Manchester à Beira-Mar: a banalização da tristeza

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Gabriel Leite Ferreira

O que fazer quando a vida é interrompida por uma tragédia? É possível superar o trauma ou restará a lembrança dolorosa dos que se foram para sempre ali, como uma ferida incurável? O diretor Kenneth Lonergan tenta responder a esse questionamento em seu novo longa-metragem Manchester à Beira-Mar e, de certo modo, é bem-sucedido nisso. Continue lendo “Manchester à Beira-Mar: a banalização da tristeza”

Marquee Moon e a reinvenção do rock

A capa do disco, capturada por Robert Mapplethorpe
A capa do disco, capturada por Robert Mapplethorpe

Se o CBGB foi o grande templo da contracultura americana nos anos 70, sem o Television seria apenas um clube de música country em meio à pior vizinhança de Manhattan, como costumava ser antes de Tom Verlaine, Richard Lloyd e seu empresário Terry Ork convencerem o dono do local a liberar uma noite para a banda.

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Da forma vazia em Animais Noturnos

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Adriano Arrigo

Os primeiros dez ou quinze minutos de Animais Noturnos, a segunda empreitada fílmica de Tom Ford, possuem qualidades plásticas dignas de alguém com plena experiência na esfera artística: cores, composições e posições muito bem definidas. Como complemento, há o alinhamento de discussões muito pertinentes a realidade contemporânea: solidão, normose, confiança. Esses elementos – a estética e a sociedade –, intrinsecamente ligados, estouram na cara do espectador, que estranha a dança sinistra de mulheres obesas e nuas. Continue lendo “Da forma vazia em Animais Noturnos”

40 anos de Rumours: a corrente não se quebrou

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Leonardo Teixeira

Nas décadas de 60 e 70, a indústria fonográfica lidou com o hedonismo entorpecido reproduzido na cultura. Em 1977, no entanto, a ressaca já havia chegado para alguns: concebido sob tretas homéricas entre os membros do Fleetwood Mac, Rumors é um desabafo sobre as implosões internas que, no fim das contas, não impediram a banda de conceber um clássico. Continue lendo “40 anos de Rumours: a corrente não se quebrou”

35 anos de Bad Brains: o punk também é negro

O raio rasta no Capitol Building
O raio rasta no Capitol Building

O Bad Brains é referência quando se fala em representatividade. Conversamos com integrantes da cena brasileira, que contaram um pouco de como a banda ajudou na construção da identidade negra no punk

Bárbara Alcântara e Gabriel Leite Ferreira

Desde sua origem, o movimento punk vendeu uma postura inclusiva e igualitária. Contudo, hoje seus ideais libertários são postos à prova pela falta de representatividade de minorias na cena. Uma das forças mais expressivas dessa reavaliação no contexto étnico é o Bad Brains, banda que é uma grande influência inclusive no Brasil.

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Melhores discos de Janeiro/2017

Começamos o ano assim!
Começamos o ano assim!

Adriano Arrigo, Gabriel Leite Ferreira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira

Férias? Praia? Que nada! Nossa incansável curadoria passou esses 31 dias escavando a interwerbs, a fim de trazer os destaques mensais da música para você.

O ano ainda não começou a engrenar, mas isso não significa que faltaram bons sons em janeiro – os nossos favoritos você pode conferir abaixo:

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Yu-Gi-Oh!: só o demônio explica

Seto Kaiba e Yami Yugi: o coração das cartas
Seto Kaiba e Yami Yugi: o coração das cartas

Nilo Vieira

No último dia 18, Yu-Gi-Oh! Duel Links foi lançado oficialmente em território nacional. O game está disponível gratuitamente na App Store de dispositivos móveis, e suas únicas exigências são conexão com a Internet e permissão para compras no aplicativo – sem espionagem aqui, crianças, fiquem tranquilas! Continue lendo “Yu-Gi-Oh!: só o demônio explica”

Mini Metro e a beleza simbólica do transporte público

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Matheus Fernandes

Um dos grandes exemplos de genialidade no design de objetos cotidianos é o mapa do metrô londrino, idealizado por Harry Beck em 1931. Beck, inspirado pelos diagramas elétricos com os quais trabalhava no Underground, substituiu a representação geográfica, baseada na topografia da capital britânica, por uma esquemática. As estações ficaram equidistantes e as linhas, que antes seguiam os curvos trilhos, tornaram-se retas na horizontal, vertical ou em ângulos de 45º.

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João Gordo: para o bem geral, um traidor

joão gordo autobiografia dado dollabella dando pra você traiu o movimento

Nilo Vieira

Não é de hoje que biografias de artistas nacionais causam polêmica no Brasil. Entre grupos de artistas consagrados propondo censura e livros que mais parecem lavação de roupa suja, poucos títulos recentes parecem se importar em cumprir o básico exigido pelo formato. Nem mesmo nas telonas a coisa melhora, com resultados variando entre o pouco aprofundado, desfiles de clichês e retratos romantizados ao extremo. Continue lendo “João Gordo: para o bem geral, um traidor”