The Great: nem mesmo o Emmy impediu o cancelamento de uma série primorosa em sua 3ª temporada

Peter está do lado direito usando trajes nobres de cor marrom com detalhes dourados, além de uma medalha com uma fita vermelha e branca em seu pescoço, já Catherine está ao lado esquerdo com um vestido azul e algum tipo de pele animal, bem felpuda e marrom em seu pescoço. Ambos olhando para a frente e atrás deles tem o que parece uma fonte com esculturas representando corpos humanos.
Entre tapas e beijos, esse com certeza é um casal que se ama (Foto: Lionsgate+)

Samuel Vinícius

Para os apaixonados por produções inspiradas em grandes figuras da realeza histórica, The Great enche os olhos e alegra corações. A série retrata, em meio a grandes bocados de ficção e liberdade poética, a história de Catarina, a Grande (Elle Fanning), a imperatriz Russa que exerceu seu reinado sob algumas influências iluministas, e do Rei Peter III (Nicholas Hoult), um Czar que não tem competência alguma para comandar um império, porém, não cede seu trono à amada esposa com facilidade, mesmo em meio a tentativas de assassinato de ambas as partes. 

A série original da Hulu teve sua terceira temporada lançada em 2023 e, no Brasil, os episódios foram disponibilizados na Lionsgate+ no final de Setembro. A comédia segue com a disputa entre a vontade impetuosa de Catherine de obter um reinado um pouco mais igualitário e menos violento, ao qual a Rússia de meados de 1762 estava subjugada. Porém, percalços aparecerem e a nova Imperatriz tem que guiar seu império pensando muito bem em sua razão e coração – o que não é muito fácil, tendo em vista as várias voltas que a monarca dá sem chegar a lugar nenhum. 

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Controvérsias interferem em Bohemian Rhapsody, mas Queen e seu astro sustentam a produção com brilhantismo


Gustavo Alexandreli

No meio cinematográfico, adaptar ou recontar uma história já existente no mundo real pode ser uma tarefa árdua. Em Bohemian Rhapsody, lançado em Novembro de 2018, a dupla direção de Bryan Singer – demitido próximo ao fim da produção – e Dexter Fletcher teve o desafio elevado a um patamar extremamente alto: contar a trajetória de Freddie Mercury, um dos maiores nomes do rock, e da banda Queen, responsável por inúmeros clássicos e números expressivos no cenário musical.

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Há 10 anos, Questão de Tempo redefiniu os rumos de uma comédia romântica através de viagens no tempo

Cena do filme questão de tempo. Na imagem está o ator Domhall Gleeson, um homem jovem, magro e de pele branca com cabelos ruivos sentado em uma mesa com um olhar de desespero. Logo atrás dele, está um casal se beijando. Um homem alto, branco de cabelos pretos e uma mulher baixa de cabelos castanhos na altura do ombro, ambos estão com casacos verdes em uma cafeteria.
Richard Curtis é o roteirista de comédias românticas famosas como Quatro Casamentos e um Funeral (1994), Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) e Simplesmente Amor (2003) [Foto: Universal Pictures]
Henrique Marinhos

Lançado em 2013, Questão de Tempo foi um experimento muito bem-vindo. Dirigida e roteirizada por Richard Curtis, a comédia romântica, que completa uma década em 2023, explora as possibilidades e os limites das viagens no tempo, tanto como um recurso narrativo quanto uma metáfora para as escolhas e os arrependimentos da vida. O maior acerto do clássico moderno e despretensioso é não se preocupar em explicar mirabolantemente as ciências da viagem no tempo, mas usar seu espaço para relacionar a temporalidade – que quase se personifica – aos afetos dos personagens e suas relações com o mundo.

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Cangaço Novo é um faroeste brasileiro que exalta o sertão e critica o banditismo social

Cena da série em que aparecem os personagens Ubaldo (Allan Lima) e Ernesto (Ricardo Blat). Na imagem é possível ver ambos se encarando em um momento de tensão. Ubaldo (protagonista da trama) é um rapaz jovem, na casa de seus 30 anos de idade, branco, alto, careca e magro, que aparenta estar suado, com a cara suja. Nesta cena, Ubaldo aparece olhando séria e fixamente para Ernesto. Este por sua vez é um senhor de idade, mais baixo que Ubaldo, branco e barbudo, grisalho e calvo,  na casa de seus 70 anos, e retribui o olhar sério e fixo voltado para os olhos de seu filho, Ubaldo. Ambos parecem estar dentro de uma casa, numa sala de estar se encarando.

“Viver pouco como rei ou muito como um zé?” Esse é o dilema vivido pelo protagonista Ubaldo que, a princípio, não têm dimensão do tamanho de sua responsabilidade (Foto: Amazon Prime Video)

Gabriel Gomes Santana

Eu não sei porque cheguei, mas sei tudo quanto fiz, maltratei, fui maltratado, não fui bom, não fui feliz, não fiz tudo quanto falam, não sou o que o povo diz”. Estas poucas palavras poderiam fazer parte de uma das falas do personagem Ubaldo, interpretado pelo ator Allan Souza Lima, o protagonista da série de sucesso da Amazon Prime, Cangaço Novo. Na realidade, fazem parte da primeira estrofe da canção “Lampião Falou”, de autoria emblemática de ninguém menos do que o Rei do Baião, Luiz Gonzaga. E é no embalo destes três pernambucanos porretas que é possível entender o porquê do sucesso de uma das produções mais contagiantes do streaming.

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Mas, que nada! Sai da minha frente que Samba Esquema Novo comemora 60 anos

Capa do disco Samba Esquema Novo de Jorge Ben Jor. O fundo é acinzentado, do lado esquerdo está Jorge, um homem negro que veste blusa vermelha, calça azul, meia e sapatos pretos. Ele está em pé com a perna cruzada e segura um violão. No canto inferior direito está escrito “Jorge Ben” em vermelho, e logo em baixo está escrito “Samba Esquema Novo” em branco e amarelo
Jorge Ben Jor incorporou influências árabes, africanas e outros estilos como baião, rock e samba em sua Música, resultando em uma sonoridade única e inovadora (Foto: Philips)

Leticia Stradiotto

A Bossa Nova surgiu em 1958 no Rio de Janeiro, nas melodias de João Gilberto, que simplificou a batida do samba, dando origem a um estilo musical único e característico. Logo em 1962, Tom Jobim e Vinicius de Moraes juntam a beleza lírica e a melodia suave do estilo musical para originar o pote de ouro da música brasileira: a canção Garota de Ipanema. De fato, a chegada da década de 1960 trouxe efervescência ao cenário brasileiro, e quase parece que entre a Bossa Nova e o movimento da Tropicália não existia mais nenhum lugar de destaque no País Tropical. Mas ainda há um sobrando e que, graças aos deuses de outras galáxias ou de um planeta de possibilidades impossíveis, foi preenchido por Jorge Ben Jor.

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Os coiotes em pele branca de cordeiro de Assassinos da Lua das Flores

Cena de Assassinos da Lua das Flores. Nela vemos, da esquerda para a direita, Mollie Burkhart, uma mulher de indígena americana, de cabelos pretos lisos e Ernest Burkhart, um homem de cabelos loiros e olhos azuis. Mollie veste um poncho de sua tribo na cor bege, com listras vermelho terra, preto e verde; uma camisa roxa, um colar em prata e um cachecol preto. Ernest veste um terno azul marinho, camisa cinza e gravata marrom. Eles estão sentados sobre uma mesa e Molly, na esquerda da imagem, olha para Ernest, que está olhando para cima. Ao fundo, uma cozinha de época com móveis em madeira e acessórios em porcelana e prata.
Uma das cenas mais esperadas do ano também é uma das mais lindas (Foto: Apple TV+)

Guilherme Veiga

“Fundamentalmente é algo que, por alguma razão, permanece. Algo que você pode ver anos depois ou 10 anos depois você irá ver e será diferente. Em outras palavras, há algo a mais para aprender sobre si próprio e sobre a vida”

Foram com essas palavras que Martin Scorsese definiu sua percepção sobre Cinema. Fatores como sua própria filmografia ou seu instituto The Film Foundation, responsável por restaurar mais de 1000 filmes, colocam o diretor como uma espécie de guardião vivo da Sétima Arte.

O próprio idealizador já afirmou que foram os filmes que moldaram sua percepção da vida enquanto criança, por isso, nada mais justo que florescesse nele o ímpeto por contar e eternizar histórias. Isso resultou em uma carreira ímpar, primorosa e incontestável, fazendo que somente Scorsese fosse a única pessoa possível para, desta vez, dar voz a toda a vivência de um povo através de sua nova obra-prima, Assassinos da Lua das Flores.

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10 anos de O Lobo de Wall Street: eis que a caça vira o caçador

Cena do filme O Lobo de Wall Street. Na imagem, Leonardo DiCaprio interpreta Jordan Belfort em um iate. Ele, um homem branco de cabelos escuros e olhos claros, veste uma camisa polo branca e calça bege com cinto preto. Em uma de suas mãos, Belfort carrega uma taça e, na outra, ostenta um relógio. A câmera o captura a partir do joelho, com o enquadramento também mostrando a bandeira dos Estados Unidos e um grande edifício ao fundo.]
The Wolf of Wall Street arrecadou mais de 400 milhões de dólares em bilheteria (Foto: Paramount Pictures)

Nathalia Tetzner

Poucos diretores sabem explorar o lado mau dos homens como Martin Scorsese e, no campo dos atores, são raros aqueles que, à la Leonardo DiCaprio, sabem se despir para viver na pele uma figura ‘8 ou 80’. Na floresta do capitalismo selvagem, O Lobo de Wall Street surge, em 2013, sem escrúpulos ou moralismo para retratar a trajetória de Jordan Belfort pelos edifícios carnívoros do distrito financeiro mais cobiçado do mundo.

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10 anos depois, AM do Arctic Monkeys ainda é iconicamente sedutor

Capa do disco AM do Arctic Monkeys. A capa é minimalista com o fundo preto e o desenho de uma onda sonora branca com duas amplitudes
Arctic Monkeys consegue moldar, por meio do som, a estética visual que imaginamos quando pensamos na juventude britânica (Foto: Domino Records)

Leticia Stradiotto

AM. É uma abreviação? Madrugada? Radiofrequência? Não existe uma resposta correta. Seria mais fácil juntar tudo em uma explicação só: AM é a abreviação que encapsula a essência do Arctic Monkeys como uma madrugada interminável, na qual a radiofrequência das guitarras distorcidas e os versos envolventes de Alex Turner conspiram e nos seduzem para a atmosfera dos becos britânicos. Separe seu gel de cabelo, vista uma jaqueta de couro, invista em óculos escuros (principalmente se for à noite) e, por favor, não esqueça do cigarro na mão, pois há uma década era lançado ao mundo o disco que influenciaria uma geração de jovens e catapultaria a banda para o estrelato.

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5 anos de Spider-Man: não foram os grandes poderes, mas as grandes responsabilidades que fizeram dele o maior dos heróis

Cena do jogo Spider-Man. No centro da imagem está o Homem-Aranha aparecendo de corpo inteiro, ele usa um uniforme vermelho e azul, há uma aranha grande e branca no centro da roupa, na parte vermelha existem linhas em formato de teia. Seu rosto é coberto inteiramente por uma máscara vermelha, com linhas em formato de teia e grandes visores brancos. Ele se balança com a teia que sai do pulso. No fundo tem a cidade de Nova York.
Spider-Man foi lançado em Setembro de 2018 e teve edições remasterizadas lançadas em 2020 para PS5 e em 2023 para PC (Foto: Insomniac Games)

Nathan Sampaio

O herói, na definição clássica da literatura, é aquele capaz de se sacrificar pelo bem comum e mudar o cenário em que está inserido. Porém, mesmo tendo qualidades louváveis, ainda assim é preciso que existam falhas e defeitos em sua personalidade para torná-lo mais humano e realista. Não há nenhum personagem que se encaixe tão bem nessa definição quanto o Homem-Aranha, aquele que em sua origem aprendeu que “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades e na atualidade se tornou um símbolo do heroísmo. Poucas mídias conseguiram transpor essa sensação tão bem quanto o jogo Spider-Man, que completa cinco anos em 2023.

Após oito anos de atuação como Homem-Aranha, dessa vez Peter Parker terá que enfrentar a gangue liderada pelo Senhor Negativo, que busca matar o Prefeito Norman Osborn e causar o caos em Nova York. Ao mesmo tempo, o herói precisará lidar com questões pessoais, como o trabalho na Octavius Industries, a ação voluntária na organização F.E.S.T.A e a relação com sua ex-namorada Mary Jane. 

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Difícil é não perder o fôlego em Black Bird

Cena da série Black Bird. Dois homens se encaram separados por uma mesa de madeira com seis pássaros esculpidos em madeira e alguns itens de carpintaria em cima dela. Atrás deles estão janelas com grades. O homem à esquerda é branco, forte e possui um topete loiro escuro e penteado. O homem à direita é branco, gordo, possui barba e costeletas castanhas, um cabelo também castanho penteado para baixo com aparência úmida. Ambos usam o uniforme azul da prisão.
Nada prepara alguém para estar na pele de Jimmy Keene (Foto: Apple TV+)

Agata Bueno

Às vezes, o rumo de uma história leva um personagem comum do céu ao inferno, transformando-o num mocinho ou num bandido. Em certos enredos, dois passados ordinários podem se cruzar e dar lugar a um único e excruciante presente, que vai além do maniqueísmo dos livros de faz de conta. Em Black Bird, por sua vez, a angústia que acompanha cada indivíduo da trama não foca em heróis ou vilões, mas deixa claro o que é certo e o que é errado; e como os caminhos se cruzam, independentemente do seu passado. Uma percepção que ultrapassa as ideias de bem e mal – se é que é possível separá-las -, e questiona o quão ingênuo ou arrogante alguém pode ser.

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