MaXXXine encerra uma trilogia que poderia ser marcante

A fotografia mostra a protagonista Maxine Minx, interpretada por Mia Goth, de costas, sorrindo e acenando para o lado direito. Ela possui cabelos loiros até a quase a metade das costas.
Na semana de lançamento, MaXXXine arrecadou cerca de 6,7 milhões de dólares em bilheteria, atingindo a maior estreia da franquia (X e Pearl arrecadaram, respectivamente, 4,2 e 3,1 milhões) [Foto: A24]
João Pedro Piza

Em Julho de 2024, MaXXXine estreou nos cinemas brasileiros com o hype e a expectativa lá em cima. Sequência do surpreendente slasher X e de seu prelúdio, o horror psicológico Pearl, ambos de 2022, este tinha a missão de dar continuidade à saga da protagonista interpretada por Mia Goth em um novo cenário. Poucos anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, Maxine Minx se tornou uma estrela da indústria pornográfica e agora busca um lugar na Hollywood da década de 1980.

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A subversão em camadas de Brat and it’s completely different but also still brat

Capa do álbum de remixes de brat. Imagem quadrada com fundo verde vibrante contendo texto em preto, exibido de forma invertida (espelhada). A frase é: 'Brat and it's completely different but also still Brat', traduzindo-se para 'Brat e é completamente diferente, mas ainda assim Brat'.
Em entrevista à Apple Music, Charli XCX revelou que o motivo da simplicidade da capa de Brat foi para economizar na sessão de fotos (Foto: Atlantic Records)

Henrique Marinhos

Não é novidade que ‘ser brat’ é sobre quebrar regras. Charli XCX não só entende isso como vive essa filosofia há um bom tempo. Brat and it’s completely different but also still brat é paradoxal e só poderia ser assim. A coletânea de remixes – se é que podemos definir assim – não se trata da adição de versos ou uma versão estendida; é uma desconstrução completa do álbum original, completamente diferente e, ainda assim, brat.

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The College Dropout: há 20 anos, uma revolução na indústria musical se iniciava

Capa do CD The College Dropout. Fotografia retangular com fundo branco. Na parte central está um mascote de urso marrom, em tamanho humano, sentado em madeiras marrom. Está vestindo um blazer marrom, moletom laranja e calças jeans. Suas mãos estão apoiadas no joelho. Enquadrando a foto, há uma moldura dourada com dois anjos em cada lado, encontrados na parte central dos lados. No canto inferior direito, há um retângulo e dentro dele, em fundo preto, está escrita a palavra Parental. Logo abaixo, outro rótulo, dessa vez maior, escrito em fundo branco a palavra Advisory. Logo abaixo, em um retângulo proporcional ao da palavra Parental, em fundo preto, está escrito Explicit Content, que significa conteúdo explícito.
The College Dropout, álbum de estreia de Kanye West, soma mais de quatro milhões de cópias vendidas mundialmente (Foto: Roc-A-Fella)

Sinara Martins

Há 20 anos, Kanye West lançou seu primeiro álbum: The College Dropout. Visto, até então, apenas como um produtor, o cantor teve seu projeto negado por vários caça talentos, como foi mostrado em seu documentário Jeen-Yuhs (2022), até ser aprovado pela produtora Roc-A-Fella, em um ato de egoísmo de Damon Dash, para que o rapper não procurasse outras gravadoras.

Quando finalmente lançado, em 2004, o disco foi responsável por consolidar a carreira musical de Ye e debutou em segundo lugar nos charts da parada musical estadunidense Billboard Hot 200. Além disso, venceu as categorias de Melhor Álbum de Rap e Melhor Canção de Rap com Jesus Walks no Grammy do ano seguinte. Somado a suas vitórias, o álbum ainda coleciona outras dez indicações na premiação.

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Você pagaria o preço para ter A Substância?

Cena do filme A Substância. Na imagem vemos Elizabeth, mulher branca com cabelos pretos, falando ao telefone. Ela veste um vestido na cor preta e usa brincos de prata. Com sua mão direita, segura um telefone vermelho e sua expressão parece preocupada. Ela está sentada em uma cama com lençol rosado. Ao fundo é possível ver uma parede na cor vermelha.
Demi Moore volta às telas do Cinema após 30 anos (Foto: MUBI)

Vitória Borges

Você já imaginou uma versão melhor de si? E se você soubesse que existe um produto que pode te mostrar uma parte mais jovem, bonita e perfeita? A Substância (The Substance, no original) pode te dar isso e um pouco mais. A produção, que promete revirar o estômago, é uma diversão exageradamente nojenta e bizarra sobre o espetáculo visual do Cinema e o gênero de horror corporal.

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Lady Gaga nem sabe do que está rindo em Harlequin

A imagem mostra a cantora Lady Gaga, uma mulher branca em um banheiro sob o chuveiro, com um colete salva-vidas vermelho. A água está caindo sobre ela, molhando seu cabelo castanho com mechas vermelhas, que está bagunçado e parece colado ao rosto. A maquiagem está borrada, com uma linha preta marcante saindo do olho direito, remetendo a um estilo dramático ou expressionista. O fundo é composto por azulejos brancos simples. O título "Harlequin" está escrito em letras brancas e cursivas sobre a imagem, com "Lady Gaga" também escrito abaixo.
Harlequin debutou em 20º lugar na parada musical estadunidense Billboard Hot 200, a pior estreia de um disco de Lady Gaga nos charts (Foto: Interscope Records)

Henrique Marinhos e Nathalia Tetzner

Se em algum momento você achou que Lady Gaga havia perdido sua capacidade de inovar, Harlequin (2024) vem para confirmar a sua desconfiança. Lançado poucos dias antes do filme Coringa: Delírio a Dois, o álbum, composto majoritariamente por regravações de jazz, parece ser uma tentativa de Gaga de provar que ainda tem a sofisticação para dominar qualquer gênero. Mas será que a artista que nos deu The Fame Monster e Born This Way ainda consegue trazer algo novo aos palcos?

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143: o crime de Katy Perry é amar demais

Capa do disco 143 da cantora Katy Perry. Na arte, Katy Perry, uma mulher branca de olhos claros e cabelos escuros, está se projetando para fora de um portal. Ela está vestindo panos translúcidos que censuram o suficiente de seu corpo. Perry olha para cima sendo levada por esse porta, que se trata de uma névoa em formato de coração, que a encobre com cores quentes e frias, como vermelho e azul.
143 estreou em sexto lugar na parada musical estadunidense Billboard Hot 200 (Foto: Capitol Records)

Nathalia Tetzner

Receber de volta todo o amor que já foi perdido pode ser uma experiência avassaladora. Depois de ser rejeitada pela mídia com Witness (2017) e tentar recuperar seu sorriso com Smile (2020), Katy Perry retornou com a proposta mais promissora dos últimos anos de sua carreira. O antecipado 143 surgiu em meio a um rebrand, no mínimo, polêmico. Perry, no sexto álbum de estúdio, arrisca tudo novamente. Dessa vez, em nome de batimentos cardíacos aflorados, o que a induz para um portal que acaba a levando para o lugar comum.

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BRAT não reinventa a roda, ele queima pneu

Capa do álbum brat, da cantora Charli xcx. A capa é totalmente verde neon com o escrito “brat” em letras minúsculas, em preto e pixeladas.
Uma jogada de marketing e tanto: qualquer um pode fazer o que quiser com o conceito de BRAT em bratgenerator.com (Foto: Atlantic Records)

Henrique Marinhos

Provando por ‘A+B’ que opera nas margens do mainstream, não por falta de talento ou oportunidade, mas porque simplesmente quis assim, Charli XCX tornou-se uma força motriz na Arte contemporânea. Um álbum. Um movimento. Um estilo de vida. BRAT é quase inadjetivável e não tem espaço para introspecções ou profundidades poéticas excessivas. É o agora.

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O Exorcismo se perde em várias ideias

Anthony, interpretado por Kurt Russell está sozinho no quadro. Ele está com as bochechas cortadas e veste uma roupa toda preta de padre. A tela é iluminada por uma cor esverdeada.
“Este é um drama psicológico envolto na pele de um filme de terror” (Foto: Imagem Filmes)

Guilherme Moraes

Em 1973, William Friedkin lançava O Exorcista, uma película de terror que logo se tornaria um clássico e mudaria o modo de se fazer filmes de demônio. No início da década de 2010, longas de terror psicológico começaram a fazer sucesso no Cinema pelas metáforas de medos sociais reais, como o racismo, a misoginia e a depressão, os transformando em algo concreto, como um ser místico ou, até mesmo, assassinos. Esse é o caso de filmes como A Bruxa (2015), Corra! (2017) e O Babadook (2014). Nesse sentido, O Exorcismo, de Joshua John Miller, tenta emplacar uma narrativa sobre depressão, alcoolismo, abuso e paternidade, ao mesmo tempo que faz uma referência ao clássico, porém, a obra acaba se tornando enxuta em seu conteúdo e rasa em sua forma.

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Sex and the City, o poder do streaming e a cultura dos revivals

Na imagem, da esquerda para a direita, estão as personagens Miranda, Samantha, Charlotte e Carrie. Elas estão em uma festa, rindo juntas enquanto seguram copos de coquetel. Miranda está vestida com um vestido vermelho sem mangas, Samantha usa um vestido vermelho com detalhes de acessórios brilhantes, Charlotte está com um vestido preto e uma expressão alegre, e Carrie veste um vestido preto com detalhes brancos, com o cabelo preso em um rabo de cavalo. Ao fundo, outras pessoas participam da festa.
Sex and the City é um dos pilares da cultura da década de 2000 (Foto: HBO)

Arthur Caires

Em Abril de 2024, Sex and the City entrou no catálogo da Netflix e foi novamente popularizada. Originalmente, a série esteve no ar de 1998 a 2004, mas foi com o poder da maior plataforma de streaming do mercado que se tornou, mais uma vez, o assunto do momento. E assim, de uma hora para outra, as redes sociais foram dominadas pelas frases de efeito de Carrie, discussões sobre como a protagonista é uma péssima amiga e vários tutoriais de como fazer o famoso drink Cosmopolitan.

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Há 5 anos, Era Uma Vez em… Hollywood nos envolvia em um sonho californiano

Cena de Era Uma Vez em… Hollywood. Brad Pitt segue Leonardo DiCaprio por sua garagem com dois carros ao fundo enquanto o personagem de DiCaprio gesticula com os braços abertos.
Segundo Brad Pitt, Tarantino é “tão purista que não há imagens computadorizadas em suas obras” (Foto: Sony Pictures)

Bianca Costa

Era Uma Vez em… Hollywood, a nona e mais recente obra de Quentin Tarantino, está completando cinco anos de estreia. Com dez indicações ao Oscar 2020, o longa ganhou as estatuetas douradas de Melhor Direção de Arte, assinada por Barbara Ling, e de Melhor Ator Coadjuvante para Brad Pitt. O filme é uma envolvente viagem no tempo para uma idealizada e ensolarada Califórnia na década de 1960, onde o diretor utiliza calmamente o cotidiano para expressar seu amor pela Sétima Arte, retratando um cenário que respira Cinema.

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