Retrato de uma Jovem em Chamas ressignifica a dor

(Foto: Reprodução)

Jho Brunhara

Alguns filmes são bons para se assistir e passar o tempo, outros para se emocionar e debulhar-se em lágrimas, outros para morrer de rir. Mas talvez um dos maiores problemas da velocidade em que consumimos arte audiovisual na era da informação – ainda mais após a popularização da Internet – é que nem tudo é memorável. Muito do que assistimos é esquecível, ou é visto com um sentimento de indiferença, sendo só mais um para a lista. Retrato de uma Jovem em Chamas é o completo oposto disso. O longa da diretora francesa Céline Sciamma é como uma marca na alma, uma queimadura deixada por um rastro de fogo. Aquela cicatriz que ao se olhar remete à uma memória intensa, que por mais dolorida que tenha sido em um breve momento, carrega consigo algo muito maior – uma lembrança boa. 

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Dois Papas nunca salga suas feridas

Anthony Hopkins ganhou a cultura pop na pele de Hannibal Lecter, que lhe rendeu um Oscar, e Jonathan Pryce deu vida ao Alto Pardal, em Game of Thrones (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

‘Que hino é esse que você está assobiando?’ pergunta um carrancudo Papa Bento XVI (Anthony Hopkins) ao carismático Jorge Bergoglio (Jonathan Pryce). O futuro Papa Francisco sorri ao responder, ‘é Dancing Queen, do Abba’. É nesse marasmo lírico que Fernando Meirelles decide versar sobre religião, legado e sobre desavenças. O embate ideológico entre dois homens, idosos, membros da mesma Guilda. Dois Papas pode ser esmiuçado e desmontado na representação de uma longa prosa, amena e chapa branca. Seria ilógico procurar na Netflix, essa grande corporação que tenta agradar a todos, um estudo potente e doloroso sobre os crimes da Igreja Católica ao longo do tempo. 

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Fine Line finalmente entrega o que Harry Styles prometeu com seu primeiro álbum

A icônica capa de Fine Line foi fotografada por Tim Walker, um grande amigo do artista (Foto: Reprodução)

Lara Ignezli

Fine Line nos convida a assistir a uma história de amor protagonizada por seu criador, através de uma ótica melancólica e, principalmente, nostálgica. As músicas carregadas de influências do pop, do rock clássico e do marcante R&B psicodélico transparecem em suas letras a vontade desesperadora que Harry Styles tem de estabelecer uma comunicação com o “sentir”. 

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Ted Bundy: A irresistível face do mal e a glamourização dos serial killers

O longa chegou recentemente ao catalogo da Netflix (Foto: Reprodução)

Ana Laura Ferreira 

O medo e a curiosidade humana são elementos que sempre andaram lado a lado. Partindo do terror até os filmes de true crime,  os espectadores se fascinam pela euforia, criando sucessos de audiência como Criminal Minds e CSI. Porém, quando o audiovisual decide abordar casos reais, nem sempre tem a delicadeza e o suficiente respeito para contar a história de vítimas reais. Esse é o caso do recém chegado a Netflix: Ted Bundy: A irresistível face do mal (Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile), com Zac Efron na pele do inescrupuloso assassino.

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Os melhores discos de 2019

Nem toda tradição tem de ser mantida, mas o Persona não mexe em time que tá ganhando. Por isso, a nossa lista anual de discos do ano mantém o formato da edição passada: reunimos colaboradores, ou quem quisesse participar, para elencarem seus momentos musicais preferidos de 2019.

A intenção é garantir a diversidade de sons e pessoas, não ficando restritos às preferências pessoais da editoria ou ao que já foi abraçado pela crítica mundo afora. E esperamos ter alcançado esse propósito. A lista passeia por gêneros extremamente brasileiros, mas o rolê se expande para o mundo todo, do house ao sertanejo universitário. Confira:

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The Marvelous Mrs. Maisel já pode acabar

O terceiro ano da comédia do Prime Video sabe amadurecer seus dramas, mas sempre se rendendo para um humor pontiagudo (Foto: Amazon Prime Video)

Vitor Evangelista

Os anos 10 encurtaram as grandes séries da década passada. Com a chegada do streaming e da degustação on demand, os seriados passaram a ser diminuídos ao máximo, tudo isso para caber numa maratona de fim de semana ou, simplesmente, para não se tornarem enfadonhos. Chegando à seu 3º ano, a premiada e deliciosa The Marvelous Mrs. Maisel já trilha um caminho de despedidas. Ao explorar a turnê nacional de Midge (Rachel Brosnahan), a produção da Amazon emociona, não se vê acuada a tocar em pontos sensíveis e, a cereja do bolo, não cansa de inovar. 

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A Ascensão Skywalker encontra equilíbrio entre a covardia e o vexame

O novo Star Wars joga seguro e não consegue emocionar nos momentos de maior necessidade (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista 

A risada do Imperador Palpatine no primeiro teaser do Episódio IX já entregava tudo que devíamos saber: Star Wars se acovardou. Retornando com tramas já finalizadas em filmes passados, o fecho da trilogia encerra num tom deplorável, sem alma. Na ânsia de dar pra trás com todas as corajosas decisões tomadas em Os Últimos Jedi (2017), A Ascensão Skywalker apenas atesta o medo da Disney em subverter expectativas, afinal, jogando seguro, os cheques ainda cairão. J.J. Abrams retorna à saga para imprimir toda sua falta de originalidade, criando, assim, uma história de Guerra nas Estrelas completamente imemorável, beirando o riso do ridículo. 

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Diário da Queda: uma construção do sujeito

Edição Lançada em 2011 pela Companhia das Letras (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

O escritor e jornalista brasileiro Michel Laub traz em seu livro Diário da Queda um retrato comovente de três gerações marcadas pelo passado, junto de uma reflexão dos acontecimentos que constroem o que somos. Lançado em 2011 pela editora Companhia Das Letras, o livro escrito na forma de diário apresenta personagens não nomeados e uma questão central, “E como um indivíduo se torna aquilo que é?”.

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História de um Casamento é quase um pesadelo

O filme é uma das grandes apostas da Netflix para a temporada de premiações (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

O novo filme de Noah Baumbach pode ser caracterizado como o reflexo honesto de um grande pavor do ser humano: o de acabar ciclos. A grande estrutura familiar que desmorona, a mudança entre cidades e o fim de uma relação que se constrói em diversas facetas e camadas, aqui temos amor, amizade, dor, medo. O diretor cria um ‘pesadelo’ à luz do dia quando conta o fim do matrimônio entre Nicole (Scarlett Johansson) e Charlie (Adam Driver). História de um Casamento é, acima de tudo, sobre como lidamos com sentimentos que não cabem mais onde estavam.

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O Irlandês assusta pela comodidade

O Irlandês é o filme mais importante lançado pela Netflix até hoje, tanto pelo orçamento astronômico quanto pelos nomes por trás do projeto (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Martin Scorsese é um diretor de excessos. O gênio do cinema já se aventurou por uma série de gêneros e estilos, todavia, foi contando histórias de mafiosos e italianos que ele encontrou louros. É claro que não podemos definir e limitar seu cinema a isso, algo assim seria um equívoco sem igual. Mas o imaginário popular e qualquer busca rápida sempre leva o nome de Scorsese casado à produções como Os Bons Companheiros (1990) ou Cassino (1995). O elemento que amalgama a arte de Martin, e seu discurso cinematográfico como um todo, é também o cerne das aventuras que decide contar: o legado que os homens deixam para o futuro. E em O Irlandês, no terreno conhecido de caras maus e crimes à luz da lua, Scorsese maquina seu primoroso pedaço de arte.

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