10 anos da 1ª temporada de Demolidor: o herói entre a fé e a justiça cega

A imagem tem tons azulados. O Demolidor está vestindo uma touca preta que cobre toda a parte do nariz para cima de seu rosto. Ele está caído e com o rosto de frente para o chão. De sua boca sai sangue que está caindo numa poça de água. A câmera está próxima, captando apenas do ombro para cima do personagem.
Sete anos depois do cancelamento de Daredevil, a série volta para uma quarta temporada em 2025 (Foto: Marvel)

Guilherme Moraes

A combinação entre a Marvel e a Netflix surgiu no início da onda de streamings e no meio da Saga do Infinito, como forma de expansão do UCM e da popularização do serviço. A ideia funcionou muito bem para ambos os lados, pois conseguiram produzir séries de qualidade, que funcionaram dentro do Universo Marvel e ajudaram a atrair pessoas para a plataforma. Posteriormente, as empresas foram para caminhos opostos, se tornando rivais no mercado e começando a produzir em escala, mas com uma qualidade bem inferior. Demolidor, foi pioneiro, recebendo um trato mais carinhoso com a imagem e dando para o público um protagonista com dilemas mais complexos e bem explorados do que as produções seguintes, servindo como um pilar das duas marcas. Continue lendo “10 anos da 1ª temporada de Demolidor: o herói entre a fé e a justiça cega”

Divertida Mente 2 acende alerta para o distúrbio de ansiedade e ensina sobre inteligência emocional

Ansiedade tomando a liderança na mesa de controle da cabeça de Riley, com sua base na cor da emoção que controla no momento, desta vez é laranja, representação da Ansiedade. Enquanto isso, os tradicionais sentimentos abordados no primeiro filme estão em segundo plano assustados com o trabalho da agonizante laranja, que não vê problema no que está fazendo.
O longa-metragem dirigido por Kelsey Mann bateu a marca de US$1,46 bilhão em bilheteria mundialmente, superando Frozen 2 e Os Incríveis 2 (Foto: Pixar)

Livia Queiroz

Como evitar que memórias ruins gerem convicções equivocadas?”. Essa é uma frase da Nojinho no final da trama desse filme, após uma conclusão da Alegria de que lembranças que não nos agradam devem ser colocadas no esquecimento. A verdade é que todas as nossas memórias são importantes e criam o que somos, as boas formam nossas expectativas, sonhos e habilidades sociais, e as ruins nos ajudam a sermos mais fortes psicologicamente e a digerir nossos erros para melhorar nossas atitudes. Divertida Mente 2, lançado em Junho de 2024 e candidato ao Oscar de Melhor Animação, é recheado de filosofias do crescimento pessoal. 

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Doechii resgata essência do hip-hop e se prova além do gênero com Alligator Bites Never Heal

Na imagem, Doechii, uma mulher negra, está sentada em uma cadeira de madeira sobre um tapete estampado, com uma parede de fundo em tom verde escuro. Ela veste uma saia verde, uma camisa branca, sapatos marrons e meias brancas. Seu cabelo está trançado, com acessórios decorativos. A mulher segura um jacaré albino em seu colo, olhando diretamente para a câmera.
Alligator Bites Never Heal, mixtape de Doechii, faturou três nomeações no 67º Grammy Awards (Foto: Top Dawg Entertainment)

Talita Mutti

No dia 13 de Junho de 2019, uma jovem chamada Jaylah Ji’mya Hickmon publicou um vídeo em seu canal no YouTube questionando o porquê da transição para a vida adulta ser tão difícil. Como poder investir nos próprios sonhos, se ela precisava pagar contas e lidar com a vida real? “Eu só quero atingir meus objetivos, ser uma grande estrela, […] mas eu sinto que preciso fazer uma escolha”, diz. Arriscar continuar lutando pelos seus sonhos talvez tenha sido a melhor decisão da vida de Doechii, rapper que usou um trecho de seu desabafo em uma das faixas de sua mixtape Alligator Bites Never Heal, lançada em Agosto de 2024. Com o projeto, se tornou a terceira mulher a faturar o Grammy de Melhor Álbum de Rap na história da premiação, além de ter sido uma das nomeadas ao prêmio de Artista Revelação, junto de Sabrina Carpenter e a vencedora Chappell Roan.

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O Auto da Compadecida 2 e a reinvenção de si mesmo

O cenário mostra o exterior da igreja montada em um estúdio. Usando roupas velhas e rasgadas, sandálias típicas do povo nordestino e aparência de descuido com a pele no sol, os atores principais de O Auto da Compadecida voltam a encenar os malandros da cidade quente e seca do interior nordestino Taperoá.
Matheus Nachtergaele e Selton Mello voltam às telas de cinema como João Grilo e Chicó 25 anos depois (Foto: H2O Films)

Livia Queiroz 

Em Setembro de 2000, os brasileiros saíram de suas casas e foram para os cinemas de suas cidades assistir ao que viria a ser um dos maiores sucessos do Cinema do país: O Auto da Compadecida. Baseado na obra de Ariano Suassuna, o filme foi um sucesso comercial e social, e alcançou um recorde histórico de 2.157.166 pessoas (o filme nacional mais assistido daquele ano), além de uma arrecadação de mais de onze milhões de reais em bilheteria. Tornou-se um ícone para os ‘canarinhos’ e estrangeiros latino-americanos sobre a cultura nordestina e referência cinematográfica nacional. 

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A Nonsense Christmas abraça o absurdo e entrega um especial natalino engraçado e caótico

A imagem mostra Sabrina Carpenter, que é uma jovem mulher loira de olhos azuis, segurando um microfone e sorrindo para a câmera. Ela veste um vestido vermelho justo, decorado com pequenas pedrarias brilhantes e detalhes de plumas brancas na parte superior. Seu cabelo é longo, liso e tem franja, emoldurando seu rosto de traços delicados. Sua maquiagem inclui blush rosado, batom suave e olhos destacados com delineador e cílios volumosos. O cenário ao fundo sugere um ambiente de bastidores, com equipamentos de produção e iluminação. A luz quente do ambiente realça sua expressão animada e carismática.
“É uma hora de absurdo literal”, disse Carpenter à revista TIME sobre o especial em Outubro de 2024 (Foto: Netflix)

Marcela Jardim

Em meio a uma avalanche de clichês típicos das produções de fim de ano, A Nonsense Christmas, estrelado por Sabrina Carpenter, aposta em uma abordagem irreverente que subverte as expectativas do gênero. Apesar de seu charme inegável e do carisma da intérprete de Espresso, que transita com facilidade entre a atuação e sua persona musical, a produção levanta a questão: até que ponto o ‘nonsense’ pode sustentar uma narrativa? Enquanto alguns momentos brilham pela originalidade e criatividade, outros escorregam no excesso, deixando um ‘gostinho’ agridoce para o público.

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Jake Gyllenhaal pode ser assassino em Acima de Qualquer Suspeita – ou não

A imagem mostra o ator Jake Gyllenhaal, um homem com cabelo castanho e curto, usando um terno escuro e uma gravata. Ele está sentado, com a mão cobrindo parcialmente a boca, em uma expressão de concentração ou preocupação. O fundo é desfocado, mas sugere um ambiente formal, possivelmente um tribunal, com luzes suaves ao fundo.
Jake Gyllenhaal vive seu auge ao interpretar o protagonista Rusty Sabich na série Acima de Qualquer Suspeita, lançada pela Apple TV+ em Junho de 2024 (Foto: Apple TV+)

Laura Lopes

Rusty Sabich é um vice-promotor temido, reconhecido pelo seu talento em colocar criminosos de Chicago atrás das grades. Esse não é seu único atributo, porém. Na série Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innocent, no original), Sabich é vivido pelo ator norte-americano Jake Gyllenhaal (Donnie Darko; O Segredo de Brokeback Mountain) – ou seja, além de justiceiro, o protagonista é um galã com G maiúsculo, capaz de atrair qualquer mulher em um piscar de olhos – o que é um problema para ele.

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Em Jurado Nº2, Clint Eastwood relembra clássico ao questionar o sistema judiciário norte-americano

Ao fundo estão os personagens de Cedric Yarbrough e Rebecca Koon. O primeiro está à direita com uma camiseta preta e o olhar vago e a segunda está à esquerda com uma camiseta rosa e uma blusa branca, ela está olhando para algo fora do plano. Mais a frente, em foco e no centro da imagem está o personagem de Nicholas Hoult, ele está com uma expressão preocupada, olhando para algo fora da câmera.
O filme chegou direto no streaming na maioria dos países (Foto: Warner Bros. Pictures)

Guilherme Moraes

Em 1957, Sidney Lumet lançou 12 Homens e uma Sentença (1957). A história é simples: um júri composto por 12 homens decide o futuro de uma pessoa. 11 votaram a favor da prisão e apenas um contra, e este que se opõe, tenta mudar a opinião dos demais. Clint Eastwood permeia o clássico, mas vai para um caminho diferente. Se na obra original, Henry Fonda reafirma e refresca o respeito aos processos legais no funcionamento do sistema, Nicholas Hoult é a incorrigível falha de uma das grandes instituições norte-americanas: a justiça.

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Nascida Para Você: o amor que desafia regras

Filme busca retratar o vínculo crescente entre pai e filha em um contexto para garantir seus direitos de paternidade em um sistema que ainda discrimina famílias ‘não tradicionais’ (Foto: Bartleby Film)

Eloah Kaway

Em Nascida Para Você, (Nata Per Te, no original), acompanhamos Luca, interpretado por Pierluigi Gigante, em uma trajetória que destaca não apenas o desejo de formar uma família, mas também a determinação de vencer obstáculos impostos por um sistema tradicionalista. O protagonista, homossexual e solteiro, trabalha em uma ONG que ajuda pessoas com necessidades especiais, demonstrando empatia e sensibilidade desde o início. Esse pano de fundo enriquece sua motivação ao tentar adotar Alba, uma bebê com síndrome de Down que foi rejeitada por várias famílias antes.

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Entre cortinas e crimes, o mistério da terceira temporada de Only Murders in the Building foge do controle

Cena da terceira temporada de Only Murders in the Building. Na foto vemos Mabel, Oliver e Charles dentro de um elevador. Mabel, mulher branca com cabelos castanhos escuros, usa uma camiseta branca com um suéter verde e, por cima, um sobretudo bege. Oliver, homem branco de cabelos grisalhos claros, veste um terno na cor verde escura. Em sua mão direita ele segura uma garrafa de água na cor bordô. Charles, homem branco de cabelos grisalhos, veste um sobretudo preto e óculos. Oliver e Charles parecem discutir enquanto Mabel fixa seus olhos para a frente e finge não prestar atenção nos dois. Ao fundo é possível ver a parede do elevador de madeira escura.
Only Murders in the Building já foi indicada 49 vezes ao Emmy (Foto: Patrick Harbron)

Vitória Borges

Os vizinhos mais queridos do Upper West Side estão reunidos novamente, Charles (Steve Martin), Oliver (Martin Short) e Mabel (Selena Gomez) retornam mais uma vez com sua sagaz habilidade em desvendar mistérios. Na terceira temporada de Only Murders in the Building, indicada na categoria de Melhor Série de Comédia no Emmy 2024, o trio apaixonado por crimes reais é encarregado de manter a dinâmica e química que somente eles possuem. Criado por Steve Martin e John Hoffman, o seriado que conquistou uma legião de fãs mistura o humor afiado de Martin e Short com o jovem talento de Gomez. 

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Babygirl não decepciona no que promete, mas falta profundidade

A imagem mostra Nicole Kidman e Harris Dickinson em um momento íntimo dentro de um ambiente corporativo. Nicole, com pele clara e cabelos loiros presos em um rabo de cavalo solto, veste um blazer claro e está de olhos fechados, aparentando relaxamento e entrega. Harris, com pele clara e cabelo curto, usa uma camisa azul e gravata escura. Ele se inclina em direção a ela, com o rosto próximo ao dela, como se estivesse sussurrando ou prestes a beijá-la. A cena transmite tensão e proximidade emocional, com um fundo desfocado que sugere um escritório ou espaço empresarial.
Romy (Nicole Kidman) se envolve com Samuel (Harris Dickinson), um homem mais jovem em Babygirl [Foto: A24]
Thaís França

O longa-metragem com direção de Halina Reijn (Morte Morte Morte) acompanha uma CEO de uma empresa, Romy, interpretada por Nicole Kidman, casada com o personagem de Antonio Banderas, Jacob. Os dois têm duas filhas e vivem o que parece ser uma família ideal, com boas condições financeiras sustentadas pelo cargo de grande importância que a protagonista carrega. Porém, sua vida vira de cabeça para baixo quando Samuel, interpretado por Harris Dickinson, aparece como estagiário em sua empresa.

O filme tem fortes inspirações em thriller eróticos dos da década de 1990, como Instinto Selvagem (1992) e Proposta Indecente (1993), ambos marcados por suas tramas de sedução, desejo e manipulação. Assim como essas obras, Babygirl explora a tensão psicológica entre os personagens, utilizando o jogo de poder e a dinâmica entre os gêneros como motor central da história, onde os personagens enfrentam as consequências de suas escolhas impulsivas e os limites da exploração de poder no contexto de suas relações íntimas e profissionais. Babygirl, assim, revisita esses elementos de forma moderna, mantendo a tensão e a exploração do desejo como temas centrais

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