Um, dois, Freddy vem te pegar

Em A Hora do Pesadelo, nem mesmo as canções infantis são inofensivos frutos da imaginação: tudo aparenta estar no domínio de Freddy Krueger.  

Texto alternativo: Cena do filme A Hora do Pesadelo. Fotografia retangular. Ao fundo, vemos um quarto com as luzes apagadas. Na parte superior, um vulto empurra a parede como se ela fosse um lençol. Na parte inferior, a personagem Nancy aparece dormindo.
Todas as fotos parecem clichês para representar um clássico que inovou o subgênero slasher (Foto: New Line Cinema)

Eduardo Rota Hilário

O ano é 1984, e os filmes de terror slasher estão a todo vapor. Eis que surge, brilhantemente, no meio de fórmulas para o sucesso, o então inédito A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street). Dirigido por Wes Craven, mesmo diretor de Pânico, o longa-metragem baseado em histórias reais fortaleceu, por meio da inovação, o subgênero de horror em alta naquele momento. Diferente dos assassinos silenciosos e minuciosamente estrategistas até então conhecidos, como Jason Voorhees e Michael Myers, o público agora é convidado a mergulhar no estranho mundo de Freddy Krueger. Psicopata igualmente imprevisível e poderoso, foi ele quem trouxe um respiro necessário aos filmes da época, fugindo da mesmice.

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Kings of Leon se vê no espelho em When You See Yourself

Capa do álbum When You See Yourself. Na imagem, duas fotos estão centralizadas em um quadrado branco, e mostram a sombra de Jared Followill, Caleb Followill, Nathan Followill e Matthew Followill. Abaixo das duas fotos está escrito Kings of Leon em fonte de cor preta, e abaixo do nome da banda está escrito When You See Yourself, também em fonte de cor preta.
When You See Yourself é o oitavo disco de Kings of Leon, lançado após cinco anos sem novidades (Foto: RCA Records/Sony Music Entertainment)

Bruno Andrade

Muitos estariam mentindo se não assumissem que gritaram loucamente o refrão de Sex on Fire em alguma ocasião. Mas há tempos que o Kings of Leon se distanciou daquele som envolvente de 2008, e essa distância não ocorre somente pela medida do tempo, ficando evidente em cada novo álbum que se trata de uma escolha. Lançado em março deste ano, When You See Yourself, oitavo disco do grupo, acena para o rock alternativo de seus anos de ouro, mas, diferente dos antecessores, traz o amadurecimento como força motivadora.

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The Loud House: O Filme esbanja realeza mas não é digno de soberania

Cena retirada do filme The Loud House, com os pais Rita Loud e Lynn e as crianças Lori, Leni, Luna, Luan, Lynn, Lucy, Lana, Lola, Lisa, Lily e Lincoln, todos vestem roupas da realeza em frente a um castelo.
A frase da trilha sonora “Um menino, dez meninas” nasceu antes dos Louds que conhecemos (Foto: Netflix)

Thuani Barbosa

Diversão, momentos família, intrigas de uma vilã descontrolada e até criaturas místicas. Tudo isso é o que você vai encontrar em The Loud House: O Filme, tão digno da realeza que, se The Crown fosse uma animação, seria essa. Por mais que seja uma narrativa infantil recheada de bom humor, boas amizades e todas as grandes lições que se espera desse tipo de produção, a história conta com reflexões de ‘gente grande’, como insegurança e a importância do apoio familiar. A família barulhenta vai conquistar espaço no seu sofá!

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Doutor Sono demonstra na pele a tortura que é lidar com os demônios do passado

Cena do filme Doutor Sono. Fundo predominante azul escuro. Um homem branco com cabelos castanhos está de costas e veste uma blusa acinzentada. A sua frente está uma parede azul escura com aspecto de vidro quebrado escrito Who Murder em letras bagunçadas e iluminadas por uma luz branca.
Dan Torrance tenta superar seus traumas passados, mas sua paz está com os dias contados quando começa a ter comunicações telepáticas com a pequena e especial Abra (Foto: Warner Bros.)

Leticia Stradiotto

Não é novidade que o memorável O Iluminado seja peça-chave nas principais produções cinematográficas do Terror. Apesar da rejeição de Stephen King – escritor da obra literária – o filme é um trabalho espetacular e extremamente agonizante de Stanley Kubrick, que trouxe à realidade a insanidade e as perturbações mundanas. A fim de realizar uma adaptação correspondente aos livros, King apostou suas obras em mais uma produção fílmica: Doutor Sono (2019), que oferece não só uma continuação, mas, também, explicações deixadas para trás no filme de 1980.

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The Box – No Ritmo do Coração sincroniza os batimentos cardíacos dos protagonistas ao dos telespectadores

Cena do filme The Box - No Ritmo do Coração. Foto dos personagens Minsoo e Jihoon caminhando em uma praia. Minsoo, a esquerda, tem cabelos pretos curto e barba, carrega um violão nas costas e usa uma camisa social branca, calça azul escuro e um sapato social marrom. Ao seu lado direito, Jihoon, com cabelos castanhos e curto, ele usa um colar, uma camisa xadrez marrom e cinza por cima de uma camiseta branca, calça jeans e tênis azul. Ao fundo da imagem podemos ver uma pessoa tirando foto de outras, o mar e alguns prédios.
“Um filme que faz bem ao corpo, alma, olhos, enfim, tudo”, disse Chanyeol sobre The Box em uma entrevista para o Telecine (Foto: Cine Pilwoon)

Talita Cardoso

Você também já sentiu vontade de sumir ou se esconder dentro de uma caixa? O musical confortável de assistir, The Box – No Ritmo do Coração, retrata a história de um jovem que tem um talento nato para a Música, mas não segue a carreira musical por possuir uma forte fobia de palcos, e seu encontro com um produtor musical que muda sua vida. A produção foi lançada na Coreia do Sul em 24 de março de 2021, e, recentemente, distribuída no Brasil com dublagem e legendas em português pelo Telecine, com direito a watch party com os fãs no Twitter organizada pela própria plataforma de streaming.

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Scream: eles sempre voltam

Cena da série Scream. Na foto, em um primeiro plano, vemos uma pessoa vestindo uma capa preta, luvas pretas e uma máscara cirúrgica branca, empunhando uma faca.
Ao contrário dos filmes, a série Scream não ganhou um nome traduzido e permaneceu homônima ao título original da franquia (Foto: MTV)

Vitória Lopes Gomez

Em uma época em que os slashers já estavam mais do que consolidados, Pânico se tornou um clássico por um motivo: o filme de Wes Craven revitalizou o subgênero ao se aproveitar das próprias convenções e regras e subvertê-las a seu favor. As fórmulas e os clichês viraram brincadeira nas mãos do diretor e do roteirista Kevin Williamson. Com muita referência, metalinguagem e, acima de tudo, autoconsciência, Pânico deu um jeito de satirizar o Terror ao mesmo tempo que se tornava um dos maiores clássicos do gênero.

Como a franquia de filmes apontou, “eles sempre voltam”. E assim foi: alguns anos e algumas sequências depois, a MTV resolveu dar continuidade às obras no formato televisivo. Afinal, “adolescentes” era basicamente o carro-chefe da emissora e, contanto que as vítimas agissem como a idealização das pessoas da idade, até um assassino à solta renderia conteúdo. O primeiro desafio veio, justamente, em adaptar os 120 minutos dos longas para os 10 episódios da primeira temporada de Scream. O próprio Noah avisou no piloto: slashers não duram muito tempo.

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10 anos de Fastlife: a vida rápida de um Joe Jonas sem os “brothers”

Capa do álbum Fastlife. O fundo possui um degradê decrescente, do laranja na parte superior até um amarelo esverdeado, na parte inferior. O cenário remete a uma estação de metrô, como uma foto tirada do movimento dos trens. Ao centro da imagem, está o cantor Joe Jonas, somente da cintura para cima. Ele é branco, tem cabelos pretos curtos nas laterais, sobrancelhas grossas, barba e bigode raspados. Ele possui uma expressão séria, olhando para frente, com a boca semicerrada. Ele veste uma camisa xadrez azul e preto, com um casaco preto de couro por cima. Sobre seu peito, afastado, está escrito Joe Jonas em letras brancas e maiúsculas. Logo abaixo, está escrito Fastlife em letras verdes claras e maiúsculas. No canto inferior esquerdo, está o selo de Parental Advisory - Explicit Content, em preto e branco.
“Eu quero te levar para um lugar/Onde o amor é algo mais do que você imagina” (Foto: Jonas Brothers Recording LLC)

Júlia Paes de Arruda

Sim, é isso mesmo que você está pensando: Joe Jonas tem um álbum solo e ele está completando uma década este ano. Ainda que seja completamente esquecível para muitos de nós, Fastlife foi a grande chance do irmão do meio longe dos holofotes da Disney e um dos primeiros indícios da separação da banda que o impulsionou nesse meio. Com poucos acertos, seu trabalho buscou trazer alternativas ousadas e versões desconhecidas do artista até aquele momento, distantes da imagem do querido intérprete de Shane Gray

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O monstro no túmulo: as Histórias extraordinárias de Edgar Allan Poe

Capa do livro Histórias extraordinárias, de Edgar Allan Poe. Na imagem, o livro está de pé em um fundo branco. O livro é uma edição em capa dura, de cor roxa, com o nome de Edgar Allan Poe escrito em fonte de cor amarela, com uma caveira desenhada logo acima de seu nome. Abaixo está escrito Histórias Extraordinárias em fonte de cor igualmente amarela. Abaixo está o logo da editora Companhia das Letras, com a fonte de cor amarela
A edição de Histórias extraordinárias, publicada pela Companhia das Letras, reúne 18 contos de Edgar Allan Poe, com seleção, apresentação e tradução de José Paulo Paes, oferecendo ao leitor um panorama da obra do grande mestre do Terror (Foto: Companhia das Letras)

Bruno Andrade

Há uma linha tênue entre o Horror e o Terror. Enquanto no primeiro o apreço pelo sobrenatural e sua respectiva negação da realidade são predominantes (lembre-se do Horror, o Horror!anunciado pelo agente Kurtz em O Coração das Trevas), o segundo preza pela criação de uma atmosfera repleta de suspense, cuja brincadeira consiste justamente na ausência do mágico, e na dúvida se determinadas situações ocorreram ou se estão na cabeça dos personagens. Na Literatura, há predominância dos textos de terror, e, de forma mais apropriada, trata-se de uma categoria precursora ao suspense psicológico, na qual ambos os gêneros se cruzam quando o assunto é aterrorizar. Em Histórias extraordinárias, uma coletânea de 18 contos traduzidos pelo poeta José Paulo Paes, o leitor encontrará a angústia e a engenhosidade de Edgar Allan Poe, um dos principais inventores do Terror moderno.

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Cineclube Persona – Setembro de 2021

Arte retangular horizontal azul-metálico com o olho do persona centralizado, com a íris no mesmo tom de azul. No canto superior esquerdo está escrito "cineclube" em branco e embaixo "persona" em branco com texto vazado. No canto inferior direito está escrito "setembro de 2021" com letras pretas. Ao longo da imagem vemos quatro quadros de moldura preta com fotos de Simu Liu (homem amarelo, canadense de origem chinesa), Carla Diaz (mulher branca) e Leonardo Bittencourt (homem branco), Asa Butterfield (homem branco) e Mimi Keene e Andy Samberg (homem branco) e Andre Braugher (homem negro).
Destaques de Setembro de 2021: Shang-Chi, 8ª temporada de Brooklyn Nine-Nine, 3ª temporada de Sex Education e A Menina que Matou os Pais (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Marcela Zogheib)

O mês de setembro sediou a 73ª edição do Emmy, e a cobertura do Persona comentou sobre incontáveis produções indicadas e vencedoras do prêmio mais importante da Televisão, além de conteúdos com informações sobre as categorias e quem ficou de fora. Mas nem só de tapete vermelho vive um mês, e chegou a hora de comentar sobre as novidades de setembro no Cinema e na TV.

Grandes nomes do Cinema marcaram presença em lançamentos. A começar por Clint Eastwood que, no auge dos seus 91 anos, dirigiu e estrelou o filme Cry Macho, lançado nos cinemas e no HBO Max americano, trazendo uma perspectiva diferente de antigos papéis de sua carreira. Temos também My Son, thriller com a vencedora do Emmy Claire Foy e James McAvoy, que filmou o longa inteiramente sem ler o roteiro, experienciando todos os momentos junto à audiência, acompanhando a investigação do desaparecimento do filho do casal.

O HBO Max também foi o palco de Ryan Reynolds, Taika Waititi e Joe Keery, que compõem o elenco recheado de estrelas de Free Guy. A história de aventura conta a história de Guy, um caixa de banco que descobre ser um personagem de videogame. Indo da comédia para o mistério, M. Night Shyamalan dirige Gael Garcia Bernal, Eliza Scanlen e outros grandes atores no longa Tempo (Old), sobre uma praia deserta onde os visitantes envelhecem repentinamente.

Para já ir se preparando para o Halloween, os lançamentos de terror chegam em peso. Candyman, produzido pelo Jordan Peele e dirigido por Nia DaCosta, propõe uma volta ao clássico do gênero, e Maligno, novo filme de James Wan,  presta homenagem ao Cinema de Terror.

A Netflix, por sua vez, traz opções para todos os gostos, lançando Kate, filme de ação protagonizado por Mary Elizabeth Winstead, e Confissões de uma Adolescente Excluída, comédia baseada na obra de mesmo nome de Thalita Rebouças. Na onda de filmes sobre adolescência, Meu Nome é Badgá chega aos cinemas trazendo uma perspectiva diferente dessa fase, pelos olhos de uma skatista de 17 anos da periferia de São Paulo.

O Amazon Prime Video também chegou forte esse mês, com as duas partes que acompanham o julgamento do caso Richthofen, O Menino que Matou Meus Pais, contando a versão de Suzane, interpretada por Carla Diaz, e A Menina que Matou os Pais, acompanhando a perspectiva de seu namorado, Daniel Cravinhos. Além desses, The Voyeurs, inspirado em Janela Indiscreta,  entra no catálogo do streaming da Amazon, estrelando Justice Smith e Sydney Sweeney.

Apostando na música, o Prime também traz uma repaginada da clássica história de Cinderella, com covers de músicas pop interpretadas por sua protagonista Camila Cabello. E a terceira edição do desfile da Rihanna, Savage X Fenty Show Vol. 3, coloca grandes nomes nas passarelas, como Troye Sivan, Thuso Mbedu, e Symone e Gottmik de RuPaul’s Drag Race. E falando de drag, Todos Estão Falando Sobre Jamie conta, através de um musical, a jornada de um garoto que quer se tornar drag queen.

Já no streaming da Disney, a música ficou por conta de Billie Eilish e Happier Than Ever: Uma Carta de Amor para Los Angeles, que acompanha um show da artista, além de trazer uma animação através de suas canções. E quando podemos ensaiar uma volta aos cinemas com a vacinação avançando na nossa população – e mantendo o uso de máscaras, não custa reforçar -, a Marvel está de volta às telonas com Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, primeiro filme com um herói asiático do estúdio.

Na TV, RuPaul’s Drag Race All Stars 6 coroa, pela primeira vez, uma mulher trans, a vencedora Kylie Sonique Love. Enquanto isso, a segunda temporada do spin-off europeu Drag Race Holland, chegou repleto de brigas e reviravoltas (e também deu o prêmio à uma mulher trans).

Representando os documentários, Controlling Britney Spears, a continuação de Framing Britney Spears, saiu de surpresa. Mais uma vez produzido pelo The New York Times, o programa continua destrinchando a delicada situação vivida pela princesa do pop.

Setembro também foi o mês de despedida de algumas séries. A oitava e última temporada da amada Brooklyn Nine-Nine vem com mudanças motivadas pelos protestos contra violência policial e o movimento Black Lives Matter. E na Netflix, Lúcifer entrega sua 6ª temporada com um final cheio de significados. 

Para os fãs de comédia romântica, Sen Çal Kapimi, sensação da TV turca, lança a sua segunda temporada. A Hulu também vem com grandes sucessos em setembro. Reservation Dogs, produzida por Taika Waititi e original do FX, conta a história de jovens nativo-americanos que querem deixar a reserva onde vivem. Além dela, a minissérie Nine Perfect Strangers traz Nicole Kidman, Melissa McCarthy, Regina Hall e outros atores conhecidos de Hollywood em uma trama paradisíaca e bem misteriosa.

Animações também integraram o elenco de lançamentos de séries do mês. No Disney+, Monstros no Trabalho, um spin-off de Monstros S.A., mostra a vida de um jovem monstro recém formado que precisa se adaptar ao novo funcionamento da fábrica, que agora faz as crianças rirem. Star Wars: Visions, uma série de antologia em formato de curtas feita por estúdios de anime, brinca com o universo da franquia de George Lucas, enquanto Rick & Morty, no HBO Max, chega com sua 5ª temporada explorando ainda mais a conturbada relação de seus protagonistas.

A Netflix não brincou em setembro, e além dos filmes, o streaming trouxe muitas séries, começando por Q-Force, que acompanha um espião gay e sua equipe LGBTQIA+. Retornam Sangue e Água, depois do sucesso da primeira temporada, e Sex Education, que chega em sua terceira temporada com novas questões a serem discutidas, e com o primeiro personagem não-binárie da série, interpretado por Dua Saleh. 

O streaming também tem bastante conteúdo pra quem gosta de ação: o volume 1 da parte final de La Casa de Papel, uma das séries mais famosas da produtora, chega com episódios intensos e um desfecho surpreendente. Além de Round 6, produção coreana que é a febre do mês. Perto de assumir o posto de série mais assistida da plataforma, a história acompanha pessoas competindo em um jogo de sobrevivência por um prêmio milionário. Por fim, Missa da Meia-Noite: o novo terror dramático de Mike Flanagan, cheio de tensão e religião. Tudo isso e muito mais você confere no Cineclube de Setembro de 2021, sob a curadoria da Editoria do Persona e de seus Colaboradores

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O santo e o profano de Kanye West em Donda

Capa do CD Donda, do cantor Kanye West. Imagem quadrada, inteiramente preta.
Não, não é o seu navegador que não carregou a imagem, esta é a capa de Donda: preto, apenas preto (Foto: Def Jam/UMG Recordings)

Enrico Souto

Em discussões sobre Kanye West, normalmente encontram-se dois tipos de pessoas: aquelas que o consideram um gênio e visionário incompreendido, quase uma figura divina, e que suas atitudes questionáveis são na realidade apenas parte de sua eterna performance artística; e aquelas que acham sua arte irrelevante, superestimada, e que ele não passa de uma pessoa abominável que depende de suas ações reprováveis para se manter em alta. Nenhum dos dois discursos são verdadeiros, ao mesmo tempo que também o são. De todo modo, o cenário que rodeia o artista é bem mais complexo do que categorizações reducionistas.

Seu talento e o valor artístico de sua obra são inquestionáveis, e o jeito com que ele transformou a produção musical no rap e em gêneros derivados prova que ele é, de fato, um dos maiores e mais importantes artistas contemporâneos. Além de também ser uma das figuras cruciais para como a cultura pop se moldou no século XXI. O que não legitima seu endeusamento e a constante banalização de suas atitudes extra-música por fãs. Discutir sobre Kanye West é discutir sobre indústria musical, racismo, saúde mental, a função social de celebridades e a responsabilidade que ela carrega. E Donda trouxe intensamente todos esses temas à tona, de uma só vez.

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