A 3º temporada de Disque Amiga para Matar conquistou 33,33 milhões de horas assistidas somente na primeira semana (Foto: Netflix)
Vitória Borges
Considerada uma das melhores séries de comédia produzidas pela Netflix, Disque Amiga para Matar conta com humor perverso em meio a ironia, exageros e muita sinceridade. O enredo do seriado é centrado na história de Jen Harding – papel interpretado por Christina Applegate – que perdeu o marido em um trágico acidente de carro e que, em meio a tanta desordem, conhece Judy Hale (Linda Cardellini), uma simples mulher que guarda segredos sombrios a respeito de seu passado.
De mal a pior: aparentemente, tudo dá errado na vida de Clare (Foto: Star+)
Laura Hirata-Vale
A vida é feita de detalhes, de instantes. Eles podem ser repletos de felicidade ou de tristeza. Trazem consigo o luto e a dor, mas também são acompanhados do amor e da alegria. O nascimento de um bebê, a morte de um parente ou o fim de um casamento são tipos de momentos-chave na história de alguém. Os erros e acertos acompanham o ser humano durante seu tempo na Terra, desde o seu início até o seu fim. Em As Pequenas Coisas da Vida (2023), vemos como Clare Pierce (Kathryn Hahn) se comporta perante suas ações passadas e presentes, e como as pequenas coisas podem virar grandes conflitos, que mudam o rumo do futuro.
“A obra, que irá instaurar um novo gênero próprio, irá se chamar COWBOY BEBOP” (Foto: Sunrise)
Iris Italo Marquezini
É possível apontar para diversos episódios de Cowboy Bebop e pensar “caramba, agora a parada ficou séria”. Não é difícil mencionar outras animações que pegaram o público de surpresa e apresentaram uma trama tão ousada e emocionante em um momento inusitado. Em Avatar: A Lenda de Aang, pode-se citar o episódio em que Toph falha em evitar a captura do bisão Appa pelas mãos da vilã Azula. Em Fullmetal Alchemist: Brotherhood, aconteceu com o inesquecível arco de Nina, uma garotinha com um pai especialista em criar quimeras e o final trágico desta relação.
Em Steven Universo, lembra-se do episódio em que Steven encontra uma fita deixada pela mãe já falecida. Irônico, porque esse episódio presta homenagem direta a justamente um capítulo de Cowboy Bebop. Speak Like a Child também envolve assistir uma fita em uma televisão, só que dessa vez a espectadora é Faye Valentine. A mercenária caloteira, viciada em apostas e sem memória alguma do próprio passado sente um soco no estômago quando percebe que existia muito mais sobre ela mesma para se descobrir a partir do momento que assiste a uma mensagem de décadas atrás.
Às vezes uma família é composta por três vampiros centenários, uma criança vampira de energia e um familiar que está esperando há 13 anos para se tornar um sanguessuga (Foto: FX)
Dante Zapparoli
A quarta temporada de What We Do in the Shadows tinha a faca e o queijo na mão, desde os colegas de quartos vampiros voltando de suas jornadas separadas que os fariam evoluírem como mortos-vivos até a apresentação de conceitos como família, amor e outras construções sociais as quais estamos acostumados – e que são estranhas para seres centenários. No entanto, o queijo foi jogado fora e a faca parece mirar em uma desvalorização ainda maior dos subplots femininos de Nadja (Natasia Demetriou) e em temáticas com contextos racistas, como com Marwa (Parisa Fakhri).
“No fundo, todos nós gostaríamos que houvesse uma maneira de saber que estamos vivendo os bons e velhos tempos antes da gente ter que deixá-los”. (Foto: NBC)
Agata Bueno
Nove gerentes regionais, três casamentos, seis festas de Halloween, sete festas de Natal, duas edições do Dundies, um atropelamento, um filme e um documentário. A adaptação estadunidense da série de Ricky Gervais e Stephen Merchant reproduziu a rotina de uma empresa de papel no interior da Pensilvânia entre Março de 2005 e Maio de 2013. Em meio às inúmeras ameaças de fechamento, as nove temporadas de The Office mostraram o dia a dia das pessoas que se encontram das 9h às 17h na Dunder Mifflin. Ou melhor, de uma família que se formou diante das câmeras no decorrer dos 201 episódios e acumulou uma audiência que se tornou mais do que clientes interessados em papel.
A quinta temporada de O Conto da Aia deixa vários ganchos em aberto, para evitar que os fãs que restaram virem as costas antes da conclusão final (Foto: Paramount+)
Giovanna Freisinger
Na televisão, a regra é clara: quanto mais tempo no ar, mais dinheiro para a emissora. Há pelo menos duas temporadas, O Conto da Aia vem tentando encontrar maneiras de adiar ao máximo seu inevitável fim. A conclusão da quarta renovou os ares para o enredo, com June (Elisabeth Moss) finalmente escapando de Gilead e alcançando sua liberdade, mas, ao arrastar o desenrolar desse novo cenário durante toda a extensão da quinta, a história caiu em mais um ciclo repetitivo. A série, que antes prendia a atenção mesmo diante das sequências mais difíceis de digerir, agora não consegue manter o espectador interessado o suficiente para o próximo episódio.
“Quero quebrar cada regra que existe” (Foto: Amazon Prime Video)
Costanza Guerriero
Há cinco anos, The Marvelous Mrs. Maisel nos conta como é ser uma mulher comediante nos anos sessenta. Não apenas uma mulher, mas uma mulher divorciada que decide trabalhar. Não apenas trabalhar, mas trabalhar com comédia. O fim da série confirma que a produção sempre tentou trazer uma mensagem para além do que é conviver com o machismo, sendo sobre a possibilidade de quebrar as regras que a sociedade nos impõe – não porque se deve, mas porque se deseja. A produção conta uma história sobre ter coragem de fazer o que deve ser feito, para chegar nos lugares que se deseja, mesmo carregando um enorme fardo: ser uma mulher ambiciosa. Vencedora de vinte Emmys, este ano a produção chegou mais uma vez na premiação concorrendo a quatorze prêmios, incluindo Melhor Série de Comédia, e tornando-se uma das preferidas pelo seu brilhante desfecho.
Enxame é uma divertida e sangrenta surpresa para agitar 2023 e a competição do Emmy (Foto: Prime Video)
Giovanna Freisinger
“Esta não é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou eventos reais, é intencional.”. É com esse recado que se iniciam todos os episódios de Enxame, o novo acerto do Prime Video. Das mentes de Janine Nabers e Donald Glover, que trabalharam juntos na aclamada Atlanta, o curto seriado com sete episódios é mais um projeto ousado e provocante para o par, que decidiu explorar uma temática que pisa no calo de muitas pessoas, com assassinato, sexo, música e… Beyoncé?
A narrativa acompanha a distorção da realidade na mente de uma fã obsessiva, a jovem Dre, interpretada pela excepcional Dominique Fishback. A obra discute a organização e atividade de fandoms (grupos de fãs), sobretudo na internet, e as relações parassociais nocivas que podem se formar a partir desse engajamento com alguém, essencialmente, desconhecido.
Poker Face é uma forte candidata para o título honorário de ‘Melhor Série do Ano que Você Não Viu’ (Foto: Peacock)
Guilherme Veiga
A TV é um território onde não se pode errar, mesmo com as produções desastrosas sempre existindo, inclusive na história recente. Nesse sentido, criou-se um lugar seguro de gêneros em que se pode transitar. Tais segmentos definem uma moda em seu respectivo tempo: os anos 2000 foram férteis para as séries de ‘casos da semana’ com House, Supernaturale CSI nadando de braçada; atualmente, as antologias tem seu lugar ao sol com o sucesso estrondoso de Black Mirror e seus filhos como Love, Death & Robots.
Porém, toda moda, na verdade, é cíclica. As antologias retomam Além da Imaginaçãoe Contos da Cripta, enquanto o que moldou a Televisão no início deste século bebe de Columbo, série dos anos 1970 que catapultou o gênero de investigação como o conhecemos. Respeitando o intervalo de, pelo menos, duas décadas entre tendências, assim como a estética y2k, Poker Face promete ser a precursora de um possível movimento de retorno.
No Festival de Cannes, o diretor Sam Levinson afirmou que as controvérsias fariam de The Idol a maior série do verão (Foto: HBO Max)
Talita Cardoso
Abusos da mídia, dores físicas e psicológicas de artistas, transtornos desencadeados pelo meio e todos os bastidores podres da indústria musical de forma nunca antes vista. Foi o que The Idol prometeu explorar ao narrar a perspectiva de Jocelyn (Lily-Rose Depp), uma cantora mentalmente instável e fisicamente ferida pela profissão, que tem sua vida e a forma como enxerga a arte alterada ao conhecer um problemático produtor musical, Tedros (The Weeknd).