Louis Armstrong é uma das celebridades que aparece no longa (Foto: Pandora Filmes)
Davi Marcelgo
Há pelo menos uma década, o Oscar se empenha em indicar e prestigiar filmes que tenham como temas o racismo, a sexualidade e o protagonismo feminino, ainda que, por muitas vezes, a premiação vá para caminho habitual, a exemplos de apenas uma mulher indicada em Melhor Direção ou a entrega do prêmio para Green Book: O Guia (2018). Em 2025, Trilha Sonora para um Golpe de Estado entra na lista dos concorrentes a Melhor Documentário. Narrando a luta de Patrice Lumumba para tornar a República Democrática do Congo um país independente, o longa de Johan Grimonprez aposta em imagens de arquivo para costurar a história.
O corte de algumas cenas da versão final gerou descontentamento dos fãs (Foto: Warner Bros. Pictures)
Lucas Barbosa
Cinco anos após o primeiro filme, Coringa: Delírio a dois não correspondeu às altíssimas expectativas que pesavam sobre o longa-metragem que carrega a continuação da história problemática e exotérica de um dos maiores seres vilanescos do universo dos quadrinhos. Sendo a sombra de uma das melhores películas de 2019, garantindo até Oscar de melhor Ator para o Joaquim Phoenix, a continuação deixou lacunas mal resolvidas, questionamentos desnecessários sobre a história e aquele velho pensamento se uma continuação de uma obra amplamente premiada é realmente necessária.
Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor seguiram rotinas de musculação e treinos de tênis antes do início das gravações de Rivais (Foto: Amazon MGM Studios)
Esther Chahin
Um filme sobre um triângulo amoroso entre três prodígios do tênis é específico, mas foi lançado. Rivais (Challengers, originalmente) estreou em Abril de 2024 e é mais uma grande obra do cineasta italiano Luca Guadagnino, também responsável por tramas como Me Chame pelo Seu Nome (2017) e Até os Ossos (2022). O principal nome do elenco é Zendaya que, pela primeira vez, interpretou uma personagem adulta, a ex-tenista Tashi Duncan. Dando vida aos outros dois elementos essenciais da narrativa, os atores Mike Faist (Art Donaldson) e Josh O’Connor (Patrick Zweig), porém, não foram ofuscados pela estrela de Euphoria.
O enredo conta a história de Art Donaldson, Tashi Duncan e Patrick Zweig, três tenistas de talento excepcional cujas vidas tomam outros rumos quando se envolvem em um triângulo amoroso. Ao longo da trama, o espectador é apresentado aos eventos que levaram os protagonistas à então relação, mas não há uma linearidade. No início, tudo que se sabe é que Art e Patrick competem uma partida de tênis, enquanto uma elegante jovem, apreensiva, assiste-os atentamente. A obra não ultrapassa esse núcleo de personagens de forma significativa: há bastante material a ser explorado apenas entre os três.
O roteiro de Peter Straughan foi premiado com o Globo de Ouro na categoria de Melhor Roteiro de Filme (Foto: Focus Features)
Davi Marcelgo
O Papa está morto. A reunião para os cardeais do Vaticano escolherem o próximo pontífice está para começar. Quem é a pessoa correta para assumir o manto e quem tem certeza de ser capaz de conduzir o catolicismo? As questões de certo e errado, certezas e dúvidas são a principal temática de Conclave, dirigido por Edward Berger (Nada de Novo no Front) que isola personagens e espaços em uma linguagem pomposa para criticar e conduzir ideias sobre a Igreja Católica.Continue lendo “Assombroso, Conclave joga luz nas certezas do Vaticano”
Batman (1989) lucrou antes mesmo da estreia de seu filme, graças a campanha de marketing (Foto: Warner Bros. Pictures)
Rafael Gomes
Ao estrear em 23 de Junho de 1989, Batman surpreendeu ao apresentar uma história de super-herói sombria, diferente do que estava na mente do grande público após o filme Superman(1978) se tornar um marco cultural na época, com um marketing que se tornou modelo para a indústria cinematográfica. Por meio de estratégias como parcerias de merchandising, produtos licenciados e eventos especiais, o filme garantiu que ele estivesse em todos os aspectos da cultura pop – tornando a ‘batmania’ real. Dessa forma, o longa foi um sucesso e, posteriormente, sendo vendido pelo estúdio como o filme da década para o home video.
Após seu sucesso comercial, a franquia teve sua continuação em Batman: O Retorno (1992). Tim Burton teve carta branca do estúdio e pode fazer um Batman mais sombrio e torturado, tornando a sequência um filme mais coeso e impactante. A produção não foi tão rentável, fazendo com que Burton fosse substituído por Joel Schumacher nas duas próximas continuações, Batman Eternamente (1995) e Batman e Robin (1997). O novo diretor fez a franquia obter uma visão mais lucrativa com foco infantil, destruindo a essência do personagem, além da estratégia não ter sido bem sucedida. O herói só foi se recuperar da imagem negativa deixada pelos dois últimos filmes com a franquia Cavaleiro das Trevas (2005-2012), dirigida por Christopher Nolan.
Harry e Sally: Feitos um para o Outro foi o filme que moldou a fórmula de sucesso das comédias românticas das décadas de 1990 e 2000 (Foto: Columbia Pictures)
Rafael Gomes
Harry e Sally: Feitos Um para o Outro estreou em Julho de 1989 mundialmente. No Brasil, o filme demorou mais alguns meses para ser lançado, em Dezembro de 1989. O longa abriu as portas para a Comédia romântica em Hollywood na década de 1990, voltando a cativar o grande público através de títulos de enorme sucesso como: Sintonia de Amor, Quatro Casamentos e Um Funeral, Um lugar chamado Notting Hill e O Casamento do Meu Melhor Amigo. Na contramão do gênero, Harry e Sally mostra que o amor de verdade é sempre imperfeito, sendo necessário uma boa dose de tolerância para encontrar o par ideal.
Na versão original, o nome do autor aparece antes do título do filme, Wes Craven’s New Nightmare (Foto: New Line Cinema)
Davi Marcelgo
Franquias em Hollywood não faltam, tem para todo tipo e gosto. Mas o que acontece quando elas, ou até mesmo um gênero, se tornam um pesadelo? Quando em 1984, o primeiríssimo A Hora do Pesadelo estreou, mal sabia Wes Craven que, dez anos mais tarde teria, que desconstruir sua maior criação: Freddy Krueger. O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger (1994) completa 30 anos em 2024 com muita coisa a ensinar ao Cinema, principalmente ao de super-heróis.
Joaquin Phoenix ganhou o Oscar de Melhor Ator por seu papel em Coringa (Foto: Warner Bros. Pictures)
Guilherme Moraes
Ainda que o Cinema de blockbusters não esteja tão aberto a olhar para o audiovisual e sua história como matéria prima, isso é algo essencial na construção de um filme. George Lucas idealizou Star Wars(1977)a partir das obras de samurai japonesas do meio do século XX; Tim Burton se inspirou no expressionismo alemão para dar vida a Batman(1989). Enquanto isso, na atualidade, as grandes franquias e as superproduções se sentem satisfeitas em apenas utilizar suas referências como um artifício de satisfação pessoal para o público que irá entender o significado, além de que, normalmente, eles se auto-referenciam, não explorando o que há de melhor na arte. Por sorte, Todd Phillips entendeu o quão rico pode ser vasculhar a história da linguagem e dialogar com ideias originais. Dessa forma, há cinco anos, ele escavou a filmografia de Martin Scorsese e construiu sua própria versão do Coringa.
Estreia do dia 28 de Novembro de 2024 no circuito de cinemas do país, Corpo Presente investiga a matéria (Foto: Embaúba Filmes)
Jamily Rigonatto
Pele, ossos, órgãos, sangue e história. São esses cinco elementos que compõem a unidade de um corpo. Matéria física, esse conjunto ganha diversas traduções paradoxais no nosso dia a dia, sendo conhecido como‘casa da alma’,‘templo da mente’ e múltiplas variações que, nas entrelinhas, resumem um corpo como o espaço palpável que abriga o intocável mundo das ideias, como diria Platão. Mas, longe de definições rasas: “O que pode um corpo?”. Em cenas dinâmicas, Corpo Presente responde.
A produção passa por quatro dos 58 anos vividos por aquele que era o ‘inimigo número um do Brasil’ (Foto: O2 Filmes)Maria Clara Alves
Tão emblemática quanto polêmica, Marighella, cinebiografia dirigida por Wagner Moura, completa cinco anos em Novembro de 2024. Inspirado no livro Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo, de Mário Magalhães, o filme foi o primeiro trabalho do ator como diretor de Cinema e emplacou como uma de suas produções mais complexas, desafiadoras e, sobretudo, emocionantes. A partir do fascínio do cineasta por movimentos populares de resistência, fica claro que o longa-metragemfoi pensado a partir da necessidade de recontar a história da Ditadura Militar por um ponto de vista mais vermelho e visceral.