Depois de 20 anos, Homem-Aranha 2 continua um novelão melodramático

Cena do filme Homem-Aranha 2Na imagem, estão penduradas com cabides em uma barra de aço, o uniforme do Homem-Aranha e um terno com gravata, no meio dos dois há um cabide vazio. O uniforme está do lado esquerdo, ele é vermelho, mas possui detalhes em azul na parte inferior do braço e antebraço e também nas costelas. Ele possui uma aranha prateada no peito e teias em alto relevo por toda roupa. O terno é na cor azul. O armário é todo branco e tem aspecto de velho, no canto direito há uma luminária acesa apontada para cima
Homem-Aranha 2 teve uma versão estendida lançada para DVD em 2007, chamada de Homem-Aranha 2.1, com oito minutos a mais que a versão de cinema (Foto: Sony Pictures)

Davi Marcelgo

É muito difícil falar algo novo de Homem-Aranha 2 (2004) vinte anos depois de seu lançamento. Todo mundo já teceu algum comentário: sobre ele ser a adaptação definitiva de um quadrinho de super-herói, sobre suas cenas de ação de tirar o fôlego ou do enredo espetacular. De tudo já dito a respeito, pouco se fala – principalmente no meio nerd, que foca apenas em fidelidade para com a obra original – do melodrama. Para comemorar as duas décadas do filme que marcou e ainda marca gerações, ligue a Televisão e lembre-se do horário das nove, porque a sequência de Sam Raimi é um ‘novelão’.

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Medida Provisória: uma distopia iminente se anuncia

Cena do filme Medida Provisória. A foto exibe dois atores negros com olhares atentos em um ambiente noturno, cena de um momento de tensão do filme. À esquerda aparece o personagem Antônio, interpretado pelo ator Alfred Enoch. Ele é um rapaz alto, com cerca de 1,90 de altura, usa barba e cavanhaque e está encapuzado com uma jaqueta preta. Ao lado esquerdo da imagem temos o personagem André, interpretado pelo ator Seu Jorge. Ele é um pouco menor que Antônio, usa bigode e cavanhaque, carrega um colar por cima de uma jaqueta preta. Diferente de Antônio, André não veste um capuz.
Conduzido por uma direção inédita e uma trilha sonora composta por nomes como Elza Soares, Rincon Sapiência, Baco Exu do Blues, Cartola e Liniker, Medida Provisória chega aos cinemas quebrando paradigmas, emocionando e alarmando para um futuro não tão distante (Foto: Elo Company)

Gabriel Gomes Santana

Em um Brasil distópico, mas não muito distante da presente realidade, resgatar as origens deixa de ser uma opção e passa a ser uma lei. É diante desse bizarro cenário que Medida Provisória, primeiro longa dirigido por Lázaro Ramos, se desenvolve e quebra recordes de bilheteria nacional. O filme trata de uma tragicomédia, que aborda o que há de pior em nosso jeitinho brasileiro de mascarar problemas profundos dos porões racistas e cordiais, nos quais Gilberto Freyre de maneira dualista e polêmica tanto criticou em Casa Grande e Senzala.

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Avenida Brasil: o triunfo do povo completa 10 anos

Nina, criança morena de face triste, cabelos longos castanho escuro, de blusa com listras brancas e vermelhas e macacão jeans, colar, dentro de um carro com um braço escorado no vidro da janela, em seus braços têm duas pulseiras, uma amarela, vermelha e verde, a outra vermelha e dourada. No vidro é refletida a Carminha, mulher branca, loira, de cabelo preso, com camisa verde água e rosto meio sorridente. O carro é azul claro com bancos marrons pastéis.
O início da trama foi marcado pela Mel Maia emocionando o país (Foto: TV Globo)

Lucas Lima

Quando perguntam qual a melhor novela que você já acompanhou?, não é difícil ver muita gente falar Avenida Brasil. A novela que literalmente parou o país, ficou no imaginário popular e se mantém viva, mesmo após uma década de seu início. Quem acompanhou a saga da vingança de Nina contra Carminha sabe quão fervorosos eram os momentos em frente à TV, com todos os olhos vidrados na tela e muitas respirações quase nulas com as cenas mais tensas, até o último capítulo, transmitido em outubro de 2012.

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Wagner Moura faz de Marighella uma experiência coletiva

Cena do filme Marighella, mostra Seu Jorge, um homem negro e adulto, com o filho no colo, uma criança que usa camisa branca e se abraça ao pescoço do pai. A cena é de dia e ao fundo vemos árvores e carros.
A coletiva de imprensa de Marighella ocorreu no Cine Marquise, na Avenida Paulista, à duas quadras de distância do local onde o Guerrilheiro foi assassinado em 1969 (Foto: O2 Filmes)

Vitor Evangelista

52 anos se passaram desde que Carlos Marighella foi alvejado por tiros em uma emboscada, dentro de um carro na Alameda Casa Branca, em São Paulo. O momento, marcado para sempre nos livros de História como mais um dos massacres políticos e sociais da Ditadura Militar, agora é transposto às telas da ficção, na dolorosa constatação de que o Brasil de 1969 dialoga com eloquência e pesar com o país de 2021. Marighella, cinebiografia do Guerrilheiro que Incendiou o Mundo, aposta no Cinema de ação e revolta para, em meio ao banho de sangue e lágrimas, exprimir esperança.

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Amor de Mãe e a ruptura da teledramaturgia brasileira

Cena da novela Amor de Mãe. Nela, vemos a família de dona Lurdes reunida no sofá da casa, sorrindo para a foto. À esquerda e atrás de todos, está Ryan, de cabelo descolorido e regata cinza. Abaixo dele, da esquerda à direita, vemos Camila, mulher negra vestindo roupa vermelha; Danilo, homem branco, de cabelos castanhos e camiseta cinza. Dona Lurdes está ao centro, sorrindo, de óculos com acessório que impede de cair, e cabelos pretos. Ao lado dela, estão Érica e Magno.
A produção de Manuela Dias chegou ao fim, mas deixa marcas eternas na televisão (Foto: Globo)

Vitória Silva

O meio cultural está em constante mutação. Com o passar dos anos, fomos alterando e desenvolvendo as nossas formas de consumir conteúdo, seja pelo meio impresso, radiofônico ou televisivo. Assim como os meios mudam, o seu público também muda. Temas que no século passado eram tratados com normalidade não são mais cabíveis nos dias atuais. Dessa forma, os produtos culturais foram recebendo novas vestimentas. Hoje, já sabemos que nem toda narrativa precisa ter uma mocinha que vai atrás do seu par romântico, assim como estereotipar personagens homossexuais não é (e nunca deveria ter sido) motivo de piada.

Essa revolução iria se estender, é claro, para o mundo das novelas. Uma das principais formas de entretenimento do público brasileiro, grande adepto do sofá. Com a ascensão dos streamings e a concorrência cada vez maior de seriados, a teledramaturgia precisou se modificar. Assistir histórias com desfechos sem pé nem cabeça já havia se tornado algo rotineiro, “coisa de novela”, como se o gênero tivesse que ser sinônimo de algo mal feito. Não dava para sustentar um público cada vez mais em busca de abordagens sérias e profundas com os mesmos temas batidos de sempre. 

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A fictícia Kubanacan dos anos 50 diz muito sobre o atual Brasil

À esquerda a atriz Nair Bello e, à direita, o ator Marcos Pasquim.
Afinal, quem é Esteban Maroto? A novela de 2003 com Nair Bello, Marcos Pasquim e grande elenco retorna na íntegra na Globoplay (Foto: Gianne Carvalho)

Rubens Júnior

Um presidente ligado ao exército, uma primeira-dama com um passado duvidoso, um parrudo de passado polêmico que faz oposição ao governo e a maior cantora do país, além de muito sensual, canta em espanhol. Quem lê pode imaginar que isso seja um texto sobre o Brasil de 2020, mas na verdade são as personagens principais de Kubanacan, uma novela de Carlos Lombardi exibida pela Rede Globo entre 2003 e 2004 que retornou com seus longevos e instigantes! 227 capítulos na íntegra na Globoplay. A trama de dezessete anos atrás pode servir como esperança para os dias atuais ou uma grande retrospectiva da nossa história recente… o melhor é que se pode rir sem culpa!

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