Em um universo de dores, Rico Dalasam nos entrega um alívio

Capa do álbum Dolores Dala Guardião do Alívio, de Rico Dalasam. Fotografia quadrada com um céu azul ao fundo. Na imagem, ao centro, Rico Dalasam, um homem negro, de barba e cabelo preto em dreads na altura dos ombros, usando uma maquiagem dourada com detalhes em azul. Vestindo um sobretudo branco semitransparente de gola dourada com detalhes em azul, ele ergue os braços esticados para os lados, com as palmas das mãos viradas para frente, enquanto está em cima de um carro pelo teto solar, em movimento. Na parte superior há três símbolos minimalistas em branco: uma lua minguante, uma rosa e uma lua cheia, respectivamente, intercalados por quatro símbolos de espadas, dois com corações na ponta à esquerda, e dois com gotas na ponta à direita. Na parte inferior, centralizado, pode-se ler a sigla “DDGA”, escrita na vertical.
Capa do álbum Dolores Dala Guardião do Alívio, lançamento mais recente do artista (Foto: Reprodução)

Enrico Souto

Rico Dalasam foi o primeiro rapper gay a ganhar grande projeção na cena do hip-hop nacional, e um dos principais expoentes do gênero queer rap no Brasil, que contudo hoje se mostra um termo limitado demais para o que ele representa. Em suas palavras, “depois que você lança uma música e vai existindo, as coisas tomam caminhos que uma tag não suporta”. E acredite, nenhuma tag suporta Dalasam. E caso ainda houvesse dúvidas, Dolores Dala Guardião do Alívio vem para cravar o artista como um dos nomes mais relevantes da música brasileira atual.

Continue lendo “Em um universo de dores, Rico Dalasam nos entrega um alívio”

Nota Musical – Março de 2021

Arte retangular de fundo na cor laranja terroso. Do lado esquerdo, foi adicionado o texto "nota musical - março de 2021". Foi adicionado também a logo doPersona, estilizada para que a íris do olho fique laranja terroso. Do lado direito foi adicionado um acrílico de CD com um disco dentro. Dentro do disco foram adicionadas 4 fotos: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Bruno Mars junto com Anderson Paark.
Destaques do mês de março: Elza Soares, Lana Del Rey, Rico Dalasam e Silk Sonic (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Ana Laura Ferreira)

Março foi recheado de comebacks e performances de tirar o fôlego. Não é para menos, afinal estamos falando sobre o mês em que o maior evento da música ocidental ocorreu, trazendo para nós o Santo Graal das composições – ou pelo menos é isso que eles dizem. Contudo, após uma noite de esnobados e merecidos, o bafafá se perpetuou mesmo através de nomes como Megan Thee Stallion e Cardi B, que trouxeram a brasilidade do funk para o palco do Grammy.

Voltando à questão dos comebacks, foram tantos que é difícil enumerar. Bruno Mars retomou sua carreira, parada desde 24K Magic de 2016, com a parceria ao lado de Anderson .Paak. Outro nome que volta a entregar canções inéditas – para o delírio dos fãs – é Lana Del Rey, que traz toda a estética dos country clubs, tipicamente americanos, para sua atmosfera sóbria e melodramática, pela qual todos a conhecem. Sem deixar de lado o pop mainstream, Nick Jonas também reinicia seu trabalho solo com Spaceman.

Na música nacional, o rap foi destaque com a voz de Rico Dalasam e Djonga, que trouxeram suas vivências da forma mais crua possível. Elza Soares foi outra estrela que nos presenteou com a canção Nós, dedicada especialmente ao Dia Internacional da Mulher, que é comemorado no dia 8 de março. E foram realmente as mulheres que reinaram neste mês, ao sermos presenteados com a remasterização do álbum Elis, de Elis Regina, e em uma mesma tomada, com o rearranjo de dois singles de sua filha, Maria Rita, ao lado de Quintal de Prettos. Trazendo o saudosismo das memórias jamais desfrutadas do carnaval de 2021, a união dos vocais de Rita e do grupo paulista nos lembram da esperança de dias melhores.

Não poderíamos nos esquecer, ainda, da preciosidade em forma de EP que Selena Gomez entregou ao colocar em pauta toda a sonoridade latina em músicas na língua espanhola. Bem como é bom ficar de olho no mais novo compilado de Joshua Bassett, que com seu pop frenético trouxe a íntegra de sua versão da conturbada história com Olivia Rodrigo e Sabrina Carpenter. E é em meio a uma polêmica indicação ao gramofone de ouro – merecidamente perdido – que Justin Bieber lança seu sexto álbum, intitulado Justice.

Assim, em um mês de altos e baixos, no qual completamos um ano presos em casa, a Música conseguiu transparecer todos os sentimentos que gritamos entre quatro paredes. Da campanha #fuckthegrammys à realidade distorcida confidenciada por Demi Lovato, Março de 2021 conseguiu ser alvo de altos e baixos intensos que serão lembrados por muito tempo. Por isso, a Editoria do Persona, ao lado de seus colaboradores, comenta tudo isso e ainda mais sobre o que aconteceu no mundo da Música entre os CDs, EPs, singles, clipes e performances que mais marcaram os últimos 31 dias.

Continue lendo “Nota Musical – Março de 2021”