Os rótulos de Unbreakable Kimmy Schmidt

Em um absurdismo cômico, o seriado extrapola metalinguagem e a inversão caricata de papéis (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Com o buzz político das denúncias de abuso de Hollywood, passando pelas declarações polêmicas do presidente Donald Trump, a primeira parte da 4a temporada de Unbreakable Kimmy Schmidt discute feminismo e atualidades com propriedade. Calcada num roteiro ácido e com timing cômico impecável, a série de Tina Fey mais uma vez diverte mas sem nunca fazer deixar de refletir.

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A Barraca do Beijo: entretenimento fácil tem seu charme

O filme pode ganhar uma continuação, dado o sucesso que tem feito (Divulgação)

Hanna Queiroz

Quando John Hughes roteirizou e dirigiu Clube dos Cinco (1985), ele não imaginava que o longa se tornaria uma referência para a onda de filmes high school posterior. Com o intuito estereotipar e discutir as questões que surgem na adolescência, Hughes criou personagens caricatos que passavam pela difícil fase do Ensino Médio. A Barraca do Beijo (2018) é o novo filme da Netflix e pretende nos transportar para essa época — e justamente atingir o público adolescente.
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O Túmulo dos Vagalumes e Meu Vizinho Totoro: na tristeza e na alegria

Os protagonistas de ambas animações: as crianças, o Totoro e os vagalumes (Foto: Nerdist)

Egberto Santana Nunes

As animações do Estúdio Ghibli sempre foram conhecidas por terem em seu escopo mundos de fantasia que aparentemente são infantis, quase sempre protagonizados por crianças, mas com um fundo de dramaticidade que afasta os pequenos. Não chega a ser uma regra, mas grandes clássicos como A Viagem de Chihiro e Princesa Mononoke carregam discussões problemáticas que nos deixam fascinados e até mesmo assustados. Bem nos primórdios da companhia, Isao Takahata e Hayao Miyazaki lançaram Meu Vizinho Totoro e O Túmulo dos Vagalumes, uma estreia dupla que trouxe um clássico dominado por toda a cultura pop e um drama de sobrevivência que emociona até hoje.
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George Harrison e a busca pelo transcendente em Living in the Material World

 

(Foto: Reprodução)

Raul Felipe

Quando se fala em rock, talvez a figura mais óbvia que nos venha em mente seja a da banda britânica Beatles. Os meninos de Liverpool esbanjavam talento e arrastavam multidões, mas todo começo possui um fim. O quarteto se separou em 1969 e seus integrantes seguiram carreira solo. O texto de hoje vai tratar sobre George Harrison, o mais talentoso dos Beatles. Habilidoso e criativo, era o terceiro na linha de sucessão do Fab Four, mas ofuscado por Paul e Lennon: o beatle quieto tinha dificuldades de convencer os parceiros a gravar suas músicas. Quando a banda acabou, seu talento foi exposto ao público na carreira solo, tornando-se com o passar do tempo sólido e atrativo.

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A desmistificação da verdade em 13 Reasons Why

Segunda temporada da série original Netflix explora ainda mais os traumas dos adolescentes protagonistas (Foto: Netflix)

Vitor Evangelista

Calcada em polêmicas e no retrato problemático de transtornos e distúrbios psicológicos: foi assim que 13 Reasons Why veio à tona. Após uma estreia provocativa e um final aparentemente fechado, o seriado retorna para um segundo ano na esperança de contar a versão de cada um dos “porquês” que levaram ao suicídio de Hannah Baker (Katherine Langford).
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Steven Universo: um universo de sensibilidade e humanização

Steven e as Crystal Gems (Foto: cartoonnetwork.com.br)

Leonardo Dota Zonaro e Raul Galhego

Pense em um herói de desenho animado. Você provavelmente deve ter pensado em um herói padrão, corpo sarado, íntegro, na maior parte das vezes branco de olhos azuis, que resolve tudo à base da pancadaria. Desistir? Jamais! Não sabe o que é um fracasso e, mesmo que algo dê errado, é porque era parte do plano. Assim é a esmagadora maioria das histórias de heróis, mas ultimamente temos visto alguns que não seguem esse padrão. Esse é o caso de um menino gordinho de cabelo enrolado, sensível e desastrado, o Steven, e suas amigas, as Crystal Gems!

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Vessel: o surgimento de Twenty One Pilots sem a perda de sua essência

Integrantes da banda Twenty one pilots: Tyler e Josh

Fellipe Gualberto

Tyler Joseph e Josh Dun não estavam muito seguros quando assinaram contrato com a gravadora Fueled by Ramen (conhecida por Paramore e Panic! at Disco) fato que deu origem ao álbum Vessel, há 5 anos. Os integrantes de Twenty One Pilots pensavam que a chance de sucesso trazida pela gravadora poderia significar a perca da liberdade artística.

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Ainda não nos livramos da raiva de PJ Harvey

Anti-musa: um dos cliques mais conhecidos de PJ Harvey, feito ainda em 92 (Reprodução)

Nilo Vieira

Polly Jean Harvey já havia experimentado sucesso considerável com Dry (1992). O poder de seu disco de estreia lhe rendeu espaço no Reading Festival naquele ano, além de aclamação crítica. O simbolismo erótico das letras dialogava de forma sublime com o instrumental cru, união da melancolia do blues e a urgência do punk. O rock sempre esteve relacionado com sexo, e PJ Harvey inseriu o ponto de vista feminino em linguagens (verbais, sonoras e corporais) cirúrgicas para a geração alternativa dos anos 90.

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3% é a primeira série 100% nacional da Netflix

(Foto: Reprodução)

Raphael Será

Em 2011, foi lançado no Youtube um piloto do que poderia ser a série 3% – hoje esse vídeo possui 260 mil visualizações. Os criadores, Daina Giannecchini, Dani Libardi e Jotagá Crema, todos alunos da USP, não imaginavam que um um projeto amador se tornasse algo grande: primeira série nacional da Netflix, e uma das poucas atrações do catálogo que se propõe a tratar do assunto da luta de classes – hoje mais importante do que nunca, e tratado como algo passado e refutável.

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A bagunça de quem só queria ser um dos Strokes

Foto: Reprodução

Maria Carolina Gonzalez

A bagunça começou em janeiro de 2016, quando Alex Turner ganhou um piano Steinway Vertegrand no seu aniversário de 30 anos. Acostumado com o caminho certeiro que a guitarra o levava desde sua adolescência, Turner – agora com mais experiência, mais barba e a maturidade dos anos – precisava se reinventar diante daquilo que não era comum ao estilo que o Arctic Monkeys criou por muito tempo. Com esse tiro no escuro, o quarteto de Sheffield lançou seu sexto álbum de estúdio: Tranquility Base Hotel + Casino.

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