Nem tudo está conectado às teias de Madame Teia

Cena de Madame Teia. Quatro mulheres estão paradas em uma plataforma entre metrôs, todas estão olhando para a frente, assustadas. Da esquerda para a direita: a primeira mulher é uma jovem negra de cabelos presos, fone de ouvido em volta do pescoço e mochila pendurada no ombro direito; ela veste uma calça cinza com bolsos e cós azul claro com um cinto preto, uma camiseta curta com decote em V branca e um casaco esportivo azul com listras vermelhas. A segunda personagem, uma mulher branca e mais velha que as outras, veste uma calça jeans com cinto preto, camisa preta e jaqueta de couro vermelho enquanto segura um skate com a mão direita, ela tem cabelo preto liso e franjas. A terceira figura presente é uma jovem latina de cabelos castanhos longos e lisos, ela veste uma calça jeans de lavagem escura, uma camiseta curta amarela, um casaco curto de veludo marrom claro e um colar e argolas pratas; ela segura uma mochila no ombro direito. A quarta e última mulher veste uma saia com pregas azul, camisa cinza com botões e detalhes pretos e um casaco de moletom cinza; a personagem é branca, loira e usa óculos de grau.
Um vilão, três adolescentes e uma mulher capaz de prever um futuro (quase) incerto fazem parte da teia de Cassandra Webb [Foto: Sony Pictures]
Agata Bueno

O thriller que nos apresenta uma das heroínas mais enigmáticas da Marvel não nos leva a lugar nenhum. Entre os segredos do passado e um futuro que envolve todos na teia de Cassandra Webb, lugar nenhum é um eufemismo perto do abismo em que o filme deixa o espectador. Afinal, Madame Teia prometeu uma viagem tão transcendental assim?

Continue lendo “Nem tudo está conectado às teias de Madame Teia”

The White Lotus: uma sátira social que expõe os privilégios da elite

Cena da séried The White Lotus. Na imagem, vemos dois funcionários do resort. O senhor da direita é grisalho, veste um terno de cor cereja e uma camisa azul clara, e está segurando uma pasta preta nas mãos; a moça ao lado dele é uma haitiana, de cabelos compridos escuros e amarrados em um rabo de cavalo, ela veste uma camisa rosa e segura uma bandeja com algumas toalhas brancas enroladas, com um estojo preto em cima. Eles estão ao ar livre, em frente a algumas árvores,  e está de dia.
Os funcionários, interpretados por Jolene Purdy e Murray Bartlett, recepcionam os hóspedes do resort em The White Lotus (Foto: HBO)

Sabrina G. Ferreira

A sátira criada e dirigida por Mike White (Enlightened, Escola de Rock), se tornou um completo sucesso em audiência desde seu lançamento pela rede americana HBO, tanto que já tem sua segunda temporada encomendada para o próximo ano, em um formato de antologia, com personagens e histórias diferentes. Toda trama de The White Lotus se passa num resort de luxo no Havaí, de mesmo nome da série, e tem como protagonistas três grupos de pessoas, com algo predominante entre elas: são todas ricas e brancas.

Continue lendo “The White Lotus: uma sátira social que expõe os privilégios da elite”

A raiva que adoece em Sharp Objects

A parede florida da residência dos Crellin evoca a alma cuidadosa de Adora, semelhante a Mãe Natureza (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Estrelada por Amy Adams, a minissérie da HBO adentra o passado da jornalista Camille Preaker, que retorna a sua cidade natal para noticiar a morte de duas jovens garotas. Carregada de ressentimento, a produção caminha a passos lentos e cores quentes para mapear as relações familiares problemáticas de sua protagonista. Camille é uma mulher marcada por abusos. A começar pela distante relação que construiu com a mãe Adora (Patricia Clarkson, sublime), a perda de sua irmã caçula ainda na infância, os anos marcados pela automutilação e alcoolismo, a personagem de Amy Adams tem problemas em encarar o passado e, principalmente, deixá-lo ir. 

Continue lendo “A raiva que adoece em Sharp Objects”