Nota Musical – Março de 2021

Arte retangular de fundo na cor laranja terroso. Do lado esquerdo, foi adicionado o texto "nota musical - março de 2021". Foi adicionado também a logo doPersona, estilizada para que a íris do olho fique laranja terroso. Do lado direito foi adicionado um acrílico de CD com um disco dentro. Dentro do disco foram adicionadas 4 fotos: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Bruno Mars junto com Anderson Paark.
Destaques do mês de março: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Silk Sonic (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Ana Laura Ferreira)

Março foi recheado de comebacks e performances de tirar o fôlego. Não é para menos, afinal estamos falando sobre o mês em que o maior evento da música ocidental ocorreu, trazendo para nós o Santo Graal das composições – ou pelo menos é isso que eles dizem. Contudo, após uma noite de esnobados e merecidos, o bafafá se perpetuou mesmo através de nomes como Megan Thee Stallion e Cardi B, que trouxeram a brasilidade do funk para o palco do Grammy.

Voltando à questão dos comebacks, foram tantos que é difícil enumerar. Bruno Mars retomou sua carreira, parada desde 24K Magic de 2016, com a parceria ao lado de Anderson .Paak. Outro nome que volta a entregar canções inéditas – para o delírio dos fãs – é Lana Del Rey, que traz toda a estética dos country clubs, tipicamente americanos, para sua atmosfera sóbria e melodramática, pela qual todos a conhecem. Sem deixar de lado o pop mainstream, Nick Jonas também reinicia seu trabalho solo com Spaceman.

Na música nacional, o rap foi destaque com a voz de Rico Dalasam e Djonga, que trouxeram suas vivências da forma mais crua possível. Elza Soares foi outra estrela que nos presenteou com a canção Nós, dedicada especialmente ao Dia Internacional da Mulher, que é comemorado no dia 8 de março. E foram realmente as mulheres que reinaram neste mês, ao sermos presenteados com a remasterização do álbum Elis, de Elis Regina, e em uma mesma tomada, com o rearranjo de dois singles de sua filha, Maria Rita, ao lado de Quintal de Prettos. Trazendo o saudosismo das memórias jamais desfrutadas do carnaval de 2021, a união dos vocais de Rita e do grupo paulista nos lembram da esperança de dias melhores.

Não poderíamos nos esquecer, ainda, da preciosidade em forma de EP que Selena Gomez entregou ao colocar em pauta toda a sonoridade latina em músicas na língua espanhola. Bem como é bom ficar de olho no mais novo compilado de Joshua Bassett, que com seu pop frenético trouxe a íntegra de sua versão da conturbada história com Olivia Rodrigo e Sabrina Carpenter. E é em meio a uma polêmica indicação ao gramofone de ouro – merecidamente perdido – que Justin Bieber lança seu sexto álbum, intitulado Justice.

Assim, em um mês de altos e baixos, no qual completamos um ano presos em casa, a Música conseguiu transparecer todos os sentimentos que gritamos entre quatro paredes. Da campanha #fuckthegrammys à realidade distorcida confidenciada por Demi Lovato, Março de 2021 conseguiu ser alvo de altos e baixos intensos que serão lembrados por muito tempo. Por isso, a Editoria do Persona, ao lado de seus colaboradores, comenta tudo isso e ainda mais sobre o que aconteceu no mundo da Música entre os CDs, EPs, singles, clipes e performances que mais marcaram os últimos 31 dias.

CDs

Capa do disco Smiling with No Teeth do rapper Genesis Owusu. Na capa, vemos um close-up do cantor sorrindo e usando bandagens brancas enroladas no rosto. Ele é um homem negro e que tem dentes de ouro. A mão esquerda está no rosto, e alguns anéis dourados estão nos dedos dele. No canto inferior esquerdo, está escrito o nome do CD, Smiling With No Teeth, em fonte branca.
Ouça The Other Black Dog, Drown e Waitin’ on Ya para sentir a vibe do formidável Smiling with No Teeth, estreia do rapper Genesis Owusu (Foto: Reprodução)

Genesis Owusu – Smiling with No Teeth

O australiano Genesis Owusu não está para brincadeira. Nascido em Gana, o rapper se mudou para a Oceania na infância, inserido num ambiente majoritariamente branco e nada parecido com suas raízes. A saída? Encarar tudo de cabeça erguida e, no processo, transformar sua dor em arte. Ele começou escrevendo contos, depois poesias, até finalmente chegar na Música.

Misturando suas diversas influências no debut Smiling with No Teeth, o cantor modula o rap, o punk e toques de pop para narrar as aventuras dos tais dois cães pretos que latem por quase uma hora. A alegoria, como ele esclareceu, é cultivada pela figura da depressão e do racismo. Buscando fugir dos estereótipos comuns e ter uma voz própria, Owusu evoca melodias quase sagradas no disco de estreia. “Eu sou o Prince, se ele fosse rapper e morasse na Austrália”, disse ao The Guardian. O sorriso desdentado pode nos fazer começar a acreditar nele. – Vitor Evangelista


Foto da capa do álbum deluxe Spaceman de Nick Jonas. A imagem está em preto e branco. No canto superior esquerdo, está escrito “Spaceman” com o S em maiúsculo e as outras letras em minúsculo, todas em preto. O C possui o formato de uma lua minguante. No canto superior direito, está escrito Nick Jonas em letras maiúsculas, seguido de um ponto laranja. Nick está no centro da imagem, olhando de frente para a câmera. Ele é um homem branco, de cabelos castanhos curtos quase raspados e está com barba e bigode curtos. Do lado esquerdo da imagem, há um espelho apoiado no rosto de Nick, na linha do ponto mais alto da sobrancelha direita de Nick. Ele veste uma camisa semelhante a um crochê. Ao fundo, pode-se ver um morro.
Junto com um novo álbum, Nick lançou uma versão Deluxe, com mais cinco músicas (Foto: Reprodução)

Nick Jonas – Spaceman

A criatividade bateu na porta de Nick Jonas e o fez entregar obras-primas em formato de álbuns. Dessa vez, o cantor resolveu oferecer algo realmente intimista e profundo sobre seus sentimentos, principalmente por ser uma explícita declaração para sua esposa, Priyanka Chopra Jonas. A junção de euforia e agonia é traduzida ao longo de todas as músicas, especialmente por se tratar de um trabalho feito durante a pandemia. 

Desde Give Love a Try em JONAS, Nick sempre deixou claro que a música é a maneira mais sincera com que consegue se comunicar e transmitir suas emoções. É nítido essa expressão no álbum, usando diversos ritmos para se declarar para Priyanka. Ele transita entre o pop romântico usual em Deeper Love (num compasso muito parecido com I Feel It Coming, de The Weeknd) e versos mais sensuais e maliciosos de uma vibe anos 70 em Delicious

O alcance vocal do texano é o que o torna ainda mais admirável, cruzando notas baixas e altas em uma única canção. Não importa se estamos na calmaria ou no entusiasmo, todas as faixas do álbum nos presenteiam com um calor no coração. Não há como discordar que o querido irmão Jonas tem um talento imensurável em mãos. – Júlia Paes de Arruda


Capa do álbum Written & Directed, da banda Black Honey. O título está centralizado no meio da capa, que é marrom escura mas possui um aspecto desgastado e velho. Em letras grandes e amarelas com fundo vermelho, “Written & Directed” em cima, e “BY BLACK HONEY” embaixo, em letras menores.
“Eu vou sussurrar/Tão alto quanto um trovão/Toque como uma irmã/Beije como uma mãe/Você devia correr pra se esconder” (Foto: Reprodução)

Black Honey – Written & Directed

Segundo as regras de distanciamento social, ainda não é seguro realizar grandes concertos musicais, mas isso não parece ter impedido Izzy B. Phillips e o resto da banda inglesa Black Honey de ter lançado um disco que implora para ser ouvido ao vivo. Written & Directed chega três anos depois do álbum de estreia do grupo, e os encontra mais amadurecidos musicalmente, mas ainda com o mesmo entusiasmo adolescente e contagiante pelas suas próprias melodias.

Black Honey está de volta e à procura de sangue. A vocalista confronta diversos adversários no decorrer das dez músicas que se seguem, desde o patriarcado e o conservadorismo até si mesma, ampliando a aura punk rock que já havia sido apresentada casualmente em Black Honey (2018), ecoando a estética punk britânica, mas mantendo uma musicalidade diversificada e ousada. Acompanhada pela guitarra eclética de Chris Ostler, o baixo venenoso de Tommy Taylor e a bateria discreta de Alex Woodward, a voz de Phillips é o que fecha os instrumentos em uma sinfonia rebelde e caótica que não perde nenhum momento do início ao fim.

Com uma abertura incrível composta por alguns dos singles já lançados, é em Run for Cover que Black Honey mostra a que veio: uma música alta, energética e feroz sobre sexualidade feminina em primeiro plano e escancarada. Descrito e cunhado pela banda como “vagina rock” (em oposição ao subgênero cock rock), as faixas de Written & Directed são a exaltação da perspectiva feminina sobre o rock’n’roll, ampliadas por um som amadurecido, mas nem um pouco interessado em se tornar previsível. Gabriel Oliveira F. Arruda


Capa do álbum NU, de Djonga. Na imagem, pode-se observar a cabeça do artista, um homem negro de cabelos raspados, sendo servida numa bandeja prateada, respingada de sangue e segurada por uma mão coberta com luvas brancas. Ao redor da bandeja, que está ao centro da imagem, existem quatro pessoas todas vestidas de branco que parecem compor uma multidão, que não é visível na imagem. Dessas pessoas, vemos apenas o meio do corpo e as mãos, que apontam dedos e câmeras para Djonga e mostram o dedo do meio. No canto inferior direito, está escrito o nome do álbum, NU, em caixa alta numa fonte riscada que imida uma letra de forma. O escrito está num tom de branco suave que possui uma leve transparência, se aproximando de um cinza por conta do fundo escuro da imagem. Existe também uma vinheta circular em degradê que faz com que a imagem tenha uma coloração mais escura nas bordas e mais clara no centro, onde está o rosto de Djonga, que olha diretamente para a câmera com uma expressão conformada e série.
É tradição: todo dia 13 de março tem álbum novo do Djonga (Foto: Reprodução)

Djonga – NU

No sentido metafórico ou no regional, Djonga está nu em seu novo álbum. O artista mineiro conhecido pelas letras combativas descasca seus sentimentos pessoais em seu quinto LP, expressando seus receios, alívios e satisfações, assim como o termo do título sugere no mineirês. Nada disso significa discursos suavizados ou letras desconexas do nosso contexto social. Os últimos meses sinistros que atingem com mais força uma parcela específica da população e as razões disso são elementos que continuam muito bem refletidos nas canções fortes de Djonga, acompanhados de sua riqueza lírica e metafórica de sempre e de influências de outros nomes e gêneros da música brasileira. 

Entre reflexões sobre o sucesso, solidão, racismo e desigualdade social, NU encontra contraste ao começar com a grandiosidade de Nós e terminar com o impacto de Eu, marcando também o retorno do rapper que nunca baixa a guarda em Ó Quem Chega. As narrativas são costuradas com suas referências musicais, que dão as caras no flerte com o rock brasileiro contemporâneo combinado à uma levada do samba que o disco mostra em Xapralá. O mesmo é com Vírgula, que cria um intertexto com o samba da década de 60 pensando na desigualdade social atravessada pelas questões raciais, tema aprofundado na cinematográfica Ricô.

A produção de seu fiel companheiro Coyote Beatz desacelera na confessional Me Dá a Mão, e dela nasce a íntima e romântica Dá Pra Ser?, lovesong que dança entre o R&B e trap com a participação doce de Budah. Entre si, todas as oito faixas funcionam muito bem, mas perto da marcante discografia do artista, a repetição temática e sonora pode alimentar críticas à produção. Lembrando do contexto delicado do artista, NU é familiar e modesto, sem novidades arriscadas e sem exageros. Quer dizer, nada de excedente além do peso da arte do trabalho, que pode ter marcado o último 13 de março em que ouvimos ineditamente uma coletânea de Djonga. – Raquel Dutra


Capa do Disco, OK ORCHESTRA, da banda AJR. No centro estão Ryan, Jack e Adam, os três integrantes da banda, respectivamente, sentados em caixas. No lado esquerdo, Ryan olha para uma floresta pintada com as cores do outono, com a cabeça inclinada para cima. Do lado direito, Adam olha para uma floresta em preto e branco, com a cabeça inclinada para o centro. Jack, ao centro, apoiado em um dos braços, olha para a câmera. O estilo da capa lembra pinturas, ao mesmo tempo que os personagens dos três irmãos parecem feitos em massinha.
A capa do álbum, com os irmãos Ryan, Jack e Adam, respectivamente, retratados como partes de uma pintura (Foto: Reprodução)

AJR – OK ORCHESTRA

O terceiro álbum do trio de irmãos Adam, Jack e Ryan saiu no dia 26 de março desse ano, dando continuidade ao tom intimista, pessoal, autobiográfico e metalinguístico do segundo, Neotheater. Com um caráter ainda mais experimental musicalmente do que este, o álbum brinca, por exemplo, com uma sucessão de diferentes instrumentos que tocam a mesma melodia em faixas como Bummerland ou World’s Smallest Violin. Ele também experimenta efeitos que lembram músicas dos anos 40 e 50, como em 3 O’Clock Things ou The Trick. Tudo isso misturado com uma mixagem bastante eletrônica, dando origem a um tipo único de música, que funciona como a assinatura da banda.

Os temas variam entre experiências pessoais dos músicos que se traduzem em temas universais, como My Play, que trata de uma criança afetada pelo divórcio dos pais; estilos inspiradores, como em Adventure is Out There e Way Less Sad; e o tom metalinguístico que citei, que aparece aqui em Christmas in June e Bang!. Outras músicas de destaque que também tratam de temas universais são Ordinaryish People (o único feat do álbum, feito em parceria com o Blue Man Group), Joe e Humpty Dumpty. Esta última considero a mais fraca delas, não porque não tem seu valor, mas porque as outras são excepcionais em comparação.

É um álbum de música pop, que trata de problemas cujos adolescentes tendem a se identificar mais. As várias referências às vivências dos adolescentes no século XXI (e até breves menções indiretas à pandemia, que permeou o desenvolvimento do álbum) deixam claro o público-alvo, que recebe um prato cheio. Para aqueles que não se identificam com a estética mais adolescente e despojada, os experimentos musicais e as melodias enérgicas valem o play. E para não esquecer: a música de abertura do álbum, OK Overture, é genial, porque junta várias das peças do álbum em uma só. -Flora Vieira


Capa do álbum Chemtrails Over The Country Club de Lana Del Rey. A imagem mostra 11 mulheres sentadas em volta de uma mesa com uma toalha quadriculada. Elas usam cabelos e roupas no estilo dos anos 50 e estão sorrindo. Entre elas, no lado direito, vemos Lana Del Rey com um vestido branco e a parte da frente dos cabelos presos para trás. No topo da imagem, que é em branco e preto, está escrito Lana Del Rey e na parte inferior o nome do álbum em letras estilizadas, ambos em cinza claro.
Chemtrails Over The Country Club é o sexto álbum da cantora (Foto: Reprodução)

Lana Del Rey – Chemtrails Over The Country Club

A forma mais simples de definir o novo álbum de Lana Del Rey é sufocante. Durante suas 11 faixas, somos levados por um caminho monótono na melancolia da cantora, que reutiliza a mesma sonoridade branda e densa em todas as músicas que montam a coletânea. Nos sentimos presos em uma interminável sequência de cópias dos demais trabalhos de Lana, que dessa vez peca por se afogar demais em um sofrimento lírico, o qual ao invés de ser belo e tocante, se torna indigesto e tedioso.

É claro que em meio a várias faixas, um tanto chatas, algumas se destacam positivamente por escaparem, mesmo que pouco, da identidade em tons de cinza do álbum. A voz de Nikki Lane é o suspiro que tanto queríamos. Ao lado de Del Rey, as cantoras entoam Breaking Up Slowly, trazendo uma sensibilidade sonora que faz falta nas demais canções. Chemtrails Over The Country Club, que dá nome ao disco, é outra que merece destaque por conseguir imprimir a identidade vocal de Lana, escondida atrás de tanto sofrimento em suas outras faixas.

O álbum é cansativo e, assim como sua capa, é cinza. Nem preto, nem branco. Numa tentativa de se manter no meio do caminho e agradar a todos, Lana Del Rey se perdeu e deixou levar por uma perspectiva pouco convidativa. Sua voz, tão encantadora quanto um canto de uma sereia, nos puxa para as profundezas, afogando os marinheiros que se atreveram a navegar nas águas de Chemtrails Over The Country Club. – Ana Laura Ferreira


Capa do CD Matriz - Ao Vivo Na Bahia da cantora Pitty. O fundo da imagem é branco, texturizado como um papel levemente amassado. Em primeiro plano, foi adicionado uma forma geométrica. A forma é um retângulo vermelho com um recorte em V na parte superior central. Na parte central do retângulo, foi adicionado um elemento oval na cor azul, também respeitando o recorte em V. Acima da forma, foi adicionado o texto PITTY em azul. Abaixo, foi adicionado o texto MATRIZ AO VIVO NA BAHIA
Lançado pela cantora em 2019, sua versão Deluxe chega em 2021 com gosto de saudade (Foto: Reprodução)

Pitty – Matriz Ao Vivo Na Bahia (Ao Vivo Deluxe Edition)

Não faltam adjetivos para descrever a brilhante carreira de um dos maiores nomes do rock brasileiro: Pitty. A baiana é dona de músicas que você pode não saber o nome, mas basta um acorde para cantar toda letra. Atemporal, começou 2021 com o Deluxe do disco gravado ao vivo na Bahia antes da pandemia. Com um repertório que caminha desde os primeiros CDs até o álbum de 2019 que também batiza esse trabalho, Matriz, o registro conta com duas faixas novas: Para o Grande Amor e Serpente.

Pitty não estava sozinha em cima do palco. As faixas Noite Inteira e Te Conecta / Tudo Me Faz Sentido são divididas com uma das vozes mais importantes da Bahia, Lazzo Matumbi, Roda conta com a presença do grupo BaianaSystem, e Larissa Luz faz feat em Máscara / Bonecas Pretas. Ao fim do espetáculo, eles voltam ao show para juntos ecoar a poderosa Sol Quadrado, que deixa uma mensagem de persistência e resistência. As canções que encerram Matriz Deluxe, apesar de antagônicas, são o viés da proposta musical da cantora, deixando aquele gostinho de quero sempre mais.

Quem acompanha a discografia de Pitty sabe toda a dor e delícia que suas músicas causam. Quem nunca se pegou cantando Na Sua Estante em alto e bom som que atire a primeira pedra. Presente também neste trabalho, vemos a história ficar ainda melhor com sua seguinte faixa: Motor. Canção ressuscitada por Gal em A Pele do Futuro, a música parece ter sido composta para a voz de Pitty, sendo o nó certeiro que amarra todos os sabores presentes no disco. Matriz é um prato cheio de talento e sonoridade, que imprime seus 20 anos de carreira solo. –  Ana Júlia Trevisan


A imagem mostra Elis Regina, uma mulher branca e de cabelos curtos, sentada em uma cadeira de balanço e usando um vestido branco com rendas.
Capa do álbum Elis (Remastered), conhecido como o álbum “da cadeira” (Foto: Reprodução)

Elis Regina – Elis (Remastered)   

Neste 17 de março, dia quase sagrado para milhões de pessoas, Elis Regina – a maior cantora brasileira de todos os tempos, diga-se de passagem –  completaria seus 76 anos de vida. Já faz quase 40 anos daquele traumático 19 de janeiro em que Elis se concretizou como estrela no sentido literal da palavra. A saudade dela cresce cada dia mais no coração e na memória de todos nós, amantes de seu trabalho e admiradores de sua pessoa.

Para saciar a saudade dos fãs da gaúcha, seu filho João Marcelo Bôscoli nos presenteou com a remasterização e nova mixagem do disco Elis (1972). Já não é a primeira vez que ele utiliza sua arte de produção musical para relembrar e exaltar a carreira e a vida de sua mãe. Essa tarefa nada fácil é feita com imensa maestria e nos comprova, mais uma vez, todo o talento da cantora, presente não só na sua voz, mas também no DNA.

O álbum conta com os clássicos Nada Será Como Antes, Atrás da Porta, Casa no Campo e Águas de Março. Além de músicas como Olhos Abertos, Me Deixa Em Paz e Boa Noite Amor, que nos trás um “lado B” pouco conhecido de Elis. Esse primor em formato de álbum, disponível em vinil e CD, está em todas as plataformas digitais para o deleite dos fãs. – Guilherme Teixeira


Capa do álbum House of Balloons de The Weeknd. A imagem mostra uma mulher sem roupa deitada em meio a balões brancos e pretos. Seu rosto e seu corpo estão cobertos por eles. Em volta da imagem há uma moldura cinza na qual, na parte superior, está escrito The Weeknd em letras garrafais pretas. Em baixo há um gradiente de tons de preto e ao lado a inscrição House of Balloons, também em preto. Em baixo ainda vemos a setlist do álbum e uma assinatura.
House of Balloons ainda é o álbum de The Weeknd que tem a maior aprovação da crítica especializada (Foto: Reprodução)

The Weeknd – House of Balloons (Original)

Jamais poderemos negar o talento de The Weeknd. Trazendo sempre uma sonoridade única que o caracteriza, o cantor consegue unir o pop mainstream a sua personalidade, dosando pitadas eletrônicas e às vezes até mesmo de rock em seus projetos. O estouro que seu trabalho deu em 2020 com o álbum After Hours lhe abriu portas e, melhor do que isso, nos abriu caminhos para que retornássemos às origens do cantor, a fim de acompanhar esse delicioso amadurecimento.

House of Balloons, primeiro disco de The Weeknd, foi disponibilizado neste mês de março nas plataformas de streaming. Retornando à sua estreia em 2011, somos agraciados com músicas intensas que nos fazem se perder em meio a um universo sonoro mágico criado por ele, sendo as principais representantes High For This e aquela que dá nome ao álbum. Sempre muito atento aos detalhes, tudo no disco parece se encaixar perfeitamente, pedindo para que a coletânea seja colocada no repeat e reproduzida eternamente. Nós não nos importarmos com isso. – Ana Laura Ferreira


Capa do álbum Justice do Justin Bieber. A imagem mostra o cantor, homem branco de cabelos loiros na altura do queixo usando uma blusa preta de manga comprida e uma calça jeans também preta. Ele está ajoelhado e tem ação direita apoiando a cabeça. Justin está em um túnel e bemos o asfalto e o teto do túnel ao fundo. Em frente a ele, centralizado, há o nome do álbum em letras estilizadas. A imagem tem tons de verde.
A mais recente obra de Bieber já ganhou uma versão Deluxe, com 6 novas faixas (Foto: Reprodução)

Justin Bieber – Justice

Depois de retornar para o mundo musical com o abominável Changes, não se podia esperar muito de Justin Bieber. E, curiosamente, ele conseguiu nos surpreender. Enterrando de vez sua relação delirante com o R&B, o canadense resgata suas raízes com o pop em Justice. Apesar de conceitos falhos, que vão desde o título do álbum até um discurso de Martin Luther King entre as faixas, a produção consegue entregar toda a musicalidade leve e contagiante que esperamos por tanto tempo.

Junto com as serenatas românticas de sempre, Bieber traz letras mais sinceras e pessoais, tratando sobre seu problema com as drogas (Off My Face) e as dificuldades do estrelato (Lonely). E também se mostrou cada vez mais aberto sobre sua espiritualidade, algo que já era previsto após o lançamento do single Holy. Outra novidade de sua nova fase é a valorização de seus vocais, ainda mais reforçados pela série de performances ao vivo que vem realizando. 

O sucesso do álbum também se deve ao seu time de peso, que conta com nomes como Skrillex, FINNEAS e Josh Gudwin na produção, além dos brilhantes feats como Daniel Caesar, Burna Boy e Khalid. Uma curiosidade é que a faixa Hold On tem o cantor Gotye creditado, por utilizar samples da música Somebody That I Used To Know, que, por sua vez, usou samples de Seville, do brasileiro Luiz Bonfá, que também recebeu os devidos créditos. Bieber conseguiu explorar e se divertir por novas tonalidades do pop, mas sem sair da atmosfera musical que o consagrou como o artista que é hoje. Justice é, de fato, o seu retorno triunfal. – Vitória Silva


Capa do álbum Dolores Dala Guardião do Alívio, de Rico Dalasam. Fotografia quadrada com um céu azul ao fundo. Na imagem, ao centro, Rico Dalasam, um homem negro, de barba e cabelo preto em dreads na altura dos ombros, usando uma maquiagem dourada com detalhes em azul. Vestindo um sobretudo branco semitransparente de gola dourada com detalhes em azul, ele ergue os braços esticados para os lados, com as palmas das mãos viradas para frente, enquanto está em cima de um carro pelo teto solar, em movimento. Na parte superior há três símbolos minimalistas em branco: uma lua minguante, uma rosa e uma lua cheia, respectivamente, intercalados por quatro símbolos de espadas, dois com corações na ponta à esquerda, e dois com gotas na ponta à direita. Na parte inferior, centralizado, pode-se ler a sigla “DDGA”, escrita na vertical.
Em uma realidade imersa por dores como a que vivemos, Rico Dalasam nos oferece um respiro (Foto: Reprodução)

Rico Dalasam – Dolores Dala Guardião do Alívio

Um tempo longe dos holofotes da indústria musical parece ter feito bem para Rico Dalasam. Depois de sofrer com linchamentos virtuais em 2017 devido a polêmicas judiciais, o rapper retorna amadurecido em Dolores Dala Guardião do Alívio, um álbum menos pop, menos comercial, porém bem mais intimista e sincero, provando que sua arte transcende qualquer estereótipo ou rótulo. Anteriormente lançado como um EP de cinco faixas em maio de 2020, sua premissa é agora potencializada para tornar-se uma narrativa alegórica, cativante e imersiva que passeia pelas vivências do poeta nos últimos três anos, mergulhando em temas como negritude, homossexualidade, colonialismo e relacionamentos inter-raciais.

Sendo assim, Rico aborda suas experiências individuais para comentar temáticas sociais coletivas, porém sem nunca soar redundante ou reducionista: ele sabe que sua bagagem pessoal não resume um fenômeno sociopolítico complexo. Visto isso, ele universaliza esses eventos, tornando-os relacionáveis para o ouvinte, entretanto ainda depositando a eles um caráter único e particular que só ele poderia dar, encontrando no caminho o equilíbrio perfeito entre o amplo e o singular. Usando tais ferramentas, Dalasam costura sua fábula através de distintas sonoridades afro latinas das mais diversas origens, inevitavelmente atravessando também a história do continente latino-americano.

Com uma tracklist potente e plural, explora desde as intempéries de um romance inter-racial em Braille, vendo-o evoluir para um relacionamento abusivo que fatalmente reproduz opressões raciais e coloniais em Mudou Como?, o enfrentamento de uma situação de abandono em Última Vez, uma revisita nostálgica a um tempo e lugar distantes em Vividir, até o fatídico término, seguido de uma reconciliação pacífica, ainda que não menos crítica, em Estrangeiro. Rico Dalasam apresenta com Dolores Dala Guardião do Alívio uma obra tanto reconfortante e consoladora quanto autoconsciente, difundindo sua mensagem através de uma plataforma que ele mesmo construiu. E, acredite, nós definitivamente deveríamos estar prestando atenção.  Enrico Souto


Capa do álbum The Bitter Truth de Evanescence. A imagem mostra metade do rosto de uma mulher branca, do nariz para baixo. Ela tem a boca aberta e na língua está um comprimido no qual há uma carinha desenhada. Na parte superior da imagem há o nome Evanescence em letras rosas e na parte inferior o nome do álbum na mesma cor. O fundo da imagem é preto.
“Se não podemos falar sobre isso/Vamos continuar nos afogando/Me dê crédito ou não, eu dou muito, eu dou muito/Mas não fale por mim” (Foto: Reprodução)

Evanescence – The Bitter Truth

Se você teve a oportunidade de escutar o melhor do rock que estava sendo produzido no início dos anos 2000, é certo que conheça pelo menos uma música da banda Evanescence. Popular entre todos os estilos graças a Bring Me To Life, do álbum Fallen de 2003, o grupo liderado por Amy Lee entrega no mês de março seu sétimo disco original. Inteiramente construído de forma a contar uma história sonora, somos engolidos pelos vocais de Lee e pela bateria de Will Hunt, que juntos dançam uma valsa no melhor estilo punk.

Não deixa de ser clichê falar que Evanescence entregas músicas poderosas, mas haveria então outra forma de definir Broken Pieces Shine do que como o poder em sua forma mais bruta? O que encontramos na coletânea de The Bitter Truth é uma cadência de emoções intensas, mas extremamente alinhadas. Não estamos falando aqui de gritos jogados ao vento ou uma potência sonora sem propósito, mas sim de um trabalho inteligente que consegue prender, até mesmo aqueles avessos a esse gênero, em uma incessante busca de saber como será a próxima faixa.

O refrão de The Game Is Over nos leva diretamente para o rock mais emo consagrado na primeira década deste século. Já Wasted On You nos agracia com uma suavidade tão aguda que fica impossível não fechar os olhos para simplesmente sentir os vocais de Amy. Orgânico, o disco constrói sua heterogeneidade em meio a um crescente de emoções que nunca se abalam, produzindo assim um dos melhores álbuns da carreira de Evanescence. – Ana Laura Ferreira


Capa do álbum 'Poster Girl' de Zara Larsson. Sentada no chão, Zara está encostada e deita sua cabeça sobre uma cama. Com uma blusa aul e calça jeans, ela olha para a esquerda enquanto uma luz rosa se projeta sobre o quarto. Ao fundo, um poster com uma foto de Zara de pé aparece sobre a parede.
A garota do pôster (Foto: Reprodução)

Zara Larsson – Poster Girl

Dentro do nicho do pop, vira e mexe o termo “música de playlist da Renner” é utilizado para se referir a canções que combinam com a vibe loja de departamento. Sendo bem direto, Zara Larsson é exatamente isso. É algo ruim? Não exatamente. Quem nunca ouviu uma música enquanto dava uma olhada nas camisetas moderninhas e pegou o celular para descobrir qual era pelo Shazam? Porém, é algo que indica o maior problema de Zara: a falta de uma identidade definida que a diferencie. Poster Girl não é ruim, mas a maioria de suas músicas poderia ser de qualquer um tentando fazer um pop que hite nas playlists do Spotify

O maior problema do disco é justamente que a ideia da garota-sonhando-em-ser-estrela-pop-de-pôster é levada um pouquinho a sério demais. Zara não assina metade das canções, sendo uma das exceções a maravilhosa (ufa!) Love Me Land. Ou seja, parte do que ela canta ali não veio dela mesma. E até o que veio teve dedo de outros trocentos compositores. A polêmica de artista vs. intérprete pode levar a discussões, mas aqui é inegável que se torna uma problemática. No fim do dia, quem é realmente Zara Larsson? Ela é a garota do pôster para quem podemos olhar e nos identificar?  Jho Brunhara


EPs

Capa do Ep Nieve de Arón Piper. Arón é um homem branco de cabelo preto cacheado curto. Na foto, ele está retratado como se fosse uma pintura. Ele está sem camisa e seu corpo tem cor rosa. Ele possui um brinco prata de argola com um pingente redondo na orelha esquerda e usa uma corrente fina prata. Seu olho direito está vermelho por dentro e ele possui um hematoma. Ele possui um corte no lábio inferior do lado direito, na testa, próxima a sobrancelha e no meio do nariz. Na narina esquerda, há um algodão manchado de sangue. Ele possui um sorriso forçado, como se fosse colado numa pintura com dois band-aids verde piscina em cada lado do rosto. Na têmpora esquerda, ele possui uma pinta. O título “Nieve” está escrito flutuando sobre o peito de Arón, como nuvens brancas.
Arón Piper começou seu feed no Instagram do zero para promover o EP (Foto: Reprodução)

ARON e MYGAL – Nieve

Enquanto a quarta temporada de Elite não sai do forno, os atores tentam engatar sua carreira na música. A primeira foi Danna Paola, com a chegada de K.O.. Agora, foi a vez do favorito dos fãs, o apaixonante Arón Piper. Sua voz rouca marcante somada às letras alcóolicas não poderiam trazer outra imagem a não ser a sua à nossa mente. 

Em 2020, Arón já havia lançado singles soltos, como Todo e Friends, provando que seu talento não fica restrito à Ander Muñoz. Neste ano, o alemão se arriscou e lançou um EP com apenas cinco músicas, em sua grande maioria, acompanhado de parcerias. Entretanto, as duas primeiras canções são as que mais se destacam. A primeira, a faixa-título, traz um som parecido com chocalhos que a tornam mais calma, transmitindo a preocupação e a frustração do eu lírico. Já a segunda, Cielo Morao, tem aquele ar caótico de uma festa baseada em doses de bebida e drogas ilícitas. Seus primeiros minutos remetem à We Can’t Stop, de Miley Cyrus

Apesar delas terem ritmos totalmente diferentes, são as mais difíceis de caírem no esquecimento. A falta de uma divulgação mais engajada e uma batida mais grave em todas as canções (aquelas que fazem vibrar o coração), tornam o EP facilmente ignorável. Por enquanto, fica a torcida para que o sotaque memorável de Arón firme mais no meio musical. – Júlia Paes de Arruda


Capa do extended play Charlotte, da cantora e modelo Charlotte Lawrence. Em preto branco, a cantora aparece inclinada. Seus ombros e cabeça aparecem na imagem, sua expressão é séria e sua boca está entreaberta. Seus cabelos platinados são um pouco abaixo de seus ombros. Ela usa uma regata.
Charlotte Lawrence decepciona com compilado monótono de canções em seu novo EP (Foto: Reprodução)

Charlotte Lawrence – Charlotte 

Charlotte Lawrence foi uma ótima descoberta para o nicho pop da internet em 2017. Com sua sonoridade brilhante e personalidade sincera, a modelo conquistou um número considerável de seguidores nas redes, além de conseguir um contrato vantajoso com a Atlantic Records. Em março ela lançou seu segundo extended play, Charlotte, que mistura mid-tempos irritantes e infusões pop rock que amargam ainda no primeiro play. O single promocional Talk You Down insiste, mas soa mais como um descarte de Selena Gomez. Nem as guitarras do renomado Ryan Tedder conseguem salvar o projeto.

A obra só chama atenção no final: Why Do You Love Me é um pop rock direto dos anos 80, com a sarcástica narrativa de Lawrence e a produção eletrizante de Charlie Puth, que remete a grandes sucessos do produtor, como Attention e How Long. Longe de seu ótimo antecedente Young, Charlotte é vazio e desanimador – a energia adolescente e encantadora que ela trouxe no início de sua carreira parece ter sido apagada por completo. A composição detalhista da musicista não combina com a produção datada e irritante da obra – por enquanto, é melhor ela ficar pelas passarelas. – Laís David


Capa so EP The Great Gig in the Sky (Live at Knebworth 1990 [2021 Edit]) ainda é uma prévia do álbum ao vivo que será lançado em abril (Foto: Reprodução) do Pink Floyd, mostra homem branco usando sobretudo azul em um campo aberto. Ele esconde o rosto com uma bola vermelha. Ao fundo vemos algumas nuvens cinzas. A imagem tem uma borda preta e no canto superior esquerdo está escrito o nome da banda e em baixo o nome do EP em branco.
The Great Gig in the Sky (Live at Knebworth 1990 [2021 Edit]) ainda é uma prévia do álbum ao vivo que será lançado em abril (Foto: Reprodução)
Pink Floyd – The Great Gig in the Sky (Live at Knebworth 1990 [2021 Edit])

“Há algo especial sobre Knebworth”, aponta o baterista Nick Manson, em comunicado à imprensa, ao relembrar apresentação histórica do Pink Floyd em um dos palcos mais importantes da Inglaterra. Três décadas após juntar forças com Paul McCartney, Eric Clapton, Genesis, Robert Plant e outros vencedores do Silver Clef Award, a banda disponibilizará (em CD, LP e streaming) o show completo no álbum ao vivo Live at Knebworth 1990

Previsto para ser lançado no dia 30 de abril, o álbum traz a setlist modesta daquela noite, mas que carrega os maiores hits da banda. A parte A do LP já está disponível no Spotify com as célebres The Great Gig in the Sky e Shine On You Crazy Diamond (Parts 1-5). A faixa de The Dark Side of the Moon tem como convidada Clare Torry, vocal original que tornou a música conhecida por usar sua voz apenas como instrumento, sem cantar uma palavra sequer.

Já a composição de cinco partes, que conta com a participação da saxofonista holandesa Candy Dulfer, abre o concerto de forma majestosa fazendo jus a atmosfera da história que assombra essa faixa. A música é um tributo a Syd Barrett, mente criativa e perturbada dos primeiros anos do Pink Floyd, que foi afastado por problemas com drogas e logo substituído por David Gilmour. Anos após a separação conturbada, Barrett fez uma visita inesperada aos estúdios justamente enquanto a banda trabalhava na música que o eterniza (Shine on You Crazy Diamond). Este ano, a morte de Syd Barrett completa 15 anos. – Maria Carolina Gonzalez


Capa do EP Joshua Bassett de Joshua Bassett. A imagem mostra um homem branco, de cabelos cacheados pretos e camisa de renda branca, deitado sobre o capô de um carro preto. Ele segura o galho de uma planta na altura do rosto. Ao fundo vemos um céu azul com nuvens brancas. Ao redor da imagem há uma moldura branca e no canto inferior direito está escrito Joshua Bassett em letras de forma pretas.
“Então, desculpe a bagunça que eu fiz quando você era minha/Ainda estou aprendendo a amar” (Foto: Reprodução)

Joshua Bassett – Joshua Bassett

Parece um tanto piegas dizer, mas às vezes o menos é realmente mais, e no caso de Joshua Bassett o mais é um exagero de ritmos e sonoridades que, ao invés de se complementarem, apenas nos desorientam. É muita informação saltando aos nossos ouvidos ao mesmo tempo e nos vemos perdidos, sem saber em que prestar atenção. Tentando atirar para todos os lados, o cantor mistura inúmeros estilos, acertando em cheio em alguns e errando o alvo em outros, como se estivesse fazendo isso de olhos vendados.

As grandes estrelas do EP, que leva o mesmo nome de Joshua, são Do It All Again e Only a Matter of Time, isso por serem também as músicas mais contidas e centradas. Em contrapartida, Sorry abre o álbum como um tsunami sonoro que nos atordoa e anestesia para seguirmos o disco. Saltando entre o eu lírico do apaixonado e o do passivo-agressivo, Bassett mostra que sabe fazer música, mas se vê cego por sua ânsia de ser certificado com esse talento.

Joshua Bassett era uma boa oportunidade de destaque para o músico que tem seu nome crescendo na boca das pessoas. Contudo, o tiro saiu pela culatra ao entregar um material sufocante que chama mais atenção por seu turbilhão do que pela técnica ou valor sentimental. Talvez, se fosse diluído entre outras faixas mais simples e contidas, o EP poderia ser bem digerido, mas infelizmente teremos de esperar os próximos trabalhos de Joshua para descobrir se essa intensidade é naturalmente sua ou parte de um belo pé na porta para apresentá-lo à indústria da música. – Ana Laura Ferreira


Selena Gomez, uma mulher branca de cabelo castanho, está em pé, usando um vestido vermelho com babados na cintura. Ela está com uma trança no cabelo. Essa trança está com uma fita vermelha, que vai até as pontas do cabelo e com um caimento de fita abaixo. No chão, existem duas cadeiras, cobertas por um pano vermelho. O fundo da imagem também é todo vermelho.O que mais chamou a atenção no EP foi a estética impecável (Foto: Reprodução)

Selena Gomez – Revelación

Selena Gomez está de volta com mais um projeto e, dessa vez, uma promessa de uma década: o álbum em espanhol. Há muito tempo a cantora quer fazer um trabalho que reflita sua ascendência latina paterna e finalmente aconteceu. O EP Revelación nasceu e está incrível. Com singles que chamaram a atenção, o álbum coleciona faixas interessantes a serem exploradas.

A cantora aproveitou a oportunidade e se mostrou confiante do início ao fim em um campo pouco explorado por ela. Em todas as músicas, Selena não deixa a desejar na pronúncia do idioma, mesmo que seu espanhol não seja mais fluente. Vicio, Adiós e Buscando Amor são o top 3 desse trabalho, as músicas reúnem letras desinibidas e independência emocional. O projeto conquistou o recorde de EP solo com maior número de #1s ao redor do mundo e a maior estreia de um EP feminino no Spotify. 

Em meio à polêmica de se aposentar da música, o disco foi um sucesso. Um trabalho confiante, sensual e de extremo amor próprio. Selena deu o que o público sempre esperou dela, e a esperança é que ela continue assim para proporcionar mais trabalhos como esses. O que tinha tudo para ser um apanhado de reggaetons, se tornou uma virada de chave na atualidade musical da texana. Revelación é o primeiro passo para Selena não querer mais desistir da música. – Giovana Guarizo


Capa do EP Scary Hours 2, do rapper Drake. A capa é toda azul escura. No topo, está escrito Scary Hours, num fonte super estilizada e com acabamento brilhante, semelhante a um diamante. No meio da capa, está dois quadrados azuis claro.
Antecipando o novo disco, Drake retornou com o EP Scary Hours 2 (Foto: Reprodução)

Drake – Scary Hours 2

Drake passou por maus bocados nos últimos meses. Depois de se hospedar um tempo numa clínica de reabilitação, o canadense cancelou o lançamento de seu futuro disco, enfrentou o período da recuperação da cirurgia no joelho e sumiu desde então. Boatos apontam que o rapper já está com seu próximo sucesso pronto, gravando clipes e tudo mais. Mas, por agora, conhecemos a parte 2 do projeto Scary Hours.

O material da vez, com uma faixa a mais que o EP de 2018, não arremata Drake longe de sua zona de conforto, mas também nem deveria. What’s Next agita o clima, que será suavizado ao lado de Lil Baby com Wants and Needs. Lemon Pepper Freestyle fecha Scary Hours 2 na melhor nota do trabalho, performada junto de Rick Ross por mais de seis minutos. Drake comemorou os recordes quebrados, e bem que poderia usar essa energia para finalmente nos mostrar o que aprontou para o Certified Lover Boy. – Vitor Evangelista


Músicas

Capa do single Nós de Elza Soares. Vemos metade do rosto de Elza, uma mulher negra de 90 anos. Ela usa delineado preto nos olhos. O restante da imagem é preenchido por seu cabelo cacheado e preto. Na parte superior lê-se Nós em branco e abaixo lê-se ELZA SOARES em marrom
Nós mulheres, fortes, unidas, de mãos dadas, estamos aí. Ainda precisamos lutar muito e lutaremos (Foto: Reprodução)

Elza Soares – Nós 

Março é um mês marcado pela comemoração do Dia Internacional da Mulher. Data, essa, usada para lembrar a importância dos direitos e igualdade feminina. No dia em que lutamos para nossa voz ecoar mais forte, a mulher do fim do mundo lançou a regravação do single Nós em homenagem a data. Além da canção, Elza Soares também apareceu no especial Falas Femininas da Rede Globo, depondo sobre ser mulher nos tempos de hoje e dando voz à O Que Se Cala, do álbum Deus é Mulher.

Inédita na voz da cantora, a música já mostrou sua potência no fim do segundo milênio com gravação de Cássia Eller mas, dessa vez, tem uma força diferente vindo da intérprete, uma força de 90 anos de luta. A canção ainda conta com um belíssimo videoclipe repleto de fotos da cantora e com a letra nas manchetes do jornal. Elza Soares é resistência e acerta em cheio tudo aquilo que se propõe a fazer. Nós é o primeiro lançamento musical da carioca em 2021 e prepara o campo para brilhantes trabalhos durante o ano. – Ana Júlia Trevisan 


Capa do single Till Forever Falls Apart. A imagem mostra uma mulher de cabelos loiros esvoaçantes e roupa amarela abraçando um homem de cabelos curtos escuros, branco e de blusa branca. Ao fundo vemos um céu nublado com tons de cinza, azul e rosa. A imagem está embaçada e no meio há o nome do single escrito em branco.
“Eu juro que serei seu para sempre/Até que para sempre se desfaça” (Foto: Reprodução)

Ashe e FINNEAS – Till Forever Falls Apart

Em março, completamos um ano de quarentena. Um ano trancados em nosso isolamento e tendo nas artes o principal amparo. Em meio a tantas emoções intensas, a música ganhou novos patamares conseguindo imprimir todo esse drama em melodias embaladas solenemente. E é desse caos controlado e dos gritos modulados que Ashe e FINNEAS entregam Till Forever Falls Apart, como uma trilha de sensações exorbitantes que nos submergem na intensidade de sua composição.

A cantora que ganhou destaque depois de sua participação na trilha de Para Todos Os Garotos: P.S. Ainda Amo Você, mostra ser muito mais do que apenas uma one-hit wonder ao se juntar a FINNEAS, que aos poucos vem perdendo o cargo de “irmão da Billie Eilish” para traçar seu próprio legado. E se não bastasse todo o poder emocional que melodia e letra transmitem, o single veio acompanhado de um clipe igualmente melancólico e belo. A fotografia apagada em contraste com os tons amarelados e azulados criam uma atmosfera cinematográfica que nos impede de piscar enquanto o assistimos.

Talvez seja muita pretensão colocar a canção, bem como todos seus elementos visuais e sonoros, no mesmo patamar de grandes obras milenares. Mas de que outra forma teríamos de classificar Till Forever Falls Apart senão como um exemplo cru e óbvio de excelência artística? O single, que merecia um lugar em museus de todo o mundo, é a evocação do poder que a música tem sobre nós.Ana Laura Ferreira


Capa do single Kathleen, da cantora Foxes. O rosto dela compõe a maior parte da capa, apoiado para a esquerda com um fundo azul por trás e sua mão esquerda apoiada em sua frente com a frase “and her name is Kathleen” escrita em letras cursivas e azuis. Foxes é uma mulher caucasiana de cabelos pretos e lisos e olhos castanhos.
“Eu jurava que por um minuto/Você podia ver através de mim/E você lia para mim como sempre fez/E seu nome era Kathleen” (Foto: Reprodução)

Foxes – Kathleen

Em abril, a britânica Louisa Rose Allen, conhecida pelo nome artístico Foxes, quebra seu hiato com o lançamento do EP Friends in the Corner, seu primeiro disco desde 2016. Ele reúne todos os singles lançados desde a volta da cantora ao cenário do pop em 2020, incluindo o recém-lançado Kathleen. Inspirado em uma conversa que ela teve com sua avó, Kathleen Allen, a música é uma homenagem simples e melódica à ela.

Apesar de começar com versos simples e diretos, um refrão breve e energético revela as raízes pop da artista, que repete animadamente as palavras de Kathleen sobre amor, término e a não se prender ao passado. Foxes usa as mesmas técnicas dos últimos singles para criar composições que não necessariamente se distanciam de seus trabalhos anteriores, mas que parecem dar outro tom às suas canções.

O videoclipe de Kathleen acompanha bem as palavras da musicista, mostrando uma bela dança de balé que traduz visualmente o diálogo na letra e a admiração da cantora por essa figura que claramente significa tanto para ela. Apesar do ritmo acabar se tornando repetitivo na parte final, há uma bela inserção do áudio original da conversa que consegue terminar belamente essa homenagem. Gabriel Oliveira F. Arruda


Capa do single Foi Mal, de Urias. A imagem é em preto e branco e mostra apenas o rosto da artists, uma mulher negra, de cabelos escuros lisos e franja. Ela está ao centro, olhando diretamente para a câmera. Urias usa delineador nos olhos e uma maquiagem que desenha um ponto circular claro embaixo de cada olho. Ela também usa um batom escuro, que é mais escuro próximo ao contorno da boca. Urias usa muitos colares de brilhantes ciculares, um em cima do outro. em volta do rosto da artista, existe algo que parece a boca de um crocodilo, com os dentes afiados cercando seu rosto,
O novo single de Urias tem o apoio do projeto Black Voices do YouTube, cujo objetivo é impulsionar o trabalho de artistas negros do mundo inteiro (Foto: Reprodução)

Urias – Foi Mal

Urias já foi modelo, drag queen, assistente pessoal de Pabllo Vittar e agora é artista musical. No final de 2019, a mineira de 25 anos estreou na cena pop nacional através do EP homônimo, já se consagrando como uma promessa de sucesso pelo seu estilo único e inovador, e assim ela segue em seu novo single. Imersa na sonoridade da música brasileira dos anos 90, Foi Mal é uma nova faceta de Urias, que até então conhecida pela sua atitude e poder, agora faz um desabafo íntimo e vulnerável sobre as dores e delícias do fim de um amor ruim.

Seu glamour característico, no entanto, não é sufocado pelo sofrimento. Foi Mal pode até soar melodramático – e isso não é necessariamente um defeito, vale destacar -, mas Urias vive a fossa como uma exímia diva no videoclipe charmoso da canção. Com produção da Brabo Muisc Team – assinatura comum em grandes sucessos do pop brasileiro que surgem na voz de Anitta, Iza e Luísa Sonza -, o single é poderoso na profundidade do eu-lírico da artista e prepara o terreno para seu novo e primeiro disco, que deve ser lançado ainda no primeiro semestre de 2021. – Raquel Dutra


Capa do Single Sacrifice. Mostra Bebe Rexha, mulher branca, de cabelos loiros e soltos, com uma roupa preta justa e decotada. Ela tem os braços cruzados acima da cabeça e usa luvas pretas até os cotovelos. Ela usa ainda um óculos de sol preto. Sua imagem está em um tom esverdeado neon e ao lado esquerdo vemos escrito em pé, na cor verde, Sacrifice em letras estilizadas e ao lado Bebe Rexha e Sacrifice, novamente. O fundo da imagem é preto.
“Quando se trata de mim, estou pronto para a vida/Então me diga, você sacrificaria?” (Foto: Reprodução)

Bebe Rexha – Sacrifice

Elevando os patamares de femme fatale para sua proposta mais literal possível, Sacrifice entrega as batidas agitadas do fim dos anos 1990 e início dos 2000 com uma roupagem própria que mostra a influência das grandes divas da época, como Christina Aguilera, sem perder personalidade. Bebe Rexha sabe como contrastar sua voz particular com um ritmo agitado próprio para as festas pós-pandemia. Entretanto, toda essa estética baseada no sobrenatural que cerca a canção é apenas uma roupagem que esconde sua mesmice.

Com um clipe empolgante e visualmente bonito, Sacrifice na verdade se mantém na mesma temática, ritmo e sonoridade de tantas outras produções anteriores da cantora. Entrando em um ciclo vicioso, Rexha cria expectativas monumentais que são quebradas com músicas que passam aquela sensação de “já escutei isso antes”. O que torna tudo mais triste é saber do poder e da potência da cantora, que tem qualidades mais do que suficientes para entregar produções monumentais, mas se mantém na segurança de sua estagnação. Ana Laura Ferreira


Capa do single On the ground de ROSÉ. Mostra a cantora, mulher branca asiática, deitada com apenas metade do rosto a mostra. Ela tem os cabelos platinados. No canto inferior esquedo vemos a inscrição -R- em amarelo.
ROSÉ é a primeira cantora do gênero k-pop a entrar na lista das paradas britânicas, a cantora estreou na 43ª posição entre as músicas mais tocadas no Reino Unido na semana do lançamento de seu primeiro single solo, On The Ground (Foto: Reprodução)

ROSÉ – On The Ground  

Atingindo o novo recorde de artista solo de k-pop com mais visualizações no YouTube, em seu primeiro projeto a parte do grupo BLACKPINK, ROSÉ obteve aproximadamente 42 milhões de views no período de 24 horas pós-lançamento de seu single On The Ground. O sucesso de sua composição é mais uma conquista para a carreira da cantora neozelandesa, que agora investiu em um projeto individual, paralelo ao seu trabalho como integrante de uma das girl group de k-pop mais famosas da indústria musical até o momento.

Alcançando tanto sucesso, percebemos que toda a dedicação de ROSÉ em seu primeiro single álbum está sendo compensada tanto a ela, quanto também para nós, admiradores do grupo e suas integrantes. O debut solo R, contém duas faixas, Gone e On The Ground, uma canção sobre amadurecimento, amores e desilusões, que já chegou aclamada com um clipe que intercala entre explosões e campos floridos. Além de uma produção audiovisual impecável, essa música é uma demonstração do potencial da artista, que deixou todos nós ansiosos para saber quais serão os próximos passos de sua carreira. – Gabriel Brito de Souza


Capa do Single Real Grove. A imagem tem um fundo preto com pontos de luz, representando o espaço. Na parte superior está escrito Real Groove em branco, no meio da imagem temos as inscrições Kylie X Dua Lipa em letras neon roxas estilizadas e na parte inferior aparece a inscrição Studio 2054 em branco e ao lado está escrito Initial Talk Remix em roxo.
“Sinta meu batimento cardíaco/É o mesmo velho sentimento vindo sobre mim esta noite” (Foto: Reprodução)

Kylie Minogue, Dua Lipa e Initial Talk (Studio 2054) – Real Groove Remix 

A sensação reconfortante da nostalgia pode ser por vezes traiçoeira, pois nos cega de comodidade enquanto aproveita para reproduzir em uma mesmice desnecessária. Entretanto, não é isso que acontece no remix de Real Groove. Kylie Minogue traz toda a sua estética sonora, que se consolida a anos, com uma nova pitada de frescor ao lado da mais recente ganhadora do Grammy de Melhor Álbum Pop Vocal, Dua Lipa, tendo como bônus o nome de Initial Talk no time.

Intensa é a melhor palavra para definir essa música que é empolgante e ao mesmo tempo saudosa. As tradicionais batidas oitentistas de Minogue se misturam com o tecnopop dos anos 90 e com todo o respiro de inspiração que vimos surgir em 2020 com nomes como The Weeknd e a própria Lipa. Tudo se torna ainda mais gratificante de se escutar nessa, que é a segunda versão do remix, por trazer ainda mais inovação e distinção a uma canção que já era, por si só, imponente. – Ana Laura Ferreira


Capa do single AMOR PIRATA do cantor Jão. No centro da imagem está Jão, um homem branco, com cabelo escuro curto e barba rala. Ele veste um terno preto, uma camisa branca e uma gravata borboleta preta. Há respingos de água nele. No canto superior esquerdo, há um retângulo vazado com bordas brancas e com algumas palavras em branco. Abaixo desse retângulo, está escrito AMOR PIRATA com uma fonte branca. O fundo da imagem é um mar.
O último lançamento de Jão foi Anti-Herói em 2019 (Foto: Reprodução)

Jão – AMOR PIRATA  

O cantor Jão, que não possuía novas músicas desde 2019, parece que chegou neste ano com sua nova era. Coringa, lançada em fevereiro, foi o pontapé inicial, e em março, AMOR PIRATA vem para acrescentar no repertório do paulista. As composições destes novos trabalhos parecem casar e não fogem de um amor mais desapegado. Jão sofre mais uma vez, mas agora parece estar aproveitando algum lado positivo dessa história. Com uma letra e uma melodia alegre, ele pode alcançar lugares diferentes com essas novas canções. 

O cantor lançou também um clipe que possui uma vibe que se conecta muito bem com a melodia. O vídeo apresenta o Jão como um marinheiro que é encantado por uma sereia e levado ao fundo do mar. Com isso, o nome da música revela um duplo sentido. Um que se conecta com a letra e o outro com a história retratada no clipe. Com esses novos trabalhos, a gente não se apaixona por Jão só na sexta-feira. Ana Beatriz Rodrigues


Capa do single Leave the Door Open. Mostra, no meio da imagem, o rosto de dois homens desenhados. O primeiro tem cabelos armados em Black Power, usa um óculos, tem barba e tem a boca aberta. O segundo, à direita, usa uma boina, óculos escuros, tem barba e sorri.No topo da imagem está escrito Silk Sonic e logo abaixo dos dois rostos vemos escrito Bruno Mars e Anderson .Paak, abaixo aparece “with special guest host bootsy collins”. A imagem é beje com as inscrições e desenhos em marrom. Ao redor dela há uma linha marrom a emoldurando.
“Eu não estou fazendo nenhum joguinho/Todas as palavras que eu digo vem direto do coração” (Foto: Reprodução)

Silk Sonic, Bruno Mars e Anderson .Paak – Leave the Door Open

Quando se trata da indústria da música muito se fala sobre renovação, criação de eras e reinvenções constantes. Artistas como Taylor Swift, Lady Gaga e Beyoncé ilustram magnificamente cada uma de suas fases criando estéticas próprias e singulares, sempre trazendo novidades por vezes inimagináveis, afinal, quem se quer sonhou que Swift passaria de Lover para folklore em tão pouco tempo? Contudo, essa pressão da indústria que pede por recriações se restringe apenas às musicistas, que são taxadas de “folgadas” ou “sem graça” quando ousam reutilizar um estilo, enquanto músicos, como Bruno Mars, são aclamados como inovadores ao entregarem mais do mesmo.

Leave the Door Open é suave, gostosa de se escutar e um tanto cativante, isso não podemos negar. Mas onde está a inovação? Não seria essa apenas uma réplica barata de canções já entregues pelo cantor? Isso definitivamente não precisaria ser um problema caso sua aprovação pela crítica não fosse embasada em uma suposta revolução no som de Mars.

Empregando uma estética visual e sonora que data do fim da década de 70 e início da de 80, o músico decepciona em seu tão aguardado comeback, ao lado de .Paak e Silk Sonic. O que nos resta agora é aguardar pelo mais novo álbum do cantor, prometido para os próximos meses, e torcer para que o primeiro single seja apenas um desvio de sua criatividade. Sabemos do potencial de Bruno e por isso rezamos para que ele seja usado. – Ana Laura Ferreira


Capa do single Pretty Places, do duo Aly & AJ. O título do single está centralizado na parte de cima, com letras brancas e curvas contrastando com um céu azul escuro do crepúsculo. Ao longe, uma paisagem montanhosa e árida recebe os últimos raios de Sol. A linha do horizonte é quebrada pela silhueta de uma mulher olhando para a direita, de costas para a câmera, encoberta nas sombras.
“Assistir o Sol subir, se pôr, no mesmo dia/Qual foi o último dia que você fez isso?/Cantando para o rádio, não se preocupe, baby/Com as janelas abaixadas, consigo sentir o ar da noite” (Foto: Reprodução)

Aly & AJ – Pretty Places

Com o lançamento do novo álbum a touch of the beat gets you up on your feet gets you out and then into the sun se aproximando, o duo pop Aly & AJ revelou seu terceiro single no início de março. Pretty Places, que chega após as batidas românticas de Slow Dancing e do pop rock 2000 de Listen!!!, complementa os ritmos ecléticos do novo disco das irmãs Michalka. Inspirado pelo rock dos anos 60 e 70, Pretty Places captura a sensação de uma road trip através das planícies californianas que as irmãs chamam de lar.

O violão é o instrumento mais marcante da nova faixa, ecoando o ritmo e o compasso do country rock americano, deixando claro que o novo ciclo delas é pautado na diversidade de estilos musicais. Apesar do recente sucesso da regravação explícita de Potential Breakup Song, as duas já confirmaram não querer repetir seus sucessos, optando por aumentar cada vez mais seu repertório instrumental e se manterem fiéis às suas letras.

O sentimento é de sair em busca de novos começos e deixar o passado para trás: “Todos os lugares lindos/Nos tiram de onde a dor está/Esse céu aberto/Deixando o passado para trás/Eu iria, por todos os lugares lindos”. O videoclipe que acompanha a música reflete esses temas em sua estética, mostrando elas viajando num conversível enquanto a melodia country dá ritmo às suas experiências. Descrita pelo próprio duo como “a música que elas mais gostaram de ter escrito”, Pretty Places é um ode às grandes e simples jornadas que fazemos em busca da felicidade. – Gabriel Oliveira F. Arruda


Capa do single Num Corpo Só/Coração Em Desalinho. À esquerda vemos um homem negro. Ele veste uma roupa cinza e touca cinza. Em suas mãos há um banjo. À direita vemos um homem negro, seu cabelo é crespo e preto. Ele veste uma roupa branca. Há um pandeiro em suas mãos. Ao centro há uma roda de samba com várias pessoas. Na parte inferior lê-se em branco AO VIVO. Abaixo lê-se em vermelho QUINTAL DOS PRETTOS. Abaixo lê-se em branco NUM CORPO SÓ/CORAÇÃO EM DESALINHO. Abaixo lê-se em vermelho (PART ESPECIAL - MARIA RITA). Em toda imagem há um efeito de luzes.Convidada mais que especial, Maria Rita fez a festa no Quintal dos Prettos (Foto: Reprodução)

Quintal dos Prettos e Maria Rita – Num Corpo Só / Coração em Desalinho (Ao Vivo)

O Quintal dos Prettos é um roda de samba na qual, diga-se de passagem, é um dos primeiros lugares que pretendo ir pós-vacina. Um dos melhores pagodes de São Paulo, o quintal mantém o formato clássico das rodas acústicas, referenciando grandes nomes da música brasileira. Em 2019, os irmãos Magnu Sousá e Maurílio de Oliveira convidaram Maria Rita, Emicida, Arlindinho e Salgadinho para esquentar a tarde fria de São Paulo com a gravação de um DVD no Maria Zélia.

Esse mês foi disponibilizado nas plataformas digitais a gravação feita em participação da grandiosa Maria Rita. O single é a junção de dois grandes clássicos na voz da cantora: Num Corpo Só / Coração em Desalinho. A primeira é composição de um dos maiores mestres do samba, Arlindo Cruz, e acompanha Maria desde seu primeiro disco de samba, o Samba Meu. A segunda já foi trilha de novela e é composta por Monarco, baluarte da Portela que é a escola de coração da cantora. 

A emoção da gravação está na voz do povo. Maria Rita puxa Num Corpo Só / Coração em Desalinho sem fazer o uso de microfone, tendo seu vocal abafado pelo calor do público. A  cantora, que é dona da voz mais potente do Brasil, mostra sua forte presença de palco enquanto se diverte com a cantoria da roda. O single é produzido levando a ferro e fogo o ditado repetido por Maria em todo show: “A voz do povo é a voz de Deus”. – Ana Júlia Trevisan


Capa do single de Beautiful Mistakes de Maroon 5 e Megan Thee Stallion. A imagem mostra o nome da música em letras brancas, centralizado na imagem. Abaixo vemos a inscrição, também em branco, “featuring Megan Thee Stallion''. O fundo da imagem é uma mistura das cores laranja, rosa, azul, vermelho e roxo, que formam um desenho psicodélico.
“Lindos erros/Eu invento dentro da minha cabeça” (Foto: Reprodução)

Maroon 5 e Megan Thee Stallion – Beautiful Mistakes

Não é sempre que bons artistas entregam boas músicas, e esse é o caso do mais novo single do Maroon 5, Beautiful Mistakes, em parceria com Megan Thee Stallion. A canção chiclete, que parece mais o resgate de um pop dos anos 2000 negado pela banda em oportunidades anteriores, irrita com suas batidas genéricas e enjoativas. Talvez a melhor forma de nos referirmos a essa música é como preguiçosa, afinal, repetir incansavelmente os mesmos três beats não é sinônimo de grandes produções.

E se já não bastasse a escolha duvidosa, o clipe que acompanha o single é a cereja desse bolo que nos dá náuseas. No mínimo estranha, a escolha por uma estética psicodélica acabou por cair na breguice. Nem mesmo a voz aveludada de Adam Levine, que parece melhorar com o tempo, ou o rap recitado pela maravilhosa Stallion conseguem salvar a produção. A combinação dos timbres é interessante, se encaixa como luva e, definitivamente, merecia mais do que a bizarrice de Beautiful Mistakes. – Ana Laura Ferreira


Capa do single Spinning, de No Rome, Charli XCX e The 1975. A capa é branca e tem o desenho dos 3 cantores em traços pretos cartunescos. À esquerda, está Matty Healy, de toca pontuda, moletom e mãos nos bolsos. Ao meio, está No Rome, usando óculos quadrados, brincos nas orelhas e com a barba por fazer. À direita, está Charli XCX, com cabelos na altura dos ombros, top e calças jeans e fazendo um sinal com dois dedos levantados com a mão esquerda. Abaixo deles, em faixa pequena, está escrito NO ROME featuring Charli XCX & The 1975. E abaixo disso, em fonte maior, SPINNING.
Comandada pela produção de No Rome. a parceria entre The 1975 e Charli XCX finalmente está entre nós (Foto: Reprodução)

No Rome, Charli XCX e The 1975 – Spinning

Não tem ninguém que goste tanto de trabalhar na pandemia quanto Charli XCX (ok, talvez apenas Taylor Swift). A bola da vez é a formação de um supergrupo, ao lado de seus amigos do The 1975 e de No Rome. Ao que parece, o projeto gerará um álbum de estúdio completo e cheio das milhões de influências e peculiaridades de cada um dos artistas. O tira-gosto é Spinning, onde Matty Healy e Charli dividem os vocais, deixando No Rome no comando da mesa de som, e os meninos da banda ao fundo. 

A faixa não é inspiradora, irreverente ou propriamente refrescante. A união destes 3 talentos pode ensurdecer pelo barulho excessivo e a criatividade aflorada, e o material disponível é aquém das expectativas. Healy e Charli parecem distantes demais do microfone, e os instrumentos engolem suas belas vozes britânicas. Em formato animado pelo isolamento social, o clipe não empolga. O supergrupo, ainda sem nome (mas será que vai ter nome?), tem mais coisas no forno. Dedos cruzados para ser melhor que Spinning. – Vitor Evangelista


Capa do single Dancing With The Devil da Demi Lovato. No centro da imagem, vemos a cantora Demi Lovato, mulher jovem e branca com cabelo longo preto, com as mãos na cintura. Ela veste um vestido laranja e com a edição de asas de borboletas. Na parte superior da imagem, há o escrito DEMI LOVATO na cor preta. Embaixo, está escrito dancing with the devil the art of starging over. O fundo da imagem é verde musgo com alguns detalhes em branco.
O documentário Demi Lovato: Dancing with the Devil está sendo lançado pelo YouTube (Foto: Reprodução)

Demi Lovato – Dancing With The Devil

Demi Lovato teve seu comeback. Dancing With The Devil, homônimo do documentário da cantora, é uma canção que reflete a dor que ela sentiu no momento em que passou por uma overdose em 2018. A situação que quase levou a morte aconteceu 3 dias após a cantora escrever Anyone, a composição que marcou o retorno de Demi ao mundo da música no Grammy 2020.

A canção é uma carta aberta de dor da cantora e um relato reflexivo sobre como o mundo da música pode ser horrível. Nos seus 4 minutos de duração, a composição é chocante e extremamente comovente. Sem dúvidas do seu talento, Demi passa as suas emoções para essa produção com a sua voz que atravessa as barreiras de sentimentos. A realidade distorcida, citada na música, é, infelizmente a triste vivência de Lovato que não tínhamos ideia da dimensão. – Ana Beatriz Rodrigues


Capa do single You All Over Me de Taylor Swift com a participação de Maren Morris. A imagem mostra Taylor, mulher branca, com uma blusa solta, branca, e os cabelos, também soltos, esvoaçantes. Ela tem o rosto virado para o lado direito. A imagem é em tons de dourado.
Agora totalmente nas mãos da cantora, Fearless (Taylor’s Version) está programado para chegar no mês de abril (Foto: Reprodução)

Taylor Swift e Maren Morris – You All Over Me (From The Vault) (Taylor’s Version)

Vem sendo meses realmente bons para os fãs de Taylor Swift, em especial para aqueles que se apaixonaram pela cantora ainda em seu começo de carreira. Retornando ao seu lado mais country, a musicista lançou a inédita You All Over Me, ao lado de Maren Morris. Essa, que é a primeira faixa inédita das 6 que irão compor a regravação do disco Fearless, resgata a sonoridade mais tradicional de Swift em moldes vocais atuais e bem mais maduros.

Seria fácil escutar essa canção ao lado de willow ou cardigan. Por mais que não tragam a mesma sonoridade, uma vez que as músicas dos últimos álbuns de Taylor puxem para uma pegada pop e folk, a mais recente canção consegue imprimir uma estética que dá continuidade a sua discografia, mudando mas nunca destoando de sua proposta. Assim como migrou aos poucos do country para a sonoridade que escutamos em Lover, agora vemos a mais recente vencedora do Álbum do Ano no Grammy retornando a suas origens também de forma gradual, nos encantando ainda mais, se é que isso é possível. – Ana Laura Ferreira


Capa do single MONTERO, de Lil Nas X. A imagem tem como cenário o céu de uma pintura renascentista religiosa, com Lil Nas X representando figuras divinas nas nuvens. Ele aparece duas vezes na imagem, no canto inferior esquerdo deitado e pelado apontando a mão para cima, e no canto superior direito, também pelado, mas segurando um arco e flecha e olhando para a câmera.
Literalmente divino (Foto: Reprodução)

Lil Nas X – MONTERO (Call Me By Your Name)

Blasfêmia vende, e todo mundo sabe disso. Madonna já usou, Lady Gaga também, assim como muitos outros artistas. Mas desde o início dos anos 2010, fazia tempo que alguém não utilizava do artifício com tanto primor, e gerava tamanho estardalhaço. Talvez Gaga saturou a heresia e demorou uns 10 anos para as pessoas se chocarem novamente? Ou a geração TikToker nem lembra de Alejandro e Judas, e quem dirá Like a Prayer? Não dá para saber. A verdade é que Lil Nas X além de saber escrever boas canções, é um gênio do marketing. Sua própria carreira surgiu dos memes: ele colocava Old Town Road em vídeos engraçados e espalhava nas redes sociais, e a música estourou após o ‘yeehaw challenge’ no Tico e Teco.

A antecipadíssima MONTERO (Call Me By Your Name) cumpriu totalmente sua promessa. Anunciada meses atrás por Nas e tendo seu lançamento enrolado ao máximo para gerar hype, fez valer a espera. Deixando o clipe de lado, vemos aqui mais uma vez o talento do artista com palavras e melodias, e sua força como cantor negro e gay, uma raridade no pop e mais ainda no rap. Para os que achavam que Old Town Road seria sua coroação como one-hit wonder, MONTERO prova exatamente o contrário.  Jho Brunhara


Clipes

Capa do álbum Hot Pink de Doja Cat. Mostra a cantora, sem roupa e com uma luva rosa até a altura do ombro, de lado com os cabelos rosas soltos. Na lateral esquerda vemos o nome do álbum e na lateral direita o nome dela em leb=tras brancas.
Após o sucesso do single Streets com o ‘silhouette challenge’, um sensual desafio do TikTok, Doja Cat aproveitou a disparada lançando um clipe sexy e envolvente que combinou com todos os aspectos da música (Foto: Reprodução)

Doja Cat – Streets  

Além da sua recente performance como uma das atrações do Grammy Awards 2021, a rapper norte-americana Doja Cat tem alavancado sua carreira cada vez mais com seus hits de sucesso no TikTok, como é o caso da música Streets, de seu último álbum, Hot Pink. Próximo de sua apresentação em uma das maiores premiações musicais do mundo, a cantora lançou o tão esperado clipe da faixa, depois do hype que a composição recebeu através do ‘silhouette challenge’, que invadiu as redes sociais nos últimos meses, além dos muitos pedidos de seus seguidores.

A nova produção audiovisual da artista inicia com a mesma, como um manequim na vitrine de uma loja em frente a uma rua congestionada, mas que ao decorrer da cena e a forma como o outro personagem a observa muda totalmente o clima da história. A transição de um ritmo instrumental para uma mistura de pop eletrônico e R&B, torna a música, junto a cena, em um ritmo mais sensual e atraente que nos cativa a continuarmos envolvidos pelo encanto de Doja Cat. Esse mais atual lançamento é um presente ao olhos e ouvidos dos amantes de seus trabalhos, além de um mimo para seu aclamado álbum, Hot Pink. – Gabriel Brito de Souza


Capa da música Good Days da cantora SZA. Na capa, vemos SZA bebê, mas com tatuagens no rosto. Ela é uma criança negra, de cabelo preso num coque alto e veste um moletom estampado colorido. Em sua testa, em letra cursiva, está escrito Good Days, e ela tem um desenho ao lado do olho direito também. O fundo é uma floresta desfocada.
Ainda sem qualquer notícia do sucessor de CTRL, SZA continua soltando músicas soltas cheias de qualidade (Foto: Reprodução)

SZA – Good Days

Lançada no dia de Natal de 2020, aniversário da falecida avó da cantora, Good Days fez muito mais sucesso do que SZA ou sua gravadora inicialmente projetaram. Tanto que o clipe só veio agora, meses depois da chegada da faixa. Cantando sobre as expectativas colocadas em si mesma, a artista é menos pontiaguda do que vimo-nas ser no debut, mas as composições elevam o grau de qualquer inspiração mundana ou simplória.

O clipe, dirigido pela própria, assinando como Solana, mistura o lúdico com a dança. Deslumbrada pelo mundo dos sonhos, SZA se move ao som de seus pensamentos e motivações, ela desliza num pole dance na biblioteca. Explorando cada vez mais sua gama de talentos, a artista finaliza Good Days com um trecho de Shirt, próximo single da era. Anuncia o CD logo, SZA, tem criança doente esperando aqui! – Vitor Evangelista


Capa do álbum Plastic Heart de Miley Cyrus. A imagem mostra Miley, mulher branca de cabelos claros, com uma blusa regata com inscrições em preto, luvas pretas, pulseiras e colares. Ela tem os cabelos curtos e a mão direita apoiada no rosto. Ao lado direito vemos escrito o nome do álbum em letras estilizadas rosas. A imagem inteira é em preto e rosa e tem um efeito em suas bordas para que pareça plástico.
“Todos estamos ansiosos para estarmos juntos novamente e isso pode acontecer mais cedo do que imaginamos. Cada um de nós pode ajudar a deter a pandemia nos vacinando e juntos podemos fazer a experiência da música ao vivo se tornar real de novo”, defende Miley em seu novo videoclipe (Foto: Reprodução)

Miley Cyrus – Angels Like You

Miley Cyrus fez de seu novo clipe um meio para reforçar a mensagem mais importante do momento. O lançamento do mês da artista é o vídeo da graciosa Angels Like You, novo single de seu álbum mais recente, Plastic Hearts. Entre o rock e o country, a música é sua casa perfeita, e Cyrus usa seu espaço para rolar no gramado, expressar a saudade que sente de viver a música ao vivo, enaltecer o trabalho de quem enfrentou a pandemia na linha de frente e reforçar a importância da prevenção à doença e da vacinação.

Co-dirigido pela própria, o vídeo não abusa da sorte em tempos pandêmicos e aproveita as gravações da apresentação que Miley fez no pré-show do SuperBowl 2021 para uma plateia de profissionais da saúde já vacinados contra a covid-19. É claro que o vídeo é pouco para quem já nos entregou obras icônicas como Wrecking Ball, mas, contextualizando a situação atual que é muito mais importante que qualquer capricho, Cyrus acerta em cheio mais uma vez ao honrar os verdadeiros anjos dos últimos doze meses. – Raquel Dutra


Capa do CD Sin Miedo, da cantora Kali Uchis. Na capa, Kali está em pé, rodeada pelas letras que formam o nome do CD. Ela é uma mulher latina, de pele clara, veste acessórios pretos, como botas, calcinha, sutiã e longas luvas. Ela tem duas asas enormes e pretas. A cor da capa é rosa e o nome do cd aparece em branco.
O TikTok define o destino das canções: fez sucesso? Ganha clipe! (Foto: Reprodução)

Kali Uchis – telepatía

A pandemia limitou os recursos, mas despertou o senso de exploração de novos talentos, e colocou Kali Uchis para dirigir o clipe de telepatía, destaque máximo de Sin Miedo, o álbum em espanhol que saiu meses atrás mas continua fresco e cheio de sensualidade. Com o sucesso da faixa no TikTok, Kali resolveu capitalizar ainda mais em cima da canção, e o resultado final é digno de seus trabalhos anteriores.

Respeitando o núcleo da música (a falta de contato humano) e o isolamento social, a colombiana espreme o suco do desejo sexy, nunca tocando seu objeto de afeto e fantasia. O sentimento é transmitido pelo filtro açucarado do vídeo, pelos takes de Uchis honrando um cabaré latino e pelos próprios figurinos provocantes da cantora. – Vitor Evangelista


Performances

Imagem da performance de Justin Bieber no Tiny Desk. Na imagem, Justin, um homem branco, de cabelos médios loiros, veste uma camisa branca e um boné verde escuro acinzentado com a aba para virada para trás. O artista está tocando um teclado vermelho com um microfone à usa frente. Ele olha para as teclas do instrumento com uma expressão serena. A fotografia mostra Justin levemente de lado, posicionado mais à esquerda da imagem, e ao fundo, no lado direito, pode-se observar um dos instrumentistas de sua banda. Ele é um homem negro, de cabelos longos trançados, veste uma camisa xadrez amarelada e toca uma guitarra clara. toda a imagem é colorida em tons de vermelho.
Promovendo seu novo disco, Justin Bieber mostra o potencial de sua música no Tiny Desk (Foto: Reprodução)

Justin Bieber no Tiny Desk

O que Justin Bieber faz deveria ser crime. É tortura o que se sente ao ouvir os últimos registros sonoros do artista conhecendo seu potencial enquanto musicista. No ao vivo, Justin voa. Interpretação, arranjo, repertório… Tudo se transforma em ouro quando ele se entrega e sente prazer no que está fazendo. Um pouco disso é recuperado em seu álbum recém-lançado, Justice, e tudo é provado em sua apresentação no Tiny Desk, que traz versões ao vivo das principais canções do disco. 

Ele começa brando, com a bateria – sempre um de seus instrumentos favoritos – flutuando no hino de Holy e acompanhando as melodias de sua voz, limpa e equilibrada. Em seguida, somos presenteados com uma versão maravilhosa de Peaches, seu novo single que já se destaca dentre a tracklist do álbum. Na performance, o hit se transforma num R&B delicioso – muito longe do que ele fez em Changes – liderado pelos teclados de Bieber, que ainda protagonizam um jamming com um toque de jazz junto dos outros instrumentos de sua ‘banda incrível’, como ele mesmo elogia.

Uma das melhores faixas de Justice se transforma em algo ainda melhor na versão que ele apresenta no Tiny Desk. Iniciada como um pop acústico, Hold On cresce em direção a um rock perfeito para cantar bem alto num festival de música. O mesmo é com Anyone, que encerra com louvor os melhores 15 minutos de Justin Bieber em anos. Ficamos aqui, esperando que ele encontre o caminho maravilhoso que está bem debaixo de seu nariz e entenda que nasceu para fazer aquilo, exatamente daquele jeito. E boa parte dos mais de 11 mil comentário do vídeo concordam comigo. – Raquel Dutra


Imagem da performance de Harry Styles no Grammy. O cantor está posicionado no meio de um palco com um terno de couro preto e um boá verde enrolado no pescoço que vai até seus joelhos. Ele é um homem branco, de cabelos castanhos curtos. Ao fundo vemos uma esfera refletindo uma luz dourada.
Pela primeira vez indicado a premiação, Harry Styles concorreu nas categorias de Melhor Álbum Pop Vocal com Fine LIne e Melhor Vídeo Musical com Adore You, mas não venceu as categorias (Foto: Reprodução)

Harry Styles no Grammy 2021

Responsável por abrir o Grammy de 2021 com sua voz, Harry Styles performou, novamente, a canção Watermelon Sugar, que mais tarde venceu a categoria de Melhor Performance Solo de Pop na noite. No mínimo peculiar, a apresentação chamou a atenção por ir contra as últimas aparições do cantor. Apresentando uma versão muito mais sensual do single, com pitadas bem dosadas de jazz, Styles conseguiu dar uma cara nova ao hit chiclete.

Se apoiando em uma estética glam rock à la Freddie Mercury, sua roupa de couro e o boá de plumas verdes foram o real destaque. Mesmo com o desgaste que a música de seu mais recente álbum, Fine Line, sofre, é inegável que algo diferente surgiu no palco da premiação. Claro que preferíamos ter escutado outra das inúmeras canções de Styles, mas para não chorar pelo que nunca teremos, é mais vantajoso aproveitar o frescor dessa performance que foi no mínimo icônica.  – Ana Laura Ferreira


Imagem da apresentação de DaBaby no Grammy 2021. Na imagem, o artista, um homem negro de cabelos raspados, está de costas, regendo seu coral de braços abertos. ele veste um terno, sapatos e luvas brancas cobertas de brilhantes. Na extremidade esquerda e direita da imagem, pode-se observar duas pessoas que compõem o seu coral, ambas mulheres de idade mais avançada brancas que vestem túnicas pretas e estão em cima de um púlpito.
Indicado a Melhor Canção e Performance de Rap pela segunda vez consecutiva, DaBaby se apresentou pela primeira vez no Grammy e mostrou que veio para ficar (Foto: Reprodução)

DaBaby no Grammy 2021

O rapper que iniciou sua carreira sob o nome de Baby Jesus transformou sua apresentação no Grammy 2021 numa celebração espirituosa. Com direito a coral gospel, instrumentos clássicos e uma cenografia celestial, DaBaby performou ROCKSTAR ao lado de seu colaborador, Roddy Ricch, e com participação especial do veterano do soul Anthony Hamilton, que conduziram a performance quando o artista deixou o microfone no centro do palco para reger seu coro.

A música foi indicada a Melhor Canção de Rap, Gravação do Ano e Melhor Colaboração de Rap, é um dos singles do álbum mais recente do artista, BLAME IT ON BABY, que dentre muitas colaborações com nomes de peso, como Quavo, Future e Ashanti, traz também uma canção em parceria com Artista Revelação do ano, Megan Thee Stallion. Na noite do dia 15 de março, DaBaby não levou nenhum gramofone pra casa, mas deixou sua marca gloriosa no palco mais importante da indústria da música. – Raquel Dutra 


A imagem é uma foto da performance de Post Malone no Grammy 2021. Na foto, Post está segurando um microfone com as duas mãos. Post é um homem branco, de cabelos castanhos claros e curtos e tatuagens no rosto; ele veste uma jaqueta de couro preta com detalhes de cruz espalhados, uma camiseta preta e usa um colar com uma cruz.
Post Malone tinha sido indicado em 3 categorias da premiação (Foto: Reprodução)

Post Malone no Grammy 2021

Apesar de sair de mais um Grammy Awards com as mãos vazias, Post Malone não deixou de registrar sua evolução musical na premiação. Trazendo uma atmosfera gótica e medieval, que também compõe a estética de seu último álbum, o rapper optou por performar a faixa que também dá nome a ele, Hollywood’s Bleeding. E, que, ironicamente, contém uma letra que denuncia as mazelas do meio artístico, e foi cantada em um dos eventos mais problemáticos da indústria da música. 

Quase isolado no palco, Malone apostou por completo nos seus próprios vocais, beirando à rouquidão. Como apoio, ele contou com um coral ao seu redor, que sustentaram ainda mais o conceito da performance. Ficou faltando apenas emendar com uma entrada de Ozzy Osbourne cantando Take What You Want, para entregar uma apresentação tão memorável quanto sua parceria com o Red Hot Chilli Peppers no Grammy 2019. – Vitória Silva


Imagem da apresentação do BTS no Grammy 2021. Mostra os 7 integrantes organizados em formato de V, todos vestidos com ternos. Da esquerda para a direita suas roupas são preta, branca, branca, preta, laranja, amarelo e laranja. Ao fundo vemos o teto do local coberto por flores lilás, rosas, brancas e verdes.
Os cantores sul-coreanos do BTS tiveram sua primeira indicação ao Grammy em 2021, entretanto já haviam performado na premiação no ano anterior ao lado de Lil Nas X (Foto: Reprodução)

BTS no Grammy 2021

O sucesso do k-pop chegou até os palcos da mais importante premiação da música. Concorrendo por Melhor Performance de Pop Duo/Grupo, os astros sul-coreanos, BTS, não levaram nenhum gramofone para casa, mas marcaram a noite com uma apresentação dinâmica e eletrizante, digna de quero mais. Trazendo toda a estética de seu estilo musical, o grupo dançou, cantou e brincou com todo o espaço do evento com o single Dynamite.

A apresentação que começou um tanto simples se tornava, passo a passo, mais complexa e empolgante conforme seus sete membros deslizavam, com toda a propriedade do mundo, pelos quatro cantos da cerimônia. Até mesmo quem não gosta de k-pop tem que admitir estar no mínimo cativado pela performance que uniu o som aveludado da banda à agitação e dinamismo que o Grammy pedia. Encerrando no topo do prédio, com a vista panorâmica de L.A., o BTS provou que mesmo sem seu gramofone eles não estão para brincadeiras e que, em 2022, é bem capaz de os vermos ainda mais na premiação. – Ana Laura Ferreira


Imagem da apresentação de Cardi B e Megan Thee Stallion no Grammy 2021. Na imagem, as duas artistas estão em cima de uma cama. Cardi, uma mulher negra, veste uma peruca rosa curta e está deitada na cama, apoiando seus cotovelos e mexendo no cabelo com a mão direita. Megan, também uma mulher negra de cabelos lisos, castanhos e longos, está ajoelhada em cima de Cardi, com a mão direita levantada. A foto é toda colorida em tons de rosa e roxo.
O Grammy 2021 não teve Beyoncé, mas teve funk brasileiro na performance lendária de Cardi B e Megan Thee Stallion (Foto: Reprodução)

Megan Thee Stallion e Cardi B no Grammy 2021

A primeira vez de Megan Thee Stallion no Grammy foi memorável. Transbordando confiança, a artista brilhou em sua performance de Body e do hit premiado como Melhor Canção e Performance de Rap e indicado a Gravação do Ano, Savage Remix. Infelizmente, Beyoncé não nos agraciou com sua participação na apresentação enquanto parceira na canção de Megan, mas o espaço da insubstituível Queen B não ficou no negativo.

A Artista Revelação de 2021 foi acompanhada pela icônica e querida Cardi B, que intervalou a performance da novata com seu single mais recente, Up. Então, as duas se encontraram numa apresentação enérgica e grandiosa de outro sucesso que provocaram juntas nos últimos meses, WAP. O melhor, no entanto, ficou para o final. Cardi e Megan incluíram na canção um sample de funk de Pedro Sampaio e colocaram a cultura popular brasileira para todo o mundo ouvir na premiação mais importante da música. O que dizer sobre isso? Apenas lendárias. – Raquel Dutra


Igame da performance da banda Haim no Grammy 2021. A imagem mostra uma mulher branca, de cabelos loiros soltos, segurando um baixo e de vestido e coturnos pretos na esquerda. Ao centro vemos outra mulher branca de cabelos castanhos soltos, com um vestido dourado e coturnos pretos, segurando uma guitarra. No canto direito há uma mulher branca sentada atrás de uma bateria branca, ela está com uma blusa sem mangas preta e tem os cabelos castanhos soltos. Ela segura duas baquetas no ar.
As irmãs Danielle, Este e Alana concorreram pela primeira vez ao Grammy 2021 nas categorias Melhor Performance de Rock e Álbum do Ano, perdendo ambas as categorias (Foto: Reprodução)

HAIM no Grammy 2021

Os amantes de rock sentiam falta de um poder feminino aos moldes de Stevie Nicks, entregando segurança vocal com ritmo e melodias sonoras mais do que bem construídas, sem precisar apelar para falsetes exagerados. E foi exatamente com isso que HAIM nos presenteou em sua performance no palco do Grammy de 2021. As irmãs se preocuparam mais em entregar um espetáculo sonoro do que um visual, e acertaram em cheio na sua aposta ao cantarem The Steps.

Sem grandes elementos, mudanças de roupas ou cenários monumentais, a banda se destaca por tocar, e trocar, seus instrumentos ao vivo. Mostrando que são mais do que capazes de deixarem sua marca na música, HAIM abriu caminho para novas indicações e apresentações na premiação, exibindo todo o seu talento que merece ser exaltado. Para quem não as conhecia, essa foi a oportunidade perfeita de entrar em contato com seu nível de qualidade extraordinário, e para os fãs devotos, a apresentação mais aqueceu os corações. – Ana Laura Ferreira


Imagem da apresentação de Black Pumas no Grammy 2021. Na imagem, o vocalista da dupla, Eric Burton, um homem negro de cabelos trançados num comprimento médio, está ao centro. Eric veste um terno de uma estampa de arabesco preta e branca e uma touca preta. O artista também está segurando sua guitarra laranja semo tocar e cantando no microfone que está à sua frente. Eric olha para cima e está com a mão direita sob o coração. Ao fundo, pode-se observar parte do cenário do palco, com muitas luzes amarelas, e um pedaçõ do logo da dupla, feito com letras em caixa alta amarelas escrevendo o nome do duo.
Quem mais liderou a apresentação do duo Black Pumas no Grammy 2021 foi o vocalista Eric Burton (Foto: Reprodução)

Black Pumas no Grammy 2021

Black Pumas explodiu suas cores na noite do Grammy 2021. O duo apresentou seu o soul psicodélico através de Colors, single principal de seu disco homônimo de estreia, junto de uma banda apaixonada e de um backing vocal divino. O centro das atenções, no entanto, não teve como fugir do casamento dos agudos perfeitos do vocalista Eric Burton, com os solos de guitarra de Adrian Quesada. 

Os dois nomes passaram de indicados a Artista Revelação de 2020 para concorrentes a Álbum e Gravação do Ano em 2021 com a versão Deluxe do disco que os revelou no ano passado. Mesmo que este não seja mais uma vez o ano de Black Pumas, a riqueza do som da dupla é um fato, que não deixou nada a desejar em sua performance. – Raquel Dutra


Imagem da apresentação de Taylor Swift no Grammy de 2021. A imagem mostra um solo verde suspenso e inclinado sobre o qual a cantora está sentada com a perna direita esticada e a esquerda flexionada. Ela tem as mão apoiadas atrás do corpo e a cabeça para cima. Taylor é uma mulher branca, de cabelos loiros presos em tranças ao redor da cabeça, e usa um vestido azul com detalhes em dourado. Ao fundo vemos uma floresta escura com alguns pontos de luz e abaixo do chão suspenso a silhueta de uma pessoa com um violão.
Com o gramofone conquistado na edição de 2021, Taylor Swift já acumula 11 Grammys (Foto: Reprodução)

Taylor Swift no Grammy 2021

Trazendo uma floresta mágica para os palcos do Grammy, Taylor Swift nos entregou um compilado de algumas das principais músicas de seus dois últimos álbuns. Sedentos por uma apresentação ao vivo da cantora, fomos agraciados com todo o encanto e beleza do folclore criado por ela. Ao unir o fantasioso à mistura do pop, country e folk, Swift ofereceu um prato cheio de emoções para aqueles que a acompanham há uma década e meia e um convite para quem se aventura agora por sua sonoridade.

O nome da musicista foi marcante em 2020 ao lançar dois álbuns surpresas – folklore e evermore – um documentário pela Netflix e uma apresentação comentada, a the long pond studio sessions, pelo Disney+. Apesar do distanciamento e do recente cancelamento de sua turnê, que seria a primeira a passar pelo Brasil, Swift fez seu ano cheio de altos e trouxe tudo isso para o palco da premiação. Ao lado dos músicos Jack Antonoff e Aaron Dessner, Taylor embalou a noite ao trazer as canções cardigan, august e willow.

Vencendo a categoria de Álbum do Ano por folklore no fim da noite, a cantora mostrou para quem quisesse ver que ela merece o título. Muito mais do que apenas um compilado de músicas bem interpretadas ao vivo, o que Swift fez foi nos imergir em seu mundo fantasioso ao ponto de nos esquecermos de que ela não era a única a performar na noite. Chamativa por sua delicadeza e marcante por sua comoção, Taylor pôde provar, mais uma vez, que ela é a própria indústria da música. – Ana Laura Ferreira


Imagem da apresentação de Bruno Mars e Anderson .Paak no Grammy 2021. Na imagem, Bruno, um homem negro de cabelos cacheados, veste um terno e óculos de sol levemente transparentes, ambos da cor caramelho, e está do lado esquerdo, mais à frente. Anderson, também um homem negro, veste a mesma roupa de Mars e um óculos também caramelo mas com brilho prateado ao redor das lentes e uma boina marrom, e está do lado direito, um pouco mais ao fundo. Os dois estão cantando e ao fundo da imagem pode-se observar a cenografia do palco, tomada apenas por um fundo escuro que imita um céu estrelado.
Vencedor em Melhor Performance de Rap Melódico, Anderson .Paak (ao fundo) se deslocou para o soul e R&B na hora de se apresentar ao lado de Bruno Mars no Grammy 2021 (Foto: Reprodução)

Bruno Mars e Anderson .Paak no Grammy 2021

É difícil resistir aos encantos do som 80s de Bruno Mars e ao charme que essa característica ganhou junto de Anderson .Paak. Sob um fundo estrelado e docemente vestidos em tons caramelo, os artistas flutuaram nas melodias e harmonias de Leave the Door Open, novo single que promoveu o projeto da dupla junto da banda Silk Sonic no Grammy 2021.

Há quem diga que Bruno nasceu para fazer aquilo e que a mudança no estilo de .Paak é um acerto, há também os que se incomodam com a brincadeira de Michael Jackson, e ainda há quem use o exemplo dos músicos para nos relembrar do privilégio dos artistas masculinos. Entre as opiniões divididas, Bruno se sente em casa no passado e Anderson .Paak pareceu amar viajar no tempo junto de Mars no palco da premiação. – Raquel Dutra


Imagem da apresentação de Dua Lipa o Grammy 2021. A imagem mostra a cantora, mulher branca de cabelos e olhos castanhos, em frente a um microfone rosa cheio de brilho. Ela usa um sobretudo, também rosa, assim como um cropped da mesma cor por baixo, ambos brilhantes. Ela tem a mão direita segurando o microfone e à esquerda para baixo. Ao fundo vemos um painel em tons de roxo que parecem remeter a um céu.
Indicada a seis categorias, Lipa venceu apenas Melhor Álbum de Pop Vocal com Future Nostalgia (Foto: Reprodução)

Dua Lipa no Grammy 2021

Podemos dizer que estamos acostumados a esperar por performances no mínimo extravagantes quando se trata de Dua Lipa, e no Grammy não seria diferente. Iniciando o espetáculo, que teve a participação de DaBaby com uma versão imponente do single Levitating, a cantora conseguiu nos prender e manteve todos os holofotes sobre si, migrando entre diferentes roupas, cenários e danças. Sempre cheia de brilho, é unânime dizer que essa foi uma das apresentações mais marcantes da noite.

Seguindo para a música que fez dela a estrela de 2020, Don’t Start Now ganhou um suspiro de inovação ao ser mixado em uma nova linha sonora. Puxando influências claras do pop disco da década de 1990, Dua Lipa conseguiu trazer inovação, fanservice e diversão para a noite. Talvez seja sua excentricidade, no melhor sentido da palavra, ou talvez sua dualidade, que migra da delicadeza para a femme fatale, mas seja o que for, é certo que a cantora sabe como elevar os patamares de nossas expectativas e ainda ultrapassá-los. – Ana Laura Ferreira


Jhay Cortez e Bad Bunny na performance no Grammy 2021.
“Baby, ya yo me enteré, se nota cuando me ve” (Foto: Reprodução)

Bad Bunny e Jhay Cortez no Grammy 2021

¡El mundo es latino! O grandioso Bad Bunny quer passar. Antes de vencer na categoria Melhor Álbum Latino Urbano ou de Pop com YHLQMDLG, Benito nos apresentou a deliciosa DÁKITI, ao lado de Jhay Cortez.

A enérgica performance brilhou a essência da música e o talento da dupla. No final, teve direito até mesmo a uma revelação: o elemento do palco que eles estavam caminhando era um grande olho. Mensagem secreta para o Persona? A gente finge que sim.  Jho Brunhara


A imagem é uma foto da performance de Billie Eilish no Grammy 2021. No palco, Billie está cantando em cima de um carro, que parece estar se afogando. Billie é uma mulher branca, de cabelos verdes e pretos, ela veste uma blusa verde escura de mangas compridas e uma calça verde, e está com um acessório em sua cabeça. Ao fundo, ao lado esquerdo, é possível ver seu irmão e cantor FINNEAS ao teclado e, ao lado direito, há um baterista.
Além de se apresentar, Billie também levou dois prêmios em sua passagem pelo Grammy 2021 (Foto: Reprodução)

Billie Eilish no Grammy 2021

Uma das primeiras performances da premiação foi de everything i wanted, de Billie Eilish, que mais tarde seria coroada com o Grammy de Gravação do Ano. Em um cenário que remete ao videoclipe da faixa, Eilish cantou em cima de um carro que parece estar afundando, tendo como companhia os vocais do seu irmão e fiel escudeiro FINNEAS, que também estava ao teclado. 

Com uma presença de palco diferente do comum, acostumada com performances movimentadas, a cantora não deixou de entregar o ideal para essa que é uma de suas músicas mais profundas. E ainda favoreceu a demonstração do seu controle e potência vocal invejáveis, que vão muito além dos sussurros que muitos costumam debochar. Mais uma prova de que nunca será demais premiar a grandiosidade de Billie Eilish. – Vitória Silva


Doja Cat em sua apresentação no Grammy 2021.
Elevando as dancinhas do TikTok para outro nível (Foto: Reprodução)

Doja Cat no Grammy 2021

Doja Cat não aguenta mais cantar Say So, e isso é fato. Mas isso não desanima as performances, não: no Grammy, Doja mostrou mais uma vez sua capacidade de entregar números de encher os olhos.

Se preparando para começar a nova era do álbum Planet Her, ela já nos deixa ansioso pelos próximos hits que vão suceder Streets. Já Say So, podemos combinar que deu o que tinha que dar. – Jho Brunhara


Deixe uma resposta