Rivais deixa o público ansiando pela próxima partida de Guadagnino

Cena de Rivais. Na imagem, três jovens estão sentados em uma cama. Uma mulher de shorts preto, longos cabelos castanhos e moletom de zíper rosa está entre dois homens. Ela beija um deles, de cabelos loiros, que veste uma camiseta cinza e um shorts xadrez. Observando-os está outro homem. Ele possui cabelos escuros, utiliza shorts azul e uma camisa verde com listras verticais brancas, a qual está aberta.
Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor seguiram rotinas de musculação e treinos de tênis antes do início das gravações de Rivais (Foto: Amazon MGM Studios)

Esther Chahin 

Um filme sobre um triângulo amoroso entre três prodígios do tênis é específico, mas foi lançado. Rivais (Challengers, originalmente) estreou em Abril de 2024 e é mais uma grande obra do cineasta italiano Luca Guadagnino, também responsável por tramas como Me Chame pelo Seu Nome (2017) e Até os Ossos (2022). O principal nome do elenco é Zendaya que, pela primeira vez, interpretou uma personagem adulta, a ex-tenista Tashi Duncan. Dando vida aos outros dois elementos essenciais da narrativa, os atores Mike Faist (Art Donaldson) e Josh O’Connor (Patrick Zweig), porém, não foram ofuscados pela estrela de Euphoria

O enredo conta a história de Art Donaldson, Tashi Duncan e Patrick Zweig, três tenistas de talento excepcional cujas vidas tomam outros rumos quando se envolvem em um triângulo amoroso. Ao longo da trama, o espectador é apresentado aos eventos que levaram os protagonistas à então relação, mas não há uma linearidade. No início, tudo que se sabe é que Art e Patrick competem uma partida de tênis, enquanto uma elegante jovem, apreensiva, assiste-os atentamente. A obra não ultrapassa esse núcleo de personagens de forma significativa: há bastante material a ser explorado apenas entre os três. 

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Até os Ossos é a comprovação de que existe amor a primeira vítima

Cena do filme Até os Ossos. Na imagem temos o personagem Lee, interpretado por Timothée Chalamet, um jovem branco, magro e de cabelos castanhos encaracolados com mechas na cor rosa. Vestindo uma camiseta rosa com detalhes brancos e uma bermuda jeans. Ao lado dele temos Maren Yearly, interpretada por Taylor Russell, uma jovem negra de cabelos ondulados na cor preta, vestindo uma blusa branca e uma saia jeans. Ambos estão em pé nas montanhas, enquanto observam o pôr do sol.
Ovacionado pelo público no Festival de Veneza, Até os Ossos rendeu ao cineasta italiano Luca Guadagnino o prêmio Leão de Prata de Melhor Diretor e a estatueta de Melhor Atriz Revelação para Taylor Russell (Foto: Warner Bros.)

Ludmila Henrique 

Existem infinitas histórias no interior da cinematografia, das mais doces e inocentes como o primeiro amor até os temores e a repulsa dos filmes de terror. Luca Guadagnino, cineasta renomado em contabilizar narrativas sobre o amadurecimento e suas vertentes – como abordado no filme Me Chame Pelo Seu Nome (2017)  e na série We Are Who We Are (2020) – , retorna às telas com Até os Ossos, longa-metragem que une gêneros clássicos do Cinema, para conduzir o romance entre dois canibais marginalizados pela sociedade em busca de pertencimento. 

Adaptando o romance de Camille DeAngelis, Bones And All segue a trajetória de Maren Yearly (Taylor Russell), jovem recém abandonada pelo pai após um incidente em uma festa do pijama. Frank (André Holland), desolado pelo resultado desse acontecimento e perdido sobre o que fazer, decide fugir, deixando a filha apenas com uma fita cassete, compondo gravações pertinentes sobre uma particularidade natural da garota. A jovem, diferente de outros indivíduos, dispõe da incessante necessidade de provar carne humana.

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Em Suspiria, é temporada da bruxa

Fotografia do filme Suspiria, A Dança do Medo. Na imagem, sete mulheres estão realizando movimentos com seus braços e pernas, em uma dança contemporânea. Cada uma aponta seus braços para uma direção. A câmera as visualiza de baixo para cima. Elas estão seminuas e utilizam apenas trajes feitos de fios vermelhos. Os fios caem por seus corpos de forma que lembram sangue. No centro do grupo está Susie Bannion, personagem de Dakota Johnson. Dakota é uma mulher branca, de traços finos e cabelos ruivos, um pouco abaixo dos ombros. Ela é a única que olha para frente. A luz na imagem é fraca, tornando o cenário atrás das mulheres escuro.
Em Suspiria: A Dança do Medo, Guadagnino recria e amplia os acontecimentos e significados da obra de Dario Argento (Foto: Amazon Prime Studios)

Mariana Nicastro

Uma renomada companhia de dança alemã guarda um segredo: suas dançarinas são parte de um coven. Suas coreografias, rituais. E sua mais nova aluna, seria ela uma presa fácil? Ou uma bruxa em ascensão? Suspiria: A Dança do Medo é uma contemplação às bruxas contemporâneas através de um Terror psicológico, folk e gore

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We Are Who We Are, por mais doloroso que seja

Na foto vemos dois jovens numa rua da Itália. Caitlin é uma menina negra, de 14 anos e cabelos raspados. Ela usa uma calça jeans escura e larga, um moletom cinza e uma jaqueta bege por cima. Fraser é um menino branco de 14 anos, ele tem o cabelo descolorido loiro e usa só roupas pretas. Eles se olham, e estão alguns passos distantes.
We Are Who We Are se passa na Itália no período da disputa eleitoral estadunidense entre Donald Trump e Hillary Clinton (Foto: HBO)

Vitor Evangelista

Para alguém que sempre odiou a própria expressão de gênero e a maneira com que se comporta, assistir We Are Who We Are foi um alívio. Quase um fardo sendo descarregado, eu respirava aliviado pelo menos uma hora na semana, momento em que os longos episódios da criação de Luca Guadagnino tomavam parte. Junto dos jovens habitantes de uma base militar italiana, revisitei o Ensino Médio, os julgamentos e as cobranças da adolescência e os corações partidos. Acima de tudo, enxerguei em Fraser (Jack Dylan Grazer) um espelho do que sempre quis ser, ou melhor, assistir.

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