Assombroso, Conclave joga luz nas certezas do Vaticano

Texto Alt: Cena do filme Conclave Na imagem, o personagem Cardeal Benítez está olhando para frente com uma expressão séria. Ele veste roupas de cardeal da igreja católica, uma batina vermelha e branca; em seu pescoço há um terço fino prateado. Atrás dele, há outros cardeais, eles estão em pé, com as mãos juntas em posição de oração. Também vestem batinas e usam terços. Benítez é um homem na faixa dos 50 anos, de pele escura, mexicano, e com cabelos escuros.
O roteiro de Peter Straughan foi premiado com o Globo de Ouro na categoria de Melhor Roteiro de Filme (Foto: Focus Features)

Davi Marcelgo

O Papa está morto. A reunião para os cardeais do Vaticano escolherem o próximo pontífice está para começar. Quem é a pessoa correta para assumir o manto e quem tem certeza de ser capaz de conduzir o catolicismo? As questões de certo e errado, certezas e dúvidas são a principal temática de Conclave, dirigido por Edward Berger (Nada de Novo no Front) que isola personagens e espaços em uma linguagem pomposa para criticar e conduzir ideias sobre a Igreja Católica. Continue lendo “Assombroso, Conclave joga luz nas certezas do Vaticano”

Batman mudou o panorama dos filmes de super-herói e, 35 anos depois, é visto de uma outra forma

A imagem mostra o personagem Batman em uma pose intensa e dramática. Ele está vestindo seu icônico traje preto, com o símbolo do morcego amarelo no peito, e está segurando uma arma apontada para frente. O fundo da imagem é escuro e nebuloso, criando uma atmosfera sombria e misteriosa. A expressão facial de Batman é séria e determinada.
Batman (1989) lucrou antes mesmo da estreia de seu filme, graças a campanha de marketing (Foto: Warner Bros. Pictures)

Rafael Gomes

Ao estrear em 23 de Junho de 1989, Batman surpreendeu ao apresentar uma história de super-herói sombria, diferente do que estava na mente do grande público após o filme Superman (1978) se tornar um marco cultural na época, com um marketing que se tornou modelo para a indústria cinematográfica. Por meio de estratégias como parcerias de merchandising, produtos licenciados e eventos especiais, o filme garantiu que ele estivesse em todos os aspectos da cultura pop – tornando a ‘batmania’ real. Dessa forma, o longa  foi um sucesso e, posteriormente, sendo vendido pelo estúdio como o filme da década para o home video.   

Após seu sucesso comercial, a franquia teve sua continuação em Batman: O Retorno (1992). Tim Burton teve carta branca do estúdio e pode fazer um Batman mais sombrio e torturado, tornando a sequência um filme mais coeso e impactante. A produção não foi tão rentável, fazendo com que Burton fosse substituído por Joel Schumacher nas duas próximas continuações, Batman Eternamente (1995) e Batman e Robin (1997). O novo diretor fez a franquia obter uma visão mais lucrativa com foco infantil, destruindo a essência do personagem, além da estratégia não ter sido bem sucedida. O herói só foi se recuperar da imagem negativa deixada pelos dois últimos filmes com a franquia Cavaleiro das Trevas (2005-2012), dirigida por Christopher Nolan.

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Mesmo 35 anos depois, Harry e Sally: Feitos um para o Outro continua impecável

Cena do filme Harry e Sally : Feitos um para o outro , na imagem temos duas pessoas sentadas lado a lado, a esquerda, temos Harry, um homem com cabelo curto que utiliza um suéter preto sobre uma camisa azul claro com gravata. Ele olha para a mulher ao lado essa mulher é Sally, que possui cabelos loiros e cacheados, usando uma blusa branca de mangas compridas cruzadas no peito. Eles parecem estar em um momento de conversa descontraída, com expressões amigáveis e olhares carinhosos. O fundo tem um papel de parede suave, sugerindo um ambiente aconchegante.
Harry e Sally: Feitos um para o Outro foi o filme que moldou a fórmula de sucesso das comédias românticas das décadas de 1990 e 2000 (Foto: Columbia Pictures)

Rafael Gomes 

Harry e Sally: Feitos Um para o Outro estreou em Julho de 1989 mundialmente. No Brasil, o filme demorou mais alguns meses para ser lançado, em Dezembro de 1989. O longa abriu as portas para a Comédia romântica em Hollywood na década de 1990, voltando a cativar o grande público através de títulos de enorme sucesso como: Sintonia de Amor, Quatro Casamentos e Um Funeral, Um lugar chamado Notting Hill e O Casamento do Meu Melhor Amigo. Na contramão do gênero, Harry e Sally mostra que o amor de verdade é sempre imperfeito, sendo necessário uma boa dose de tolerância para encontrar o par ideal.

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Já faz 30 anos que Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger deixa Hollywood sem dormir

Cena do filme O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy KruegerNa imagem, o personagem Freddy Krueger está centralizado, fazendo uma pose de mau. Ele está mostrando a parte de cima da mão direita, que possui garras e está em carne viva e ossos aparentes. Seu rosto está também ferido, com carne e pele clara se misturando. Seus olhos são verdes. Ele veste um suéter de frio com listras vermelhas e verde escuro.
Na versão original, o nome do autor aparece antes do título do filme, Wes Craven’s New Nightmare (Foto: New Line Cinema)

Davi Marcelgo 

Franquias em Hollywood não faltam, tem para todo tipo e gosto. Mas o que acontece quando elas, ou até mesmo um gênero, se tornam um pesadelo? Quando em 1984, o primeiríssimo A Hora do Pesadelo estreou, mal sabia Wes Craven que, dez anos mais tarde teria, que desconstruir sua maior criação: Freddy Krueger. O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger (1994) completa 30 anos em 2024 com muita coisa a ensinar ao Cinema, principalmente ao de super-heróis. 

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5 anos atrás, Todd Phillips escavou a filmografia de Scorsese na construção do Coringa

No centro está o Coringa, com cabelos verdes, a cara pintada de branca, a boca pintada de vermelha, assim como a ponta no nariz. Os olhos estão pintados de azul e acima deles há um risco em vermelho. O personagem está com uma roupa vermelha e está de lado para a câmera, com um olhar de irritação.
Joaquin Phoenix ganhou o Oscar de Melhor Ator por seu papel em Coringa (Foto: Warner Bros. Pictures)

Guilherme Moraes

Ainda que o Cinema de blockbusters não esteja tão aberto a olhar para o audiovisual e sua história como matéria prima, isso é algo essencial na construção de um filme. George Lucas idealizou Star Wars (1977) a partir das obras de samurai japonesas do meio do século XX; Tim Burton se inspirou no expressionismo alemão para dar vida a Batman (1989). Enquanto isso, na atualidade, as grandes franquias e as superproduções se sentem satisfeitas em apenas utilizar suas referências como um artifício de satisfação pessoal para o público que irá entender o significado, além de que, normalmente, eles se auto-referenciam, não explorando o que há de melhor na arte. Por sorte, Todd Phillips entendeu o quão rico pode ser vasculhar a história da linguagem e dialogar com ideias originais. Dessa forma, há cinco anos, ele escavou a filmografia de Martin Scorsese e construiu sua própria versão do Coringa.

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Performático, Corpo Presente é movimento

Cena do filme Corpo Presente. Na imagem, um grupo de cinco pessoas aparece enfileirado. No centro tem três mulheres e dois homens nas extremidades. As pessoas vestem roupas manufaturadas nas cores marrom e off white. Tudo é bem natural e duas das mulheres seguram tochas nas mãos.
Estreia do dia 28 de Novembro de 2024 no circuito de cinemas do país, Corpo Presente investiga a matéria (Foto: Embaúba Filmes)

Jamily Rigonatto 

Pele, ossos, órgãos, sangue e história. São esses cinco elementos que compõem a unidade de um corpo. Matéria física, esse conjunto ganha diversas traduções paradoxais no nosso dia a dia, sendo conhecido como ‘casa da alma’, ‘templo da mente’ e múltiplas variações que, nas entrelinhas, resumem um corpo como o espaço palpável que abriga o intocável mundo das ideias, como diria Platão. Mas, longe de definições rasas: “O que pode um corpo?”. Em cenas dinâmicas, Corpo Presente responde.

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5 anos de Marighella e a contestação de uma narrativa única

[Texto alternativo: O ator Seu Jorge, interpretando Carlos Marighella, está localizado no centro da foto, olhando para seu filho Carlinhos, à esquerda. Ao fundo, há um céu nublado e acinzentado.]
A produção passa por quatro dos 58 anos vividos por aquele que era o ‘inimigo número um do Brasil’ (Foto: O2 Filmes)
Maria Clara Alves

Tão emblemática quanto polêmica, Marighella, cinebiografia dirigida por Wagner Moura, completa cinco anos em Novembro de 2024. Inspirado no livro Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo, de Mário Magalhães, o filme foi o primeiro trabalho do ator como diretor de Cinema e emplacou como uma de suas produções mais complexas, desafiadoras e, sobretudo, emocionantes. A partir do fascínio do cineasta por movimentos populares de resistência, fica claro que o longa-metragem foi pensado a partir da necessidade de recontar a história da Ditadura Militar por um ponto de vista mais vermelho e visceral.

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No sopro da vida, descobrimos que Todas as Estradas de Terra Têm Gosto de Sal

Cena do filme Todas as Estradas de Terra Têm Gosto de Sal. Uma mulher negra, vestindo um vestido branco, está em pé em um campo verdejante, segurando sua filha nos braços. Ela está envolta em um pano branco e deitada confortavelmente no colo da mulher, que olha para ela com ternura e proteção. A figura da mulher transmite força e suavidade, enquanto o fundo de árvores e casas distantes cria uma atmosfera serena e natural. A luz suave destaca o laço afetivo entre elas, capturando um momento de amor e cuidado materno.
A Fotografia do longa, por Jomo Fray, foi premiada no Black Reel Awards, cerimônia de reconhecimento de excelência de afro-americanos (Foto: A24)

Henrique Marinhos

Em meio à poeira e quietude do Mississippi, Todas as Estradas de Terra Têm Gosto de Sal (All Dirt Roads Taste of Salt, no original) desenha uma narrativa lírica e contemplativa sobre amadurecimento. Dirigido por Raven Jackson e produzido pela A24, o filme é uma coleção de memórias e silêncios que moldam a história de Mackenzie, interpretada por Mylee Shannon, Kaylee Nicole Johnson, Charleen McClure e Zainab Jah, cada uma em diferentes fases da vida. Continue lendo “No sopro da vida, descobrimos que Todas as Estradas de Terra Têm Gosto de Sal”

A vitória e a derrota, a vida e a guerra, Akira Kurosawa e os 70 anos de Os Sete Samurais

Mais próximo da câmera está Kikuchiyo segurando uma espada sobre o ombro e olhando para algo fora do plano. Ao fundo estão os outros seis samurais olhando na mesma direção.
“Aquele que se empenha a resolver as dificuldades resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos triunfa antes que as suas ameaças se concretizem” (Foto: Toho films)

Guilherme Moraes

Existem diretores que não precisam de muito para extrair algo interessante, fazem do simples algo profundo, seja por um movimento de câmera, pela maneira como enquadra uma cena ou até como posiciona seus atores. Esse é o caso de Akira Kurosawa, diretor japonês que, há 70 anos, lançava Os Sete Samurais, um dos seus melhores e mais influentes filmes. Na trama, lavradores descobrem que bandidos vão saquear a sua vila e decidem contratar samurais para protegê-la. No entanto, apesar da sua aparente simplicidade, Kurosawa traz profundidade ao analisar os conflitos históricos entre camponeses e guerreiros japoneses, além de meditar sobre a vida e a guerra.

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Depois de 20 anos, Homem-Aranha 2 continua um novelão melodramático

Cena do filme Homem-Aranha 2Na imagem, estão penduradas com cabides em uma barra de aço, o uniforme do Homem-Aranha e um terno com gravata, no meio dos dois há um cabide vazio. O uniforme está do lado esquerdo, ele é vermelho, mas possui detalhes em azul na parte inferior do braço e antebraço e também nas costelas. Ele possui uma aranha prateada no peito e teias em alto relevo por toda roupa. O terno é na cor azul. O armário é todo branco e tem aspecto de velho, no canto direito há uma luminária acesa apontada para cima
Homem-Aranha 2 teve uma versão estendida lançada para DVD em 2007, chamada de Homem-Aranha 2.1, com oito minutos a mais que a versão de cinema (Foto: Sony Pictures)

Davi Marcelgo

É muito difícil falar algo novo de Homem-Aranha 2 (2004) vinte anos depois de seu lançamento. Todo mundo já teceu algum comentário: sobre ele ser a adaptação definitiva de um quadrinho de super-herói, sobre suas cenas de ação de tirar o fôlego ou do enredo espetacular. De tudo já dito a respeito, pouco se fala – principalmente no meio nerd, que foca apenas em fidelidade para com a obra original – do melodrama. Para comemorar as duas décadas do filme que marcou e ainda marca gerações, ligue a Televisão e lembre-se do horário das nove, porque a sequência de Sam Raimi é um ‘novelão’.

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