Cara a cara com Luke Hemmings, enfrentamos o que é deixado para trás

Capa do álbum When Facing The Things We Turn Away From. O cantor Luke Hemmings está de perfil no lado esquerdo da foto, olhando para a direita. Ele é branco e possui cabelos curtos cacheados. Os cachos cobrem seus olhos e sua boca está fechada, triste. Seu rosto está iluminado apenas de cima. Do lado direito da foto, está o reflexo do rosto de Luke com a área dos olhos borrados. No meio das duas imagens, está escrito o nome do álbum When Facing The Things We Turn Away From, um em cada linha, em letras maiúsculas e vermelhas, como um letreiro de cinema antigo. O fundo é preto desbotado.
“Você me parece tão familiar/Mas eu simplesmente não consigo me lembrar o seu nome” (Foto: Sony Music Entertainment Australia)

Ana Laura Ferreira e Júlia Paes de Arruda

Encarar o passado não é tarefa fácil. Entretanto, faz parte da construção e amadurecimento de qualquer pessoa. Pensando em tudo para o que virou as costas, Luke Hemmings abre caminho para uma narrativa transcendental que fala muito mais sobre os seres humanos como um todo do que sobre si mesmo. Em When Facing the Things We Turn Away From, o que enxergamos não é apenas mais um membro de boyband em seu debut solo, mas um artista completo que deseja expor suas feridas para curar as nossas.

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Não há paz em Oslo

Cena de Oslo. Nela vemos Andrew Scott. Um homem branco, de cabelos lisos e pretos. Ele está sentado, veste um paletó cinza, camisa branca e gravata azul. À direita está o ombro e a cabeça desfocada de outro homem. Ao fundo vemos caixas de plástico. A imagem tem um filtro amarelo.
Lançado em maio, Oslo concorre a duas categorias no Emmy 2021 (Foto: HBO)

Ana Júlia Trevisan

Oslo é a capital na Noruega, além de ser a maior cidade do país. Revelando sua importância, o município é centro cultural, científico, econômico e governamental dos noruegueses. Com um dos maiores custos de vida, mas também um dos melhores lugares para se viver, Oslo é o palco do filme de mesmo nome que traz Mona Juul (Ruth Wilson) e Terje Rød-Larsen (Andrew Scott) com um heroico casal de diplomatas ajudando nas negociações dos Acordos de Paz em 1993. 

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As Mulheres da 6ª Mostra de Cinema Feminista

De 14 de agosto a 3 de setembro, as colaboradoras, redatoras e editoras do Persona estudaram as múltiplas óticas que compreendem o que é ser mulher através das obras da 6ª Mostra de Cinema Feminista (Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Raquel Dutra)

Se não a Arte, quem é que vai ter coragem de refletir sobre o que é ser mulher em 2021? Essa foi a conclusão da nova experiência do Persona, que se dedicou a acompanhar a 6ª Mostra de Cinema Feminista. Do dia 14 de agosto ao dia 3 de setembro, a internet nos permitiu fazer parte de mais um encontro para pensar e apreciar o Cinema de forma totalmente online e gratuita. Depois de flutuar pelo que existe de mais diverso, fantástico, inventivo e maravilhoso na Sétima Arte, encaramos uma perspectiva específica e nada leviana: a da mulher.

Como sempre, o Persona se manifesta como uma iniciativa jornalística expressamente contrária a toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. A premissa de falar sobre feminismo em 2021 é apenas uma: que este termo compreenda a mulher em sua totalidade. Assim, as colaboradoras, redatoras e editoras do Persona mergulharam na seleção vasta da 6ª Mostra de Cinema Feminista, composta por 126 filmes nacionais e internacionais, e acompanhada por 5 debates que refletiram sobre a produção cinematográfica contemporânea.

A Mostra de Cinema Feminista é realizada pela Coletiva Malva desde 2015, sob o objetivo de construir um espaço de fruição e fomento ao audiovisual realizado por mulheres cis e trans, pautando debates raciais, de gênero, histórias sobre amores e paixões, relações familiares, sociais, econômicas, históricas e culturais. E no ano de 2021, em sua sexta edição, a realização não fugiu à premissa central de sua concepção: explorar os muitos temas que nascem da combinação do Cinema com os Feminismos.

De crianças à jovens, de adultas à idosas; entre personalidades históricas e existências ordinárias; diante de mulheres reais ou inventadas; doces ou salgadas, azedas ou amargas; seja para rir ou para chorar, para sonhar ou para realizar, vivendo suas liberdades ou estudando suas prisões, Ana Júlia Trevisan, Ayra Mori, Gabriela Reimberg, Gabrielli Natividade, Júlia Paes de Arruda, Ma Ferreira, Mariana Chagas, Raquel Dutra e Vitória Lopes Gomez assistiram 34 filmes da seleção da 6ª Mostra de Cinema Feminista, para agora estudar muitos aspectos da imensidão do ser mulher.

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black-ish: quando se é negro, é melhor rir para não chorar

Cena de black-ish. Nela está um garoto negro vestindo blusa preta segurando um bebe no colo, olhando e sorrindo para este. Ao seu lado esquerdo, uma mulher negra com o cabelo preso em tranças e uma blusa amarela beija a cabeça do bebê. Na direita um homem negro de blusa vermelha olha para os três com um sorriso no rosto.
A sétima temporada de black-ish chega com tudo nas indicações do Emmy 2021 (Foto: ABC)

Mariana Chagas 

Representatividade importa. Mesmo hoje sendo uma obviedade, tal fato só me foi percebido quando entendi que existia um motivo pelo qual eu, meu irmão e meu pai passávamos tanto tempo assistindo Todo Mundo Odeia O Chris. É claro que a gente ria das falas absurdas da Senhorita Morello, afinal também já tivemos de lidar com professoras racistas em nossas vidas.

No mundo das sitcoms, Chris Rock é apenas um dos nomes que criou comédia evidenciando situações ridiculamente absurdas que a população negra sofre diariamente. Um Maluco no Pedaço (1990) e Eu, a Patroa e as Crianças (2001), também fizeram história. Alguns anos mais tarde, no outono americano de 2014, estreou black-ish. A família composta por Dre, Bow, Zoey, Junior, Jack, Diane, Ruby e Pops é grande, mas muito unida pelas dificuldades que passam, sendo os únicos negros em um bairro branco de classe média alta. 

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Na quarta temporada de Fargo, o desastre é cômico

Cena do seriado Fargo. Na foto, Chris Rock está sentado ao centro, cercado de homens com chapéus, boinas e ternos. Todos, inclusive Chris Rock, são homens negros. Ele está vestindo um terno azul claro, sapatos pretos e gravata preta.
Indicada ao Emmy 2021, Fargo traz em sua 4ª temporada menos mistério e mais coincidências (Foto: FX)

Bruno Andrade

Das séries de antologia dos últimos anos, Fargo está na lista das melhores. Indicada ao Emmy 2021 nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Composição Musical e Melhor Edição de Som em Série Limitada ou Antologia, a 4ª temporada mistura a história do crime com a história racial dos Estados Unidos, numa linha tênue entre o trágico e o cômico, e traz, pela primeira vez, um protagonista negro. 

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Interrompemos a Programação: a mensagem nem sempre é entregue mastigada

Cena do filme Interrompemos a Programação. Na imagem, o protagonista Sebastian, um homem branco loiro de olhos azuis, usa boné azul marinho, camiseta marrom e camisa cinza escura por cima. Ele aponta uma arma para uma câmera Sony de estúdio antiga. O fundo é um set de filmagem azul, preparado para o ano novo.
Bartosz Bielenia, o astro de Corpus Christi, protagoniza como o jovem polonês Sebastian em todo o seu paradoxo emocional (Foto: Netflix)

Nathália Mendes

O apocalipse na entrada dos anos 2000, com aviões caindo do céu e sistemas de computação zerando à meia noite, não é estranho para os millennials. O mesmo drama-fim-do-mundo, somado a terrorismo, compõe a trama nada revolucionária de Interrompemos a Programação. O filme de Jakub Piatek se passa dentro de um canal de televisão na Polônia durante o bug do milênio, e numa rápida sucessão de acontecimentos, anda por um labirinto de confusão e referências polonesas. Com um protagonista disfuncional e uma fotografia lindíssima, o diferencial do longa mora na frustração dos espectadores, deixados, propositalmente, com mais perguntas do que respostas.

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Faz de Conta que NY é uma Cidade é um passeio caloroso por uma das cidades mais famosas do mundo

Cena da série Faz de Conta que Nova York é uma Cidade exibe uma mulher idosa parada em meio à uma maquete da cidade de Nova York. Ela tem cabelo comprido, ondulado e poucas rugas no rosto. Usa um óculos redondo e veste uma camisa branca com paletó de cor escura.
A série dirigida por Martin Scorsese recebeu 1 indicação ao Emmy 2021 (Foto: Netflix)

Caio Machado

Provocar discussões e causar polêmicas tornou-se algo fácil com a popularização das redes sociais. Na maioria dos casos, os dois ingredientes necessários para tanto são falta de noção e uma grande quantidade de desrespeito. Encontrar alguém disposto a dialogar de forma educada tem se tornado cada vez mais raro. Fran Lebowitz, protagonista da minissérie documental Faz de Conta que NY é uma Cidade, mostra que ainda existem pessoas capazes de questionar valores e crenças sem serem ofensivas. 

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Não há montanha alta o suficiente para a grandeza de Pose

O final de Pose foi dividido em duas partes e a Series Finale foi indicada em Roteiro e Direção em Drama no Emmy 2021, além de outras categorias técnicas da premiação (Foto: FX)

Nathália Mendes

Live. Werk. Pose. Essas três palavras falam por si só. Sozinhas elas ganham vida, invadem os ouvidos na voz inesquecível de Pray Tell, se entranham no coração e acendem uma luz que ilumina e aquece cada parte do corpo, dos fios de cabelo aos dedões do pé. Nada mais é capaz de explicar uma série como Pose, porque ela não foi feita para ser descrita, mas para ser sentida. 

Coube à Blanca Evangelista (Mj Rodríguez) e sua família performar uma história real e sofrida de forma belíssima por 3 temporadas – uma década no tempo da trama. Até seu último episódio, a narrativa manteve o equilíbrio entre a tragédia da epidemia de AIDS dos anos 90, e o relato mais puro e belo da comunidade queer dentro dos ballrooms de Nova York. Assim, Pose contou a história da vida de pessoas que a sociedade não quer enxergar, de seus amores à suas dores, e por isso é tão forte e arrebatadora.

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5 anos depois, Aquarius supera o reacionarismo e envelhece como vinho

Foto que compõe o pôster de “Aquarius”. Na imagem, temos Clara, a personagem de Sônia Braga, uma mulher de meia idade com a pele clara, o cabelo preso e usa uma blusa preta e cinza de manga comprida.. Clara está olhando para cima, com a cabeça inclinada para a esquerda. Ao fundo, entre ela, temos dois muros: um que parece ser um jardim vertical, à esquerda, e o outro, de concreto, à direita. A foto foi tirada de dia.
Em seu ano de lançamento, o filme protagonizado por Sônia Braga não agradou nada os cidadãos de bem (Foto: Victor Jucá)

Gabriela Reimberg

É impossível falar de Aquarius sem mencionar o caótico frenesi que atravessava a política brasileira em seu ano de seu lançamento. A narrativa de aversão à esquerda, predominante na mídia, recebeu mal o filme quando, em maio de 2016, no Festival de Cinema mais importante da Europa, o elenco tomou a iniciativa de protestar contra o impeachment ilegítimo que levou Michel Temer à presidência. “Assim que Aquarius estrear no Brasil, o dever das pessoas de bem é boicotá-lo”, dizia uma matéria da época. Foi no berço desse borbulhante caldeirão de reacionarismo que o segundo longa de Kleber Mendonça Filho veio ao mundo. 

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Mom acabou :’(

Cena da série Mom que mostra um grupo de mulheres brancas adultas se abraçando.
Sutilmente se despedindo da TV, Mom recebeu 3 indicações ao Emmy 2021 (Foto: CBS)

Vitor Evangelista

A era das grandes comédias da Televisão aberta está chegando ao fim. Enquanto os anos 2000 geraram longas produções, que facilmente alcançaram a lendária marca dos cem capítulos, as décadas de dez e vinte cumpriram a solene tarefa de findar essas jornadas. Quando o assunto é sitcom estadunidense, pode ter certeza que Chuck Lorre está no meio, e com Mom a história não é diferente. Dando adeus após 8 temporadas, a série guiada pelo encanto de Allison Janney enfim acabou.

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