Quem é Quem: quando o nonsense encontra o riso fácil

Viviane Araújo e Eri Johnston, as estrelas de Quem é Quem (Foto: Assessoria)

Mateus Conte

A peça Quem é Quem, protagonizada por Eri Johnson e Viviane Araújo e encenada no dia 22 de setembro no Teatro Municipal de Bauru, representa bem as comédias de relacionamento que vemos frequentemente nos palcos brasileiros.

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A Verdade: a ironia já começa no título

Na foto, felizes. Já na encenação… (Foto: Dalton Valério/Divulgação)

Mateus Conte

A peça “A Verdade”, de Florian Zeller, foi apresentada neste sábado (24/08), no Teatro Municipal de Bauru. Dirigida por Marcus Alvisi com tradução de Silvio Albuquerque, a apresentação contou com Diogo Vilela, Bia Nunnes, Paulo Trajano e Carolina Gonzalez, tendo tradução simultânea em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

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Caravana do senso crítico passa por Bauru com o grupo gaúcho Ói Nóis Aqui Traveiz

“Nenhuma cultura imposta é mais bela do que a nossa” (Augusto Boal)

Sesc e Rui Barbosa elucidam: trajetória de 40 anos de companhia gaúcha “Ói Nóis Aqui Traveiz” é referência do teatro brasileiro e do teatro de resistência, atraindo plateias e admiração por onde passa. Dessa vez, Bauru foi a presenteada.

Camila Araujo

O que me chamou atenção no grupo, à primeira vista, foi a camiseta estampada pelo busto de Carlos Marighella vestida pelo senhor alto, de longos cabelos grisalhos. A coincidência é que eu, naquele mesmo dia e local, portava na bolsa o exemplar laranja e pesado do livro que traça por olhares lúcidos de Mário Magalhães a biografia de Marighella, O guerrilheiro que incendiou o mundo. Acaso ou destino, isso selou o encontro, que se repetiria mais tarde naquele dia.

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Balidos de Guerra do Sertão em “Cabras – cabeças que voam, cabeças que rolam”

Felipe Monteiro

Não foram poucos os que saíram do espetáculo confusos e ainda sem compreender ao todo a peça, os próprios atores fazem piada do fato. Mas é que realmente não é fácil deparar-se com o mar de signos que nos é apresentado logo de início em Cabras – cabeças que voam, cabeças que rolam, signos sobre os quais o desenrolar do espetáculo vai traçando fios que se completam em um belo tecido nas cores sertanejas.

Imagem: divulgação Cia. Balagan
Imagem: divulgação Cia. Balagan

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Um baile psicológico e surreal contra a normalidade em Lótus 6

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Foto: Hender Medina

Felipe Monteiro

Um dos momentos mais conturbados e intensos de nossas vidas é quando decidimos experimentá-la por nossos próprios sentidos e regras (ou a falta delas). Quando saímos da passividade do ser, onde somos mais receptores das vivências e dos modos por meio daqueles que nos tutoram, para entrarmos em uma atividade do ser – na qual somos mais produtores de nossas experiências, passamos a vivenciar por nós o mundo. Uma guinada da “teoria à prática”, uma pequena revolução que nos acomete loucamente em frenesi de emoções, hormônios, energia, rebeldia. Continue lendo “Um baile psicológico e surreal contra a normalidade em Lótus 6”

O palco como uma plataforma de encontros em Pupik – Fuga em 2

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Foto: Bruna Garcia/Arte e Ativismo

Felipe Monteiro

O Teatro Municipal de Bauru recebeu na noite de quarta-feira, 26 de outubro, Naomi Silman e Yael Karavan, duas atrizes estrangeiras que carregam um laço de amizade e profissionalismo que as une uma vez por ano para contar a incrível história Pupik – Fuga em 2. Mais que um espetáculo, a vida das atrizes com todas as suas vivências e bagagem cultural nos é contada com delicadeza, emprestando elementos do onírico, do cômico e da arte para tecer a narrativa como em uma rede que prende a atenção do espectador do começo até o fim. Partindo de um movimento do eu para o mundo, as atrizes contam a sua história, ou a nossa história, a história da humanidade. Continue lendo “O palco como uma plataforma de encontros em Pupik – Fuga em 2”

Cantata para um Bastidor de Utopias: Alerta! Desperta! Ainda cabe sonhar.

Julia Mendonça

“Os colegas que vieram ontem me disseram que eu PRECISO assistir a essa peça! Vamos?”, comentou uma amiga minha. Chegamos então curiosas e animadas ao Teatro Municipal de Bauru em uma terça-feira chuvosa para assistir a peça de nome peculiar: Cantata para um Bastidor de Utopias.

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Não seria fácil falar de crise: as linguagens contemporâneas de Crise de Gente

Felipe Monteiro

Em sua terceira noite, o Festival de Artes Cênicas de Bauru nos apresenta o espetáculo Crise de Gente, da Companhia Hecatombe. O título da peça já carrega em si muito do que é abordado nas suas aproximadas duas horas tão intensas e provocadoras. A palavra mais utilizada nos discursos midiáticos, políticos e até nas conversas triviais é quem guia todo o enredo do espetáculo, se é que há um enredo.

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Análise psicológica como espelho para nossas relações em Síndromes – Loucos como Nós

Sindromes

Felipe Monteiro

“Olhando de perto, ninguém é normal.” Essa citação é o ponto de partida para o enredo de Síndromes, peça de Miguel Falabella e Maria Carmen que aborda problemas psicológicos modernos.

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