No auge da maturidade, McFly ainda mostra ‘emoções jovens e idiotas’ em Young Dumb Thrills

Da esquerda para a direita: Dougie Poynter, Harry Judd, Danny Jones e Tom Fletcher
Dougie Poynter, Harry Judd, Danny Jones e Tom Fletcher, em photoshoot para o novo álbum (Foto: Reprodução)

Rafaela Martuscelli

O tão esperado sexto álbum da banda McFly finalmente chegou. No dia 13 de novembro de 2020, o Young Dumb Thrills, foi enfim lançado em todas as plataformas de streaming ao redor do mundo. Foi assim que o hiato de 10 anos, motivo de tristeza para muitos fãs ao redor do mundo, se findou. Donos dos eternos sucessos 5 Colours In Her Hair, All About You e Falling In Love, os ingleses voltaram com a força que sempre tiveram, mas que eles mesmos não lembravam que tinham. 

Foi uma década de muitas idas e vindas musicais para a banda, que acabou estagnada por um problema que não se distancia da nossa realidade: a famosa falta de comunicação entre bons e velhos companheiros. A imagem do grupo perfeito, formada por quatro melhores amigos foi repentinamente destruída e pegou de surpresa até mesmo os meninos. Para os fãs, que estavam acostumados com os desentendimentos bobos frequentemente registrados pelas câmeras de David Spearing, fotógrafo oficial do McFly, também se chocaram com a realidade de seus ídolos.

O Young Dumb Thrills foi sem dúvida a melhor maneira que o McFly encontrou de contar para os fãs que, mesmo apesar dos anos de ausência, a banda continua mais viva do que nunca. Que, mesmo apesar dos problemas que enfrentaram, quem tem um amigo, tem tudo. Que a amizade e a união são os pontos chave para qualquer reestruturação, como foi para a banda. Os meninos estão bem. O McFly também. E os fãs? Podem ficar tranquilos, de uma vez por todas. Sem dúvidas, esses anos foram de intenso amadurecimento pessoal para todos os integrantes, fato que fica claro ao escutar o álbum.

Da esquerda para a direita: Dougie Poynter, Harry Judd, Danny Jones (com a mão na boca de Harry Judd) e Tom Fletcher
Em lançamento do sexto álbum, os integrantes miraram na autenticidade — e acertaram (Foto: Reprodução)

Para quem acompanha o McFly há um longo tempo, o disco é reconfortante desde o momento em que você aperta o play. Depois de tantos anos de espera e de tantas músicas lançadas sem um álbum para chamar de seu, o conforto é em finalmente encontrar, de fato, a essência da banda em cada nota escutada. É um álbum de presença. É possível sentir a presença da volta da banda desde os trompetes, no início de Happiness, até as vozes dos meninos conversando e brincando ao final de Not The End, para finalizar. 

Amor, saúde mental e juventude são as palavras-chaves que definem o disco. Definitivamente, o McFly ainda tem os seus young dumb thrills correndo pelas veias, ao mesmo tempo que mostram que já conquistaram a responsabilidade que a vida cobra. Diferente de quando começaram, eles não são mais jovens de 16 anos morando sozinhos em uma casa para escrever um álbum. Muito aconteceu desde 2003: relacionamentos bem consolidados, família, alegrias e problemas. A mensagem que fica é a importância de valorizar suas conquistas, mas também entender os seus limites e saber a hora de pedir ajuda.

Capa do álbum (Foto: Reprodução)

O sumiço

O álbum demorou mas chegou. Segundo Tom Fletcher, em All About Us, documentário lançado pelo grupo no canal britânico ITV,  um dia depois do CD, a banda estava acostumada com prêmios e hits número 1 nos charts. No entanto, desde o quinto álbum de estúdio, o Above The Noise, a busca foi por compor músicas que trouxessem prêmios. Foi aí que o grupo focou em criar pelos prêmios e não mais por amor que eles se distanciaram da verdadeira identidade do McFly.

Então, depois de alguns anos sem o anual tweet de Another year over, and we’re still together de Tom Fletcher, sempre postado no dia 31 de dezembro de todos os anos, conseguimos enfim entender o que estava acontecendo. O documentário veio em bom momento e ajudou na humanização do quarteto. Apesar de serem considerados ídolos de toda uma geração, eles também são seres humanos. Essa ideia também foi bem trabalhada através da música You’re Not Special, do novo álbum. 

Falta de comunicação, problemas pessoais, ânsia por receber mais prêmios como o Brit Awards, em 2005. Todas essas questões foram melhor trabalhadas após a segunda reabilitação de Dougie Poynter, em 2019. Dessa vez, segundo Tom Fletcher, também no documentário All About Us, o restante da banda apoiou a recuperação do baixista de uma maneira diferente: participando de uma terapia em grupo. E foi assim que a banda voltou à vida.

A banda McFly durante as gravações do documentário All About Us
A banda relembrou momentos de suas carreiras no documentário All About Us (Foto: Reprodução)

E está vivíssima! Com a turnê Young Dumb Thrills Tour marcada para 2021 pelo Reino Unido e pelo Brasil, temos a sensação de que o McFly nunca esteve tão disposto a enfrentar os próximos desafios e construírem o restante de sua caminhada, só que dessa vez, juntos. Após abrirem o coração, os meninos só querem viver uma vida como seres humanos normais que curtem o que fazem: fazer música na companhia de grandes amigos — e agora, alguns filhos. O importante é que, no final, eles sempre estarão lá um para o outro.

“another year over, and we’re still together.

it’s not always easy, but McFly’s here forever!”

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