Escrevemos nos muros o que sentimos na Pele

Cena do documentário Pele, de 2021. A imagem mostra um apoio de viaduto, em que a metade inferior possui um grafite de uma mulher deitada, em tons de vermelho, com cabelos pretos. Em frente ao grafite, há uma mulher branca, de cabelos escuros e roupas pretas praticando ioga
No meio de uma avenida movimentada, pode-se achar um momento de calma (Foto: Embaúba Filmes)

Laura Hirata-Vale

O toque pode ser áspero, macio, quente ou gelado. Pode ter uma sensação seca ou hidratada. O maior órgão do corpo humano é a pele e é por meio dela que é possível não só sentir a dor e a temperatura, mas também as conexões se formarem, os pelos eriçarem e os sentimentos se aflorarem. É na pele que escrevemos lembretes, tatuamos frases, desenhos e lembranças. Os muros e as paredes das cidades também passam por um processo parecido: por meio de escritos, desenhos e lambe-lambes, as superfícies das florestas de concreto se colorem, e são aquecidas e resfriadas com o passar do dia. No documentário Pele (2021) – dirigido por Marcos Pimentel, produzido pela Tempero Filmes e distribuído pela Embaúba Filmes – a relação entre o meio urbano, a arte e a manifestação de ideias é explorada de forma simples, musical, cotidiana e cheia de denúncias. 

Continue lendo “Escrevemos nos muros o que sentimos na Pele”