John Wick 4: Baba Yaga é um épico de ação que redefine riscos

Cena do filme John Wick 4: Baba Yaga. John Wick em uma capela, protagonista da saga de filmes de mesmo nome, interpretado por Keanu Reeves. Um homem branco de cabelos longos na altura do ombro que veste um terno totalmente preto. Ele está andando de costas para o altar de uma capela com várias velas acesas em castiçais ao seu redor. A exibição está ao nível de sua cintura mostrando uma passarela cercada de cadeiras em que a frente está um homem sentado.
Keanu Reeves, conhecido por participar de vários filmes de ação e ser referência no gênero, chegou a doar parte de seu salário para a equipe de efeitos especiais de Matrix (Foto: Lionsgate)

Henrique Marinhos

John Wick 4: Baba Yaga reflete e pode ser definido pelo seu subgênero neo-noir, em sua exploração das complexidades do ser humano, desde seus conflitos internos até sua moral ambígua no contemporâneo. Ainda que a subcategoria o descreva tão bem, a ação e o suspense se sobressaem em função de sua construção, tanto pela direção de Chad Stahelski, à atuação do veterano Keanu Reeves. Em contrapartida às motivações triangulares – de construção simples, capazes de suportar grandes tensões e únicas –, todo desenrolar da narrativa segue a busca do protagonista pela vingança de um passado e uma esperança destruídos em atos simplórios em sua prequela, que ocasionaram uma sequência de desestruturações de escala mundial, reais e fictícias.

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A 2ª temporada de Hunters aproveita as brechas da liberdade criativa

Texto Alternativo: Cena da série Hunters. Nele estão 4 pessoas. Dois homens e duas mulheres.Estão andando com roupas de gala em um salão ornamental. A esquerda, um homem e uma mulher brancos, vestem um terno vermelho e amarelo e um vestido prateado respectivamente. A direita, um homem branco e uma mulher negra. Vestem um terno vermelho de veludo e um vestido marrom
David Weil, showrunner de Hunters, subiu ao estrelato com a série que o representa pessoalmente por ser neto de sobreviventes do Holocausto (Foto: Amazon Prime Video)

Henrique Marinhos

Há três anos estreava a dualista primeira temporada de Hunters. Aos que conseguiram terminá-la, hoje podem apreciar o segundo – e maior – ato do enredo, desenvolvido por David Weil, Mark Bianculli, Nikki Toscano e David Rosen, que divide opiniões. Com um exímio elenco, a série traz Al Pacino de volta às telas, já que seu último papel em uma produção para televisão foi em 2003, em Angels in America. Agora, o ator interpreta Meyer Offerman, um líder de caçadores nazistas à procura de fechar as feridas deixadas pela Segunda Guerra Mundial.

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A 2ª temporada de Alice in Borderland bagunça o baralho e guarda uma carta na manga

Cena da série Alice in Borderland. Da esquerda para a direita na imagem, as personagens Ann Rizuna, Hikari Kuina, Yuzuha Usagi e Ryōhei Arisu estão escondidos em meio a uma batalha contra o Rei de Espadas. Rizoma, Kuina e Usagi são mulheres asiáticas de cabelos e olhos escuros. Arisu é um homem asiático de cabelos e olhos escuros. A câmera captura todos agachados. Ann Rizoma veste uma camiseta de botões sem mangas na cor branca e shorts e botas na cor preta. Ela segura uma pistola. Hikari Kuina veste um sutiã azul, um colar, uma calça jeans azul com cinto e tênis na cor branca. Yuzuha Usagi veste uma regata de cor vermelha com legging e tênis na cor preta. Ryōhei Arisu veste uma camiseta branca, calça jeans azul e tênis na cor branca. Ele segura uma arma. O cenário é um estabelecimento acometido pela passagem do tempo e o avanço da natureza verde.
Em poucas horas de lançamento, a 2ª temporada de Alice in Borderland alcançou o topo do Top 10 da Netflix (Foto: Netflix)

Nathalia Tetzner e Thuani Barbosa

Inspirada no mangá de mesmo nome, Alice in Borderland retorna ainda mais brutal em sua 2ª temporada. Dirigida por Shinsuke Sato, a trama persegue os protagonistas Ryōhei Arisu (Kento Yamazaki) e Yuzuha Usagi (Tao Tsuchiya) em uma Tóquio apocalíptica e repleta de jogos mortais, criados a partir dos naipes de Reis e Rainhas de um jogo de mesa. A criatividade para executar a sequência dos desafios é surpreendente, além de muito fiel à obra original, agregando valor sentimental para os fãs que acompanham a saga dessa Alice distópica. Sem medo de jogar com quem assiste, a série da Netflix bagunça o baralho e guarda uma carta na manga. 

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Leonor Jamais Morrerá usa a metalinguagem como poucos

Cena do filme Leonor Jamais Morrerá exibe uma idosa filipina parada em meio ao jardim de sua casa. Ela olha para cima, com os olhos fechados e a luz do sol batendo em seu rosto. Ela usa um vestido colorido. À esquerda, vemos uma cerca-viva repleta de plantas e à direita vemos mais plantas na parede da cada, com alguns vasos em cima de um balcão perto do canto inferior direito da imagem.
Leonor Jamais Morrerá faz parte da Competição Novos Diretores na 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Arkeofilms)

Caio Machado

O Cinema é capaz de mostrar mundos fantasiosos, realidades alternativas, novas perspectivas de grupos marginalizados da sociedade… As possibilidades são infinitas. No caso de Leonor Jamais Morrerá, produção filipina que faz parte da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, a Sétima Arte é utilizada como meio de reconciliação entre mãe e filho. 

Na trama, Leonor Reyes (Sheila Francisco) já foi uma figura consagrada do cinema de ação filipino, responsável pela criação de uma série de filmes de sucesso, mas agora sua família sofre com dificuldades para pagar as contas. Após ver o anúncio de um concurso de roteiros no jornal, ela decide continuar um esboço inacabado sobre a jornada de Ronwaldo (Rocky Salumbides), que busca vingança pelo assassinato de seu irmão. Enquanto a imaginação ajuda Leonor a escapar das dificuldades da vida real, um acidente envolvendo a queda de uma televisão a deixa em coma, transportando-a para dentro da obra inacabada. Agora, ela pode descobrir o melhor final para a história.  

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Ambulância – Um Dia de Crime: Michael Bay nos convida a empatizar em meio a tensão

Fotografia do filme Ambulância, em um apartamento bagunçado. Yahya Abdul-Mateen II, que interpreta Will, é um homem negro e forte, com cabelo curto e maxilares marcados. Will está suado, usa uma blusa preta e calça caqui, enquanto segura uma arma. Seu braço esquerdo está sendo segurado por Jake Gyllenhaal, que interpreta Danny, um homem branco com cabelo e barba castanhos, usando uma camiseta verde escura e olhando o irmão com preocupação e suor no rosto.
Yahya Abdul-Mateen II e Jake Gyllenhaal protagonizam novo filme de ação do polêmico diretor (Foto: Universal Pictures)

Bruno Mael

Desde sua estreia como cineasta em 1995, o cineasta Michael Bay tem a ação junto a uma certa dose de niilismo como grandes marcas do seu trabalho. Premiado diretor de comerciais e videoclipes, Bay funde o apelo visual e a iconografia americana de seu predecessor Tony Scott, com o niilismo e antipatia de seu sucessor Zack Snyder, em filmes de ação saturados e apelativos que pouco se importam de fato com seus personagens. Talvez seja por isso que o americano se encontrou nos robôs da franquia Transformers, literais dispositivos de ação e frases de efeito, que a cada filme tinham mais tempo de tela e davam menos valor à vida humana.

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Casamento Sangrento satiriza que nem sempre é bom se casar com gente rica

Cena do filme Ready or Not. A imagem contém a protagonista no foco, uma mulher loira e branca, que está vestindo um vestido de noiva branco de renda e manga comprida. Ela está escondida atrás de uma cama vermelha com colcha marrom estampada, junto ao seu marido que está segurando seu braço. Ele é um homem branco com cabelos castanhos escuros, está vestindo uma blusa social branca com uma gravata preta e uma calça da mesma cor. 
Lançado em 2019, o longa-metragem Casamento Sangrento (Ready or Not) traz proposta de Horror cômico e cumpre razoavelmente bem sua proposta [Foto: Searchlight Pictures]
Sabrina de Oliveira 

A protagonista Grace (Samara Weaving) é uma jovem que, após se casar com Alex Le Domas (Mark O’Brien), inocentemente aceita participar de um jogo que faz parte da tradição da família do marido (que, aparentemente, tem sua fortuna voltada aos jogos). Visando, principalmente, aprovação dos novos parentes, visto que a maioria destes não gostaram da união dos dois por ela não ter o mesmo poder aquisitivo, Grace tira a carta da má sorte (Hide And Seek) e é obrigada a jogar uma partida de esconde-esconde, que até então não tinha conhecimento do quão mortal se tornaria. 

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Nada é confiável em Sem Remorso

Cena do filme Sem Remorso exibe um homem negro que está olhando para o lado. Ele tem cabeça raspada e usa uma blusa preta, camuflada e de gola alta. Ao fundo, vemos uma parede preta.
Sem Remorso é mais uma das adaptações dos livros de Tom Clancy (Foto: Universal Pictures)

Caio Machado

Xadrez é um dos jogos de tabuleiro mais antigos de todos os tempos. Caracterizado pela estratégia e controle, é um elemento temático importantíssimo em Sem Remorso, filme lançado diretamente no Amazon Prime Video e baseado no romance homônimo de Tom Clancy lançado em 1993. Na trama, o fuzileiro naval John Kelly (Michael B. Jordan) se vê em meio a uma grande conspiração internacional enquanto busca vingança pelo assassinato de sua esposa, Pam (Lauren London).

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Assistir Miss Simpatia é como viajar em um túnel do tempo para a Sessão da Tarde

Cena do filme Miss Simpatia. Nela vemos Sandra Bullock, uma mulher jovem branca e com cabelo liso médio castanho. Ela veste um vestido azul claro, um salto azul escuro e segura um óculos de sol na mão direita e uma bolsa azul na mão esquerda. O ator Michael Caine caminho ao seu lado. Ele é um homem branco idoso. Ele usa óculos de sol e veste uma camisa social azul claro e uma calça social bege. Ele segura um paletó bege sobre o ombro. Os dois estão saindo de um hangar e ao lado deles há várias pessoas observando eles.
Sandra Bullock divide as telas de Miss Simpatia com Benjamin Bratt e Michael Caine (Foto: Castle Rock Entertainment)

Ana Beatriz Rodrigues

Diferentemente de modelo, ser uma miss vai além de desfiles em passarelas e ensaios fotográficos. A miss é responsável por representar sua cidade, estado ou país em uma competição. Ela precisa ser carismática e possuir um talento que impressione os jurados, e, além disso, é necessário seguir os terríveis padrões de beleza impostos pela sociedade. Em 2001, Sandra Bullock confirmou essas características em Miss Simpatia, filme roteirizado por Marc Lawrence. Nesse ano, a obra completa 20 anos e não poderia deixar de ser esquecida. Misturando ação e comédia, o filme que embalou muitas Sessões da Tarde explora esses concursos enquanto se desenrola um mistério envolvendo o Miss Estados Unidos. 

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Hellblade: Senua’s Sacrifice, revolução e as vozes que ouvimos

Senua terá de viajar aos lugares mais escuros de Hel para completar sua jornada (Foto: Reprodução)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Em 11 de abril de 2019, Hellblade: Senua’s Sacrifice foi lançado para o Nintendo Switch, marcando a chegada de um dos jogos mais revolucionários da atual geração para o último console que faltava. Lançado para PC e PlayStation 4 em agosto de 2017, e posteriormente para o Xbox One em 2018, Hellblade se propôs a entregar uma experiência single player de apenas algumas horas e com pouco valor de rejogabilidade, custando apenas metade do preço de um grande lançamento.

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