Delírio e desobediência em Das Tripas Coração

Cena do filme Das Tripas Coração (1982), em frente ao prédio da escola, na foto estão algumas alunas, vestidas de saia e camisa escolar, entre outros personagens, aglomerados, sem olhar para a câmera. Na direita da imagem, Guido (Antônio Fagundes) segura a professora de química do colégio enquanto ela vomita, abaixada, vestindo uma saia xadrez e camisa branca
Das Tripas Coração foi exibido na seção Apresentação Especial da 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo juntamente com outras produções da cineasta Ana Carolina, vencedora do Prêmio Humanidade (Foto: Crystal Cinematográfica)

Juliana Boaventura

As transformações físicas, descobertas sexuais e emoções intensas que fazem parte da transição da infância para a adolescência povoam e intrigam o imaginário popular. Muitos artistas buscam examinar isso em suas obras, partindo de suas experiências íntimas. Em Das Tripas Coração (1982) – em inglês, Heart and Guts –, a cineasta Ana Carolina constrói um microcosmo que expõe aspectos dessa transição de forma cômica e teatral, valendo-se de uma narrativa onírica não-linear, declamações inflamadas e murmúrios fora de cena. Uma inclinação à rebeldia e à desobediência permeia o longa-metragem, que desenrola-se dentro de um colégio feminino, austero, religioso e falido. O filme compõem a seção Apresentação Especial na programação da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

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6 diretoras para apreciar no Dia do Cinema Brasileiro

Para marcar a data em um ano tão simbólico como 2022, o Persona se juntou à ACI Faac para homenagear as mulheres que fizeram, fazem e farão a História do Cinema brasileiro. 

Entre tantos nomes importantes para o cinema nacional, selecionamos diretoras que contemplam as diversidades do Brasil de ontem, hoje e amanhã [Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara (Persona) e Laís Yokota (ACI Faac)/Texto de Abertura: Letícia Ramalho (ACI Faac) e Vitória Lopes Gomez (Persona)]
Em um Brasil que ainda vende suas salas de cinema para blockbusters estadunidenses e faz de tudo menos proteger seu próprio Cinema – e seus próprios cineastas -, os artistas sempre impuseram resistência. A situação das mulheres na Sétima Arte ao redor do mundo, porém, não destoa tanto do que vemos hoje: a invisibilidade ainda as condena ao esquecimento e ao segundo lugar de profissionais homens – que cá entre nós, também não estão em um lugar muito melhor por aqui. Mas parando para pensar… de cabeça, quantas diretoras mulheres você consegue citar? No Dia do Cinema Brasileiro, tomamos esse momento para refletirmos: quem são as cineastas que construíram e continuam construindo a trajetória do Cinema no país?

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