Há 5 anos, Norman Fucking Rockwell! consagrava Lana Del Rey como uma das melhores compositoras do século XXI

Na imagem da capa do álbum 'Norman Fucking Rockwell!', vemos a cantora Lana Del Rey ao lado de Duke Nicholson. Ambos estão em um barco com o mar e o céu azul ao fundo. Lana veste uma blusa verde neon e estende a mão para frente, com uma expressão esperançosa olhando para a frente. Duke, vestido com uma camisa preta e calças brancas, está ligeiramente à frente, estendendo o braço em direção ao horizonte, como se estivesse apontando algo à distância. Atrás deles, uma bandeira americana está parcialmente visível, flamulando no vento. Ao fundo, também é possível ver uma cidade em chamas, provavelmente Los Angeles. O título do álbum está posicionado no canto superior esquerdo em um estilo que lembra uma explosão de quadrinhos, e as iniciais 'LDR' (Lana Del Rey) estão no canto inferior direito, em um estilo semelhante.
Na capa de Norman Fucking Rockwell!, Lana Del Rey e Duke Nicholson, neto do ator Jack Nicholson, navegam em direção ao horizonte, fugindo da nostalgia norte-americana em chamas (Foto: Interscope Records)

Arthur Caires

Caramba, moleque/Você me fodeu tão gostoso que eu quase disse ‘Eu te amo’” é a primeira frase que Lana Del Rey diz em seu sexto álbum de estúdio, Norman Fucking Rockwell!. A letra faz parte da faixa-homônima do disco, cujo nome é referência ao famoso pintor do século XX, conhecido pela sua representação do American Dream. Em meio a uma bela produção orquestral, Del Rey canta sobre esse homem prepotente, autodepreciativo, tóxico emocionalmente e, bem, um homem. É a forma brilhante que a artista encontra de introduzir a temática que irá se estender: uma reflexão sobre o mundo contemporâneo sob suas lentes melancólicas, ambientalizada na Califórnia da década de 1960.

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Sabrina Carpenter está com os hormônios à flor da pele em Short n’ Sweet

Na imagem da capa do álbum, a cantora Sabrina Carpenter aparece em um fundo azul profundo, olhando sobre o ombro direito em direção à câmera. Ela tem cabelos longos e loiros com franja, e sua pele está levemente iluminada pelo sol. No ombro exposto, há uma marca de beijo em tom vermelho escuro, como se tivesse sido deixada por um batom. A expressão de Sabrina é confiante e suave, com maquiagem destacando os olhos claros e os lábios em um tom nude. A imagem evoca uma estética clássica e sedutor
Para Sabrina Carpenter, se uma experiência é engraçada o suficiente para fazê-la rir, então, também merece uma música (Foto: Island Records)

Arthur Caires

O início da nova era de Sabrina Carpenter começou muito antes do lançamento de Espresso. A reação positiva em cadeia se iniciou no lançamento de seu quinto álbum, emails i can’t send (2022), que possui em sua tracklist a faixa Nonsense com seu outro engraçadinho: “Acordei esta manhã pensei em escrever um hit pop/Com que rapidez você consegue tirar a roupa?”. No entanto, a piada não é nada em comparação com o que viria em seguida nos shows da cantora, que criou uma tradição de sempre mudar a letra final de acordo com o local da apresentação.

No ato de abertura da The Eras Tour de Taylor Swift, em Novembro de 2023, no Brasil, a cantora cantou: “Garoto, venha aqui, isso não é um teste/Ele disse ‘Fique por cima’, eu disse ‘Eu vou’/Aí ele me fez gozar no Brasil”. Assim, a construção dessa identidade ‘safadinha’ culminou no lançamento de seu sexto álbum de estúdio, Short n’ Sweet. O título, “Pequeno e Doce” (em tradução livre), além de poder ser uma descrição da própria cantora, reflete sobre os relacionamentos curtos, porém, intensos, que ela vivenciou.

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THE TORTURED POETS DEPARTMENT: o que se passa na cabeça da cantora mais famosa do momento?

Capa do álbum com moldura branca ao redor de uma foto. Na foto, Taylor Swift está deitada em uma cama, com os olhos fora da imagem, mostrando apenas a boca. Ela veste shorts pretos e uma regata preta. No topo da imagem está escrito The Tortured Poets Department.
Para Taylor Swift em THE TORTURED POETS DEPARTMENT: “Tudo é justo no amor e na poesia” (Foto: Republic Records)

Arthur Caires

Existem momentos na história em que o mundo se une em torno de um único artista, celebrando seu pico de sucesso com admiração. São instantes marcantes, onde a Música transcende o mero entretenimento e se torna um fenômeno cultural que define gerações. A Beatlemania na década de 1960, o lançamento de Thriller por Michael Jackson em 1982 e a ascensão de Madonna como ‘Rainha do Pop’ na década de 1990 são apenas alguns exemplos dessa catarse coletiva. Em cada um desses casos, a obsessão pela estrela era palpável, dominando conversas, inspirando moda e comportamento, e consolidando seu lugar como ícone cultural inegável.

O mesmo aconteceu com Taylor Swift em 2023. Em Março daquele ano, a cantora iniciou uma das maiores turnês da história, a The Eras Tour. Celebrando todos os seus dez (agora, onze) álbuns, a sequência de shows já ultrapassou a marca de 1 bilhão de dólares de arrecadação, e está bem longe de acabar. Durante esse período, Swift ainda lançou duas regravações – Speak Now (Taylor’s Version) e 1989 (Taylor’s Version) –, quebrou recordes nos cinemas com o lançamento do registro ao vivo da turnê e foi nomeada como Pessoa do Ano pela revista Time. Já no começo de 2024, seguindo a onda de conquistas, a artista se tornou a primeira a ganhar quatro vezes o prêmio de Álbum do Ano no Grammy, sendo o último gramofone pertencente a Midnights.

É logo após esse turbilhão de acontecimentos que Taylor Swift lança seu 11º álbum de estúdio, THE TORTURED POETS DEPARTMENT. O disco vendeu mais de 2,5 milhões de cópias em sua primeira semana nos EUA e debutou com 313 milhões de reproduções no Spotify, sendo a maior estreia da carreira da cantora e da plataforma. Ao longo de suas 16 faixas – na versão standard –, a compositora fala sobre o término de seu relacionamento de seis anos com o ator britânico Joe Alwyn, a breve mas intensa reaproximação com o cantor Matty Healy, vocalista da banda The 1975, e a não muito bem-vinda opinião da mídia e de alguns fãs sobre sua vida pessoal.

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A simbologia de Candy Necklace: Lana Del Rey revela a efemeridade da fama em seu tributo ao passado

Explorando várias personas ao longo do clipe de Candy Necklace, Lana Del Rey finalmente conquistou seu espaço na Calçada da Fama de Hollywood (Foto: Universal Music)

Matheus Santos

São poucas as produções visuais que ousam explorar o lado mais sombrio e intrigante de Hollywood. No entanto, quando se trata de transcender os limites do convencional, poucos cineastas podem rivalizar com a maestria de David Lynch. O estilo único e inovador do diretor e roteirista não apenas desafia as expectativas, mas também a psique humana, revelando camadas de complexidade que muitos hesitam em explorar.

Lana Del Rey é um exemplo marcante nesse contexto. A cantora ganhou destaque ao explorar a ilusória e, muitas vezes, avassaladora realidade da fama em seu videoclipe da faixa Candy Necklace, que rendeu a ela duas indicações no Video Music Awards e a vitória do prêmio de Melhor Clipe Alternativo.

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Midnights: a genialidade de Taylor Swift em percorrer o passado e desenvolver novas jornadas

Capa do CD Midnights de Taylor Swift. Fotografia quadrada centralizada no rosto da cantora Taylor Swift. Uma mulher loira, com maquiagem brilhante e delineado preto. Nas mãos segura um isqueiro aceso. No topo na lateral esquerda encontra-se o nome do álbum em cor azul, “Midnights”.
Entrando para a história como o maior debut da indústria musical, o décimo disco de Taylor Swift conta com 13 faixas que permeiam o passado e as expectativas para o futuro (Foto: Beth Garrabrant)

Luiza Lopes Gomez

Reflexões na madrugada, nostalgia de inquietudes antigas e diálogos internos marcam as composições do décimo álbum de estúdio de Taylor Swift que reafirma seu posto como artista flexível e inovadora, capaz de movimentar multidões e quebrar recordes. Com o anúncio do disco em meio ao seu discurso de agradecimento no VMA 2022, Swift introduziu ao público uma nova era. Permeado por mistérios e noites sem dormir, Midnights foi apresentado de forma instigante e milimetricamente arquitetada antes mesmo do seu lançamento, partindo de uma coleção de vídeos postados nas redes sociais, revelando os nomes das composições e recheados de easter eggs, referências já tão próprias da artista.

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5 anos depois, Com Amor, Simon permanece necessário às gerações atuais

Cena do filme Com Amor, Simon. Nela, observa-se o personagem Simon sentado, segurando um garfo, com um moletom preto e uma jaqueta jeans com pelo bege.
Ambientado no típico Ensino Médio americano, Com Amor, Simon, inova ao abordar os anseios da juventude LGBTQIAP+ (Foto: 20th Century Studios)

Guilherme Machado Leal

Em Com Amor, Simon, filme lançado em 2018, baseado no livro Simon vs. A Agenda Homo Sapiens, escrito por Becky Albertalli, a história retratada é a de um adolescente que guarda um segredo a sete chaves. Simon Spier (Nick Robinson) teme, ao revelar que é gay, ser discriminado pelos seus colegas de aula e, por isso, esconde sua orientação sexual. No entanto, em certo momento da história, o protagonista decide conversar com um outro garoto em um blog – com os codinomes Jacques e Blue, respectivamente –, dando espaço para conhecermos o íntimo do jovem.

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A luz no fim do túnel do Grammy 2022

Arte retangular. O fundo é um degradê roxo e lilás. Da esquerda para a direita, foram adicionadas as imagens de 4 artistas segurando troféus vencidos na cerimônia do Grammy. No canto esquerdo, foi adicionada a imagem do artista Jon Batiste. Ele é um homem negro adulto de pele retinta. Ele tem cabelo crespo curto. Ele está sorrindo. Ele usa uma blusa preta de gola com detalhes prateados. Ao lado direito dele, foi adicionada a imagem da artista Doja Cat. Ela é uma mulher adulta negra de pele clara. Seu cabelo é preto e liso, com penteado em coque. Ela usa um vestido decotado rosa que mostra os ombros. Ela sorri. Ao lado direito dela, foi adicionada uma imagem da artista SZA. Ela é uma mulher negra adulta. Seu cabelo é preto, liso e comprido. Ela usa um vestido bege com flores coloridas. Ela sorri. Ao lado direito dela, foi adicionada uma imagem da artista Olivia Rodrigo. Ela é uma mulher jovem amarela, de ascendência filipina. Ela tem cabelo preto liso comprido. Ela usa um vestido preto que mostra os braços e o peito. Ela usa dois colares, rosa e roxo escuro. Ela sorri, mostrando a ponta da língua.
Os sorrisos que iluminaram o sombrio Grammy 2022: Jon Batiste, o melhor nome para assinar o disco consagrado como o Álbum do Ano; Doja Cat e SZA, as hitmakers que foram premiadas pela primeira vez; e Olivia Rodrigo, que aos 19 anos, encerrou um ano de ouro com seu título de Artista Revelação (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara)

Raquel Dutra

Como uma de suas metáforas musicais favoritas, o Grammy encerrou a caliginosa caminhada que o levou até a sua 64ª edição ao fim luminoso da noite do dia 3 de abril de 2022. Sob os holofotes da MGM Grand Garden Arena, no glamour de Las Vegas, cantores, compositores, produtores e instrumentistas se reuniram, junto da Academia de Gravação, para reconhecer “o melhor da Música” realizada entre o dia 1 de setembro de 2020 e 30 de setembro de 2021 e submetida à consideração da premiação. No palco, brilharam os nomes de Jon Batiste, Olivia Rodrigo, Doja Cat, SZA, Bruno Mars e Anderson .Paak, que com suas celebrações fervorosas e feições vitoriosas, encerraram um período que aconteceu exatamente de acordo com uma das leis mais fundamentais da natureza que produz tais fenômenos – antes da luz, vem a escuridão. 

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Solar Power: Lorde não se importa mais em estar certa

Fotografia quadrada. A câmera está no chão, e fotografa a cantora Lorde, uma mulher branca de cabelos ondulados, que olha de cima para a câmera. Ela está de cabelos soltos e veste uma camisa branca de decote. Acima dela, há um céu azul.
Além da produção principal de Jack Antonoff, o álbum conta com contribuição de Malay em alguns instrumentais (Foto: Universal Music)

Jho Brunhara

Lorde é imprevisível. Após o Pure Heroine, era difícil imaginar que ela cantaria sobre festas e um coração partido, mas contrariou as expectativas e fez nascer o precioso Melodrama. Quatro anos depois, um casulo na maritimidade da Nova Zelândia e uma viagem para a Antártida, Solar Power está entre nós. Vamos ser sinceros: Ella Yelich-O’Connor se colocou numa posição difícil. Como superar o antecessor? Como manter o posto de voz da geração? A resposta vem através de um álbum que não quer ser nada disso. “Se você está procurando por uma salvadora, bom, não sou eu”.

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O Papai chegou: em Daddy’s Home, Annie Clark toma controle da própria narrativa

Capa do álbum Daddy’s Home, de St. Vincent. Imagem quadrada com bordas laterais pretas. Ao centro, está St. Vincent como Papai, de peruca loira chanel, plumas brancas, vestido de cetim e meia 4/8. A artista está sentada sobre uma poltrona e ao fundo podemos ver um cômodo com papel de parede florido desgastado. A fotografia possui filtro sépia, comum de câmeras analógicas. No canto superior direito, é possível ler o título do álbum Daddy’s Home, em amarelo com bordas verdes. A tipografia do título é arredondada e comum da década de 70.
Presa em casa em meio a uma pandemia, St. Vincent, vulgo Annie Clark, retorna como Papai e nos convida a viajar através do espaço-tempo numa aventura psicodélica sob o Sol escaldante (Foto: Loma Vista Recordings)

Ayra Mori

Conhecida por sua habilidade bowiana de se metamorfosear, St. Vincent retorna em seu sexto álbum solo como nunca, anunciando: o Papai chegou. Da assexual Pollyannaa líder de culto de um futuro próximo” a “dominatrix em instituição psiquiátrica”, Annie Clark assume em Daddy’s Home uma nova persona a quem chama de Papai. De peruca loira, plumas extravagantes e plataformas altas – claramente inspirados em Candy Darling, musa de Andy Warhol e ícone trans –, Clark se entrega inteiramente à temática e sonoridade setentista, mesclando ficção à autobiografia.

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