Zeca Pagodinho está ainda ‘Mais Feliz’

“Anjo do Samba” foi como sua madrinha Beth Carvalho apelidou o sambista (Foto: Reprodução)

Rayanne Candido

“Nós somos feitos um pro outro de encomenda/ Como a chave e a fenda, como a luva e a mão/ O nosso amor é kama sutra, é juventude/ É demais, parece um grude/ Corpo, alma e coração”. Esse trecho faz parte de Mais Feliz, composição de Toninho Geraes regravada por Zeca e usado na abertura de seu novo álbum. Um lançamento de uma das maiores figuras do Brasil é muito mais do que somente uma coleção de canções, é um convite a relembrar toda a trajetória que marcou o país. É sinônimo da genuína brasilidade.

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Sun Ra Arkestra e convidados distorceram o espaço-tempo no Sesc Bauru

A Sun Ra Arkestra aterrissou em Bauru no dia 5 de outubro. Ao centro, o líder Marshall Allen no alto dos seus 95 anos. Ao seu lado, Knoel Scott (Foto: Gabriel Leite Ferreira)

O saxofonista Marshall Allen começou a tocar com o pianista Sun Ra no fim dos anos 50. E assim segue até hoje, mesmo após a morte do mentor da Arkestra, um dos grupos mais cultuados do jazz de vanguarda, em 1993. Depois do também saxofonista John Gilmore, outro contribuidor fiel à obra de Sun Ra falecido em 1995, Allen mantém a Arkestra na estrada desde então. O espetáculo Outros Espaço: Sintonia Cósmico Sônica, que se deu na quinta-feira passada (3) no auditório do SESC Bauru, sinaliza a vontade de transmitir a ideologia musical e cósmica de Sun Ra para novas gerações de músicos e público.

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K-12 prova que conceito nem sempre é tudo

Foto: Reprodução

Ana Laura Ferreira

Inovação e crítica social. Essa é a mistura feita por Melanie Martinez em seu mais novo projeto: K-12. A obra composta por um álbum com 13 faixas e um filme de uma hora e meia compõe a 2ª parte da história de Cry Baby, personagem idealizada pela cantora em seu primeiro trabalho. Resultado de uma criação abusiva e uma infância tóxica, Baby agora deve encarar uma sociedade deturpada por um falso conceito de certo e errado.

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Melhores discos de Agosto e Setembro/2019

Linn, Glória, Karol discos
Da esquerda para a direita: Linn da Quebrada, Glória Groove e Karol Conká. A música brasileira vai muito bem, obrigada! (Divulgação)

Gabriel Leite Ferreira, Leandro Gonçalves e Leonardo Teixeira

“A música brasileira está uma merda”, afirmou Milton Nascimento em entrevista polêmica para a coluna de Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo, no último dia 22. E armou-se o circo. A assessoria do cantor do clube da esquina logo tratou de esclarecer o que seria um mal-entendido, já que Nascimento estaria se referindo à produção musical do mainstream brasileiro.

O que deveria amenizar as discussões, deu mais pano pra manga. Em meio a manifestações de apoio e repúdio à fala do cantor e compositor mineiro, a bolha cultural da internet tirou o dia para discutir a produção musical brasileira. Afinal de contas, a nossa música, popular ou independente, estaria uma merda?

Nossa curadoria dos meses de agosto e setembro prova que não. Numa semana em que o cantor Jaloo anunciou — em um desabafo que revelou a dificuldade de se fazer música por conta própria no Brasil — que não deve trabalhar por muito mais tempo, fica um pensamento: a arte merece apoio. A arte brasileira e a estrangeira, a arte de gravadora e a underground.

Confira abaixo os nossos momentos preferidos, dentre todas essas cenas, dos dois últimos meses. Boa leitura!

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Uma década de Lungs e a arte nascida do caos

(Foto: Reprodução)

Jho Brunhara

“Não deve existir nada melhor que isso”, Florence Welch canta em South London Forever, faixa presente no seu álbum de 2018, High as Hope. A música distante temporalmente de seu primeiro disco não poderia estar mais próxima a nível emocional. Em um relato nostálgico e fiel a sua conturbada adolescência e início da juventude no sul de Londres, a cantora britânica resgata na canção todos os sentimentos de euforia, impulsividade e frustração que a moldaram no início da carreira e possibilitaram a existência de seu mágico e caótico debut, Lungs. Dez anos depois de vir ao mundo, o primeiro trabalho de Welch ainda é um grande exemplo de sua capacidade de transformar a desordem de um coração em uma obra de arte.

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50 anos de Abbey Road e o fim da estrada dos Beatles como Beatles

(Foto: Iain Macmillan)

Maria Carolina Gonzalez

Em setembro de 1969, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr encerravam juntos uma jornada que perdurou por sete anos intensos. Abbey Road – último trabalho que os Beatles fizeram, embora não seja o último a ser lançado – nasceu em meio ao caos, às desavenças e às rupturas que os quatro viviam até se reunirem novamente no lendário estúdio. Mesmo com as diferenças, o quarteto de Liverpool mostrou muito entusiasmo para assim completar, de forma brilhante, a longa e sinuosa viagem que transformou os Beatles… em Beatles.

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5 anos de Queen Of The Clouds: o desabafo de uma estrela autêntica

Queen Of The Clouds, o álbum de estreia da cantora sueca Tove Lo, lançado em setembro de 2014, é completamente uma experiência, seja por conta das letras que retratam um amor do surgimento ao fim, ou pelas produções que entregam uma obra muito bem lapidada e que é recomendável para qualquer fã do gênero pop.

(Foto: Reprodução)

Caio Savedra

O conceito do título – “rainha das nuvens”, em tradução livre -, reforça um dos motivos da autenticidade – uma das características que mais marcam seus trabalhos – da cantora: depois do lançamento de seu primeiro EP em março do mesmo ano, Tove viu sua carreira decolar e oportunidades aparecerem, ela se sentia no topo do mundo, mas sem deixar de sempre tentar dar um passo para trás e analisar o quadro geral, tomando ciência de que este é o seu mundo agora.

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Taylor Swift quer amar para sempre

Capa do lover
(Divulgação)

Leonardo Teixeira 

“Ás vezes as coisas não se quebram, elas se estilhaçam. Mas quando você deixa a luz entrar, estilhaços de vidro brilham”. A cena da carta do longa Alguém Especial (2019), filme que bombou na Netflix, deve ter emocionado muita gente. Após o término de um relacionamento de 9 anos, a protagonista escreve sobre seu luto e o futuro incerto, sem a pessoa com que ela esperava passar a vida. “Nós somos mágica. Para sempre”.

É uma cena linda e dolorida. “Se cuide, meu querido. Só existe um de você”, Jenny (Gina Rodriguez) conclui. Quando se ama alguém, por tanto tempo, essa pessoa se torna um lugar de conforto. E passa a ser parte essencial da sua vida. A ideia de perder essa pessoa é desesperadora, já que é fácil esquecer como era a vida antes dela. E é exatamente esse vazio que Taylor Swift teme seu novo disco, Lover.

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Medúlla: 15 anos de um álbum estranho, arcaico e atemporal

Foto: Reprodução

Humberto Lopes

Medúlla é o termo médico para a medula óssea em latim. Porém, a origem do nome do quinto álbum de estúdio da cantora e compositora islandesa Björk vai muito além da palavra de origem romana. O significado no título da obra está no chegar à essência de algo, alcançar o início da humanidade, abandonar a civilização e voltar ao tempo antes de tudo acontecer.

Assim, no dia 31 de agosto de 2004, foi concebido o sucessor de Vespertine (2001) e do clássico Homogenic (1997), discos que incorporam a eletrônica e batidas inigualáveis, além de trazer a sonoridade inovadora e vanguardista da artista.

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Lana Del Rey retorna às suas antigas praias em “Norman Fucking Rockwell!”

Lana Del Rey é a artista feminina que recebeu a maior nota da década pelo Pitchfork com Norman Fucking Rockwell! / Foto: Divulgação

Isabelle Tozzo

As cordas ressoam por vinte e cinco segundos. Em seguida entra o piano. Suave, ele guia o restante da música. Na letra, Lana Del Rey canta sobre um homem que se acha demais. É com essa dualidade entre composição direta e melodia elegante que a americana de trinta e quatro anos abre Norman Fucking Rockwell!, seu novo álbum lançado no dia 30 de agosto. Continue lendo “Lana Del Rey retorna às suas antigas praias em “Norman Fucking Rockwell!””