Quando chegou na Netflix em 2016, Stranger Things nos pegou desprevenidos. A série chegou sem fazer alarde e de repente se tornou um verdadeiro marco na cultura pop, sendo um dos pivôs do retorno dos anos 80 para o mainstream. A produção caiu nas graças do público pela aura nostálgica que permeia a trama, seu enredo misterioso que prende a atenção do início ao fim, e claro, o elenco extremamente carismático com interações tão fáceis de se relacionar quanto amizades de infância poderiam ser. E agora em sua terceira temporada vemos tudo isso evoluir para um novo patamar.Continue lendo “Stranger Things 3: o mergulho definitivo nos anos 80”
O clichê é inevitável: junho é o mês da entrada de grandes blockbusters e os filmes para crianças. Tá chegando as férias, o capitalismo fala mais alto. Tivemos desde as animações que a gente só descobre nos trailers antes das sessões até live-actions e sequências mais esperadas do ano. No entanto, a nossa seleção cinéfila cavou mais a fundo e trouxe os grandes eventos do streaming e da TV, inclusive produções que não tiveram tanto alarde, mas foram os destaques de junho desse mês no cineclube do Persona. Confira!
Egberto Santana, Gabriel Oliveira F. Arruda, Mariana Godoy
Mesmo com cortes na cultura, educação, nossa agência do audiovisual parada, o Brasil saiu vitorioso no mês passado. Bom, ao menos lá fora. O festival mais importante do cinema, a 79ª edição de Cannes, homenageou Agnés Varda na capa e ocorreu entre os dias 14 e 25 e premiou e muito o cinema nacional.
Todo mundo esperava por um protesto (e até teve!) à altura do de 2016, quando o elenco de Aquarius levantou cartazes denunciando a situação de impeachment que acontecia no Brasil, com a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Esse ano, Kléber já anunciava: Bacurau é o protesto e fala sobre o Brasil. Surpreendeu e agradou, levando o prêmio do Júri e dividindo a honraria com o francês “Les Miserables”. Fazendo companhia, A Vida Invísivel de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz levou venceu a Mostra Um Certo Olhar, paralela à oficial, com filmes mais experimentais.
Nos bastidores, a RT Features, importante produtora brasileira, lançou 3 títulos, entre eles o já mencionado de Aïnouz, o psicóligoco thriller estrelado por Robert Pattison e Willem Dafoe, The Lighthouse e Port Authority, drama queer da nova iorquina Danielle Lessovitz.
Enquanto o caos aqui ainda reina, podemos afirmar: nosso cinema ainda vive! Sem mais delongas, seguimos com nossa tradicional seleção de destaques do mês na sétima arte, dessa vez com adição de duas séries de TV que se despediram em maio, confiram!
Tendo como plano de fundo o cenário underground da Londres dos anos 1970, somos apresentados a um universo onde a ficção científica e o Punk Rock se conectam. Temos Como Falar Com Garotas Em Festas, obra inspirada no homônimo conto de Neil Gaiman. O longa narra uma viagem intergaláctica e poética sobre como o autor entende as mulheres. E, assim como em Deuses Americanos – série que chegou a sua segunda temporada em março -, Gaiman constrói um novo e maravilhoso mundo.
Coisa mais linda é a representação de uma Rio de Janeiro nostálgica. A nova original da Netflix acompanha a ascensão da Bossa Nova e, gradativamente, demonstra a presença da fé em uma força maior (figurada por Iemanjá). Trazendo uma reflexão da forma que as mulheres eram vistas naquela época, a série demonstra que muitos desses estereótipos permanecem até os dias de hoje.
Após receber uma generosa bolsa de estudos na Faculdade Belgrave, o que Jack Morton (Jake Manley) mais deseja é participar da lendária sociedade da qual ouviu falar toda sua infância: A Ordem Hermética da Rosa Azul. A Ordem, nova aposta da Netflix, apresenta um mundo em que a magia e o sobrenatural se misturam à uma história de vingança. Entretanto, a produção que almejava ser uma junção de O Mundo Sombrio de Sabrina e Supernatural, acabou se transformando em uma versão gringa de Os Mutantes.
Hollywood é carente de ideias originais. Na era dos remakes e revivals, produtos recém-nascidos (quando bem feitos) enchem os olhos. Sob o astuto comando de Tim Miller (Deadpool), a Netflix disponibiliza 18 curtas animados, cada um mais inovador que o anterior e que acendem a chama da esperança de renovações lá na América do Norte. Chega Love Death + Robots.
Imagine que você acordou e em um piscar de olhos sua vida se tornou uma verdadeira comédia romântica. Insano, né? É exatamente sobre isso que Megarrrômantico, a nova produção original da Netflix, se trata.
Natalie (Rebel Wilson) é uma arquiteta completamente frustrada com sua vida profissional e amorosa. Realista, ela prefere manter os pés no chão e fugir de tudo aquilo que a tire de sua zona de conforto. Principalmente, se essas situações forem cheias de clichês dignos de comédias românticas – as quais ela detesta. No entanto, após uma pancada na cabeça, a protagonista percebe que está em uma realidade alternativa de seu mundo. Tudo tomou um ar mais romântico e, o que antes se mostrava insatisfatório, agora se eleva a uma perfeição quase cômica.
Dentre as grandes equipes, a franquia dos mutantes da Marvel é a mais desgastada nos cinemas. Diversas adaptações, correções de rumo, escalação de novos atores. Os X-Men nunca tiveram sorte nas telonas e, junto disso, nenhuma de suas trilogias conseguiu enfatizar o cerne de sua origem: o sentimento de família. Isso anotado, a Netflix (de mal com a Marvel) inaugura sua trupe disfuncional – e super-heróica, em The Umbrella Academy, seriado que lida com traumas humanos num ambiente em que macacos falam e robôs são mães.
No dia 8 de fevereiro, a Netflix finalmente lançou no seu catálogo a terceira temporada de One Day at a Time, após uma intensa mobilização dos fãs e dos produtores nas redes sociais para que a série fosse renovada. A trama se concentra na rotina dos Alvarez, uma família americana de origem cubana que vive em Los Angeles. É protagonizada por Justina Machado no papel de Penelope, uma veterana do exército que vive com seus dois filhos adolescentes e sua mãe, algumas vezes até com o intrometido senhorio do prédio onde moram.
O produtor Norman Lear (conhecido por trabalhos como All in the Family e The Jeffersons) desenvolveu a série original e está no comando do remake junto com Mike Royce e Gloria Calderón Kellett. A série é inspirada na produção homônima de 1975. O que poderia ser apenas mais uma comédia entre família assinada pela Netflix, se mostra um show de extrema importância nos tempos atuais.