelar o visual dos heróis. A maioria deles ganhou novos trajes, mas foi o Hulk que sofreu a maior transformação. Agora que o papel estava nas mãos de Mark Rufallo, o gigante esmeralda passou por uma repaginada e ganhou feições baseadas no ator. Foi o próprio Rufallo também que participou do processo de captação dos movimentos para dar vida ao personagem. Mas o mérito da interpretação não pode ser todo transferido aos recursos tecnológicos da produção: o desempenho do ator trouxe novos ares ao personagem e uma maior empatia com o público.

Por fim, mas não menos importante, o filme serviu como um trampolim para tudo que o grandioso universo dos heróis ainda tinha guardado para seus fãs. Retomando a figura do Tesseract, a história desenvolveu um pouco mais sobre o grande poder que reúnem as famosas “Jóias do Infinito”. Elas são os artefatos mais importantes do universo Marvel e  elementos principais da grande narrativa que se construiu ao longo dos últimos dez anos. Narrativa essa que foi confirmada na cena pós- créditos de Vingadores e que levou milhões de fãs ao delírio com a prévia de Thanos, o Titã Louco.

Vingadores ainda é uma referência entre os filmes de super heróis. (Foto: Marvel)

Para tirar o projeto do papel, a produção contou com um orçamento de aproximadamente 220 milhões de dólares. Mas todo esse investimento resultou em um lucro bruto de 623 milhões de dólares nos Estados Unidos e cerca de 1,5 bilhão no mundo, segundo dados do IMDB.

Esse trabalho todo e a dedicação dos envolvidos em realizar um dos maiores sonhos dos amantes de quadrinhos culminaram em um grande sucesso de bilheteria e permitiram que o maior universo compartilhado do cinema se expandisse ainda mais, provando a força da cultura de seus milhões de fãs. Agora, seguimos no aguardo para o desfecho dos últimos 10 anos em Vingadores: Guerra Infinita.

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