Estante do Persona – Setembro de 2023

Capa: O fundo é laranja. No centro, acima, está o logo do persona, um olho com íris vermelha e um pupila no formato de um play. Abaixo estão três livros empilhados; o primeiro diz “estante do”, o segundo “persona” e o terceiro está o mês, Setembro de 2023.
Em Setembro, o Estante chega com novidades e velhos hábitos” (Texto de abertura: Jamily Rigonatto/ Arte: Raira Tiengo)

Em Setembro de 2023, o Estante do Persona se despede de um velho amigo, o amado por muitos, Clube do Livro. Mas a separação não termina um ciclo e, sim, inicia dois novos. A partir desta edição, as nossas publicações seguem caminhos diferentes em busca de um mesmo propósito: expandir os horizontes da Literatura no Persona. 

A nossa seleção mensal de dicas literárias continua aqui para atender todos os apaixonados pelos mistérios da escrita e suas óticas, sejam elas encantadoras ou grotescas. Com muito cuidado e caminhando pela pluralidade do espaço-tempo, os membros da Editoria seguem indicando mensalmente obras capazes de despertar mistos de emoção e marcar trajetórias. 

Enquanto isso, o Clube do Livro vai reunir nossos leitores e colaboradores em datas mais que especiais para debates impactantes, trocas de experiências e o melhor da aventura que é ler e compartilhar. Nos nossos encontros, agora abertos ao público que nos acompanha, mora o convite para uma oportunidade de vivenciar a livre expressão fora das linhas de um texto corrido. 

Agora, como costume bom vira tradição, deixamos títulos selecionados a dedo para quem quer apreciar os doces de uma boa escrita. Nos próximos meses, nossa estante ganha autores novos e muita informação sobre um universo que nunca vai se prender ao limite das páginas.

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10 anos de Antes da Meia-Noite e o último suspiro de uma primeira noite de amor

Cena do filme Antes da Meia-Noite. Nela, observa-se os personagens Celine (à esquerda) e Jesse (à direita). Ele está usando uma camisa jeans azul claro, com uma calça azul escuro e sorri para Celine. Ela está sorrindo e está com um vestido azul e uma bolsa de crochê com dois tons de marrom.
O terceiro longa da trilogia Before desenvolve a relação conturbada entre Jesse e Celine (Foto: Sony Picture Classics)

Guilherme Machado Leal

É ao som de The Best Summer of My Life, do compositor Graham Reynolds, que Antes da Meia-Noite se desenrola pelos seus 108 minutos. Com idas e vindas da canção ao longo do filme, o último capítulo da trilogia Antes – dirigida por Richard Linklater – dá, logo no seu início, o tom de como serão os próximos momentos vividos por Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy). Lançado em 2013, Before Midnight tem a difícil tarefa de superar ou, pelo menos, se equiparar ao nível de seus antecessores Antes do Amanhecer (1995) e Antes do Pôr do Sol (2004).

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Em Vai Ter Troco, as diversas facetas do brasileiro são representadas na dinâmica patrão x empregado

Cena do filme Vai Ter Troco. Nela, observa-se as personagens Zildete (à esquerda) e Tonha (à direita). Ambas estão com um uniforme cinza com faixas brancas, além de usarem uma espécie de touca branca. Zildete usa óculos.
Em Vai Ter Troco, Nany People e Evelyn Castro esbanjam carisma com suas personagens Zildete e Tonha (Foto: Amaia Produções)

Guilherme Machado Leal

A música Xibom Bombom do grupo As Meninas é marcada pelo padrão de vida de pobres e ricos. Nela, os versos “Quero me livrar dessa situação precária” e “onde o pobre cada vez fica mais pobre e o rico cada vez fica mais rico” explicitam um tema recorrentemente abordado na cultura brasileira: a desigualdade social. Produtos audiovisuais sobre esse assunto são vastos, mas o que diferencia Vai Ter Troco de tudo que já foi explorado? O filme dirigido por Maurício Eça (A Menina que Matou os Pais) é centrado em duas protagonistas carismáticas: Tonha (Evelyn Castro), uma mulher com pavio curto, e Zildete (Nany People), uma senhora dócil e piedosa. Juntas, elas trabalham na casa dos ricaços Sarita (Miá Mello) e Afonso (Marcos Veras) – um casal superficial à décima potência. 

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A Pequena Sereia de Halle Bailey comove e ensina como adaptar uma animação

 Cena do filme A Pequena Sereia. Nela, observa-se a personagem Ariel dentro do mar olhando o seu reflexo através da água.
O longa amplia a relação de Ariel com a sua liberdade, conceito até então desconhecido pela protagonista (Foto: Disney)

Guilherme Machado Leal

Em 2019, foi anunciado o elenco do live-action de A Pequena Sereia, tendo a atriz Halle Bailey como a protagonista Ariel, o que incomodou diversos fãs da animação original. Possíveis argumentos que poderiam ser levantados – mesmo sem um material promocional da obra sequer ter sido divulgado até aquele momento – deram lugar a uma enxurrada de comentários racistas pela internet. A cantora, da dupla Chloe x Halle, sofreu ataques desumanos devido a sua cor de pele: o primeiro teaser do filme foi bombardeado por um alto número de dislikes, o que mostra uma certa resistência – no caso, puramente racismo – do público para sua versão da Ariel. Agora, após a estreia, finalmente podemos avaliar de uma forma justa: Bailey fez jus à icônica sereia conhecida em 1989?

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Desnecessário, Pânico 6 decepciona e mostra problemas estruturais da franquia

Cena do filme Pânico 6. Nela, observa-se uma pessoa vestida com a fantasia do vilão Ghostface. Sua roupa consiste em um manto preto e uma máscara branca com olhos, nariz e boca deformados.
Retornando para a sua sexta aventura, o famoso personagem Ghostface agora aterroriza a cidade de Nova York (Foto: Paramount Pictures)

Guilherme Machado Leal

A pergunta “Qual é o seu filme de terror favorito?” feita pelo vilão Ghostface da franquia de filmes slasher Pânico talvez seja a mais conhecida pelo público geral. A questão exemplifica certamente o conceito do universo criado pelo célebre diretor Wes Craven: na franquia, o cerne da história é a abordagem da metalinguagem, ou seja, brincar com os estereótipos de filmes de terror na própria obra. Com a genial combinação do horror com humor, as sequências estreladas pela final girl Sidney Prescott (Neve Campbell) se destacam justamente por não se levar a sério, e é por isso que Pânico possui uma legião de fãs, os quais são extremamente aficionados pela narrativa instigante de tentar adivinhar quem está por trás dos assassinatos por parte do mascarado. Com a estreia do sexto longa-metragem, a história não seria diferente.

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5 anos depois, Com Amor, Simon permanece necessário às gerações atuais

Cena do filme Com Amor, Simon. Nela, observa-se o personagem Simon sentado, segurando um garfo, com um moletom preto e uma jaqueta jeans com pelo bege.
Ambientado no típico Ensino Médio americano, Com Amor, Simon, inova ao abordar os anseios da juventude LGBTQIAP+ (Foto: 20th Century Studios)

Guilherme Machado Leal

Em Com Amor, Simon, filme lançado em 2018, baseado no livro Simon vs. A Agenda Homo Sapiens, escrito por Becky Albertalli, a história retratada é a de um adolescente que guarda um segredo a sete chaves. Simon Spier (Nick Robinson) teme, ao revelar que é gay, ser discriminado pelos seus colegas de aula e, por isso, esconde sua orientação sexual. No entanto, em certo momento da história, o protagonista decide conversar com um outro garoto em um blog – com os codinomes Jacques e Blue, respectivamente –, dando espaço para conhecermos o íntimo do jovem.

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