Na cultura dos judeus ultra-ortodoxos, a mulher, pouco antes de se casar, raspa a cabeça como forma de eliminar sinais de vaidade e ‘sensualidade’. O ritual também simboliza recato, modéstia e sinaliza para o mundo que ela é casada, ‘protegendo-a’, assim, dos olhares de outros homens (Foto: Reprodução/Netflix)
Raquel Dutra
“Deus esperava demais de mim” responde decididamente Esther Shapiro (Shira Haas) ao ser perguntada sobre o porquê de repentinamente ter deixado sua comunidade judaica ultra-ortodoxa situada em Nova Iorque, evento que inicia Nada Ortodoxa, da Netflix. Apresentando o passado e o presente da jovem que com apenas 19 anos encarava um casamento arranjado e frustrado com Yanky Shapiro (Amit Rahav), a narrativa explora sua profunda sensação de não-pertencimento diante da comunidade onde cresceu e sua conflituosa jornada em busca da sua liberdade.
A minissérie é uma adaptação de uma reportagem de 2015, publicada nas organizações ProPublica e Projeto Marshall (Foto: Reprodução)
Isabella Siqueira
A minissérie Unbelievable (no Brasil traduzida como Inacreditável), é o true crime mais inquietante do momento. Indicada ao Emmy2020, a produção da Netflix que foi lançada ano passado, é tão poderosa, quanto sensível. Com grandes atuações e diálogos que partem o coração, a obra escancara um sistema que a décadas vitimiza milhares de mulheres pela segunda vez.
Estou Pensando em Acabar com Tudo, lançamento da Netflix, é a adaptação do livro homônimo escrito por Iain Reid (Foto: Reprodução)
Caio Machado
Charlie Kaufman é mais conhecido por roteirizar filmes que hoje assumiram o status de cult, como Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças e Quero Ser John Malkovich. Como diretor, é lembrado por Sinédoque, Nova York e Anomalisa, animação indicada ao Oscar em 2016. Suas obras possuem características marcantes, como a originalidade, o uso da metalinguagem e a discussão de temas existencialistas por meio de protagonistas sempre angustiados. A inquietude reina e é raro ver um de seus personagens em paz. Em Estou Pensando em Acabar com Tudo, seu novo filme no qual assume a direção e roteiro, é possível identificar todas essas particularidades. Entretanto, também é revelada a fragilidade de seu trabalho como diretor.Continue lendo “Estou Pensando Em Acabar com Tudo é um filme limitado”
Imagem de divulgação da terceira temporada de Glow (Foto: Netflix/Reprodução)
Ellen Sayuri
Sabe quando você está sem nada para fazer e decide assistir uma série, mas não sabe se continua alguma ou começa outra? Eu estava assim e depois de muito tempo vasculhando o catálogo da Netflix, escolhi uma original dela chamada Glow, e me surpreendi muito. Criação de Liz Flahive e Carly Mensch e inspirada em um programa chamado Gorgeous Ladies of Wrestling (Garotas Lindas da Luta Livre) – GLOW, criado por David McLane nos anos 80.
El Camino chegou com o objetivo de mostrar tudo que aconteceu com Jesse Pinkman imediatamente após os eventos do perfeito episódio final de Breaking Bad. Exibido em 2013, em Felina, Jesse consegue, com a ajuda de Walter White e seus estratagemas, escapar com vida e fugir. Trata-se, portanto, de uma sequência e epílogo do seriado da AMC, que entrega o mesmo clima tenso e cheio de adrenalina com uma boa dose de drama e pitadas de humor.
The Crown retrata aspectos da vida e reinado da Rainha Elizabeth II, e compõe o catálogo de originais da Netflix (Foto: Reprodução)
Jamily Rigonatto
Regras e protocolos fazem parte da pose da Rainha Elizabeth II. Com seus 94 anos de idade, a grande personalidade britânica representa a nação inglesa e carrega a coroa há mais de 60 anos. Sempre aparentando neutralidade e rigidez, a monarca é conhecida no mundo todo, e é alvo de diversas teorias da conspiração e especulações. Misturando sua vida pessoal com história e política, a série biográfica The Crown foi lançada em novembro de 2016, e agora chega à sua terceira temporada.
“Todos nós vamos morrer. Eu não controlo isso. Mas eu posso controlar como serei lembrada, o que deixarei para trás” (Foto: Reprodução)
Anna Clara Leandro Candido
Madam C. J. Walker foi a primeira mulher negra a se tornar milionária por conta própria na história dos Estados Unidos. Filha de escravos, nascida poucos anos depois da abolição e mãe aos 18 anos, Sarah Breedlove– nome de nascença da empresária – fez sucesso ao vender produtos para cabelos negros numa época onde o racismo e o machismo ditavam o cotidiano de uma população.
Essa tão aclamada e importante figura de empoderamento negro e feminino só foi ganhar uma adaptação de sua história esse ano pela Netflix. Produzida por DeMane Davis, Eric Oberland e Lena Cordina, a minissérie Self Made, que ganhou o título nacional A Vida e a História de Madam C. J. Walker, chegou para levar a história de Sarah ao mundo televisivo. A produção foca em sua jornada empreendedora e utiliza de vários recursos do drama para trazer uma linda história de superação e luta, atando-se a alguns pontos verdadeiros da obra original, mas deixando muitos outros de lado.
Ao receber os mortos, O Arquiteto os apresenta o bairro (Foto: Reprodução)
Ana Beatriz Diogo Rodrigues
A vida após a morte é uma incógnita. Tudo sobre esse assunto é incerto e não há clareza sobre qual é a verdade. O destino, as pessoas que encontraremos e o modo como nos comportaremos depois de morrermos são questões irrespondíveis. Mas a série The Good Place (2016-2020), com comédia e filosofia, tende a construir um caminho para essa jornada inexplorável. Abordando diversos assuntos filosóficos, a produção discute o sentido da vida ao decorrer das suas quatro temporadas.
(Foto: Pôster Mundo Mistério – Divulgação/Netflix)
Mauê Salina Duarte
Como funciona o triângulo das bermudas? Será que as inteligências artificiais dominarão o mundo? O aquecimento global realmente existe? Apresentada por Felipe Castanhari, a série Mundo Mistério produzida pela Netflix, estreou no começo de agosto com um formato bem interessante, lembrando os vídeos de ciências e história produzidos pelo próprio youtuber em seu canal Nostalgia.
A relação conturbada entre um rapaz e uma família se transforma em tragédia (Foto: Reprodução)
Gabriel Fonseca
Rede de Ódio (Hejter) é um drama político que se propõe a mostrar como o medo e o preconceito podem se espalhar com facilidade pelas redes sociais. O longa polonês foi dirigido por Jan Komosa e chegou ao catálogo brasileiro da Netflix no final de julho. Nele, acompanhamos a história de Tomasz Giemza, interpretado por Maciej Musiałowski, um jovem frustrado que descobre a sua vocação em arruinar reputações através de informações e notícias falsas na internet, uma espécie de marketing inverso.