O oitavo álbum de Rihanna, ANTI, completa seu quinto aniversário neste dia 28 de janeiro. Sob o selo da sua própria gravadora, Westbury Road Entertainment, o CD se tornou em pouco tempo um ícone musical, o que já é esperado da barbadiana que faz sucesso com tudo o que lança, desde a sua estreia no cenário. Marcado pela sua mistura de R&B contemporâneo com pop – e algumas outras influências -, o trabalho apresenta uma Rihanna madura, confiante e com mais controles de sua própria carreira.
A melhor parte de entrar em contato com gêneros, ritmos e cantores que não estamos acostumados a escutar é ter uma experiência totalmente nova, que se intensifica de acordo com nossa entrega. E nada seria mais intenso do que Punisher, de Phoebe Bridgers. O disco que concorre a Melhor Álbum de Música Alternativa noGrammy 2021 é uma descoberta transcendental de entrega e história, embalada pela mais perfeita melodia. Novo, fresco e autêntico, ele encanta por elevar a todas as potências sem perder a mão.
No longínquo ano de 2011, o programa The X-Factor UK era protagonizado por quatro jovens mulheres: Jade Thirlwall, Leigh-Anne Pinnock, Jesy Nelson e Perrie Edwards, integrantes do recém formado Little Mix. A única girlband a vencer a competição manteve-se no mercado mesmo com o fim do programa, e hoje seu sucesso é comparável às Spice Girls, ícone pop dos anos noventa.
Agora, pela primeira vez na gravadora Columbia Records, é lançado o álbum de estúdio da banda, Confetti. Com uma estética disco e toques dopop chiclete, o CD aborda temas como amor próprio, superação, renovação, independência e clichês da indústria musical. Contudo, 2020 trouxe aos fãs do Little Mixnão apenas uma nova obra, mas também o fim da formação original da banda.
São poucos os artistas que alcançam um patamar de grandeza tão alto a ponto de se tornarem reconhecidos no mundo todo por seu talento. Mais raro ainda são aqueles que agradam a todos, tamanha sua qualidade, e quase impossível aqueles que atingem tudo isso com uma carreira de apenas dois álbuns. Mas contradizendo as possibilidades, Adele cumpriu esse feito com o marcante, esplendoroso e inconfundível 21 (2011). Chega a faltar palavras para descrever toda a magnitude do disco que consagrou a cantora há 10 anos.
Números, muitos números. É assim que somos introduzidos à Anitta no primeiro episódio do documentário Anitta: Made in Honório. As visualizações, seguidores e parcerias internacionais aparecem na tela, mostrando de forma orgulhosa as conquistas da cantora durante sua carreira, praticamente um currículo.
Depois do sucesso de Vai Anitta, a Netflix decidiu repetir a dose e apresentou para os seus assinantes mais uma série biográfica da cantora pop brasileira mais famosa da atualidade. Essa dose, assim como na primeira vez, veio batizada com algumas pitadas de autopromoção, basta saber se foi uma estratégia que se camuflou o bastante para não ser notada.
A introspecção e a melancolia ganham espaço em Circles, álbum póstumo do rapper Malcolm James McCormick, mais conhecido como Mac Miller. Lançadas em 17 de janeiro de 2020, as faixas, finalizadas pelo produtor Jon Brion, contém cada pedaço da mente de um cantor e compositor brilhante, porém acompanhadas de todos os seus problemas pessoais, que ficaram ainda mais claros após esse grande monólogo de Mac.
Frio na barriga, emoções à flor da pele e liberdade. Essas sensações características de uma viagem em alto mar são as mesmas presentes em Margem, Finda a Viagem, lançado em 2020 por uma das mulheres mais respeitadas do cenário musical brasileiro, a cantora, compositora e instrumentistaAdriana Calcanhotto. Contando com uma rica discográfica com mais de 20 discos, ela começou sua trilogia pelo mar em 1998 com o CD Maritmo, dez anos depois, em 2008, lançouMaré, e em 2019 encerrou a trilogia com Margem. Agora nos presenteia com seu maior trabalho fora de estúdio, o CD e DVD Margem, Finda a Viagem; que é não apenas o DVD de Margem, como também o registro dos maiores sucessos presentes nos três trabalhos.
Post Malone é um hitmaker de mão cheia. Essa máxima vem sendo comprovada desde 2016, com o lançamento do seu primeiro disco, o Stoney, quando emplacou a faixa Congratulations no topo das paradas. Em 2018, o sucesso se manteve com Better Now e rockstar, que permanecem em alta até hoje, dando a sensação de terem surgido apenas a dias atrás.
Ao mesmo passo que Austin Richard Post (nome de batismo do cantor) produzia grandes hits, também revelava letras sem muita profundidade ou diferencial para o meio. Mulheres, festas, drogas, bebidas e luxos da fama, una esses tópicos a batidas dançantes de trap e você tem quase a discografia completa do nova iorquino. E, para quem esperava ouvir apenas mais do mesmo, Hollywood’s Bleeding chega a ser surpreendente.
O Grammy nos proporciona a possibilidade de explorar diferentes gêneros musicais, selecionando, em teoria, o melhor de cada ramo. A lista de indicações nunca é harmônica e pode gerar mais ou menos discórdia dependendo dos esnobados da vez. Ainda assim, alguns nomes são unanimidade e, neste ano, entre eles está Ingrid Andress e sua poesia countryintitulada Lady Like. O disco concorre como Melhor Álbum Country na premiação de 2021 e também rende a cantora a indicação de Artista Revelação.
2020 começou chutando as portas dos eventos inéditos. No Oscar, Parasita abocanhou a estatueta mais importante da noite; no Grammy, Billie Eilish quebrou um recorde de 39 anos e se tornou a primeira mulher a ganhar o Big Four, os quatro prêmios principais, em uma mesma noite (Álbum do Ano, Gravação do Ano, Música do Ano e Artista do Ano).
E um pouco depois disso o mundo acabou.
A partir de março nos vimos num limbo temporal e espacial, onde a arte era a nossa melhor amiga, nossa única distração, nossa única oportunidade de viajar, e tudo mais que você já deve ter cansado de ler nesse ano. Sem a possibilidade de fazer shows, assistimos pequenos e grandes artistas se virarem nos 30 com lives diversas. Os nomes gigantes do mainstream perderam uma receita ou outra nesse tempo, mas é com os independentes que devemos nos preocupar. Sem dinheiro não há música, e é agora que saberemos as consequências reais disso tudo. Por enquanto, só podemos esperar que as promissoras vacinas façam o segundo semestre de 2021 seguro o suficiente para retornarmos com os shows.
Para os que tinham estrutura e condições de produzir em casa, 2020 foi mais interessante. Charli nos deu o colaborativo how i’m feeling now e Taylor surpreendeu o mundo com seu folkloree o novíssimo evermore (e dizem as línguas que a terceira irmã está vindo). No Brasil, vimos artistas como Silva, Sandy e Adriana Calcanhotto também lançarem seus projetos frutos do isolamento social.
O dia infinito que foi 2020 ainda trouxe mais uma porrada de coisas: a volta bíblica de Fiona Apple e a primeira nota 10 em uma década, da impiedosa Pitchfork; a xenofobia sofrida por Rina Sawayama ao ser considerada ‘não elegível‘ para o British Music Awards mesmo sendo britânica; o racismo sofrido por The Weeknd ao não ser indicado ao Grammy 2021 nas categorias principais; a febre de documentários de artistas (Ariana Grande, Shawn Mendes, BLACKPINK, Taylor Swift…); e tantos outros acontecimentos.
Justin Timberlake já dizia em seu The 20/20 Experience: o ontem é história e o amanhã é um mistério. Se 2021 vai ser melhor? Torcemos que sim. Por agora, você pode conferir Os Melhores Discos e EPs que salvaram o apocalíptico ano de 2020, elencados pela Editoria do Persona e por nossos colaboradores.