A indecisão de A Freira

Na era dos filmes interligados, A Freira chega com uma bagagem de dois Invocações do Mal (ótimos) e dois Annabelles (mornos), o quinto filme da franquia remonta os anos 50 e vem narrar o primórdio de sua personagem título, o demônio Valak

A Freira se tornou fenômeno de bilheteria, atestando mais uma vez a força comercial dos filmes de gênero (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Quando James Wan inaugurou o que seria um universo compartilhado de terror em 2013 com Invocação do Mal, o público assistiu boquiaberto o casal Warren envolvido em casos sobrenaturais. Com um domínio técnico magistral, o cineasta abriu portas para que outros diretores fizessem experimentações, brincando com figuras célebres dessa mitologia.

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Hereditário e a quebra de expectativa do terror

Dirigido por Ari Aster, o terror Hereditário alegoriza problemas familiares macabros (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista 

A onda dos filmes de gênero com baixo orçamento e bilheteria astronômica tomou fôlego no ano passado, com dois longas extremamente baratos e retorno inimaginável: It – A Coisa e Corra!, esse segundo inclusive ganhando o Oscar de Melhor Roteiro Original. A produtora estadunidense A24 apostou no formato e na mente perturbada do diretor Ari Aster para lançar às telonas a euforia de Hereditário.
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Um Lugar Silencioso: o som atrai a morte

Fonte: Reprodução


Rayanne Candido

Um Lugar Silencioso”, filme de John Krasinski, estreado no Brasil dia 5 de abril, nos faz repensar o valor do silêncio. O suspense, que se passa em um contexto futurista pós-apocalíptico, é em sua extensão um momento clímax de clássicos do terror: qualquer barulho emitido pelos protagonistas pode despertar a fúria de criaturas que estão soltas e são atraídas pela percepção sonora. Se elas te escutam, elas te matam.
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A Maldição da Casa Winchester e a saturação de filmes de assombração

Longa se passa em 1906 e aborda questões de âmbito social ainda em vigor nos Estados Unidos do século XXI (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Nos Estados Unidos, a era Trump, além de marcada pelo caos político
e por um festival de intolerância, trouxe também à tona a velha discussão sobre o controle do uso de armas pelos cidadãos. Esse debate, que se intensificou após uma série de tiroteios que mancharam de sangue escolas e universidades do país, gera um número exorbitante de pontos de vista; no Ccinema, um deles foi abordado recentemente no último longa dos Irmãos Spierig: A Maldição da Casa Winchester.
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Terror, magia, quase apocalipses e empoderamento feminino em Buffy, a Caça-Vampiros

 

*Atenção: contém spoilers!

Bárbara Alcântara

A loira, líder de torcida, branca, magra e atraente é sempre uma das primeiras a morrer nos filmes de terror. Para comprovar essa premissa é só entrar na aba da Netflix com essa classificação. Os gritos estridentes são logo calados por uma facada de Jason Voorhees em “Sexta-feira 13”. O mesmo acontece nas mãos de Freddy Krueger em  “A Hora do Pesadelo”, Ghostface em “Pânico”, Michael Myers em “Halloween” e tantos outros títulos. Era humanamente impossível imaginar que uma menina que se preocupasse tanto com a aparência poderia ser também inteligente e corajosa. Continue lendo “Terror, magia, quase apocalipses e empoderamento feminino em Buffy, a Caça-Vampiros”

Alexander McQueen e os filmes de terror

The Overlook

Matheus Fernandes

Das primeiras versões de Drácula e Frankenstein ao pós-horror atual, de Norman Bates a Patrick Bateman nenhum gênero cinematográfico tem uma preocupação tão grande com a estética de seus personagens quanto o terror. Os looks pensados para simbolizar poder, sensualidade ou transgressão social influenciaram desde subculturas, como o Gótico, até os designers de moda, que utilizam esses temas de forma recorrente. Continue lendo “Alexander McQueen e os filmes de terror”

Foi preciso mais do que látex para o Príncipe das Sombras se tornar um clássico dos anos 80

capa original o princípe das sombras

Adriano Arrigo

Se há uma memória que me remeta a seção de Terror das extintas locadoras, elas certamente está relacionada a algum filme de John Carpenter. Não que eu tenha assistido, mas a capa de A Cidade dos Amaldiçoados (1995) realmente me apavorava (ok, eu era uma criança medrosa), além do medo me cutucar no pôster da Enigma de Outro Mundo (1987). Como criança, o medo parecia morar nas capas escuras com algum monstro (ou parte dele) em evidência e, no verso dos VHS/DVD’s, o terror era acionado apenas com as melhores direções de arte e maquiagem. Continue lendo “Foi preciso mais do que látex para o Príncipe das Sombras se tornar um clássico dos anos 80”

O Rastro: Caminhando para o Terror Brasileiro

Divulgação/Imagem Filmes
Divulgação/Imagem Filmes

Matheus Dias

Em um cenário de pouca produção para o gênero de terror, o cinema brasileiro tenta ocupar um espaço pouco explorado. A última produção nacional desse gênero foi em 2014 com Isolados, um filme que usa a receita de bolo hollywoodiana para  garantir sustos e que acabou não obtendo grandes resultados. O Rastro lança-se em rumo a mesma fórmula, porém de um jeito moderno, dando enfoque na corrupção e na crise da saúde pública no país. Continue lendo “O Rastro: Caminhando para o Terror Brasileiro”

Irônico e autoconsciente: como Pânico mudou para sempre o gênero do terror

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Lucas Lombardi, estudante de Jornalismo da Unesp Bauru

“Nunca pergunte ‘quem está aí?’, você não assiste a filmes de terror? É uma sentença de morte.”, diz o assassino do outro lado da linha telefônica. Se você já assistiu a um slasher movie, o clássico filme de assassino, tem ideia dos clichês e elementos que vivem se repetindo. É sempre um maníaco mascarado perseguindo uma adolescente, que se esconde dentro da casa ao invés de sair e correr pela porta da frente, evitando o perseguidor. Esse tipo de filme teve seu auge de popularidade nos anos 80, gerando alto lucro para os estúdios, que faziam sequências e mais sequências, todo o ano. Continue lendo “Irônico e autoconsciente: como Pânico mudou para sempre o gênero do terror”