Em Homecoming, o Homem-Aranha volta a empolgar

O novo traje do Homem Aranha traz a tecnologia a serviço do herói/ Marvel Studios/Sony Pictures
O novo traje do Homem Aranha traz a tecnologia a serviço do herói/ Marvel Studios/Sony Pictures

Guilherme Sette

Uma dos super heróis mais populares que existem, o Homem-Aranha retorna aos cinemas pela sexta vez com um título próprio. É o segundo reboot do aranha desde a trilogia de Sam Raimi, os primeiros blockbusters de super-heróis modernos a levarem milhões aos cinemas, e novamente, os produtores encaram uma árdua tarefa de substituir – ou ao menos conquistar algum espaço – no imaginário dos fãs que assistiram ao Peter Parker interpretado como Tobey Maguire.

Diferentemente do fracassado primeiro reboot, Amazing Spider Man, o novo título Homecoming, não é um filme de “origem” de super-herói. Tom Holland, o escolhido para viver um Peter de 15 anos, já havia sido apresentado ao público em Guerra Civil, e algumas cenas cruciais para a caracterização do personagem, como a picada da aranha geneticamente modificada, o assassinato de Tio Ben, e o ensinamento “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”, não são sequer exibidas durante o longa.

Além da ausência do Tio Ben, o filme também evita aparições carimbadas, como os membros da família Osbourne, Mary Jane Watson (não temos o beijo de ponta cabeça!) e J. Jonah Jameson (já evitado no primeiro reboot). Os únicos personagens “reaproveitados” da trilogia original, são Flash Thompson e Tia May, ambos em versões completamente remodeladas e que em nada remetem às caracterizações dos filmes de Raimi.

O enredo que temos é de Peter Parker se esforçando para chamar a atenção de Tony Stark (Robert Downing Jr.) e fazer parte dos Vingadores, com muita dificuldade para conciliar seus afazeres de herói com suas responsabilidades na vida social, este sim, um tema abordado nos primeiros filmes. O vilão também é novo. O Abutre, interpretado pelo Michael Keaton (Birdman, rá!), é uma forte contrapartida ao aranha, muito bem representado pelo ator veterano. O novato Holland também encarna muito bem o Aranha, tanto nos momentos de Peter como nas cenas com uniforme, trazendo o tão pedido humor que faltava no herói de Maguire. Bastante presente nas peças de marketing, Stark pouco aparece, servindo como um mentor “distante” do cabeça de teia.

Referências a cenas clássicas da trilogia de Raimi estão presentes, como a cena do metrô de Spider Man 2/ Marvel Studios/Sony Pictures
Referências a cenas clássicas da trilogia de Raimi estão presentes, como a cena do metrô de Spider Man 2/ Marvel Studios/Sony Pictures

Novas adições ao universo como Ned (Jacob Batalon) e Michelle (Zendaya), também contribuem com a renovação da franquia. Outra marca de Homecoming, é o tom leve e descontraído do filme. A Marvel acertou em não se comparar aos filmes de Raimi, estes sim mais pretensiosos e “sérios”. Assim o público também não tenta comparar o que está vendo com os “clássicos” do Aranha, mas se concentra numa nova aventura do amigo da vizinhança, pelo menos num primeiro momento. Diversos easter eggs e referências durante o filme, mostram a intenção do estúdio de expandir o universo do aranha para os terrenos principais das HQs, bem como para o universo compartilhado da Marvel.

O filme compartilha diversos clichês dos filmes de heróis e o roteiro coeso se perde na última meia hora de filme, mas Homecoming é um bom começo para o reboot do Homem-Aranha. Os estúdios da Marvel parecem reconhecer que não é possível apagar a imagem de Tobey Maguire. Inclusive, Tom Holland afirmou que gostaria que o antigo Aranha interpretasse o novo Tio Ben nas telas, mas parece ter encontrado o caminho certo para conquistar o público: criar o seu próprio caminho e o seu próprio aranha, sem eliminar a história do herói nas telas.

Deixe uma resposta