Coringa: Delírio a Dois foi o fiasco que o primeiro filme não merecia

Cena do filme Coringa: Delírio a dois. Joaquim Phoenix, que interpreta Coringa, é um homem branco, com cabelo de cor verde, e maquiagem de palhaço e veste um terno vermelho Ele está ao lado de Lady Gaga, que interpreta Haarlem Quinzel Ela é uma mulher branca, de pele clara, cabelos loiros e um vestido colorido, os dois estão com uma perna levantada cada, aparentemente dançando.
O corte de algumas cenas da versão final gerou descontentamento dos fãs (Foto: Warner Bros. Pictures)

Lucas Barbosa

Cinco anos após o primeiro filme, Coringa: Delírio a dois não correspondeu às altíssimas expectativas que pesavam sobre o longa-metragem que carrega a continuação da história problemática e exotérica de um dos maiores seres vilanescos do universo dos quadrinhos. Sendo a sombra de uma das melhores películas de 2019, garantindo até Oscar de melhor Ator para o Joaquim Phoenix, a continuação deixou lacunas mal resolvidas, questionamentos desnecessários sobre a história e aquele velho pensamento se uma continuação de uma obra amplamente premiada é realmente necessária.

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A terceira temporada de Heartstopper é um lembrete de que nunca estamos sozinhos

Cena de Heartstopper com dois adolescentes se encarando de forma carinhosa em um ambiente externo à noite. O menino da esquerda, chamado Nick, tem cabelo liso e veste um moletom cinza com capuz. Ele sorri de maneira suave enquanto olha para o menino da direita, chamado Charlie, que tem cabelo cacheado e veste um casaco verde claro. O fundo está escuro, com leves sombras de árvores e uma cerca.
Demorou três temporadas, mas finalmente Nick e Charlie disseram ‘eu te amo’ um para o outro (Foto: Netflix)

Arthur Caires

A atmosfera positiva e idealizada de Heartstopper é uma marca registrada da série desde a sua estreia, gerando algumas críticas por parte do público. Embora certos momentos possam ser considerados caricatos, a produção tem como objetivo ser uma fuga da adolescência corrompida de obras como Euphoria, focando em ser quase como um ‘manual’ para a nova geração e um acalento para os mais velhos. Na terceira temporada, lançada em Outubro de 2024, o original Netflix segue com o tom adocicado, mas oferece um retrato mais realista e autêntico ao tratar de temas mais maduros.

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Em Clancy, o fim é feito de recomeços

Capa do álbum Clancy, do duo Twenty One Pilots. Nele vemos um fundo vermelho com detalhes em amarelo que lembram chamas. Na parte central temos dois homens, que são Tyler Joseph e Josh Dun. Tyler está mais centralizado, veste uma jaqueta preta com detalhes no ombro, uma calça preta e uma balaclava. Josh veste uma jaqueta preta com magas brancas e uma calça preta. A foto dos dois estão em preto e branco e bastante granuladas. Na parte superior central, está escrito na vertical "CLANCY" com letras estilizadas
Como era de se esperar, Clancy trouxe consigo uma tonelada de teorias (Foto: Fueled By Ramen)

Guilherme Veiga

Fechar ciclos nunca é uma tarefa fácil, ainda mais quando tais ciclos são internos e nos remetem a nós mesmos. Se serve de consolação, essa não é uma experiência única. Aliás, se fosse, vários cantores e bandas que gostamos não teriam o impacto que têm para nós. Felizmente, o Twenty One Pilots sabe disso e consegue não só transmutar sentimentos, como também encerrar períodos. A forma com que o duo formado por Tyler Joseph e Josh Dun lida com isso é muito única. Assim como uma criança traumatizada, a dupla cria uma história fantástica para mascarar problemas reais, a fim de deixá-los menos banais e insignificantes ao olhar externo.

Dessa empreitada saíram quatro dos sete álbuns de sua discografia, Blurryface (2015), Trench (2018), Scaled and Icy (2021) e, agora, aquele que parece ser o final dessa história: Clancy. Por mais que os álbuns antecessores também tratassem de forma muita pungente as questões do duo – mas, principalmente de Joseph –, aqui, elas, em uma espécie de Efeito Streisand, ao serem mascaradas em uma narrativa, ganham ainda mais força e chegam ao ápice no momento mais oportuno, quando se toma coragem para enfrentar seus inimigos.

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Fechando com coroa de ouro, The Crown nos dá adeus após seis temporadas

 

Cena de The Crown, na imagem, a rainha elizabeth aparece de perfil. Ela é uma mulher branca de cabelos grizalhos curtos e enrolados, seus olhos são azuis. O fundo é sólido e preto.
The Crown, série histórica sobre o reinado de Rainha Elizabeth II, chega ao fim depois de seis temporadas (Foto: Netflix)

Ana Beatriz Zamai

Lançada em Novembro de 2016, The Crown, série original da Netflix, chegou ao fim depois de seis temporadas mostrando a vida por trás dos portões do Palácio de Buckingham. Criada por Peter Morgan, que já produziu outros trabalhos sobre a monarquia inglesa, o drama focado na Rainha Elizabeth II retrata os acontecimentos desde 1940, quando, para o bem ou para o mal, Elizabeth Alexandra Mary se tornou rainha após a súbita morte de seu pai. Desde então, o seriado passou pelo casamento da então princesa com o príncipe Philip, a vida conturbada de sua irmã Margareth, o nascimento e crescimento de seus filhos e netos, as preocupações com os primeiros ministros, e, no final, a polêmica morte da princesa Diana. 

Diferentemente do que fez nas outras temporadas, a Netflix dividiu o lançamento em duas partes: a primeira, com quatro episódios focados nos acontecimentos de antes, durante e depois da morte de Lady Di, foi lançada em Novembro de 2023. Já a segunda parte, com seis episódios, mostra o fechamento do arco de alguns personagens da família real – inclusive o da própria Rainha – até o início da década 2000, e estreou em Dezembro de 2023.  

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Rivais deixa o público ansiando pela próxima partida de Guadagnino

Cena de Rivais. Na imagem, três jovens estão sentados em uma cama. Uma mulher de shorts preto, longos cabelos castanhos e moletom de zíper rosa está entre dois homens. Ela beija um deles, de cabelos loiros, que veste uma camiseta cinza e um shorts xadrez. Observando-os está outro homem. Ele possui cabelos escuros, utiliza shorts azul e uma camisa verde com listras verticais brancas, a qual está aberta.
Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor seguiram rotinas de musculação e treinos de tênis antes do início das gravações de Rivais (Foto: Amazon MGM Studios)

Esther Chahin 

Um filme sobre um triângulo amoroso entre três prodígios do tênis é específico, mas foi lançado. Rivais (Challengers, originalmente) estreou em Abril de 2024 e é mais uma grande obra do cineasta italiano Luca Guadagnino, também responsável por tramas como Me Chame pelo Seu Nome (2017) e Até os Ossos (2022). O principal nome do elenco é Zendaya que, pela primeira vez, interpretou uma personagem adulta, a ex-tenista Tashi Duncan. Dando vida aos outros dois elementos essenciais da narrativa, os atores Mike Faist (Art Donaldson) e Josh O’Connor (Patrick Zweig), porém, não foram ofuscados pela estrela de Euphoria

O enredo conta a história de Art Donaldson, Tashi Duncan e Patrick Zweig, três tenistas de talento excepcional cujas vidas tomam outros rumos quando se envolvem em um triângulo amoroso. Ao longo da trama, o espectador é apresentado aos eventos que levaram os protagonistas à então relação, mas não há uma linearidade. No início, tudo que se sabe é que Art e Patrick competem uma partida de tênis, enquanto uma elegante jovem, apreensiva, assiste-os atentamente. A obra não ultrapassa esse núcleo de personagens de forma significativa: há bastante material a ser explorado apenas entre os três. 

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CHROMAKOPIA: entre caos sonoro e lírica introspectiva, Tyler, The Creator revela sua essência mais autêntica

A capa de CHROMAKOPIA, de Tyler, The Creator, traz uma foto marcante do artista vestido com um uniforme militar e usando uma máscara que imita o formato de seu próprio rosto. Tyler, um homem negro de 33 anos, com cabelo crespo e escuro, aparece com a mão direita levantada, em um gesto que sugere que está se expressando. O fundo é predominantemente escuro, com uma faixa de luz que destaca sua silhueta, adicionando profundidade e dramaticidade à imagem.
CHROMAKOPIA estreou na parada musical americana Billboard Hot 200 e permaneceu no ranking por mais de três semanas (Foto: Columbia Records)

Talita Mutti

Em uma mistura de confusão e autoconhecimento, Tyler, The Creator revela seu verdadeiro ‘eu’ em CHROMAKOPIA, lançado em Outubro de 2024. Com faixas marcadas por sua produção criativa e autêntica, repletas de composições que constroem uma experiência completa e imersiva, a obra consolida a relevância do cantor na cena musical. Tyler Gregory Okonma explora um outro lado do rap atual, com oito álbuns de estúdio na discografia, ele constroi narrativas através dos alter egos que marcam cada trabalho, junto de uma produção carregada de elementos que o difere de outros artistas da cena. Okonma externa pensamentos e temas que o assombram, refletindo cada fase da própria vida, mas sempre por trás de um personagem.

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Pra Sempre Paquitas é um polêmico e surpreendente purgatório dos traumas da geração das décadas de 1980 e 1990

Imagem de três mulheres sorrindo em um camarim iluminado. A mulher ao centro, com cabelos curtos e uma camiseta preta com a frase 'Tô Empaquitada', segura um pequeno cachorro vestido com um chapéu vermelho. As outras duas mulheres, uma usando uma camiseta branca com estampa da marca Reserva e outra com uma camiseta branca com um arco-íris, estão ao lado dela. Ao fundo, araras de roupas e espelhos completam o ambiente descontraído.
Tatiana Maranhão e Ana Paula Guimarães, além de ex-paquitas, são as criadoras da série documental
(Foto: Blad Meneghel)

Vinicius Magalhães

Difícil assistir o documentário Pra Sempre Paquitas, lançado pelo Globoplay em Setembro de 2024, sem fazer comparações com outro produto de 2023 da plataforma de streaming da Globo: Xuxa, o Documentário. Apesar de não ser vendida como um spin off – mesmo com todas as características de um –, a série sobre o grupo de assistentes de palco da apresentadora Xuxa entrega um material muito mais polêmico, interessante, honesto e divertido comparado ao que inspirou a sua criação. 

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Assombroso, Conclave joga luz nas certezas do Vaticano

Texto Alt: Cena do filme Conclave Na imagem, o personagem Cardeal Benítez está olhando para frente com uma expressão séria. Ele veste roupas de cardeal da igreja católica, uma batina vermelha e branca; em seu pescoço há um terço fino prateado. Atrás dele, há outros cardeais, eles estão em pé, com as mãos juntas em posição de oração. Também vestem batinas e usam terços. Benítez é um homem na faixa dos 50 anos, de pele escura, mexicano, e com cabelos escuros.
O roteiro de Peter Straughan foi premiado com o Globo de Ouro na categoria de Melhor Roteiro de Filme (Foto: Focus Features)

Davi Marcelgo

O Papa está morto. A reunião para os cardeais do Vaticano escolherem o próximo pontífice está para começar. Quem é a pessoa correta para assumir o manto e quem tem certeza de ser capaz de conduzir o catolicismo? As questões de certo e errado, certezas e dúvidas são a principal temática de Conclave, dirigido por Edward Berger (Nada de Novo no Front) que isola personagens e espaços em uma linguagem pomposa para criticar e conduzir ideias sobre a Igreja Católica. Continue lendo “Assombroso, Conclave joga luz nas certezas do Vaticano”

GUTS World Tour: um encontro entre jovens mulheres

Foto da artista cantando uma de suas composições, pretty isn’t pretty, do álbum guts. Suas dançarinas, em figurinos rosa para mostrar a feminilidade da mulher, se encontram formando um círculo em volta da intérprete, em um figurino preto para se distinguir e mostrar diferenças físicas em comparação a outras mulheres, com espelhos ilustrativos, escondidos por uma estampa como uma metáfora a impossibilidade de enxergar a mulher que são, virados para si enquanto luzes rosas iluminam o palco
pretty isn’t pretty, escrita e produzida junto de Daniel Nigro e Amy Allen, define a essência de suas músicas desde o início de sua carreira (Foto: Olivia Rodrigo Store)

Livia Queiroz 

Quem nunca teve uma paixão forte por alguém que terminou em uma decepção ainda maior? Ou uma queda de autoestima por se comparar com outras pessoas que enxergamos como mais bonitas? Uma obsessão por uma ex do seu atual, por inveja, talvez? E a vontade de entrar em uma aventura de um amor errado? São esses tipos de situações, recorrentes na vida de uma jovem, que Olivia Rodrigo trata em seu último álbum, GUTS (2023), e em sua versão extendida, GUTS (spilled) (2024): a controversa ‘girlhood’. Percebendo o tremendo sucesso da morena, a Netflix fez um filme-documentário de uma de suas performances da sua primeira turnê mundial, a GUTS World Tour, para os fãs sentirem a vibe sem sair de casa. Continue lendo “GUTS World Tour: um encontro entre jovens mulheres”

Na Short n’ Sweet Tour!, Sabrina Carpenter choca a crítica e fãs com performances intensas

A fotografia mostra a cantora Sabrina Carpenter, em que aparece deitada de lado sobre um fundo rosa. Ela tem cabelos loiros longos e ondulados, maquiagem com destaque para olhos levemente delineados e batom rosa claro. Ela está vestindo uma roupa de tecido delicado com alças finas, transmitindo uma aparência suave e glamourosa.A Short n’ Sweet Tour! é a primeira turnê de arena da cantora (Foto: Sabrina Carpenter)

Marcela Jardim

Com os hits Espresso, Please Please Please e Taste, o sexto álbum da cantora Sabrina Carpenter ganhou uma turnê mundial com prováveis datas na América Latina. Short n’ Sweet foi lançado em Agosto de 2024 e conta com 12 faixas cuidadosamente produzidas, revelando uma maturidade artística impressionante. O single Taste teve um videoclipe muito bem executado, protagonizado pela artista junto a atriz Jenna Ortega, e conta com mais de 100 milhões de visualizações no Youtube em menos de três meses de lançamento. Continue lendo “Na Short n’ Sweet Tour!, Sabrina Carpenter choca a crítica e fãs com performances intensas”