grown-ish: crescer é assustador e maravilhoso

Cena de grown-ish. Nela está a foto de uma mulher negra, de cabelo cacheado preso em um coque alto. Ela veste uma regata marrom por cima de uma camisa branca e rosa listrada, com um conjunto de brincos de argolas douradas. Ela olha para uma garota na sua frente, que só é possível ver parte das costas e do cabelo. O fundo está desfocado.
O terceiro ano do spin-off de black-ish ganha sua primeira indicação ao Emmy em 2021 (Foto: Freeform)

Mariana Chagas

Sair da casa dos pais não é fácil. Apesar de muitos jovens crescerem sonhando com a tão desejada liberdade, ela vem com obstáculos que nos fazem ter vontade de correr de volta para nossa cidade natal constantemente. A verdade é que não importa o quanto planejamos e tentamos manter uma estabilidade, em algum momento tudo desmorona. E é nesse momento de muita confusão que a irmã mais velha dos Johnson se encontra.

Zoey cresceu sendo mimada pelo pai, obedecida pelos caçulas e popular na escola. Acompanhamos a personagem de Yara Shahidi durante as temporadas iniciais de black-ish sendo um grande destaque da história. Passando de uma adolescente dramática para uma jovem mais dramática ainda, quando entra na faculdade a menina tem um brusco choque de realidade.

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Os Melhores Discos de 2020

Arte retangular com fundo azul. No canto superior esquerdo, foi adicionado o texto "OS MELHORES DISCOS DE 2020" em azul, dentro de um retângulo na cor preta. No canto inferior esquerdo, foi adicionado o logo do Persona. No canto inferior direito foi adicionado uma colagem com 9 artistas, em ordem: Taylor Swift, Rina Sawayama, Phoebe Bridgers, Fiona Apple, BK', Chloe x Halle, Kali Uchis e Letrux.
Destaques de 2020: Taylor Swift, Rina Sawayama, Phoebe Bridgers, Fiona Apple, BK’, Chloe x Halle, Kali Uchis e Letrux (Foto: Reprodução)

2020 começou chutando as portas dos eventos inéditos. No Oscar, Parasita abocanhou a estatueta mais importante da noite; no Grammy, Billie Eilish quebrou um recorde de 39 anos e se tornou a primeira mulher a ganhar o Big Four, os quatro prêmios principais, em uma mesma noite (Álbum do Ano, Gravação do Ano, Música do Ano e Artista do Ano).

E um pouco depois disso o mundo acabou.

A partir de março nos vimos num limbo temporal e espacial, onde a arte era a nossa melhor amiga, nossa única distração, nossa única oportunidade de viajar, e tudo mais que você já deve ter cansado de ler nesse ano. Sem a possibilidade de fazer shows, assistimos pequenos e grandes artistas se virarem nos 30 com lives diversas. Os nomes gigantes do mainstream perderam uma receita ou outra nesse tempo, mas é com os independentes que devemos nos preocupar. Sem dinheiro não há música, e é agora que saberemos as consequências reais disso tudo. Por enquanto, só podemos esperar que as promissoras vacinas façam o segundo semestre de 2021 seguro o suficiente para retornarmos com os shows.

Para os que tinham estrutura e condições de produzir em casa, 2020 foi mais interessante. Charli nos deu o colaborativo how i’m feeling now e Taylor surpreendeu o mundo com seu folklore e o novíssimo evermore (e dizem as línguas que a terceira irmã está vindo). No Brasil, vimos artistas como Silva, Sandy e Adriana Calcanhotto também lançarem seus projetos frutos do isolamento social.

O dia infinito que foi 2020 ainda trouxe mais uma porrada de coisas: a volta bíblica de Fiona Apple e a primeira nota 10 em uma década, da impiedosa Pitchfork; a xenofobia sofrida por Rina Sawayama ao ser considerada ‘não elegível‘ para o British Music Awards mesmo sendo britânica; o racismo sofrido por The Weeknd ao não ser indicado ao Grammy 2021 nas categorias principais; a febre de documentários de artistas (Ariana Grande, Shawn Mendes, BLACKPINK, Taylor Swift…); e tantos outros acontecimentos.

Justin Timberlake já dizia em seu The 20/20 Experience: o ontem é história e o amanhã é um mistério. Se 2021 vai ser melhor? Torcemos que sim. Por agora, você pode conferir Os Melhores Discos e EPs que salvaram o apocalíptico ano de 2020, elencados pela Editoria do Persona e por nossos colaboradores.

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Ungodly Hour: a emancipação das irmãs Bailey

Capa do segundo álbum de estúdio da dupla formada por Chloe e Halle Bailey (Foto: Reprodução)

Caio Savedra

Surgindo a partir de uma carreira nativa da internet, o álbum Ungodly Hour, da dupla Chloe X Halle, entrega diversos pontos positivos de se admirar, mas, acima de tudo, serve como uma emancipação artística das irmãs para além do papel de protegidas e apadrinhadas por Beyoncé. Crescidas no meio artístico, é notável a desenvoltura que as artistas têm, basta assistir qualquer uma das várias apresentações recentes. Com uma carreira que conta com aparições em filmes e apresentações musicais desde crianças, foi através de covers no YouTube que começaram a se destacar na música.

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