A cortesia de Emma. à Jane Austen e à nossa sensibilidade

Três personagens, Emma no centro, Knightley a esquerda e Churchill a direita. E o nome do filme a frente.
“Prometo não planejar nenhum [casamento] para mim mesma, papai. Mas vou fazê-lo para outras pessoas. É a coisa mais divertida do mundo.” (Foto: Reprodução)
Layla de Oliveira

“Bonita, inteligente e rica.” Estes são os adjetivos usados por Jane Austen para definir Emma Woodhouse, a protagonista do romance Emma, publicado em 1815. E eles se encaixam perfeitamente para descrever o filme dirigido por Autumn de Wilde, que adapta a obra de Austen de maneira a trazer uma narrativa do início do século XIX para os tempos atuais com diversão e inúmeros elementos estilísticos para representar toda a pomposidade da aristocracia inglesa da época.

Continue lendo “A cortesia de Emma. à Jane Austen e à nossa sensibilidade”

Ninguém é cancelado no Território Lovecraft

Por mais que a publicação de Território Lovecraft seja recente, Matt Ruff revelou que essa ideia germina em sua mente desde os tempos da faculdade (Foto: Fright Like a Girl)

Vitor Evangelista

O termo cultura do cancelamento é tão novo quanto as pessoas que o levam a sério. Atribuído à atitudes consideradas erradas, o ato de cancelar alguém busca anular sua voz, e apagar quaisquer de suas contribuições. O que fazer, entretanto, quando o indivíduo digno de ser cancelado está morto há 83 anos? Para Matt Ruff, autor de Território Lovecraft, o certo é não fazer nada que se assemelhe ao cancelamento. Eis o impensável: ele raciocina e entende, adivinhem só, que nem tudo é simples como dois mais dois são quatro.

Continue lendo “Ninguém é cancelado no Território Lovecraft”

A revolução que Jogos Vorazes iniciou completa uma década

“E que a sorte esteja sempre ao seu favor” (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido

Durante a primeira década do século XXI, o mundo cinematográfico e literário foi tomado por grandes franquias. Desde a representação de uma sociedade bruxa até um mundo pós-apocalíptico, as histórias sobre revoluções com ruptura de padrões antiquados e preconceituosos estavam captando cada vez mais a atenção dos jovens-adultos. Incentivando-os a lutar por uma sociedade melhor e mais justa, tomar a iniciativa e se levantar contra as injustiças. Dez anos atrás, o livro Jogos Vorazes chegou ao Brasil trazendo consigo esses mesmos conceitos.

Continue lendo “A revolução que Jogos Vorazes iniciou completa uma década”

O Diabo de Cada Dia falha em se destacar da obra original

Arving Russel (Tom Holland) é o eixo principal deste drama policial (Foto: Reprodução)

Gabriel Fonseca

O Diabo de Cada Dia (The Devil All The Time) é um filme que tenta corresponder à experiência literária da obra original e, com isso, perde a sua essência. Esta adaptação do primeiro romance de Donald Ray Pollock, traduzido como O Mal Nosso de Cada Dia, gerou grandes expectativas no público, e o fez acreditar no investimento de sua produção, que escolheu nomes em alta para compor o elenco.

Continue lendo “O Diabo de Cada Dia falha em se destacar da obra original”

O Filho de Mil Homens: uma prosa lírica dos afetos humanos

“Os seus olhos tinham um precipício. E ele estava quase a cair olhos adentro, no precipício infinito escavado para dentro de si mesmo. Um menino carregado de ausências e silêncios.”

Edição publicada pela Editora Biblioteca Azul, com ilustrações do Bloco Gráfico (Foto: Reprodução)

Vanessa Marques

O luso-angolano Valter Hugo Mãe é um dos romancistas mais prestigiados da atualidade. José Saramago, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, referiu-se ao autor como um tsunami linguístico. De fato, a escrita de Mãe explora com maestria toda a potencialidade e beleza da língua portuguesa. O Filho de Mil Homens, publicado em 2011, é uma prosa poética dividida em vinte contos que se entrelaçam numa história comum. O enredo perpassa numa vila litorânea fictícia, de modo que o romance emana um tom enlevo de locus amoenus (do latim: “lugar ameno”). Nela, o pescador Crisóstomo, a enjeitada Isaura, o órfão Camilo e o delicado Antonino engatam suas trajetórias pessoais com lirismo e introspecção.

Continue lendo “O Filho de Mil Homens: uma prosa lírica dos afetos humanos”

As Vantagens de Ser Invisível: a sensibilidade de uma história autêntica

A influência de um trauma na vida de um adolescente e em suas relações interpessoais

Da esquerda para a direita: Mary Elizabeth (Mae Whitman), Charlie (Logan Lerman), Sam (Emma Watson), Patrick (Ezra Miller) e Alice (Erin Wilhelmi) (Foto: Reprodução)

Eduarda Motta

Lançado no ano de 1999, o livro de Stephen Chbosky, As Vantagens de Ser Invisível, estreou sua adaptação no cinema em 2012 e, agora, chega à Netflix. O drama conta com Logan Lerman no papel principal, vivendo o personagem Charlie, e narra as problemáticas da vida do adolescente, sua jornada com a depressão, ansiedade e todas as emoções que o Ensino Médio tem a oferecer. Além de ter alcançado a plataforma de streaming, a história ganha nova tiragem pela editora Rocco. Com capa e trecho inéditos, a obra chegou às prateleiras no dia 15 de agosto.

Continue lendo “As Vantagens de Ser Invisível: a sensibilidade de uma história autêntica”

Após 12 anos de espera, Sol da Meia-Noite traz novas perspectivas para a saga Crepúsculo

A proposta de Midnight Sun? Contar a história de Crepúsculo na versão de Edward Cullen (Foto: Reprodução)

Mayara Marques Breviglieri

Considerado o quinto livro oficial da saga Crepúsculo, o tão aguardado Midnight Sun, ou Sol da Meia-Noite, como foi traduzido no Brasil por Carolina Rodrigues, Flora Pinheiro, Giu Alonso, Maria Carmelita Dias, Marina Vargas e Viviane Diniz. Foi lançado no dia 04 de agosto de 2020, pela Editora Intrínseca. No entanto, assim como sua premissa, não se trata de um projeto novo. Stephenie Meyer já tinha planos para Sol da Meia-Noite em 2008, contudo, os primeiros capítulos da obra foram vazados na plataforma Tumblr. Fazendo com que a autora engavetasse a história até esse ano, data em que o primeiro livro da saga completa 15 anos. Continue lendo “Após 12 anos de espera, Sol da Meia-Noite traz novas perspectivas para a saga Crepúsculo”

As Boas Mulheres da China é o retrato universal de uma realidade penosa

As Boas Mulheres da China, publicado em 2007 pela Companhia das Letras, é marcado pelo caráter de denúncia que muitas das obras de Xinran compartilham (Foto: Reprodução)

Bianca Penteado

No processo de consumo cultural e midiático, temos a tendência de acatar meias verdades sobre um cenário ou de deixar de lado os cotidianos pouco destacados. Há 26 anos, essa era a realidade chinesa. Enquanto assistíamos a seriados de sucesso como Friends (1994) surgirem na TV, com mulheres independentes em uma cidade grande e moderna, esquecíamos-nos de uma China que, no Oriente, se encontrava em uma situação oposta. O atraso e o choque proporcionados pelos anos antecedentes ainda tinham participação ativa na sociedade. Esse pano, sujo do sofrimento e do resto de pólvora carregados, principalmente, pela Revolução Cultural Chinesa, é o que serve de fundo para As Boas Mulheres da China (2002).

Continue lendo “As Boas Mulheres da China é o retrato universal de uma realidade penosa”

HEX triunfa sobre a atemporalidade do ser humano

A vertiginosa capa de HEX, em tons de verde neon, preto e branco (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

“Isto é o quanto basta para as pessoas
mergulharem na insanidade: uma noite a sós
consigo mesmas e o que mais temem.”

Desde que o primeiro homem condenou a primeira mulher por bruxaria, as bruxas são personagens constantes nas histórias de terror e seus mitos apavoram crianças há gerações. As mulheres condenadas por serem, supostamente, seguidoras de Satã e assassinas de bebês eram queimadas, afogadas ou enforcadas ao som de aplausos e vivas, mas juravam vingança a seus inquisidores enquanto suas almas deixavam o corpo já apodrecido. Mais recentemente, a História nos mostrou que as verdadeiras bruxas não eram tão más assim, mas o estigma continua a existir.

Continue lendo “HEX triunfa sobre a atemporalidade do ser humano”

Os Corvos voam pela última vez e o mangá de Haikyuu chega ao seu fim

Uma jornada de 1000 Km começa com apenas um passo (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido

O mangá Haikyuu! publicou seu último capítulo em 20 de julho de 2020 após oito anos e meio de serialização pela Weekly Shonen Jump-Next!, revista japonesa da Shueisha Inc. A obra é escrita e desenhada por Haruichi Furudate, e pertence ao gênero Shounen. Com um total de 402 capítulos, 45 volumes e um anime com 4 temporadas confirmadas, produzido pelo estúdio Production I.G, Haikyuu! conquistou milhares de fãs ao redor do mundo, sendo considerado um dos melhores mangás de esporte.

Continue lendo “Os Corvos voam pela última vez e o mangá de Haikyuu chega ao seu fim”