Os 60 anos de Chico Bento e a religiosidade do Brasil profundo

Desenho de um quadro das histórias do Chico Bento. A personagem Chico Bento ajoelha-se, rezando e chorando, enquanto seus pais olham preocupados.
Desolado pela maldade humana, Chico (ch)orou (Foto: Chico Bento, 144ª Edição, Editora Globo, 1992)

Carol Dalla Vecchia e Mateus Conte

A década de 60 no Brasil foi tortuosa. Naquela época, o país vivia uma crise política sem precedentes: a posse e repentina renúncia de Jânio Quadros abalava as bases democráticas da nação. Enquanto isso, a mil quilômetros do centro do planalto vazio, um ex-repórter policial iniciava uma das suas criações mais memoráveis.

Começos raramente são pomposos. Não foi diferente com o interiorano Mauricio Araújo de Sousa, convidado pela conhecida Cooperativa Agrícola de Cotia para desenvolver uma nova obra dos quadrinhos: os caipiras Zezinho e Hiroshi. Hiro, como é conhecido, representava os funcionários e familiares da CooperCotia, formada quase exclusivamente por isseis e nisseis. Dois anos depois, surgia o hoje famoso Chico Bento. Ou seja, ainda que Francisco Antônio Bento tenha surgido apenas em 1963, sua turma nasceu há exatos 60 anos. 

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