Assistir Miss Simpatia é como viajar em um túnel do tempo para a Sessão da Tarde

Cena do filme Miss Simpatia. Nela vemos Sandra Bullock, uma mulher jovem branca e com cabelo liso médio castanho. Ela veste um vestido azul claro, um salto azul escuro e segura um óculos de sol na mão direita e uma bolsa azul na mão esquerda. O ator Michael Caine caminho ao seu lado. Ele é um homem branco idoso. Ele usa óculos de sol e veste uma camisa social azul claro e uma calça social bege. Ele segura um paletó bege sobre o ombro. Os dois estão saindo de um hangar e ao lado deles há várias pessoas observando eles.
Sandra Bullock divide as telas de Miss Simpatia com Benjamin Bratt e Michael Caine (Foto: Castle Rock Entertainment)

Ana Beatriz Rodrigues

Diferentemente de modelo, ser uma miss vai além de desfiles em passarelas e ensaios fotográficos. A miss é responsável por representar sua cidade, estado ou país em uma competição. Ela precisa ser carismática e possuir um talento que impressione os jurados, e, além disso, é necessário seguir os terríveis padrões de beleza impostos pela sociedade. Em 2001, Sandra Bullock confirmou essas características em Miss Simpatia, filme roteirizado por Marc Lawrence. Nesse ano, a obra completa 20 anos e não poderia deixar de ser esquecida. Misturando ação e comédia, o filme que embalou muitas Sessões da Tarde explora esses concursos enquanto se desenrola um mistério envolvendo o Miss Estados Unidos. 

O FBI investiga um possível atentado na maior competição de Miss nos EUA. Preocupados e com intenção de prender o culpado por isso, eles precisam se infiltrar para estudar o caso de perto. Para isso, eles escolhem a agente Gracie Hart, interpretada por Sandra Bullock, para se passar pela candidata do estado de Nova Jersey na competição. Só que Gracie não se comporta do jeito que o concurso pede. O resto da equipe não acreditava no seu potencial de se transformar de maneira tão rápida e ela surpreendeu deixando todos de boca aberta. 

Cena do filme Miss Simpatia. Na imagem vemos uma sala com diversas mulheres sentadas em volta das mesas. As mesas possuem toalhas bege, decorações e alimentos em cima delas. Todas as mulheres possuem uma faixa que direciona o estado que representa na competição. Todas elas estão olhando perplexas para Sandra Bullock, uma mulher jovem branca e com cabelo liso médio castanho. Ela veste um terno lilás e usa uma faixa escrito New Jersey.
Miss Simpatia ganhou o Teen Choice Award, premiação que escolhe seus vencedores por voto popular, de Melhor Filme de Comédia (Foto: Castle Rock Entertainment)

Histórias em que as mulheres precisam se transformar para chegar em algum objetivo ainda são comuns. Muitas crianças cresceram acompanhando séries e filmes em que a protagonista mudava completamente seu visual para conquistar o mocinho ou algum sonho. Um dos nomes mais comuns que retratam essa narrativa é O Diário da Princesa, o filme que mostra a garota Mia de 15 anos que passava por uma transformação radical para se tornar princesa do seu país. Ela abandona seus óculos e alisa seu cabelo para essa nova fase.  

Esse discurso é extremamente perigoso para a formação de garotas na nossa sociedade. E a não correspondência com os padrões pode trazer consequências em diversos setores na vida do público. É, mais uma vez, o papel da Arte transmitir uma mensagem que seja saudável. Miss Simpatia possui alguns deslizes, mas não podemos assistir filmes mais antigos com um olhar anacrônico. Além do mais, a obra também coloca uma mulher em uma posição conhecida por ser ocupada majoritariamente por homens e isso também é importante. 

Cena do filme Miss Simpatia. Na imagem vemos a atriz Sandra Bullock e o ator William Shatner. A mulher veste um vestido longo bege brilhante e usa uma faixa escrito New Jersey e um colar. Ela segura um microfone e olha para o horizonte. Ao seu lado, William Shatner, um homem branco idoso veste um paletó vinho e uma camisa social preta. Ele segura um microfone e um papel. Atrás deles, há várias mulheres usando vestidos longos de festa.
Miss Simpatia 2: Armada e Poderosa é a continuação da história de Gracie Hart que chegou aos cinemas em 2005 (Foto: Castle Rock Entertainment)

Apesar desses defeitos, o filme é bom de assistir e traz conforto por fazer parte da vida de muitas pessoas. O efeito nostálgico ao acompanhar as quase duas horas do longa é significativo. O romance típico dos anos 2000 também é ponto importante de Miss Congeniality. O diretor Donald Petrie também é responsável por Como Perder um Homem em 10 Dias. Amigos do trabalho que se implicam, mas na verdade se amam, é uma história comum porém agradável para uma obra como esse. E o toque que incorpora ainda mais o longa é a trilha sonora. Com Dancing Queen e One In a Million, o filme se torna uma obra perfeita do início do milênio. 

A protagonista vai além de sua beleza no concurso e mostra ser uma mulher engraçada e inteligente. Ela ainda descobre o verdadeiro suspeito pelo atentado e encerra o caso com um plot twist que até hoje pode surpreender o público. Infelizmente, seu talento tocando copos com água não foi capaz de conquistar os jurados e ela não se tornou a Miss dos Estados Unidos. Porém, Gracie Hart conquistou o coração de todos do concurso e se tornou a Miss Simpatia. Ela conseguiu cativar todos no filme e aqueles que assistiram a obra. 

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