Artificial e sincero, Better Man – A História de Robbie Williams atira bananas em cinebiografias

Cena do filme Better Man - A História de Robbie WilliamsNa imagem, o personagem Robbie está cantando de forma feroz para a câmera. Robbie é um chimpanzé, com olhos verdes, pelos pretos e dentes pontudos e amarelados. Ele veste uma roupa de mangas longas na cor preta. Ele canta segurando um microfone. O cenário é de um show, em desfoque, há luzes e muitas pessoas na plateia.
Robbie Williams fez sucesso no Brasil ao fazer parte da trilha sonora da novela Mulheres Apaixonadas em 2003 (Foto: Diamond Films)

Davi Marcelgo

A estreia de Rocketman (2019) trouxe frescor ao ‘mundinho’ de cinebiografias de Hollywood, lançado com poucos meses de diferença do trivial Bohemian Rhapsody (2018), o filme sobre Elton John apostou no lúdico dos musicais, em novos arranjos para músicas de sucesso e, sobretudo, deixou as canções invadirem os quadros para além dos palcos. Porém, a roda continuou a girar da mesma forma, já que a grande maioria do gênero ainda segue o roteiro sobre ascensão e queda dos artistas, assim como a fórmula dos hits serem cantados apenas em apresentações ou como música de fundo. Mas em Better Man – A História de Robbie Williams, um ‘macaquinho’ decidiu balançar o galho e os melhores frutos caíram dessa empreitada.

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A pura imaginação de Wonka

Cena do filme Wonka. No centro da imagem temos Willy Wonka (Timothée Chalamet), um jovem branco, de cabelo castanho ondulado. Ele veste um colete preto, um casaco na cor vinho e uma calça listrada branca e cinza. Além disso, ele usa como acessórios uma cartola marrom, um cachecol acinzentado e sapatos surrados. Ao fundo da tela temos dançarinas, com vestidos longos e saltos com ponta. Seus rostos estão cobertos com alguns guarda-chuvas, com a palavra “wonka” escrito nelas. Eles estão ao ar livre e o chão é decorado em várias tonalidades de roxo.
Wonka marca o retorno dos musicais e da fantasia nas telonas (Foto: Warner Bros. Pictures)

Ludmila Henrique

O chocolate, dos sabores mais doces até os mais amargos que conhecemos, transitou por grandes mudanças até se tornar um símbolo gastronômico. Originário da Mesoamérica antiga, as civilizações latinoamericanas foram as primeiras a utilizarem o cacau de maneira medicinal e em rituais. Os Astecas acreditavam que o chocolate era um presente dos deuses, usufruindo de seus grãos como moeda de troca e também como uma bebida afrodisíaca. No entanto, os componentes ganham uma característica familiar após sua vinda à Europa, onde foi adocicado com açúcar e mel, garantindo um sabor mais aprazível. Em Wonka, longa dirigido por Paul King, somos apresentados à fantasia de um ‘chocolateiro’, que deseja mudar o mundo com um pedaço de cada vez.

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Senna: pilotando pela homenagem, nostalgia e ausência

Cena da série Senna que representa a primeira vitória de Senna em Interlagos, São Paulo, Brasil. Por meio de efeitos especiais foi recriada a primeira curva da pista, com Senna dirigindo uma McLaren MP4/5B, com seu tradicional capacete verde, amarelo e azul (cores da bandeira do Brasil) e seu principal patrocinador na viseira, a Honda.
As filmagens das corridas foram feitas em pistas reais com dublês de ação e carros cinematográficos (Foto: Netflix)

Livia Queiroz 

Em Abril de 2024, um dia antes do marco de 30 anos da morte de Ayrton Senna, a Netflix divulgou um teaser oficial com um trecho da minissérie em homenagem ao piloto automobilístico, feita em parceria com a Senna Brands e a família do brasileiro. Após seis meses, a plataforma de streaming postou o trailer, para anunciar que a produção, dirigida por Julia Rezende e Vicente Amorim, seria lançada em Novembro. O Brasil esperou, com muita expectativa, pela oportunidade de voltar no tempo para reviver a era de esperança, carinho e vitórias dentro da Fórmula 1

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DeBÍ TiRAR MáS FOToS e sua contribuição para o retorno do orgulho latino

Foto de um quintal contornado por bananeiras com folhas verde escuro vivas, algumas folhas secas em cor marrom e bege e um único cacho de banana enquanto duas cadeiras de plástico brancas solitárias protagonizam o cenário, localizadas em cima de um solo batido e com gramíneas verde claras.
A capa do álbum foi pensada para representar um ambiente comum não só da vida de Benito Antonio Martínez mas também de toda a comunidade latina (Foto: Rimas Entertainment LLC.)

Livia Queiroz 

Após pouco mais de um ano do seu último lançamento, nadie sabe lo que va a pasar mañana (2023), Bad Bunny volta ao tradicional ritmo musical latino: o reggaeton. O som dançante teve início em Porto Rico, país de nascimento do cantor e, portanto, pilar fundamental de sua criação e desenvolvimento. Entretanto, desde o começo de sua carreira, ele teve uma relação conturbada com o estilo musical, criando seus álbuns, muitas vezes, com base no rap norte-americano e no hip-hop

Nesse sentido, foi uma grande surpresa quando em seu novo trabalho, DeBÍ TiRAR MáS FOToS (2025), Benito Antonio Martínez voltou ás suas origens, juntando reggaeton, salsa, plena, cantores latinos em ascensão, samples, críticas sociais e histórias de sua vida traduzidas em canções. O disco inicia de forma animada, com várias referências, descrevendo a diversidade na cidade de Nova Iorque e suas infinitas possibilidades de viver por lá com a música NUEVAYoL, que constituí sonoras de Un Verano en Nueva York por El Gran Combo de Puerto Rico e a entrevista de Felix Trinidad depois de sua luta contra Oscar De La Hoya, em 1999. 

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Em So Close To What, Tate McRae chega muito perto de recriar a magia da década de 2000

Capa do álbum So Close To What, de Tate McRae. A imagem mostra a cantora sentada no chão, de costas para a câmera, usando um vestido branco curto e salto transparente. Seus cabelos longos e soltos caem sobre os ombros enquanto ela olha para uma enorme projeção de si mesma na parede, onde aparece de perfil com expressão intensa e iluminada por tons dourados.
Na capa de So Close To What, Tate McRae está que nem a Billie Eilish na frente do espelho (Foto: RCA Records)

Arthur Caires

Em 2023, Tate McRae lançou THINK LATER, seu segundo álbum de estúdio. Na faixa cut my hair, ela canta: “ser uma garota triste ficou um pouco chato”. Mais do que uma declaração sobre sua própria evolução artística, esse verso reflete o momento atual do pop. Nos últimos anos, o gênero foi dominado por composições confessionais e melancólicas, com artistas como Taylor Swift, Olivia Rodrigo, Billie Eilish e Phoebe Bridgers no centro da cena. Mas, essa atmosfera introspectiva acabou criando uma saturação, despertando no público o desejo por algo mais leve, enérgico e dançante.

Essa guinada ficou evidente em 2024, com o crescimento de nomes como Charli XCX, Sabrina Carpenter e Chappell Roan, que trouxeram frescor ao pop sem abandonar a conexão emocional com suas letras. Assim como essas artistas, Tate McRae entendeu que o zeitgeist precisa de diversão e é isso que ela entrega no seu terceiro disco, So Close To What.

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Há 10 anos, Kingsman: Serviço Secreto mostrava que um cavalheiro também pode bater em caras maus

A cena mostra um homem de meia-idade, alto e de aparência refinada, usa um terno cinza risca de giz, gravata listrada e óculos de armação grossa. Seu cabelo é loiro-acinzentado, bem penteado, e ele tem uma expressão séria e autoritária enquanto levanta a mão para um jovem. O rapaz, de pele clara e aparência jovem, veste um boné azul, uma jaqueta preta acolchoada e uma camisa polo listrada. Ele tem um rosto anguloso, sobrancelhas marcadas e mantém uma expressão desconfiada ou desafiadora. A cena ocorre em uma sala de estilo clássico, com paredes verdes, quadros e uma mesa de bilhar ao fundo.
O filme arrecadou mais de US$ 414 milhões mundialmente, tornando-se o maior sucesso comercial de Vaughn até o ano de 2014 (Foto: 20th Century Studios)

Marcela Jardim

Lançado em 2015, Kingsman: Serviço Secreto trouxe um novo fôlego para os filmes de espionagem ao combinar ação estilizada, humor ácido e uma estética sofisticada. Dirigido por Matthew Vaughn, o longa subverteu clichês do gênero ao transformar um jovem marginalizado em um agente de elite, sob a tutela do carismático Harry Hart (Colin Firth). Inspirado na HQ The Secret Service, de Mark Millar, a obra se destacou pela violência coreografada e pelo tom irreverente, equilibrando homenagens aos clássicos de James Bond com uma abordagem moderna e exagerada. O roteiro dinâmico e repleto de reviravoltas, aliado às atuações cativantes, fizeram do longa uma experiência única, misturando o charme britânico com sequências de ação eletrizantes.

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A 2ª temporada de Arcane revoluciona as animações e fecha, com chave de ouro, a história de Vi e Jinx

Jinx, uma das protagonistas da série, é uma jovem adulta com longos cabelos azuis prendidos em duas tranças que alcançam os pés. A mulher, com olheiras profundas e uma roupa surrada, segura um isqueiro  aceso com a mão direita em um ambiente completamente escuro.
Os traumas e as novas facetas de Jinx são exploradas na segunda e última temporada de Arcane (Foto: Netflix)

Por Isabela Pitta

O abandono e o luto são inerentes ao ser humano. Em períodos de guerra, a chuva cai sobre todos, o sofrimento é uníssono, porém, a maneira de lidar com a dor da perda diverge. A segunda e última temporada de Arcane, que estreou em Novembro de 2024, mergulha de cabeça na psique de cada personagem que enfrenta a desesperança coletiva de um mundo dilacerado pela cobiça terrena. As consequências de uma escolha ou de um posicionamento são tema da produção da Riot Games, em associação com o estúdio francês de animação Fortiche, desde o primeiro ano, em 2021. 

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Capitão América: Admirável Mundo Novo continua a envelhecida e cínica saga da Marvel

Cena do filme Capitão América: Admirável Mundo NovoNa imagem, o personagem Sam Wilson está entrando em uma sala escura. Ele olha com desconfiança ao seu redor. Sam Wilson segura na mão esquerda, o escudo de seu alter ego, Capitão América, nas cores da bandeira dos Estados Unidos: branco, prata e azul, divididos por faixas circulares. No centro há uma estrela. Sam Wilson é um homem negro, na faixa dos 40 anos, de cabelo raspado e bigode com cavanhaque. Ele veste uma jaqueta preta.
Pela primeira vez nos cinemas, Sam Wilson assume o manto estrelado (Foto: Marvel Studios)

Davi Marcelgo 

Quatro anos depois de Falcão e o Soldado Invernal, a Marvel continua a história de Sam Wilson (Anthony Mackie), mas esquece peças fundamentais da mitologia de heróis em Capitão América: Admirável Mundo Novo, um filme estéril. Na trama, o presidente dos Estados Unidos, Thaddeus Ross (Harrison Ford), sofre um atentado e Isaiah (Carl Lumbly) é preso. Para provar a inocência do amigo, Wilson começa uma investigação que o leva a descobrir segredos sobre o passado da liderança norte-americana.

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Timothée Chalamet prova que Bob Dylan é um estado de espírito em Um Completo Desconhecido

Cena do filme Um Completo Desconhecido. Na cena, há uma silhueta de um músico em um palco, iluminado por uma luz em foco, tocando guitarra. A composição da imagem é simples e focada, com o músico no centro, em destaque. O artista está posicionado em um palco, possivelmente numa apresentação. A iluminação, direcionada ao músico, cria um contraste forte entre a figura escura e o fundo levemente iluminado. As linhas do corpo do músico, bem como a guitarra e o microfone, ficam bem definidas, sem detalhes excessivos. A posição do músico sugere movimento e ação, como de uma apresentação musical.
A Complete Unknown recebeu oito indicações ao Oscar 2025, incluindo a de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Som (Foto: Searchlight Pictures)

Nathalia Tetzner

Um menino circense, uma sensação do folk ou um andarilho? Com mais de seis décadas de carreira e inúmeras transições de gênero musical, Bob Dylan sempre foi e permanecerá um enigma. Sob a perspectiva de que o compositor, dono de um Nobel da Literatura, se trate de algo além do que uma ideia performática, Um Completo Desconhecido traz Timothée Chalamet em um papel que prova como o Dylan é, na verdade, um estado de espírito. 

O cineasta James Mangold, que também dirigiu a biografia do astro do country Johnny Cash, Johnny & June (2006), repete a aclamação da crítica especializada com oito indicações ao Oscar 2025 para a obra que acompanha Robert Allen Zimmerman até sua ascensão e primeira grande mudança de sonoridade. Uma vez símbolo político de uma era que clamava por liberdade, o público se depara com a paranoia da fama e o desejo de uma metamorfose interna.

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Wicked arrisca trazer a potência dos palcos da Broadway para as telas

Cena do filme Wicked. À esquerda, a personagem Elphaba, de pele verde e cabelos longos pretos em tranças finas, roupas pretas e um chapéu com a ponta alta e triangular. À direita, a personagem Glinda, branca e de cabelos longos loiros, com roupas rosas. As duas estão viradas para frente e olhando para cima
Com muito em jogo, Wicked atinge sucesso nas bilheterias e na crítica especializada (Foto: Universal Pictures)

Giovanna Freisinger

Um dos musicais mais adorados de todos os tempos do Teatro chegou com tudo às telonas. Wicked não só encarou a grandiosidade da obra, como a potencializou ao máximo em cada detalhe da produção. Foi assim que o diretor Jon M. Chu conquistou o impossível e satisfez as altas expectativas dos fãs de longa data do musical da Broadway – mesmo sendo vítima de sua própria ambição em momentos importantes. A responsabilidade que Chu assumiu com este filme foi a de lidar com a nostalgia existente no coração de muitas pessoas e, ao mesmo tempo, renovar a história, para compartilhar essa paixão antiga de tantos com novas audiências. O longa entrou com força na corrida das grandes premiações do ano, conquistando dez indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme.

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