Melhores discos de Setembro/2018

Xuxa votando (Reprodução)

Carlos Botelho, Gabriel Ferreira, Jho Brunhara e Leonardo Santana

Foi um mês longo. A briga entre Nicki Minaj e Cardi B já é lendária e Kanye West entrou em parafuso de novo. Em terras tupiniquins, a sensação do momento é o Dilmazap e muita gente se posicionou politicamente — quem preferia ficar em cima do muro não saiu ileso. Fora a volta d’A Fazenda. Musicalmente, setembro não foi tão frutífero. Mas, com tanta coisa acontecendo, quem teve tempo de ouvir música?

Outubro promete.

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Napalm Death: 30 anos depois, o barulho ainda é a resposta

Napalm Death
“A Terra de onde todos evoluímos / essa Terra em que todas as pessoas são oprimidas / oprimidas por pessoas que prosperam da exploração / oprimidas por aqueles que infestam suas mentes fracas” (Foto: Reprodução)

Gabriel Leite Ferreira

“A arte reflete a vida. Tempos extremos demandam respostas extremas. Silêncio é ridículo. Barulho é sempre a resposta.” Essa é a frase de abertura da biografia virtual do Napalm Death, pioneiros da música extrema – mais especificamente do grindcore, subgênero notório pela velocidade alucinante e vocais ininteligíveis. O grupo foi fundado em 1981 no interior da Inglaterra, mas somente em setembro de 1988 gravou sua obra definitiva, aquela que consolidou uma das formas mais peculiares de se fazer música pesada.

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Bloom: Troye Sivan floresceu

A quebra expectativas em Bloom (Reprodução)

Fellipe Gualberto

O primeiro single de Bloom, My My My!, foi lançado na madrugada de 10 de janeiro de 2018 e os fãs de Troye Sivan reagiram de uma maneira muito positiva, rasgando elogios ao cantor nas redes sociais. Mas o choque, com certeza, aconteceu.

O segundo álbum do cantor australiano tem muito pouco de Blue Neigborhood, sua estreia. No primeiro trabalho encontramos um garoto tímido, ainda muito inseguro com a sua homossexualidade, praticamente pedindo desculpas a todos por ser gay e perguntando a si mesmo se, após sua morte, irá para o Céu.
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Sweetener: doce ou amargo?

(Foto: Reprodução)

Guilherme Luis

“Sweetener”, o quarto álbum de Ariana Grande foi lançado em agosto envolto em muita expectativa, seja dos fãs ou da crítica. Isso porque o disco prometia muito por todo o material que fora lançado até então. Além disso, soma-se o fato de que esse é o primeiro trabalho da cantora após o atentado terrorista em seu show em Manchester e as entrevistas que ela mesmo deu afirmando de que esse seria seu disco mais pessoal… não deu outra: as esperanças e as pré-afirmações de que esse seria o melhor CD pop do ano não eram poucas. No que será que isso deu?

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“Nunca nos separamos, sempre fomos os Tribalistas!”

A tribo em uma só voz (Foto: Heloísa Manduca)

Heloísa Manduca

Tríade, trinômio, trindade, trímero, triângulo, trio, trinca, três, terno, triplo, tríplice, tripé, tribo. Os Tribalistas – Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte – se apresentaram no último sábado, 18 de agosto, no Allianz Parque em São Paulo. A turnê Juntos Somos Um Só faz parte do segundo álbum homônimo do grupo lançado no ano passado (2017).

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Em High as Hope, Florence traz seus pés de volta ao chão

Jho Brunhara

Revisitar as memórias problemáticas e traumáticas da adolescência não é um trabalho psicológico fácil, mas existem certas feridas que só podem ser curadas através de um coração aberto. Florence Welch está de volta, acompanhada de fantasmas da adolescência e seus sentimentos do agora, amadurecidos e transformados em música. Com um trabalho muito mais curto que os anteriores, a cantora escreve e coproduz as 10 faixas de High as Hope, trazendo elementos sonoros que dialogam com outros momentos de sua carreira.

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CHVRCHES está de volta e o amor está morto

Jho Brunhara

“Você alcançou tudo o que queria fazer?” Assim ecoa um dos primeiros versos do novo álbum da banda escocesa CHVRCHES, com a faixa “Graffiti”. Love Is Dead, lançado dia 25 de maio, retoma o synthpop tão conhecido pelos fãs. Formado por Lauren Mayberry, Iain Cook e Martin Doherty, o novo trabalho do grupo aborda relacionamentos,  além de refletir o atual cenário político do mundo, um olhar da banda sobre o caos do século XXI.

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João Rock 2018: A procura de uma reação

“Mas as pessoas na sala de jantar / Estão ocupadas em nascer e morrer”: o Tropicalismo completa 50 anos em 2018 (Foto: Reprodução)

Camila Araujo

A edição do João Rock 2018 homenageou o movimento tropicalista, que surgiu no final dos anos 60 representado, na música, por nomes como Tom Zé, Os Mutantes, Gilberto Gil, Caetano Veloso, entre outros. O movimento surgiu no auge da ditadura, em que a censura era uma frequência social. A turma da Tropicália clamava por sensibilidade, resistência e luta. Utilizavam-se de metáforas, performances, e diversos mecanismos para burlar o sistema. Não é por menos que Caetano e Gil foram exilados para a Inglaterra, além de muitos outros nomes a época.

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Vessel: o surgimento de Twenty One Pilots sem a perda de sua essência

Integrantes da banda Twenty one pilots: Tyler e Josh

Fellipe Gualberto

Tyler Joseph e Josh Dun não estavam muito seguros quando assinaram contrato com a gravadora Fueled by Ramen (conhecida por Paramore e Panic! at Disco) fato que deu origem ao álbum Vessel, há 5 anos. Os integrantes de Twenty One Pilots pensavam que a chance de sucesso trazida pela gravadora poderia significar a perca da liberdade artística.

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Ainda não nos livramos da raiva de PJ Harvey

Anti-musa: um dos cliques mais conhecidos de PJ Harvey, feito ainda em 92 (Reprodução)

Nilo Vieira

Polly Jean Harvey já havia experimentado sucesso considerável com Dry (1992). O poder de seu disco de estreia lhe rendeu espaço no Reading Festival naquele ano, além de aclamação crítica. O simbolismo erótico das letras dialogava de forma sublime com o instrumental cru, união da melancolia do blues e a urgência do punk. O rock sempre esteve relacionado com sexo, e PJ Harvey inseriu o ponto de vista feminino em linguagens (verbais, sonoras e corporais) cirúrgicas para a geração alternativa dos anos 90.

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