O que os 15 anos de Que Chegue a Você: Kimi ni Todoke têm a ensinar sobre a natureza humana?

Cena do anime Que Chegue a Você: Kimi ni Todoke. Sawako, à esquerda da foto, tem o cabelo preto em um coque e está vestida com uma blusa branca de manga longa e uma calça da cor vinho. Ela tem os olhos bem abertos e uma feição surpresa. O Kazehaya de cabelo preto, à direita, usa uma blusa de manga longa da cor azul, calça preta e segura um filhote de cachorro da cor branca na direção da garota. Ele está sorrindo e com os olhos fechados. As duas personagens têm pele branca. Ao fundo, há uma paisagem rural, com poucas casas. O céu é um degradê de azul e tem algumas nuvens acinzentadas e douradas.
A adaptação foi inspirada em experiências pessoais de Shiina Karuho e levanta discussões atemporais (Foto: Production I.G)

Maria Clara Alves

Desde Outubro de 2009, o curso da história dos animes foi alterado com a estreia da primeira temporada de Que Chegue a Você: Kimi ni Todoke, que ganhou vida em 2d a partir do estúdio de animação Production I.G. O título de Shiina Karuho inaugurou um jeito novo e leve de contar histórias sobre suas personagens com um romance inocente, além de ter esclarecido, de uma vez por todas, que não há nada de errado em não ser perfeito. O ritmo do enredo guia o espectador a oscilar entre os sentimentos de leveza e frustração, e a constância desses conflitos na animação envolve o suficiente para maratonar o dia todo. Não à toa, a série, baseada no mangá Kimi ni Todoke, é sinônimo de nostalgia nos corações do público que experienciou as fases da adolescência junto com o elenco, além de ser uma opção de anime de conforto para todas as horas. 

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One Piece: A Série é o tesouro que tanto procurávamos?

Na imagem, cinco personagens estão no convés de um navio, reunidos ao redor de um barril. Luffy, o personagem principal, usa uma blusa vermelha e seu característico chapéu de palha. Ao seu lado está Sanji, um homem de cabelos loiros vestindo um terno preto, seguido por Zoro, um homem de origem japonesa com cabelos verdes, usando uma blusa branca e três brincos dourados. Logo depois vem Ussop, um homem negro vestindo um macacão marrom e uma bandana vermelha, e por fim, Nami, uma mulher branca usando uma roupa branca com listras azuis e uma saia laranja. Todos eles têm um pé apoiado em um barril, olhando para Luffy, que sorri e ergue o braço em direção ao céu.
A série live-action de One Piece já conquistou o público da Netflix e vem batendo recordes desde sua estreia (Foto: Netflix)

Anna Clara Leandro Candido

Minhas riquezas e tesouros? Se vocês quiserem, eu os deixo pegar. Procurem por ele, deixei tudo naquele lugar!“. Foi com essa icônica frase que uma jornada de mais de 25 anos começou. One Piece, série produzida pela Netflix, é a adaptação em live-action do mangá e do anime homônimos criados por Eiichiro Oda em 1997. Com oito episódios, a produção enfrentou grande resistência do público antes mesmo de seu lançamento em Agosto de 2023. No entanto, apesar dos cortes de conteúdo e da simplificação de algumas tramas, a adaptação do famoso pirata elástico não apenas agradou os fervorosos fãs de longa data, como também atraiu novos companheiros para essa jornada rumo à Grand Line.

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Em meio a Onis e morte, Demon Slayer carrega sutileza no olhar

Na imagem um cena do anime Demon Slayer; na imagem temos o protagonista Tanjiro Kamado, ele é uma criança de cerca de 13 anos, é japonês, tem a pele branca, sobrancelhas finas curvadas, uma cicatriz redonda no canto direito da testa, cabelos avermelhados presos e levemente despenteados e olhos fechados graças ao sorriso largo que exibe dentes brancos; Ele usa um kimono quadriculado preto e verde água, cachecol azul claro, brincos de hanafuda que tem um sol vermelho desenhado e carrega um cesto nas costas cheio de carvão; ao fundo vemos uma parede de casa, árvores e chão cheio de neve.
Os brincos de hanafuda de Tanjiro são um presente ancestral, passado de pai para filho e que revelam mistérios sobre o anime (Foto: Ufotable)

Thuani Barbosa

Em meio a lutas épicas, a busca por uma cura desconhecida e a construção de amizades improváveis, Tanjiro Kamado tece sua história repleta de coragem, bravura e sensibilidade. Assim, se cria Demon Slayer (originalmente: Kimetsu No Yaiba), anime que segue seus conterrâneos Attack on Titan e Naruto, que trabalham com narrativas recheadas de sentimentalismo fraternal e batalhas sangrentas, tudo em um só combo. O resultado é uma mistura que conquistou não só o público asiático, mas rompeu barreiras e alcançou o ocidente.

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A Geopolítica do Ódio em Pluto

Na imagem, Astro Boy, ou Atom, como é chamado na série. Foi retirada diretamente da animação, na qual o personagem Atom veste uma capa de chuva amarela e carrega consigo uma mochila vermelha nas costas; ele está encapuzado, mas tem seu rosto à mostra: é branco, possui cabelo preto e olhos castanhos. Atrás dele, um cenário desfocado do que parecem ser árvores e o céu.
Em Pluto, os personagens de Tezuka são redesenhados e reimaginados (Foto: Netflix)

Flora Vieira

Pluto, anime distribuído pela Netflix e produzido pelo Studio M2, é a adaptação do mangá homônimo escrito e ilustrado por Naoki Urasawa, mangaká responsável também por outros sucessos, como Monster e 20th Century Boys. O mangá e sua adaptação escolhem recontar The Greatest Robot On Earth, uma das várias histórias de Astro Boy, escrita e publicada pelo lendário Osamu Tezuka em 1965. No anime, nós acompanhamos Gesicht, um robô detetive que passa a investigar assassinatos de robôs e cientistas que, de alguma forma, estão interligados a um conflito geopolítico global ocorrido anos antes.

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25 anos de Cowboy Bebop: Se o passado vai me condenar, coloque um jazz para acompanhar

Cena do episódio "The Real Folk Blues: Part 1" do anime Cowboy Bebop. Duas mulheres estão dentro de um carro conversível vermelho em movimento visto de lado. Atrás delas, um oceano e um céu com tonalidades rosadas do entardecer. A mulher dirigindo é Julia. Ascendência asiática, loira de cabelo liso, pele clara, batom vermelho na boca, usa um sobretudo marrom e possui um olhar determinado no rosto. Ao lado dela, no banco do passageiro, está Faye Valentine. A mulher tem ascendência asiática, pele clara, cabelos escuros levemente azuis. Uma tiara amarela na cabeça combina com o colete de couro amarelo usado por Faye junto com um casaco vermelho de mangas arregaçadas e amarrado na altura da barriga. Um dos braços de Feye está apoiado na porta do conversível e ela possui um olhar contemplativo.
“A obra, que irá instaurar um novo gênero próprio, irá se chamar COWBOY BEBOP” (Foto: Sunrise)

Iris Italo Marquezini

É possível apontar para diversos episódios de Cowboy Bebop e pensar “caramba, agora a parada ficou séria”. Não é difícil mencionar outras animações que pegaram o público de surpresa e apresentaram uma trama tão ousada e emocionante em um momento inusitado. Em Avatar: A Lenda de Aang, pode-se citar o episódio em que Toph falha em evitar a captura do bisão Appa pelas mãos da vilã Azula. Em Fullmetal Alchemist: Brotherhood, aconteceu com o inesquecível arco de Nina, uma garotinha com um pai especialista em criar quimeras e o final trágico desta relação.

Em Steven Universo, lembra-se do episódio em que Steven encontra uma fita deixada pela mãe já falecida. Irônico, porque esse episódio presta homenagem direta a justamente um capítulo de Cowboy Bebop. Speak Like a Child também envolve assistir uma fita em uma televisão, só que dessa vez a espectadora é Faye Valentine. A mercenária caloteira, viciada em apostas  e sem memória alguma do próprio passado sente um soco no estômago quando percebe que existia muito mais sobre ela mesma para se descobrir a partir do momento que assiste a uma mensagem de décadas atrás. 

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A 2ª temporada de Alice in Borderland bagunça o baralho e guarda uma carta na manga

Cena da série Alice in Borderland. Da esquerda para a direita na imagem, as personagens Ann Rizuna, Hikari Kuina, Yuzuha Usagi e Ryōhei Arisu estão escondidos em meio a uma batalha contra o Rei de Espadas. Rizoma, Kuina e Usagi são mulheres asiáticas de cabelos e olhos escuros. Arisu é um homem asiático de cabelos e olhos escuros. A câmera captura todos agachados. Ann Rizoma veste uma camiseta de botões sem mangas na cor branca e shorts e botas na cor preta. Ela segura uma pistola. Hikari Kuina veste um sutiã azul, um colar, uma calça jeans azul com cinto e tênis na cor branca. Yuzuha Usagi veste uma regata de cor vermelha com legging e tênis na cor preta. Ryōhei Arisu veste uma camiseta branca, calça jeans azul e tênis na cor branca. Ele segura uma arma. O cenário é um estabelecimento acometido pela passagem do tempo e o avanço da natureza verde.
Em poucas horas de lançamento, a 2ª temporada de Alice in Borderland alcançou o topo do Top 10 da Netflix (Foto: Netflix)

Nathalia Tetzner e Thuani Barbosa

Inspirada no mangá de mesmo nome, Alice in Borderland retorna ainda mais brutal em sua 2ª temporada. Dirigida por Shinsuke Sato, a trama persegue os protagonistas Ryōhei Arisu (Kento Yamazaki) e Yuzuha Usagi (Tao Tsuchiya) em uma Tóquio apocalíptica e repleta de jogos mortais, criados a partir dos naipes de Reis e Rainhas de um jogo de mesa. A criatividade para executar a sequência dos desafios é surpreendente, além de muito fiel à obra original, agregando valor sentimental para os fãs que acompanham a saga dessa Alice distópica. Sem medo de jogar com quem assiste, a série da Netflix bagunça o baralho e guarda uma carta na manga. 

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O otimismo inabalável de Belle

Cena do filme animado Belle. Belle (Kaho Nakamura) é vista de perfil, olhando para a esquerda enquanto sorri e leva as mãos ao peito. Belle é uma mulher magra, asiática, de longos cabelos rosa-claros e grandes olhos azuis. Ela possui uma linha de sardas vermelhas embaixo dos olhos e maquiagem rosa nas bochechas, entrecortada por padrões retos e brancos. Em seus cabelos, flores vermelhas estão presas acima das orelhas e seu vestido também é recheado delas. Ao fundo, vemos outras flores de várias cores e luzes amarelas cintilando contra um fundo escuro.
Apesar de não ter sido selecionado para concorrer ao Oscar, Belle é um testamento ao poder da animação como meio (Foto: Studio Chizu)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Por mais que seja tentador reduzir o mais recente filme do cineasta Mamoru Hosoda à uma reinterpretação moderna de A Bela e a Fera, esse simples elevator pitch não faz jus à complexidade temática e emocional da nova animação do Studio Chizu. Belle (Ryû to sobakasu no hime, no original em japonês) passa bem longe de ser uma “versão anime” do clássico francês e, ao invés disso, se utiliza da familiaridade de suas dinâmicas para contar sua própria história de amor transformativo na era das redes sociais e realidades virtuais, num semi-musical de escopo glorioso e, ao mesmo tempo, íntimo.

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Thrice Upon a Time: o fim de Evangelion e o início da Neon Genesis

Cena do filme Evangelion: 3.0+1.0 Thrice Upon a Time. Imagem Asuka, Mari, Shinji, Rei e Kaworu usando roupas colegiais, em pé, sobre a areia, com suas pegadas espalhadas pelo chão. Todos estão sorrindo e fazendo poses como se estivessem sendo fotografados, menos Rei, que permanece séria.
Uma das mais marcantes características de Evangelion é sua tendência abstrata de tratar a história e as reflexões que a acompanham, brincando constantemente, por exemplo, com símbolos cristãos (Foto: Amazon Prime Video)

Elisa Romera de Freitas

Quando Shinji abre os olhos, encontramos um mundo estranho em Evangelion: 3.0+1.0 Thrice Upon a Time. Quatorze anos atrasado, a realidade apocalíptica envolve o protagonista; enquanto nós, do outro lado da tela, mais de duas décadas após a estreia de Neon Genesis Evangelion, contemplamos o novo final para a história do anime, que há muito tempo demonstra nada ter a ver com um remake, afinal, o Rebuild é utilizado por um motivo.

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O mundo de The Witcher: Lenda do Lobo é uma máquina movida pelo medo

Cena do filme The Witcher: Lenda do Lobo. Uma imagem retangular contendo Vesemir ao centro, um homem branco de cabelo castanho raspado nas laterais e formando um topete barba curta um pouco mais escura que o cabelo. A personagem veste uma capa com pelos na região próxima ao pescoço, segura uma longa espada e traja um colar prateado. Abaixo do personagem há uma horda de monstros humanoides de olhos vermelhos. O fundo da imagem é composto por uma paisagem nevada com montanhas e pinheiros em tons bastante brancos.
The Witcher: Lenda do Lobo prepara o terreno para uma série live action (Foto: Netflix)

Angelus Simões 

Quando se fala em The Witcher, é quase impossível, se você for um fã, não pensar na figura lacônica e de cabelos prateados que é Geralt de Rívia. No entanto, o personagem icônico que se tornou símbolo tanto dos jogos quanto da série live action, quase não aparece na animação produzida pela Netflix, em parceria com o estúdio sul-coreano Studio Mir, sob a direção de Kwang Il Han. Ao invés disso, o longa The Witcher: Lenda do Lobo acompanha a trajetória de Vesemir (Theo James), conhecido por ser mentor e figura paterna do tão conhecido Geralt.

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A cada novo episódio, Haikyuu se desafiou ainda mais até o topo

Cena da animação Haikyuu!!. A imagem mostra os dois personagens principais durante um de seus ataques rápidos. Hinata está de costas saltando e Kageyama levantando a bola. Os dois vestem um uniforme laranja, e são vistos em um ângulo baixo.
“Mesmo quem está no topo do mundo, se sempre fizer a mesma coisa, um dia  cairá. Nós não somos nem o melhor do país ainda. Se ficarmos presos no ontem, o que seremos amanhã?’’ Desafie-se hoje (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido

“Aquele que sobe as escadas, deve começar por baixo’’. Essa pequena frase de sabedoria dita por Ittetsu Takeda representa bem a jornada percorrida pelos personagens de Haikyuu!! desde o primeiro episódio. Agora, após terem superado a muralha de ferro, o time festeiro, o grande rei e a antes invicta águia branca, os Corvos de Miyagi alçam voo rumo a quadra laranja em Tokyo. Munidos com uma nova animação, time de produção, uma épica trilha sonora, narrativas emocionantes e muita determinação.

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