The Umbrella Academy é tudo que os filmes dos X-Men falharam em ser

Um dos pontos altos de Umbrella Academy é o tiroteio ao som de Don’t Stop Me Now, do Queen (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Dentre as grandes equipes, a franquia dos mutantes da Marvel é a mais desgastada nos cinemas. Diversas adaptações, correções de rumo, escalação de novos atores. Os X-Men nunca tiveram sorte nas telonas e, junto disso, nenhuma de suas trilogias conseguiu enfatizar o cerne de sua origem: o sentimento de família. Isso anotado, a Netflix (de mal com a Marvel) inaugura sua trupe disfuncional – e super-heróica, em The Umbrella Academy, seriado que lida com traumas humanos num ambiente em que macacos falam e robôs são mães.

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Nasce Uma Estrela triunfa ao cantar a verdade do amor de seus personagens

Dando nova roupagem a uma quarta versão do mesmo conto de apaixonados, o longa estreia de direção de Bradley Cooper transmite todo o amor que precisa. Ao lado de Lady Gaga, o ator-barra-diretor é maestro de um espetáculo musical que emociona em seus momentos mais íntimos.

Essa é a quarta versão do clássico que já teve filmes lançados em 1937, 1954 e 1976 (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Jackson Maine (Cooper) é um rockstar a la country já em fim de carreira. Na saída de um de seus shows, ele acaba num bar de drags e encontra o (angelical) talento escondido de Ally (Gaga). A garçonete logo cai nas graças do barbudo e eles embarcam numa caminhada conjunta em direção ao estrelato. Como nem tudo são flores (poucas coisas são), a ascensão de Ally implica no definhamento de Maine.

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Problemático, Vidro é o filme certo para Shyamalan fechar sua visão dos heróis

Shyamalan escolhe lavar as cores do filme, dando mais a ideia de que tudo visto anteriormente na ótica heroica é posta em cheque (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

No encerramento de sua trilogia gestacional surpresa, M. Night Shyamalan trabalha a quebra constante da expectativa dentro do gênero dos filmes de herói. Assumidamente quadrinesco e colorido, Vidro tem uma linguagem própria e finaliza bem um trabalho inconstante e ora problemático do diretor. É um fim perfeito para uma criação de sua mente.

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Bandersnatch reafirma dificuldades básicas de Black Mirror

O filme conta com mais de cinco horas de material gravado: a experiência pode tomar de 40 a 90 minutos, até um dos finais (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Black Mirror caiu nas graças do público entregando episódios antológicos, recheados de uma tensão crescente e sempre com uma bomba caindo no colo de quem assista nos últimos momentos de cada capítulo. A produção construiu sua fama percorrendo caminhos seguros e sempre jogando dentro de sua zona de conforto. Mas haviam pontos fora da curva.

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Os melhores filmes de 2018

(Arte: Carlos Botelho)

Semana passada houve nosso listão musical; essa semana, é a vez do listão cinematográfico. Menos extensa mas não menos densa, essa é a seleção de melhores filmes do Persona, que de modo geral assinala mudanças importantes do ramo. Vamos a elas!
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Aquaman mergulha na visão espalhafatosa de James Wan e revigora a DC no cinema

Dois terços do filme se passam embaixo d’água e a preocupação do diretor em tornar críveis essas sequências é enorme: atente-se ao cabelo dos personagens nas cenas no mar (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Nadando contra a corrente do fracasso comercial dos últimos trabalhos da DC, Aquaman chega repaginado, reimaginado e nas mãos de um cineasta experiente, dono de uma visão revigorante para os Mundos da DC nas telonas. O filme do Rei de Atlantis discute problemas já vistos no gênero, mas triunfa nas cores e na escolha certa de James Wan em expandir toda a cenografia, beirando a breguice mas acertando em criar o filme de super-herói mais bonito do mercado.
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A Maldição da Residência Hill rompe com as amarras do terror comum

O novo drama de suspense e terror da Netflix foi inspirado por Lost, revelou o criador Mike Flanagan (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Maquiada como uma produção de terror e fantasmas, A Maldição da Residência Hill usa de artifícios do gênero para tratar de uma relação familiar conturbada e extremamente relacionável ao mundo fora das telas. Transitando entre o passado e o presente dos moradores da Hill House, a produção de Mike Flanagan trabalha com alegorias e cria a melhor série original do ano da gigante de streaming.
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O Primeiro Homem: uma história de amor entre o homem e a Lua

Numa maré de biografias estadunidenses que esfregam a bandeira vermelha e azul estrelada nas telas de IMAX mundo a fora, cheias de autorreferências e o hino tocando ao fundo, Damien Chazelle nada contra a maré e desenha os passos da chegada do homem a Lua de forma contida e silenciosa

O filme já é aposta certeira nas vindouras premiações hollywoodianas (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

O desafio de contar uma história já conhecida do grande público nas telonas é imenso. Quando foi anunciado que Damien Chazelle (Whiplash, La La Land) seria o responsável por tal feito, entretanto, o mundo se tranquilizou. O jovem oscarizado dirige, pela primeira vez, um filme que não escreveu. O roteiro adaptado vem pelas mãos de Josh Singer, texto que internaliza o drama do norte-americano e entrega um filme quieto, sorrateiro, mas extremamente memorável.

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A indecisão de A Freira

Na era dos filmes interligados, A Freira chega com uma bagagem de dois Invocações do Mal (ótimos) e dois Annabelles (mornos), o quinto filme da franquia remonta os anos 50 e vem narrar o primórdio de sua personagem título, o demônio Valak

A Freira se tornou fenômeno de bilheteria, atestando mais uma vez a força comercial dos filmes de gênero (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Quando James Wan inaugurou o que seria um universo compartilhado de terror em 2013 com Invocação do Mal, o público assistiu boquiaberto o casal Warren envolvido em casos sobrenaturais. Com um domínio técnico magistral, o cineasta abriu portas para que outros diretores fizessem experimentações, brincando com figuras célebres dessa mitologia.

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Venom: um filme perdido no tempo

Num nebuloso narrativo e visual, Venom não enriquece o gênero de heróis e termina se mostrando mais do mesmo (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Onze anos já se passaram desde que o mundo assistiu à finalização da trilogia do Homem-Aranha, dirigida por Sam Raimi, e foi apresentado ao alienígena parasita que antagoniza as aventuras do Amigão da Vizinhança. Agora, Venom rouba o holofote para si, protagonizando uma aventura solo cinematograficamente dispensável. Numa sucessão de blocos narrativos sem consistência no roteiro frágil e na direção caduca de Ruben Fleischer, a coprodução Sony e Marvel patina ao tentar contar a história de origem do (anti-herói?) vilão do Homem-Aranha. Herói, inclusive, que nem citado é. Venom funcionaria perfeitamente como um derivado dos filmes de Sam Raimi, quinze anos atrás.

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