Melhor Figurino: A importância do costume design no audiovisual vai além do Oscar

Em 2022, a categoria de Melhor Figurino sequer foi transmitida ao vivo durante o Oscar (Arte: Nathália Mendes)

Costanza Guerriero

Eu não sou uma estilista. Eu uso as roupas para contar histórias”, disse a figurinista Jenny Beavan após ganhar o Oscar de Melhor Figurino pelo filme Cruella. Sua frase define bem o que a categoria representa, ou deveria representar, dentro da indústria cinematográfica. A Moda pela Moda deixa de existir em nome da Sétima Arte e se transforma em uma linguagem visual com um único objetivo final: contar uma história. Desde os primórdios da interpretação, do teatro ao começo do Cinema, o figurino está presente como um elemento essencial na construção de uma narrativa. Ainda assim, a categoria parece ser uma das menos prestigiadas, como ficou claro no Oscar de 2022, quando ficou entre as oito a serem premiadas fora da transmissão ao vivo.

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Sra. Harris Vai a Paris e a classe trabalhadora vai às ruas

Cena do filme Sra. Harris Vai a Paris. Na imagem está Ada Harris provando um vestido Dior. Ela é uma mulher branca de cabelos loiros presos em um lenço, o vestido é verde esmeralda com bordados dourados e uma saia irregular com estrutura de trapézio. Ao fundo estão Marguerite, Fabre e uma costureira analisando a prova da roupa.
30 anos depois, Sra. Harris Vai a Paris reescreve a história de Um Sonho em Paris e conquista um lugar no Oscar 2023 (Foto: Universal Studios)

Jamily Rigonatto

Arrumar a bagunça de patricinhas pomposas, fazer camas com edredons importados e esperar a boa vontade de megeras para receber o próprio pagamento são algumas das normalidades do dia a dia de Ada Harris (Lesley Manville). A viúva trabalha como faxineira e, apesar das inconveniências da rotina, leva a vida com um bom humor ímpar. Mas a satisfação com o mediano muda quando seu caminho veste toda a elegância da moda parisiense e a habitualidade dá lugar aos sonhos. Em uma aventura à francesa, Sra. Harris Vai a Paris costura entre rendas e bordados uma história brilhante. 

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Lady Gaga exorciza Casa Gucci

Em nome do Pai, do Filho e da Casa Gucci (Foto: Metro-Goldwyn-Mayer Pictures)

Ana Júlia Trevisan

Uma história de glamour, cobiça, loucura e morte. Esse foi o subtítulo dado ao livro que inspirou Ridley Scott a dirigir uma das adaptações mais aguardadas do ano: Casa Gucci. A grife italiana, fundada em 1921, é um majestoso império da Moda e uma das marcas mais valiosas do mundo, cujo nome carrega um grande escândalo. Em 27 de março de 1995, Maurizio Gucci, herdeiro da empresa, foi assassinado a mando de sua ex-esposa Patrizia Reggiani. 

Legado e família são os fragmentos mais necessários para entender a estrutura maquiavélica do império Gucci, mas o que chegou aos cinemas em 25 de novembro não se ajusta aos dois poderes. Os direitos para a produção do filme foram comprados em 2006, e de lá pra cá, nomes como Angelina Jolie e Leo DiCaprio foram cotados para os papéis principais. O ano de 2021 finalmente trouxe o filme para as telonas, protagonizado por Lady Gaga e Adam Driver. Mas, para lidar com o longa, é necessário fazer o mesmo processo de periciamento de um delito.

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Depois de muita luta, Diretoria celebra os dias de glória de Tasha & Tracie

A imagem é uma fotografia das gêmeas Tasha e Tracie. Em primeiro plano, ao lado esquerdo está Tasha, uma mulher preta de pele clara e cabelos compridos cacheados, com olhos castanhos escuro, possui piercing no nariz, veste uma roupa típica de passistas no carnaval formada por um sutiã de pedrarias e um adereço de pedrarias na cabeça. Ela possui algumas tatuagens visíveis pelo corpo e suas mãos estão posicionadas na altura dos seios. Ao seu lado sua irmã Tracie, gêmea idêntica, uma mulher preta de pele clara e cabelos compridos cacheados com olhos castanhos escuros, veste uma roupa típica de passistas do carnaval similar a de Tasha, com pedrarias. Ela também possui algumas tatuagens visíveis, suas mãos estão posicionadas uma em seu rosto e outra na altura dos seios. A foto está em preto e branco, e não há fundo aparente.
As irmãs Tasha e Tracie, filhas de pai nigeriano e mãe brasileira, lançam o EP Diretoria e levam todo o poder de Peri, Zona Norte de SP, para o mundo (Foto: Tasha e Tracie/Ceia Ent.)

Geovana Arruda

Os dias de glória e as rimas sem censura das gêmeas Tasha e Tracie Okereke tornaram Diretoria uma obra-prima do começo ao fim. Desde o lançamento, no dia 19 de agosto de 2021, as paulistanas da Zona Norte conquistaram os fãs e as paradas das plataformas de streaming com verdadeiros hits que ilustram suas conquistas como as poderosas “pretas, chave da favela”. Após o lançamento de Rouff em 2018, as irmãs apresentam majestosamente Diretoria, composto por 7 faixas com o selo da Ceia Ent., coletivo de hip hop que possui grandes lançamentos como JOVEM OG, do rapper Febem, e NU, de Djonga.

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Savage X Fenty Show é um espetáculo que celebra todos os tipos de corpos

Cena do Fenty X Savage Show. Uma mulher negra, gorda, de cabelos pretos e grandes, usando um sutiã e saia azuis metálicos desfilando entre dez dançarinas, usando macacões azuis. Ao lado delas há corrimões e luzes azuis ao fundo.
Savage X Fenty Show é a combinação perfeita de moda e coreografia (Foto: Amazon Prime Video)

Luisa Rodrigues

Em 2017, Rihanna fundou sua marca de beleza Fenty Beauty e passou a se dedicar ao empreendimento. Expandindo seus negócios, um ano depois, ela lançou a linha de lingerie Savage X Fenty. A partir de 2019, os desfiles da marca começaram a ser lançados pelo streaming Amazon Prime Video e, no dia 24 de setembro deste ano, o terceiro volume do show chegou ao serviço, mais uma vez com um belo desfile de Moda imersiva e inovadora, combinando Música, coreografia e performances incríveis. 

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Linear e objetivo, o final de The Bold Type mostra a importância de nos escolhermos em primeiro lugar

A imagem é uma fotografia das três protagonistas da série. Em primeiro plano à esquerda, a personagem Kat, uma mulher preta de cabelos e olhos castanhos escuros, veste um sobretudo cinza e branco, botas pretas, está sentada de pernas cruzadas em cima de um balcão de bebidas. Ao centro a personagem Jane, uma mulher branca de olhos verdes, veste blazer e calça rosa, está em pé segurando um drink. à direita, a personagem Sutton, uma mulher branca, loira, de olhos azuis, veste um vestido branco e salto prata, está sentada em cima do balcão de bebidas com as pernas semi abertas.
The Bold Type estreou em 2017 nos EUA mas chegou no catálogo da Netflix brasileira apenas em maio de 2021 (Foto: Freeform)

Geovana Arruda

O felizes para sempre teve vez na última temporada de The Bold Type. Com  fechamento de ciclos, remember de cenas icônicas da série e mais reflexões de problemas da atualidade, o gostinho de final para as garotas da grande Nova York foi completo, conciso e deixará saudades. A série, que chegou este ano no catálogo da Netflix, está conquistando os amantes de uma boa comédia, principalmente aqueles que sentem saudade das primas, Gossip Girl e Girl Boss.  

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Halston tem pressa demais

Cena da série Halston. Ewan McGregor, um homem branco, ruivo, de paletó e gravata vermelha está posicionado no centro, da cintura para cima. Atrás, também podemos ver várias reproduções de Ewan, todos usando a mesma roupa.
“Halston today. Halston tomorrow. Halston forever.”; a biografia do estilista garantiu 5 indicações ao Emmy 2021 (Foto: Netflix)

Caroline Campos

Extravagante, icônico e controverso. A descrição pode ser facilmente aplicada a Ryan Murphy e suas criações, mas não há ninguém que contemple mais intensamente os três adjetivos do que o protagonista de sua nova minissérie: Halston. O rosto esquecido da moda americana, dono de um legado perdido e uma existência dramática, é tudo, menos comum. Halston chegou de mansinho no catálogo da Netflix – muito diferente do estardalhaço que o estilista fez no cenário frenético dos anos 70 – e, protagonizada por Ewan McGregor, voltou novamente os holofotes para a vida autodestrutiva daquele que revolucionou a forma como o mundo olhava para o estilo estadunidense.

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Lizzie McGuire: 20 anos nos ensinando do que sonhos são feitos

Hilary Duff e sua mini versão (Foto: Reprodução)

Marcela Zogheib

O ano é 2001 e você liga sua TV às 18h no Disney Channel para assistir Zapping Zone. Quem nasceu neste século talvez tenha chegado um pouco atrasado pra festa e lembre mais de Hannah Montana, Os Feiticeiros de Waverly Place e Sunny Entre Estrelas, mas pra quem, assim como eu, faz parte do grupo chato de pessoas que se orgulha em ter nascido no fim dos anos 90, precisamos comemorar os 20 anos de uma das obras precursoras do Disney Channel: Lizzie McGuire.

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Lady Like: porque força e feminilidade andam juntas 

Capa do álbum Lady Like. A imagem mostra Ingrid Andress com um blazer de listras brancas e douradas abertas. Ela usa um colar de pérolas e tem os cabelos loiros, ondulados e soltos. Ela está em uma espécie de janela e em volta há diversas plantas, todas verdes.
“Polêmico, tão franco/Disseram-me que não sou elegante” (Foto: Warner Music Nashville)

Ana Laura Ferreira

O Grammy nos proporciona a possibilidade de explorar diferentes gêneros musicais, selecionando, em teoria, o melhor de cada ramo. A lista de indicações nunca é harmônica e pode gerar mais ou menos discórdia dependendo dos esnobados da vez. Ainda assim, alguns nomes são unanimidade e, neste ano, entre eles está Ingrid Andress e sua poesia country intitulada Lady Like. O disco concorre como Melhor Álbum Country na premiação de 2021 e também rende a cantora a indicação de Artista Revelação.

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Os 10 anos de Lady Gaga e como ela mudou a cultura pop para sempre

(Foto: Divulgação)

Jho Brunhara

Em 2018, ano que marca 10 anos de carreira da cantora Lady Gaga, o sucesso de crítica e público do filme Nasce Uma Estrela e da trilha sonora – especialmente da música Shallow –, provam que Gaga termina sua primeira década como uma artista completa: duas indicações ao Globo de Ouro, cinco ao Grammy e quase 11 semanas no topo do iTunes Mundial.

Colhendo ainda frutos do seu primeiro álbum, The Fame, que completou uma década, e comemorando 5 anos do lançamento do ARTPOP, Gaga acaba de iniciar seus shows fixos de residência em Las Vegas com um contrato milionário. Mas nem só do presente se faz uma artista: o que torna Lady Gaga tão memorável, mesmo com tantos altos e baixos na carreira? A resposta está em toda sua construção artística: o impacto na cultura pop.

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