Conhecer a mente e a realidade de Coriolanus Snow não foi tão confortável quanto parecia ser (Foto: Paris Filmes)
Fábio Gabriel Souza
“Snow cai como a neve, sempre por cima”
– Coriolanus Snow
É difícil mergulhar em um universo novamente oito anos após conhecê-lo, ainda mais quando nos deparamos com uma realidade tão diferente da apresentada na quadrilogia original, Jogos Vorazes. Entretanto, Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes faz um bom trabalho ao representar uma nova versão de Panem de maneira tão imersiva. Se passando 64 anos antes de Katniss Everdeen, o longa acontece nos primórdios dessa sociedade totalitária e se ocupa em mostrar, de forma cruel e crua, as origens dos Jogos Vorazes, que é muito rústico e está longe de ser o espetáculo apresentado anteriormente.
De volta aos cinemas depois de 14 anos, a Rainha dos Baixinhos tenta conquistar o público infantil com lição de moral sobre cancelamento na internet (Foto: Blad Meneghel)
Matheus Santos
A última aparição de Xuxa como protagonista em filmes infantis foi há 14 anos, na adaptação do livro O Fantástico Mistério de Feiurinha, escrito pelo renomado autor de literatura infanto-juvenil Pedro Bandeira. Na época, o longa-metragem, cheio de falhas de roteiro e clichês, foi responsável por levar aos cinemas pouco mais de 1.300.000 espectadores, número relativamente baixo se levarmos em consideração que Lua de Cristalfoi o título brasileiro de maior bilheteria dos anos 1990.
Depois do fiasco de É Fada! (2016), a primeira versão para o audiovisual do best-seller de Thalita Rebouças, Uma Fada Veio Me Visitar, estrelada pela sensação do YouTube e atriz Kéfera Buchmann, foi a vez da Rainha dos Baixinhos interpretar a fada Tatu. Ambas as produções apostaram na presença de influenciadores digitais para chamar a atenção do público. Na montagem mais recente, por exemplo, a também youtuber Camila Loures aparece em cenas relativamente curtas e mal roteirizadas.
Renaissance World Tour foi uma das turnês lucrativas de 2023 (Foto: Parkwood)
Vitória Borges
Desde o início da carreira, Beyoncé elevou não apenas o padrão da música pop, mas também redefiniu os limites de versatilidade e transição entre os gêneros musicais. Dito isso, é inegável dizer que a artista não é uma das cantoras mais bem consolidadas no mundo da Música. Em seu mais recente trabalho, o documentárioRenaissance: A Film by Beyoncé,a performer mergulha nas profundezas da criatividade e da expressão artística, e revela uma jornada única conduzida por ela mesma. O longa acompanha o trajeto da Renaissance World Tour desde o primeiro show em Estocolmo (Suécia), até o último ato em Kansas City (Estados Unidos), expondo os altos e baixos dos bastidores da produção de uma das turnês femininas mais lucrativas da história.
Em BB/ANG3L, o número três mais uma vez se faz presente como um símbolo angelical (Foto: Nice Life Recording Company)
Henrique Marinhos e Leonardo Pulcherio
Tinashe é uma artista que nunca escondeu sua sede por autenticidade em tudo o que faz. Após dois projetos lançados de maneira independente, BB/ANG3L (pronuncia-se “Baby Angel”) é o primeiro disco da cantora sob o selo da gravadora Nice Life Recording Companydesde seu rompimento com a RCA Records, em 2019. Logo ao se ouvir o projeto completo pela primeira vez, sua liberdade para explorar a Arte livremente é perceptível. O grandioso álbum de sete músicas tem apenas 20 minutos de duração e mostra um lado mais vulnerável da artista, desde a capa sem grandes edições até composições que se comunicam com o ouvinte de maneira mais íntima.
Ahsoka retorna definitivamente ao mundo das séries, após suas aparições em The Mandalorian e The Book Of Boba Fett (Foto: Disney+)
Carlos Staff
Ahsoka Tano é uma personagem criada por George Lucas e Dave Filoni em 2008 para ser a Padawan do cavaleiro Jedi Anakin Skywalker, no primeiro e único filme animado de Star Wars até hoje. Em seguida, ela também se tornou protagonista do ótimo Star Wars: The Clone Wars, ganhando o carinho dos fãs e se tornando uma das figuras mais populares desse universo ao longo das sete temporadas da série animada.
Ahsoka e Filoni têm muito em comum. O atual diretor-executivo criativo da Lucasfilm foi convocado diretamente por Lucas para, primeiramente, comandar o departamento de animações da empresa. Foi nesse posto e nas suas diversas conversas com o produtor que ele foi evoluindo como roteirista e diretor, se estabelecendo como a principal mente criativa da franquia atualmente. Então, quem melhor do que Dave Filoni para comandar a série live-action de Ahsoka e nos contar uma história sobre mestres e aprendizes?
A busca por identidade da premiação já demora (e incomoda) demais [Arte: Aryadne Xavier]Guilherme Veiga
É a principal premiação da temporada, a mais popular, mais glamourosa, que mais dá o que falar e a mais emblemática. Com todos os holofotes voltados para meados de Março, é natural pensar que são essas as razões que fazem com que o Oscarseja a passagem de ciclo entre as temporadas de premiação. O pensamento faz total sentido, mas a própria indústria não o leva em consideração e ano após ano prova esse descaso.
Deixando de ser uma mera personagem coadjuvante, Anna Cathcart tem em Com Carinho, Kitty o seu primeiro papel como protagonista (Foto: Netflix)
Guilherme Machado Leal
Nas séries centradas em adolescentes, as primeiras experiências são o ponto de partida para que a história se desenrole. A partir delas, sentimentos amorosos, dificuldades do Ensino Médio e o crescimento inerente dessa fase participam do processo de formação de um indivíduo. Em Com Carinho, Kitty, spin-off da trilogia de livros Para Todos Os Garotos Que Já Amei – adaptados pela Netflix -, a autora Jenny Han utiliza o formato televisivo para contar a jornada de Kitty (Anna Cathcart) em busca das suas raízes coreanas.
The Car é um novo capítulo para a banda Arctic Monkeys, que mostra um lado introspectivo e reflexivo do grupo (Foto: Domino Records)
Leandro Santhiago
Desde seu álbum de estreia até o clássico indieAM, de 2013, o Arctic Monkeys havia se estabelecido como uma força gigantesca do rock mainstream, lotando estádios internacionalmente e lançando hits atrás de hits, como é o caso de Fluorescent Adolescente R U Mine?. O quarteto de Sheffield, até então, cultivou a fama de trazer ao público um som mais enérgico e potente, liderado pela instrumentação rock clássica com a tríade de guitarras, baixo e bateria. No entanto, um piano dado de presente ao vocalista Alex Turner fez com que o grupo expandisse seu vocabulário musical e entrasse em uma nova etapa sonora.
A energia acumulada até o momento foi o combustível para a viagem até o espaço na qual vemos Tranquility Base Hotel & Casino, um passeio lunar regado pela sonoridade dispersa – ainda que coesa – emprestada da psicodelia das décadas de 1960 e 1970. Em The Car, o sétimo disco da banda, a poeira levantada pela decolagem do som espacial de seu precursor assentou. Nesse último lançamento, o grupo traz canções mais reclinadas e relaxadas, quase como um descanso depois da viagem proporcionada pelo sexto disco, ainda que com um sabor melancólico e nostálgico de fundo.
Uma das surpresas do Oscar 2024, Ficção Americana marca o primeiro trabalho de Cord Jefferson na grande tela (Foto: Amazon MGM Studios)
Rafael Gomes
Ficção Americana é a história de Thelonious Ellison – também conhecido como Monk –, um escritor que não lança um livro há anos e que está cansado de como histórias de pessoas negras são tratadas na cultura americana. O filme se divide em dois: a primeira metade é sobre sua família excêntrica e disfuncional, que conta com uma irmã afetuosa (Tracee Ellis Ross), um irmão rebelde (Sterling K.Brown, que rouba a cena) e sua mãe adoecida (Leslie Uggams), que ele visita em Boston. A segunda parte é sobre o livro fictício My Pafology, uma história sobre traficantes armados, tráfico de drogas e pais ausentes, escrito sob a alcunha de Stagg R Leigh e enviado ao seu agente. Monk esperava que a Indústria entendesse a sátira e os estereótipos colocados sobre autores negros, ao forçá-los cada vez mais a escreverem esse tipo de história. Porém, o efeito foi o contrário: o livro se tornou um best-seller e vira o maior sucesso do protagonista.
Vencedor em 2023, o time de Avatar: O Caminho da Água provavelmente voltará para a disputa com a terceira parte da saga de James Cameron, que será lançada em 2025 (Foto: ABC)
Nathan Nunes
Há um ano, quando o mundo se preparava para o Oscar 2023, duas apostas já eram tidas como certas: Avatar: O Caminho da Água venceria a categoria de Melhores Efeitos Visuais daquela cerimônia e Duna: Parte 2 venceria a da próxima. Naquela época, a segunda parte da adaptação de Denis Villeneuve ainda estava programada para estrear em Novembro e, consequentemente, prevista para angariar uma série de vitórias técnicas, como fez o seu antecessor na temporada de 2021.
No entanto, em Agosto, essas previsões sofreram um baque, quando a Warner Bros. anunciou o adiamento do longa para Março. A decisão ocorreu devido à greve do Sindicato dos Atores (SAG), cuja uma das regras proibia as aparições dos intérpretes nos circuitos de divulgação dos projetos. Repentinamente, a categoria que tinha seu campeão garantido se viu diante de uma série de possibilidades, tornando-se uma das mais imprevisíveis da temporada.