I like it when you sleep: 5 anos de um massacre

Capa do álbum I like it when you sleep, da banda The 1975. A capa é um quadrado claro e mostra uma estrutura retangular apoiada num pano. Os lados do retângulo estão acesos na cor rosa claro, o fundo é bege e o chão é branco. Vemos um fio saindo do retângulo e no centro dele está The 1975 em luz rosa claro.
“Eu suponho que você não saiba para onde esse trem vai” (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Ninguém estava preparado para o show que o quarteto conhecido como The 1975 armaria em seu segundo trabalho de estúdio. I like it when you sleep, for you are so beautiful yet so unaware of it, que nasceu em 26 de fevereiro daquele profético 2016, completa cinco anos refletindo com veemência a narrativa que a banda começou no início da década e finalizou cruelmente no ano passado.

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Everyday Life e o novo testamento de Coldplay

Fotografia colorida da banda Coldplay. Os quatro membros da banda estão sentados em cadeiras de madeira lado a lado em cadeiras de madeira segurando seus instrumentos dentro de uma sala. Primeiro, à esquerda, está Will Champion, um homem branco, careca e de barba ruiva, que veste uma camisa branca e um blazer preto. Ele está cantando, de olhos fechados, e tocando o surdo da bateria que tem uma estampa de mapa-mundi. Ao lado dele, está o baixista Guy Berrymen, um homem branco de barba e cabelos curtos castanho escuros. Ele toca seu instrumento, que é alaranjado, e veste uma camisa de manga longa e calças pretas. Ao lado dele, está o vocalista Chris Martin, um homem branco de cabelos loiros e olhos azuis. Ele está cantando, olhando para cima, vestindo um terno preto com uma rosa vermelha no bolso do paletó. Depois dele, no lado direito da imagem, está o guitarrista Johnny Buckland, um homem branco de cabelos ruivos. Ele toca seu instrumento olhando para o lado direito da imagem e veste uma camisa branca e um colete preto. A sala em que a banda está tem paredes cinzas e uma iluminação amarelada atrás deles.
O oitavo disco da banda britânica foi lançado em novembro de 2019 e é um dos indicados a Álbum do Ano no Grammy 2021 (Foto: Reprodução)

Raquel Dutra

É quase impossível pensar em Coldplay sem associar o grupo às suas costumeiras melodias enérgicas, letras imaginativas e canções vívidas encaixadas dentro de um pop eletrônico que colocou arenas inteiras em estado de catarse nos últimos dez anos. Antes de desviar-se por essa direção, a banda fez seu nome com um rock alternativo sentimental, poético e igualmente atraente com seu álbum de estreia em 2000 e através dos outros dois que o seguiram, estourando com algo mais pop em 2008. O que veio depois disso é alvo de opiniões fortes, mas apesar das inconsistências que a arte de uma banda altamente vendável vivencia ao decorrer dos anos e das respostas conflitantes que podem surgir do público e da crítica, o sucesso que o grupo conseguiu construir em suas diferentes identidades é um fato inquestionável.  

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Euphories e a exaltação nostálgica dos anos 80

Capa do álbum Euphories. Mostra uma mulher branca de cabelos castanhos soltos, que usa uma camiseta e shorts brancos, abraçando por tás um homem, também branco e de cabelos castanhos curtos, que usa uma blusa de mangas compridas e uma calça, ambas brancas. Ao fundo vemos uma janela, cortinas, uma cômoda e um relógio na parede, todos brancos. A capa é iluminada por luzes rosa e azul neons. No topo da imagem está escrito Videoclub em letras garrafais azuis e logo abaixo está escrito Euphories em branco.
“Não quero cair no seu esquecimento/ Deixe-me vagar por suas noites” (Foto: Reprodução)

Ana Laura Ferreira

Nos últimos anos, vimos explodir uma aura nostálgica que cerca a década de 1980. De influências musicais à moda e cinema, a estética da época é reaproveitada aos montes numa tentativa de trazer toda a sua magia para o momento atual, o que por vezes não passa de uma cópia barata do que funcionava anos atrás. É certo que alguns artistas conseguem refrescar suas influências e apresentar obras primas como After Hours, de The Weeknd, enquanto outros apenas se perdem em meio a referências. Para a nossa sorte, Euphories sabe onde pisa e desfila pela década com a confiança necessária para entregar algo novo e ainda old school

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Um novo Diomedes Chinaski surge em A Vida Ainda Pode Ser Bela

A vida ainda pode ser bela se eu fizer dinheiro/Primeiro família, depois o amor verdadeiro/A grana se esconde, você tem ir pelo cheiro 

Cena do clipe Adão e Eva (Foto: Reprodução)

Elder John

No início de fevereiro, Diomedes Chinaski lançou a mixtape A Vida Ainda Pode Ser Bela e se mostrou um artista completo. O rapper manteve seu nível musical, mas agora com uma visão de mundo um pouco diferente nas letras. O trabalho conta com 7 faixas e já tem 2 clipes disponíveis no canal do artista no YouTube. Nas participações, temos o Moral e Raz Tarcisio, que já haviam trabalhado com o aprendiz em outras produções. Além da análise, trago uma entrevista exclusiva que fiz com o artista sobre o álbum.

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AmarElo: tudo o que ‘nóis’ tem é ‘nóis’

Parte do pôster do documentário AmarElo - É Tudo Pra Ontem. A imagem exibe o rosto de Emicida de perfil, virado para o lado esquerdo da imagem. O artista é negro e tem cabelos cacheados soltos, mas curtos. Emicida também usa um óculos de grau redondo e fino e uma blusa, mas é fotografado apenas do ombro para cima. Atrás dele, existe um fundo cinza e no meio um coração amarelo iluminado gigante. A foto está em tons preto e cinza e somente o coração amarelo ilumina e colore a imagem.
O documentário AmarElo – É Tudo Pra Ontem estreou no catálogo da Netflix no dia 8 de dezembro de 2020 (Foto: Reprodução)

Gabriel Gomes Santana

O recente documentário AmarElo – É Tudo Pra Ontem foi aclamado quase por unanimidade. A produção original da Netflix exibe o evento de estreia do mais recente álbum do rapper Emicida, AmarElo. O artista reúne todas as pessoas que, durante muito tempo, não tiveram a oportunidade de sequer pisar no Theatro Municipal, principal símbolo da cultura erudita do país. Emicida nos revela o porquê de suas letras, mensagens, parcerias e missões. Mais do que isso, o show traz um profundo sentimento de esperança aos seus espectadores. Ao mesmo tempo que evidencia os diferentes males que assolam nosso país, também constrói um forte apelo à esperança de tentar mudar esse cenário. 

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Charli XCX e O álbum dos álbuns de quarentena

Capa do álbum how i'm feeling now, da artista Charli XCX.A imagem se trata de uma fotografia, onde é possível enxergar uma mulher jovem de 28 anos, com cabelos pretos e pontas descoloridas, vestindo apenas um cropped branco e uma calcinha também branca. Ela está deitada em uma cama com lençóis e travesseiros brancos também. A garota segura uma pequena câmera tipo filmadora em sua mão direita. No lado esquerdo da capa do disco tem o inscrito How I'm feeling now.
Capa do álbum how i’m feeling now (Foto: Reprodução)

Leandror Oliveira

how i’m feeling now, como o nome sugere, é uma obra sobre o agora. Ou pelo menos, o agora de 2020. O quarto álbum de Charli XCX, lançado em maio, traz um lado mais intimista e livre da cantora em seu período isolada. Gravado em casa e sendo inteiramente produzido dentro de 6 semanas, vemos uma extensão do seu aclamado último trabalho Charli de 2019, com a adição de altas doses de experimentação e melancolia de quarentena.

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Atenta e forte, Gal celebra seu aniversário ao lado da nova geração

Capa do disco Nenhuma Dor. A arte é uma montagem de fotos da cantora Gal Costa. Nos quatro cantos temos pedaços de fotos dela em preto e branco. Na parte central vemos uma foto do rosto de Gal em preto e branco, ela tem expressão séria e seu cabelo está armado. No canto esquerdo lê-se em vermelho “NENHUMA DOR”. Na parte superior lê-se em vermelho “Rodrigo Amarante, Silva, Criolo, António Zambujo, Zé Ibarra, Seu Jorge, Tim Bernardes, Rubel, Jorge Drexler, Zeca Veloso” também lê-se em preto “GAL”. No lado esquerdo lê-se em vermelho “Avarandado, Só Louco, Paula e Bebeto, Pois É, Meu Bem Meu Mal, Juventude Transviada, Baby, Coração Vagabundo, Negro Amor, Nenhuma Dor”. Na parte inferior nota-se manchas de aquarela nas cores vermelho, laranja e amarelo”
Nenhuma Dor é o projeto de quarentena de Gal Costa, ele nasceu após a cantora notar que os jovens estavam cada vez mais próximos a sua obra (Foto: Thereza Eugenia/Arte: Omar Salomão)

Ana Júlia Trevisan

O nome dela é Gal, nasceu na Barra Avenida, Bahia, acredita em Deus, gosta de baile e cinema. Admira Caetano, Gil, Roberto, Erasmo, Paulinho da Viola, Rogério Duprat. E, comemorando seus 75 anos, mostrou que também admira Rodrigo Amarante, Zeca Veloso, Seu Jorge, Zé Ibarra, Jorge Drexler, Rubel, Tim Bernardes, Criolo, António Zambujo e Silva. Dando continuidade ao projeto intitulado Gal 75, que se iniciou com uma live em setembro no dia do aniversário da cantora e, agora, oficialmente recebeu o nome de Nenhuma Dor. Gal Costa convidou nomes da MPB que não fazem parte de sua geração para duetos apaixonantes de grandes clássicos de sua obra.

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Sem pudor, DEMIDEVIL transmite uma mensagem de empoderamento feminino e contra o machismo

 Capa do CD Demidevil. Arte gráfica com o fundo de nuvens cor de rosa. Na parte central está a personagem Ashnikko. Uma mulher branca, de longos cabelos azuis. Ela veste um maiô branco e rasgado com acessórios em preto e está calçando grandes botas na cor azul. Na sua mão direita está segurando uma bazuca rosa que está disparando um raio laser azul claro. Ela está montada em uma dragão verde que tem o rosto da personagem. Na parte superior pode-se ler “Demidevil” em um estilo gótico na cor prata.
A rapper em ascensão Ashnikko conta, em meio a um visual influenciado pelos animes, a luta de uma anti-heroína no combate ao machismo, enquanto ainda precisa lidar com suas desilusões amorosas (Foto: Reprodução)

Gabriel Brito de Souza

Para aqueles que ainda não conhecem a voz por trás de DEMIDEVIL, aqui vai uma breve introdução: Ashton Nicole Casey nasceu em uma pacata cidade no interior da Carolina do Norte, EUA, e foi ainda na adolescência que escutou, pela primeira vez, as músicas da rapper britânica M.I.A, e, a partir de então, apaixonou-se pelo rap. Porém, aos seus 13 anos, mudou-se com a família para a Estônia e, posteriormente, para a Letônia, onde sua dificuldade com a língua e o conservadorismo do país para com suas composições fez com que viajasse para Londres, aproximando-se cada vez mais da música.

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Nota Musical – Janeiro de 2021

Arte retangular vermelha. No lado esquerdo, foi adicionado o texto "nota musical - janeiro de 2021" e o logo do Persona. No lado direito, foi adicionado a capinha de um CD transparente. Dentro, foi adicionado um disco com quatro fotos: Arlo Parks, Olivia Rodrigo, ANAVITÓRIA e SOPHIE.
Destaques do mês de janeiro: Arlo Parks, Olivia Rodrigo, ANAVITÓRIA e SOPHIE (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara/ Texto de Abertura: Jho Brunhara)

I’m sorry, the old Melhores Discos do Mês can’t come to the phone right now. Why? Oh, ‘cause he’s dead!

Brincadeiras e referências taylorswifitianas à parte, o Melhores Discos do Mês realmente pediu aposentadoria. Porém, não vamos deixar esse buraco sem um substituto: sejam bem-vindos à primeira edição do Nota Musical.

Todo começo de mês publicaremos um listão dos melhores e piores lançamentos musicais do mês que passou. Tem CD, tem EP, música e até clipe. Em textinhos de até três parágrafos, a Editoria e os colaboradores do Persona levam até você os méritos e deméritos do que rolou no mundo da música.

Janeiro abriu a segunda temporada da pandemia com o delicioso COR, da dupla ANAVITÓRIA. Depois foi a vez da internet ficar obcecada com Olivia Rodrigo, sua carteira de motorista, e o drama digno de malhação com seu ex, Joshua Bassett e a loirona Sabrina Carpenter. Selena Gomez mandou um cállate puta e anunciou Revelacíon, um EP totalmente em espanhol.

Arlo Parks, ‘apadrinhada’ por Billie Eilish, presenteou o mundo com o primeiro grande disco do ano: Collapsed in Sunbeams. E no penúltimo dia do mês, perdemos a talentosíssima SOPHIE, um dos grandes nomes da música do século 21. O Nota Musical de Janeiro presta suas homenagens à ela. Ícone trans, gênia da produção eletrônica, e um dos pilares da PC Music. Rest in power. 

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Nobody Is Listening: escutar é importante, mas não é tudo

Capa do álbum. Acima há o nome do cantor e ao lado o nome do disco, Nobody Is Listening, em letras vazadas, ambos em vermelho. Abaixo há vários rostos monocromáticos desenhados com olhos grandes e brancos. Há rostos verdes, vermelhos, roxos, azuis e amarelos.
“Seja qual for a calamidade, eu fiz isso por mim mesmo” (Foto: Reprodução)

Ana Laura Ferreira

Chega a ser engraçado o poder da música sobre nossos sentimentos, abrindo caminho entre qualquer racionalidade e atingindo em cheio nosso coração, trazendo a tona sensações que nem sequer sabiamos poder senti-las. Nos submergimos naquela narrativa atmosférica sangrando por um coração que pode nunca ter sido quebrado ou por uma paixão avassaladora que nunca tivemos, mas mesmo assim entendemos. E é em Nobody Is Listening que ZAYN nos permite viajar na imensidão de suas sensações, embarcando nessa sincera e imersiva história.

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