Cuidado! Rock escorregadio e Bon Jovi malicioso: 36 anos de Slippery When Wet

Imagem da arte de capa do disco Slippery When Wet do Bon Jovi. A arte consiste na fotografia de um saco de lixo preto molhado em que o título do álbum pode ser lido. Na parte superior, em letras vermelhas com bordas brancas está o nome da banda de rock.
Lançado no ano anterior, Slippery When Wet foi o disco mais vendido de 1987 (Foto: Mark Weiss)

Nathalia Tetzner

O ano era 1986 e Bon Jovi se deixava escorregar por lugares ainda não explorados com Slippery When Wet, o terceiro projeto em estúdio da banda. Marcadas pela sonoridade do hard rock, as 10 faixas transitam com malícia pela euforia e provocam a sensação de congelar o tempo, atos que explicam as 12 milhões de cópias certificadas pela Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA) e a presença na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall Of Fame. Em 2022, 36 anos desde o seu lançamento, o disco prova a sua atemporalidade com as composições que se tornaram clássicas.

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20 anos depois, Minority Report continua assustadoramente parecido com a realidade

Cena do filme Minority Report. No centro da imagem, temos o ator Tom Cruise, um homem branco de cabelos pretos escuros. Ele está vestindo uma blusa preta com gola levemente aberta perto do pescoço, e está com a mão direita vestida com uma luva preta com uma luz saindo de seu dedo levantada e apontada para frente. Ao seu redor, temos projeções de imagens aleatórias como a de um homem de terno à sua esquerda, uma mulher de camisola branca à sua direita e uma reta numérica à sua frente. A cena acontece em uma sala escura.
“Todo mundo corre”, tagline principal do marketing de Minority Report, condiz perfeitamente com Tom Cruise, o maior corredor de Hollywood (Foto: 20th Century Studios)

Nathan Nunes

Vinte anos distanciam o atual estado da sociedade do lançamento de Minority Report: A Nova Lei no longínquo ano de 2002. Já em comparação com o futuro retratado no filme de Steven Spielberg, são trinta e dois anos de separação. Seja olhando para frente ou para trás na linha do tempo, é interessante notar que essa obra, como toda boa ficção científica, é cada vez mais parecida com a realidade, em níveis bastante alarmantes e assustadores. 

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O Enigma de Outro Mundo: os 40 anos do clássico de John Carpenter

Cena do filme O Enigma de Outro Mundo. Tem uma pessoa na imagem que aparece do joelho pra cima. No centro da foto tem MacReady, um homem branco, ele tem cabelo comprido castanho e cacheado, ele tem uma barba castanha e olhos azuis. Ele usa uma jaqueta de couro marrom, luvas pretas e calça. Na sua mão esquerda tem um lampião e na sua mão direita tem uma escopeta. No fundo tem um galpão tomado pelo gelo e neve.
Uma das melhoras obras de Carpenter, O Enigma de Outro Mundo completa 40 anos em 2022 (Foto: Universal Studios)

Nathan Sampaio 

O que faz um filme se tornar clássico? No caso de …E o Vento Levou (1939) foi sua popularidade e bilheteria. Já Titanic (1997), além dos fatores anteriores, conta com vitórias em importantes premiações. Por fim, há aqueles que revolucionaram o Cinema, como fez Cidadão Kane (1941). O Enigma de Outro Mundo não se encaixa em nenhuma dessas categorias, mas se estabelece como um clássico por ser o retrato exemplar do gênero de Horror e por se manter influente na cultura pop mesmo após 40 anos do seu lançamento, em 1982. 

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10 anos de Valente: a escolha pelo nosso destino só depende de nós

Cena do filme de animação Valente. No centro em destaque há Merida, uma mulher branca, jovem, de estatura média, quadril largo, de longos cabelos ruivos cacheados e bagunçados, ela está vestindo um vestido verde escuro, com pequenos detalhes e um tecido branco bufante nas mangas, preso em um cinto de couro marrom em sua cintura há um suporte com algumas flechas. Ela está em pé e segura uma espada prateada com as duas mãos, seu corpo está movimentando como se jogasse a espada para a esquerda do corpo, e o tecido de seu vestido e seu cabelo acompanham o movimento. Sua feição é de desafio ao proteger o urso preto atrás dela, que é sua mãe Elinor, e está com o corpo rente ao chão presa por cordas grossas, olhando pedindo ajuda para Merida. Ao fundo, à esquerda da imagem, segurando as cordas e algumas armas, há alguns homens, em destaque está Lorde Dingwall, um homem branco, gordo, de braços finos, baixo, de cabelos brancos espetados, ele veste um kilt em tons de verde, ele está em pé, parado olhando Merida. Atrás dele há um homem branco, magro, de estatura média, cabelos castanhos, e usa um kilt vermelho e marrom, ele segura uma das cordas. Ao lado quase saindo da imagem há um homem grande, alto e forte, de pele levemente bronzeada, que usa um kilt e está sem camisa, ele segura uma lança e tem três espadas penduradas nas costas. Todos os personagens estão dentro de um círculo de pedras verticais, mas apenas duas aparecem na imagem, o chão é formado por uma grama baixa e ao fundo há o céu quase noturno e cinzento, com a silhueta de árvores altas, com muito galhos e uma quantidade média de folhas. Tanto Merida quanto o cenário ao fundo são iluminados por chamas amarelas que não aparecem na imagem
“Dizem que nosso destino está ligado à nossa terra. Que ela faz parte de nós, assim como fazemos dela” (Foto: Pixar Animation Studios)

“Nosso destino vive dentro de nós. Você só tem que ser valente o suficiente para vê-lo.”

Júlia Caroline Fonte

Qualquer criança nas últimas décadas, com certeza, em algum momento, sonhou em viver em um castelo e encontrar um príncipe encantado, mas hoje sabemos que as coisas não são bem assim. Há 10 anos, a primeira e única princesa dos estúdios Pixar veio para mostrar isso: Merida (Kelly Macdonald), a corajosa protagonista de Valente, protagoniza uma história empoderadora sobre liberdade e amadurecimento, que mergulha em uma aventura mística e afetiva.

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Uma década da viagem inesquecível para a mitológica e misteriosa Gravity Falls

Imagem da série animada Gravity Falls. Tem quatro pessoas na imagem, Da direita para a esquerda aparece Stanley, um homem idoso, brnco, com cabelos grisalhos, olhos pretos e barba grisalha, ele usa um óculos quadrado, um chapéu marrom, uma camisa branca e um colete salva-vidas azul e verde. Ele segura um livro vermelho nas mãos. Ao seu lado aparece Mabel, uma menina, branca, ela tem cabelos longos e castanhos, olhos pretos e usa aparelho nos dentes, ela usa um chapéu escrito “Mabel”, uma blusa rosa, um colete salva-vidas amarelo e uma saia azul. Ela sorri. Do seu lado tem Soos, um homem adulto e branco, ele tem olhos pretos, usa um boné marrom, uma camiseta verde, um colete salva-vidas amarelo e um shorts bege, ele está falando e gesticulando. Soos abraça Dipper. Dipper é um menino, branco, ele tem cabelos castanhos e olhos pretos, ele usa um chapéu bege com seu nome, uma camiseta laranja, um colete salva-vidas amarelo, um shorts verde e tênis preto. Todos estão num barco.
A sensação aconchego que a família Pines traz é tão boa que é fácil se sentir parte dela (Foto: Disney)

Nathan Sampaio

Não há tempo mais mágico do que as férias escolares. Nesse período, podemos conhecer novas pessoas, formar amizades e laços duradouros, sejam com amigos ou familiares, aprender novas atividades e conhecer o mundo. Essa é, com certeza, a época mais agradável para uma criança. Gravity Falls, série que completa 10 anos em 2022, nos faz recordar com carinho das férias escolares no mesmo momento que adentra em uma grande investigação cativante. 

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5 anos de Baby Driver: a essência do audiovisual ainda corre Em Ritmo de Fuga

Fundo rosa com nuvens brancas. Uma avenida com um carro vermelho sendo perseguido por carros policiais em velocidade. Ao lado direito, os respectivos personagens do filme Baby Driver: Doc, um homem branco de cabelos castanhos e óculos escuros veste um terno preto. Baby, um rapaz branco de cabelos castanhos com óculos escuros e fone de ouvido. Debora, uma mulher branca de cabelos castanhos presos e roupa de garçonete preto e branca. Bats, um homem negro de cabelos negros veste vermelho. Buddy, um homem branco de cabelos castanhos segura uma metralhadora. Darling, uma mulher branca de cabelos castanhos presos segura uma pistola.
Muito obrigado, senhoras e senhores, agora eu tenho que falar sobre o fabuloso, mais excitante: Baby Driver! (Foto: Sony/TriStar Pictures)

Leticia Stradiotto

Com o pé afundado no acelerador, o criativo Edgar Wright apresenta um passeio de motor que destaca-se entre as obras do gênero. Em Ritmo de Fuga, em inglês Baby Driver, realmente foge do estereótipo de outros feitos cinematográficos que envolvem crimes e carros em alta velocidade. Lançado em 2017, o primeiro filme realizado nos EUA pelo diretor tem a ambientação dos assaltos em Atlanta e resulta na combinação do romance com perseguições de carro, além de nos presentear com uma caracterização visual de tirar o fôlego.

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5 anos de Ctrl: o diário secreto de SZA continua exposto para o mundo

Capa do álbum Ctrl, da cantora Sza. Sentada em um gramado, Sza está ao centro, olhando diretamente para a câmera, com um amontoado de computadores quebrados atrás dela no chão. No último plano, uma floresta. Sza, que é uma mulher negra de pele escura, aparece com suas pernas cruzadas, uma meia branca, uma regata branca e um casaco verde escuro. Não é possível ver o que usa em baixo. Sua mão esquerda está apoiada em sua perna esquerda. E sua mão direita está se apoiando no gramado.
Ctrl, primeiro álbum da cantora SZA, foi lançado em junho de 2017 (Foto: RCA Records)

Isabela D’Avila

Apesar de cedo já ter aberto espaço no mundo da Música com suas composições e seus vocais encantadores, ninguém tinha ideia do impacto que o primeiro álbum de Solána Rowe, ou, como é conhecida mundialmente, SZA, faria na indústria musical. Nem mesmo ela imaginava o que a esperava depois da estreia de Ctrl, disco lançado em 9 de junho de 2017. Disponibilizado pela RCA Records e Top Dawg Entertainment, gravadora de Kendrick Lamar, na qual a cantora foi a primeira mulher a entrar, o CD recebeu aclamação da crítica e estreou em terceiro lugar na Billboard 200

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Há males que vêm para o bem: 5 anos da catarse de Katy Perry em Witness

Capa do álbum Witness de Katy Perry. Na imagem que captura do pescoço para cima, a cantora de pele branca e cabelos claros tampa os seus olhos com as mãos. A sua boca aberta revela um olho azul. Na esquerda, uma assinatura onde se lê “Katy”. Ao fundo, um plano branco com bordas roxas.
A arte de capa do Witness foi inspirada no surrealismo de Salvador Dalí (Foto: Capitol Records)

Nathalia Tetzner

O ano era 2017 e Katy Perry dava início ao seu tão ansiado quarto álbum de estúdio com o seguinte questionamento: “se eu perdesse tudo hoje, você ficaria?”. E, não é que ela perdeu tudo mesmo? Autêntico, inovador e coeso; todos esses adjetivos são o que Perry e a sua equipe esperavam que o seu mais novo projeto fosse. A realidade é que a artista e a sua obra passaram a coexistir em um só estado de espírito e, naturalmente, seus conflitos foram refletidos em suas composições. Vicioso, genérico e confuso: Witness é o registro da catarse pessoal e artística de uma das maiores hitmakers do século que, depois de tamanho sucesso, ainda não havia experimentado o gosto traumático e amargo da quebra de expectativa.

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Bobbi amava Frances que ama Nick que ama Melissa

Moldura vermelha retangular. No canto superior esquerdo e no canto inferior direito, vemos o logotipo do Persona, o desenho de um olho com um símbolo de play ao centro. Ao centro do retângulo, vemos a capa do livro Conversas entre amigos. A capa tem o fundo verde azulado. Na parte superior central, vemos a palavra "conversas" em uma fonte branca sem serifa, alinhada à esquerda. Abaixo, vemos a palavra "entre" na mesma fonte, alinhada à direita. Abaixo, vemos a palavra "amigos" centralizada. Centralizada na capa, vemos as palavra "Sally Rooney", na mesma fonte, na cor preta. Na parte inferior da capa, vemos uma mulher branca de cabelos castanhos lisos, de costas, à esquerda. À direita, vemos uma mulher branca de cabelos pretos presos em um rabo de cavalo e usando óculos rosa, de perfil.
Lançado em 2017, Conversas entre amigos completa 5 anos no mês de lançamento da série adaptada (Foto: Editora Alfaguara)

Vitória Lopes Gomez

Frances e Bobbi são melhores amigas que já namoraram. Frances tem uma queda por Nick, e Bobbi, por Melissa. Nick e Melissa são casados. É partindo desse emaranhado que Sally Rooney, em seu livro Conversas entre amigos, encontra terreno fértil para dissecar relacionamentos contemporâneos e seus envolvidos, assim como as dinâmicas sociais e de poder das relações interpessoais modernas. Se a irlandesa escreve, essencialmente, sobre pessoas normais vivendo sua realidade – mesmo que seja uma realidade inventada, somente baseada na vida real da autora ,- essa obra de estreia  mostra que, mesmo antes do fenômeno Pessoas normais, Rooney já mostrava a potência de suas histórias fictícias reais.

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Uma década depois, ainda é uma delícia se afogar em An Awesome Wave

Foto da banda alt-J. Nela, os quatro membros estão em uma sala com panos brancos e uma forte luz amarela. Sobre eles, há uma luz branca quadrada, só que um pouco tombada para esquerda, de forma a fazer uma forma geométrica de cinco lados. Da esquerda para direita: Gwil Sainsbury, um homem branco e de cabelos loiros. Ele usa óculos, veste um suéter com listras horizontais e duas verticais na altura dos ombros e calça preta. Joe Newman, um homem branco de cabelos pretos cacheados. Ele veste uma jaqueta preta com uma camiseta por baixo e calça jeans preta. Gus Unger-Hamilton, um homem branco, alto de cabelos e bigode castanhos. Ele veste uma jaqueta, uma camisa xadrez e também uma calça jeans preta. Thom Green, um homem branco de cabelos e barbas castanhos claros. Ele usa um boné preto, uma camisa em cor escura e uma calça jeans também preta. Todos calçam um par de meias pretas e olham para um mesmo ponto abaixo deles.
Mesmo sendo seu debut, o disco ainda é o carro chefe dos ingleses (Foto: Noah Kalina)

Guilherme Veiga

Quando o mais novo álbum do alt-J, The Dream, estava prestes a ser lançado, muito se esperava que a banda britânica voltasse às suas raízes, mais especificamente as de uma década atrás. A razão disso é que seu registro de 2012, An Awesome Wave, vencedor do Mercury Prize, prêmio de Melhor Álbum Britânico daquele ano, é irretocável e até hoje é o cartão de visitas do grupo, que naquela época se tornou um expoente do indie britânico.

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